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XXXV EXAME DA OAB

DIREITO
ADMINISTRATIVO
Professor Danilo Santana
DIREITO DO CONSUMIDOR
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Danilo Santana

APRESENTAÇÃO

Estimados Guerreiros e Guerreiras!

É com muita alegria que apresentamos o módulo de Direito do Consumidor


do preparatório para o XXXV exame da Ordem dos Advogados do
Brasil. Sejam todos muito bem-vindos!

Preparei esse roteiro pensando no seu exame e sabendo da importância


desses temas para sua prova, então, valerá a pena o nosso esforço durante
essas aulas!

Nosso módulo não dispensa suas anotações pessoais e, principalmente, a


leitura e os grifos dos dispositivos específicos de cada assunto que
abordaremos. Utilize, portanto, o seu Vade Mecum (1ª Fase da OAB e
Concursos) e vamos juntos!

Espero que vocês tenham um excelente proveito!

Receba o nosso sincero abraço!

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DIREITO DO CONSUMIDOR
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DIREITO DO CONSUMIDOR

 O Direito do Consumidor como garantia fundamental.

 Art. 5º, inciso XXXII, CF/88: O Estado promoverá, na forma da lei,


a defesa do consumidor.
 Art. 48, ADCT: O Congresso Nacional, dentro de 120 dias da
promulgação da Constituição, elaborará código de defesa do
consumidor.
o O prazo foi cumprido com atraso, mas o CDC está livre de vícios.
 Art. 170, inciso V, CF/88: A ordem econômica, fundada na
valorização do trabalho humano e na livre iniciativa, tem por fim
assegurar a todos existência digna, conforme os ditames da justiça
social, observados os princípios de defesa do consumidor.
o Em regra, para ser empresário/fornecedor, não é necessária
autorização especial, mas a livre iniciativa é regulamentada,
obedecendo ao CDC.
 Art. 81, CDC: A defesa dos interesses e direitos dos consumidores e
das vítimas poderá ser exercida em juízo individualmente, ou a título
coletivo.
Parágrafo único. A defesa coletiva será exercida quando se tratar de:
I - interesses ou direitos difusos, assim entendidos, para efeitos
deste código, os transindividuais, de natureza indivisível, de que
sejam titulares pessoas indeterminadas e ligadas por
circunstâncias de fato;
II - interesses ou direitos coletivos, assim entendidos, para
efeitos deste código, os transindividuais, de natureza indivisível
de que seja titular grupo, categoria ou classe de pessoas ligadas
entre si ou com a parte contrária por uma relação jurídica base;
III - interesses ou direitos individuais homogêneos, assim
entendidos os decorrentes de origem comum.

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 Art. 1, CDC: O presente código estabelece normas de proteção e


defesa do consumidor, de ordem pública e interesse social, nos termos
dos arts. 5°, inciso XXXII, 170, inciso V, da Constituição Federal e art.
48 de suas Disposições Transitórias.
o Ou seja, no processo do consumidor, o juiz poderá declarar as
normas do CDC de ofício, sem necessidade de pedido específico,
com exceção:
I. Súmula 381/STJ: Nos contratos bancários, é vedado
ao julgador conhecer, de ofício, da abusividade das
cláusulas.
II. Se tratando de pedido de desconsideração da
personalidade jurídica, a FGV entende que há
necessidade da instauração do incidente (pedido é
necessário e o juiz não pode agir de ofício).

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RELAÇÃO DE CONSUMO

 A relação de consumo é aquela na qual existe um consumidor, um


fornecedor e um produto/serviço que ligue um ao outro. É requisito
objetivo de existência, de modo que, para haver relação de consumo,
necessariamente, deve haver, concomitantemente, os três elementos,
formando um tripé.

Fornecedor

Consumidor Produto/Serviço
estrutura da relação de consumo

 Os elementos fundamentais da relação de consumo são:


a) Fornecedor (art. 3, CDC): Fornecedor é toda pessoa física ou
jurídica, pública ou privada, nacional ou estrangeira, bem como
os entes despersonalizados, que desenvolvem atividade de
produção, montagem, criação, construção, transformação,
importação, exportação, distribuição ou comercialização de
produtos ou prestação de serviços.
- Fornecedor é quem desenvolve a atividade econômica e
oferta produtos ou serviços ao mercado de consumo, de
forma não eventual (com habitualidade), na qualidade de
fabricante, produtora, transformadora, montadora ou
ainda, na condição de distribuidora ou simples
comerciante.

