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CURSO DE CIÊNCIAS CONTÁBEIS

AEDB
Código de Defesa do Consumidor

Objetivos da Unidade

Conhecer os preceitos fundamentais do Direito Comercial/Empresarial necessários ao


exercício da profissão e às posturas cidadã e empreendedora.

Definir as fontes de consulta necessárias a dirimir dúvidas sobre os regramentos empresariais


e, especialmente, das relações de consumo.

Introdução

Dentro do estudo do Direito Privado, necessário se faz conhecer as regras das relações
comerciais entre consumidores e fornecedores de serviços e produtos, com vistas não apenas a
defender os próprios direitos e reconhecer as obrigações inerentes à atividade que se propôs a
exercer, como também para evitar eventuais responsabilizações desnecessárias.

Seu estudo se dá, basicamente, lendo o Código de Defesa do Consumidor, cujos artigos
principais são mencionados no presente material.

Código de Defesa do Consumidor

O CDC - Código de Defesa do Consumidor é a Lei Federal nº 8.078 de 1990.

Ele foi criado com o objetivo de facilitar a defesa e a fiscalização das questões consumeristas,
tomando como premissa que o consumidor é a parte mais frágil da relação jurídica, ou seja, ele é
dotado de vulnerabilidade, conforme o artigo 4º inciso I. Fabretti (p.176) ensina que tal
vulnerabilidade decorre de circunstâncias como: “fraqueza econômica perante o fornecedor
(exemplo: um indivíduo que solicita um empréstimo junto a uma instituição financeira);
desvantagem cultural (analfabetismo, por exemplo), social (camadas economicamente menos
favorecidas adquirem produtos ou serviços cujos valores têm grande impacto em suas finanças),
capacidade de discernimento (idosos e crianças) etc.”

Por consumidor dá-se “toda pessoa física ou jurídica que adquire ou utiliza produto ou serviço
como destinatário final” (art. 2º do CDC). Com isso, percebe-se que alguém que adquire
determinado bem ou serviço para revender, é meramente intermediário e, caso tenha algum
problema com o fornecedor, não poderá se defender com base nas regras mais facilitadas no CDC,
mas apenas nas normas gerais do Código Civil, por exemplo.

O respectivo parágrafo único dispõe que “equipara-se a consumidor a coletividade de


pessoas, ainda que indetermináveis, que haja intervindo nas relações de consumo.” Logo, todos
os potenciais consumidores são protegidos e tem seus direitos garantidos. Assim, mesmo que você
não vá comprar um iogurte, por exemplo, mas vê que ele está fora da validade, pode reclamar
perante o estabelecimento e os órgãos competentes, que são obrigados a te dar atenção.

Por outro lado, fornecedor “é toda pessoa física ou jurídica, pública ou privada, nacional ou
estrangeira, bem como os entes despersonalizados, que desenvolvem atividade de produção,
montagem, criação, construção, transformação, importação, exportação, distribuição ou
comercialização de produtos ou prestação de serviços.” (art. 3º do CDC)

O legislador julgou necessário esclarecer o que é produto e o que é serviço, nos parágrafos
primeiro e segundo do art. 3º, senão vejamos:

“§ 1° Produto é qualquer bem, móvel ou imóvel, material ou imaterial.”

“§ 2° Serviço é qualquer atividade fornecida no mercado de consumo, mediante


remuneração, inclusive as de natureza bancária, financeira, de crédito e securitária, salvo as
decorrentes das relações de caráter trabalhista.”

Além da responsabilização civil (indenização por danos materiais e/ou morais), o fornecedor
habitual de produtos ou serviços que descumprir suas obrigações está sujeito também à
responsabilização administrativa, que pode acarretar nas sanções previstas no artigo 56, bem como
a responder pelos crimes previstos nos artigos 63 a 74.

Os Direitos Básicos do Consumidor estão previstos no artigo 6º, enquanto que as obrigações
gerais dos fornecedores encontram-se nos artigos 8º a 10.