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- Tais características excluem a aplicação do Código de


Defesa do Consumidor dos contratos firmados entre dois
consumidores (não profissionais).
b) Consumidor (art. 2, CDC): O CDC adota a teoria finalista. O
CDC define consumidor como toda pessoa física ou jurídica que
adquire ou utiliza produto ou serviço como destinatário final.
- O CDC define a coletividade de pessoas, ainda que
indetermináveis, que intervenham nas relações de
consumo como consumidores equiparados.
- Todas as vítimas do dano causado pelo fato do produto
e do serviço > consumidor por equiparação (art. 17, CDC).
- Todas as pessoas determináveis ou não, expostas às
práticas de comércio e, obviamente, fazem jus à proteção
do contrato > consumidor por equiparação (art. 29, CDC).
c) Produto ou Serviço (art. 3, § 1º e 2º, do CDC): Qualquer
bem adquirido na relação de consumo é considerado produto.
- Produto é qualquer bem, móvel ou imóvel, material ou
imaterial.
- Serviço é a atividade humana que proporciona benefícios
ou satisfações para o adquirente, mediante remuneração.
- As atividades do artigo 3º do CDC não são taxativas >
podem abarcar situações de gratuidade na oferta de bens,
como nas amostras grátis ou na prestação do serviço. Ou
seja, existem situações em que não há, necessariamente,
remuneração por parte do adquirente. E ainda assim,
terão a proteção/aplicação do CDC.

 Qual a vulnerabilidade do consumidor na relação de consumo?


o A vulnerabilidade do consumidor consiste na desigualdade deste
com o fornecedor > consequência dos monopólios, oligopólios,
falta de informação sobre qualidade, preço, outras
características tangentes ao produto ou ao serviço e a
publicidade.

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o O consumidor é a parte frágil contratual e economicamente, na


relação com os fornecedores e os titulares dos bens de
produção. Desse modo, o CDC objetiva
proteger/manter/restabelecer o equilíbrio contratual na relação
de consumo, cujos elementos veremos no tópico a seguir.
o A vulnerabilidade pode ser técnica (o adquirente não
compreende o funcionamento), jurídica (termos jurídicos) ou
econômica (porte financeiro) > aplicação do CDC, visando
reequilibrar a relação jurídica.

 Estado e suas concessionárias como prestadores de serviços:


o É importante destacar que o art. 37, § 6º, da Constituição
Federal (1988) adotou a teoria do risco administrativo > dever
de indenizar, basta que o ofendido demonstre o nexo causal
entre o resultado danoso e a atividade omissiva ou comissiva do
agente.
o O Estado pode apresentar contraprova, buscando se isentar,
caso apresente as tradicionais excludentes da responsabilidade
civil. Além do direito de regresso contra o causador do dano, se
provado dolo ou culpa.

BOA-FÉ OBJETIVA NA RELAÇÃO DE CONSUMO


 A boa-fé objetiva divide-se nos pilares da lealdade e da confiança.
 A boa-fé possui funções nas relações de consumo, como interpretar,
integrar e controlar.

Plano de saúde pode/deve custear doença preexistente?


 Depende do momento da contratação.
Se no momento da contratação, o plano passou os
exames necessários, o consumidor fez e os resultados
apontaram a doença em questão, aí o plano não será
obrigado a cumprir.

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Mas, se no momento da contratação, o plano não passou


exames e o consumidor só assinou uma declaração
desconhecendo doenças, aí o plano será obrigado a
cumprir > exceto comprovada má-fé do consumidor.

 O controle da boa-fé serve para evitar o abuso de direito.


o A teoria do adimplemento substancial tem por objetivo
precípuo impedir que o credor resolva a relação contratual em
razão de inadimplemento de ínfima parcela da obrigação, por
exemplo, de 24 parcelas totais, 23 foram pagas e falta 1.
o Em virtude do cumprimento da maior parte do contrato, partindo
da boa-fé, existem outros modos de resolução, que não a
retomada do bem.
o A via judicial para esse fim é a ação de resolução contratual.
o O STJ entende que a teoria do adimplemento substancial não é
cabível para compra e venda de veículo automotor
(financiamento).

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DIREITOS BÁSICOS DO CONSUMIDOR

1) EFETIVA REPARAÇÃO
 O Código não permite a indenização tarifada do dano > teoricamente,
o consumidor possui direito de ser reparado integralmente por todos
os danos que vier a sofrer.
 Reparação do dano com base no caso concreto.
 O STJ traz algumas disposições sobre os danos nas Súmulas:

Observação:
➢ Súmulas relacionadas aos planos de saúde:

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2) MODIFICAÇÃO OU REVISÃO DOS CONTRATOS


 Modificação ou revisão dos contratos em caso de excessiva
onerosidade.
o Modifica-se o contrato que nasceu desequilibrado e causa
lesão a parte.
O contrato pode nascer desequilibrado por dois motivos:
i) a parte era inexperiente em relação ao objeto; ou
ii) a parte assinou o contrato em estado de necessidade.
o O contrato pode ficar desequilibrado em razão de fato
superveniente e imprevisível, precisando ser revisado.
- Aplicação da teoria da imprevisão.
 O consumidor precisa pedir a modificação ou a revisão > não é feita
de ofício.

3) INVERSÃO DO ÔNUS DA PROVA


 O CDC autoriza a inversão do ônus da prova se houver hipossuficiência
do consumidor e verossimilhança.
 A inversão deve ser realizada no momento inicial da instrução
processual, e não no momento do julgamento.
 O art. 6, VIII do CDC (inversão ope judicis), determina que haverá a
inversão do ônus da prova ao consumidor, quando, no processo civil,
for verossímil a alegação ou quando for o consumidor hipossuficiente
na relação de consumo.
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o Ex.: Hipótese em que o consumidor pede indenização por conta


da queda de energia que danifica aparelhos domésticos.
 Quando a própria lei determina a inversão, chamamos de “inversão
ope legis”, como por exemplo, art. 12 do CDC.

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RESPONSABILIDADE CIVIL NAS RELAÇÕES DE CONSUMO

→ Para se falar em responsabilidade civil, a falha da relação de consumo


precisa ser identificada. Essa falha pode ser um:
a) Vício: Produto ou serviço é inadequado para consumo.
- Ex.: Televisão que não liga, não funciona.
b) Defeito: Produto ou serviço que causa dano ou risco a saúde e
a segurança do consumidor.
- Ex.: Televisão que liga, mas explode.
- O defeito divide-se em:
b.1. Fato do produto
b.2. Fato do serviço

1) RESPONSABILIDADE POR DEFEITO


 O defeito é um acidente de consumo.
FATO = DEFEITO = ACIDENTE
Produto Serviço

- Acidente causado por defeito de fato de um produto. - Em regra, a


- A responsabilidade objetiva, em regra, é do fornecedor, responsabilidade é
excluindo o comerciante. objetiva, podendo variar
- Produto de melhor qualidade colocado no mercado não torna o em razão da obrigação.
anterior defeituoso. i) Obrigação de meio >
- O fabricante pode se eximir da responsabilidade se provar: responsabilidade
i) que o produto não teve defeito, que foi mau uso do subjetiva.
consumidor; ii) Obrigação de
ii) que não colocou o produto no mercado (produto falso). resultado >
- Se o fabricante prova que o produto é falso, que o produto é responsabilidade objetiva.
perecível, ou não possui a identificação do fabricante, o - O consumidor precisará
comerciante será responsável e responderá. ser reparado/indenizado.
i) Se a conservação cabe ao comerciante, ele responde
sozinho.

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- Responsabilidade sempre objetiva.

 O prazo prescricional para ação de reparação de dando decorrente de


acidente de consumo é de 5 anos, contados a partir do conhecimento
do dano.

2) RESPONSABILIDADE POR VÍCIO


Produto Serviço

- O fornecedor tem o direito de reparar o vício, desde que este, seja - O vício pode ser de:
apontado em um prazo decadencial de 30 dias (produtos não a) Qualidade: Não
duráveis) e 90 (produtos duráveis) dias, contados a partir da tem prazo, a
descoberta do vício. Se o consumidor reclama no prazo, o reparação tem
fornecedor poderá reparar. que ser imediata.
- Se o produto for essencial, a substituição tem que ser imediata. Caso não seja
- Se o reparo não for feito no prazo, gera para o consumidor um reparado, o
direito, podendo escolher se quer a substituição do produto por fornecedor paga
outro, o dinheiro de volta (corrigido monetariamente), ou o nova execução.
abatimento em razão do vício. b) Quantidade:
- O vício pode ser de: Aplica-se a
a) Qualidade: o produto ou serviço não corresponde a legitima mesma hipótese
expectativa do consumidor. do vício por
b) Quantidade: o conteúdo líquido do produto é inferior àquele produto.
que deveria constar.
- Quando a falha é só do comerciante, apenas ele responde pelo
dano.