O artigo 12 trata da responsabilidade pelo fato do produto ou do serviço. Aqui a


responsabilização se dá pelo acidente de consumo ocasionado por defeitos que podem causar danos
físicos e morais ao consumidor. Exemplo: um freio de um carro que não funcionou quando
necessário, gerando um acidente. (vide artigos 12 a 17)

Já o artigo 18 protege o consumidor dos defeitos aparentes ou ocultos nos produtos ou nos
serviços, que os tornem incapazes de satisfazer plenamente os objetivos para os quais se
propuseram. Exemplo: o som de um carro que simplesmente não consegue tocar as músicas do CD
ou pen drive. (vide artigos 18 a 25)

Observem que o prazo para reclamar pelos vícios aparentes ou de fácil constatação caducam,
terminam, naqueles dispostos no artigo 26.

Outra questão muito importante abordada pelo CDC é quanto à publicidade e às práticas
abusivas.

Pelo que se depreende do artigo 37 há diferenças claras entre publicidade enganosa e


abusiva.

“§ 1° É enganosa qualquer modalidade de informação ou comunicação de caráter publicitário,


inteira ou parcialmente falsa, ou, por qualquer outro modo, mesmo por omissão, capaz de induzir
em erro o consumidor a respeito da natureza, características, qualidade, quantidade, propriedades,
origem, preço e quaisquer outros dados sobre produtos e serviços.”

“§ 2° É abusiva, dentre outras a publicidade discriminatória de qualquer natureza, a que


incite à violência, explore o medo ou a superstição, se aproveite da deficiência de julgamento e
experiência da criança, desrespeita valores ambientais, ou que seja capaz de induzir o consumidor
a se comportar de forma prejudicial ou perigosa à sua saúde ou segurança.”
As práticas comerciais abusivas estão exemplificadas no art. 39. O artigo 40 dispõe sobre o
dever de fornecer orçamento prévio e de honrá-lo.

O artigo 42, em seu parágrafo único, traz a famosa regra da restituição em dobro àquele
consumidor que pagou por algo indevidamente.

As regras básicas quanto aos contratos em relações de consumo estão tratadas nos artigos
46 a 54.

Quer saber um pouco mais sobre Direitos do Consumidor


e alguns casos concretos?

Assista ao seguinte vídeo, disponibilizado pelo Superior


Tribunal de Justiça.

https://www.youtube.com/watch?v=5rkVhqnMDJ8

Feitas tais breves observações, necessária a leitura integral do CDC, eis que o
mesmo foi redigido de maneira simples, com o objetivo de atingir o maior número de
cidadãos. Por isso devem estar sempre disponíveis para consultas nos estabelecimentos
comerciais. Eis o link para a versão constantemente atualizada:
<http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/Leis/L8078.htm>

Deseja conhecer regras específicas de e-commerce


(comércio eletrônico)?

Assista ao seguinte vídeo da Câmara Brasileira de


Comércio Eletrônico:

https://www.youtube.com/watch?v=zHRA9KewZlw

RESUMO
O CDC - Código de Defesa do Consumidor é a Lei Federal nº 8.078 de 1990, que foi criada
com o objetivo de facilitar a defesa e a fiscalização das questões consumeristas, tomando como
premissa que o consumidor é a parte mais frágil da relação jurídica, ou seja, ele é dotado de
vulnerabilidade.

Consumidor é toda pessoa física ou jurídica que adquire ou utiliza produto ou serviço como
destinatário final.

Atividades Propostas

- Participação e tira dúvidas no (s) fórum(s).

- Exercícios de Fixação
1) Supondo que a rede francesa de supermercados Carrefour adquiriu freezers novos
para acondicionar os laticínios que vende em suas centenas de lojas no Brasil, mas
alguns deles apresentam defeitos de fabricação. Em se considerando o conceito
de consumidor previsto no artigo 2º do Código de Defesa do Consumidor – CDC,
pode esta, que é uma das maiores redes de supermercados do mundo, defender
seus direitos em relação à fabricante nacional dos freezers, com base no CDC?
Explique com suas palavras.

2) Diferencie propagandas abusivas, de enganosas.

REFERÊNCIAS

BRASIL, Código de Defesa do Consumidor. Disponível em: <


http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/Leis/L8078.htm> Acesso em 05. Out. 2018.

BRASIL, Lei nº 12.291.2010. Disponível em: <http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_Ato2007-


2010/2010/Lei/L12291.htm> Acesso em 05. Out. 2018.

FABRETTI, Laudio C. et al. Direito Empresarial para os cursos de administração e ciências


contábeis. São Paulo: Atlas, 2015.

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