3) GARANTIA
 A garantia legal é o recebimento do produto sem vícios.
 O prazo de 1 (um) ano dado de garantia por muitos comerciantes é
baseado em contrato, e não previsão legal.
 O prazo de reclamação de 30 ou 90 dias é contado sempre após o
encerramento das garantias contratadas.
 A garantia estendida trata-se de outro contrato.
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SERVIÇOS PÚBLICOS

→ Os serviços públicos são abarcados pelas relações de consumo.


→ O Sistema Único de Saúde não é relação de consumo, pois, não há
remuneração direta do consumidor ao SUS.
o Quando há o pagamento direto, incide relação de consumo.
→ Caso o consumidor fique inadimplente desse pagamento direto, o
serviço poderá ser suspenso, mediante alguns requisitos cumulativos:
i. Atualidade da dívida; e
ii. Se a adimplência for oportunizada ao consumidor
(notificação).

Observação:

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DESCONSIDERAÇÃO DA PERSONALIDADE JURÍDICA

Base legal: Artigo 28 do CDC

→ O único requisito do CDC para desconsiderar a personalidade jurídica


é o empecilho ao ressarcimento do consumidor.
→ Se por algum motivo, a não desconsideração impedir o ressarcimento
do consumidor, será possível desconsiderar, inverter e abarcar na
responsabilidade dos sócios.
→ A desconsideração inversa da personalidade jurídica é a busca
pela responsabilização da sociedade no tocante às dívidas ou aos atos
praticados pelos sócios, utilizando-se par a isto, a quebra da autonomia
patrimonial.
o A desconsideração inversa ocorre, portanto, quando o sócio
utiliza a pessoa jurídica para proteger bens que seriam do
patrimônio pessoal. Na prática, isso é feito por meio da
transferência, ou da própria aquisição em nome da pessoa
jurídica.

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PUBLICIDADE

Publicidade Propaganda
- Disponibilizar algo no mercado de - Difusão de ideias, e não produtos
consumo e anunciar as ou serviços.
características daquele produto. - Utiliza estratégias de persuasão
- Tem a intenção de promover para fins ideológicos.
empresas, produtos e serviços.

A publicidade enganosa é quando há mentira.


A publicidade abusiva ofende valores da sociedade como um todo.

Observação: O puffing, também conhecido como


o exagero publicitário, é técnica de publicidade que
se baseia na prestação de informações de forma
extravagante para convencer o consumidor a
adquirir determinado produto ou serviço.
- É o elogio do produto.
- Não é considerada enganosa.
- Podem ser feitas comparações entre
produtos, sem problemas.

→ O que gera problema na publicidade é a OFERTA > o princípio da


vinculação da oferta, que faz parte do contrato.
o Esse princípio não pode ser mitigado, em razão do erro
grosseiro.
o O erro grosseiro desobriga a oferta.
Atenção: Precisa ser erro grosseiro mesmo!
o O fornecedor é obrigado a manter o que foi dito em orçamento
> vincula o preço, por pelo menos 10 dias, salvo disposição em
contrário sobre o prazo do orçamento.

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→ A responsabilidade de provar que a propaganda é verdadeira é


quem patrocina/paga a propaganda para anunciar o produto.
o Inversão do ônus da prova ope legis.
o Quem patrocina a propaganda precisa guardar consigo as
especificações (informações técnicas) do produto anunciado,
caso seja requisitado pelos órgãos de fiscalização.

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BANCO DE DADOS

→ Possibilidade do fornecedor de inserir o nome e cadastro do


consumidor em um banco de dados restritivo de crédito.
o O consumidor fica rotulado como mau pagador.
→ Banco de natureza pública, administrado por entidades privadas.
→ O banco de dados é mantido pelo Mantenedor, que é pessoa
responsável por sustentar o banco de dados.
o Em regra, o mantenedor é figura distinta do fornecedor.
o O debito do consumidor é com o fornecedor, que solicita para o
mantenedor inserir o consumidor no cadastro do banco de
crédito, inaugurando uma nova relação jurídica entre o
mantenedor e o consumidor.
o O mantenedor tem obrigação de notificar o consumidor,
comunicando que o nome dele será incluído no banco de dados
> dispensa o aviso de recebimento (AR).
- Caso o consumidor deseje pagar, o fará em face do
fornecedor, que fará nova solicitação ao mantenedor,
visando cancelar a inclusão do nome.
o A responsabilidade pela inclusão ou manutenção indevida do
nome do consumidor é sempre do fornecedor. O mantenedor
somente responderá em caso de não procedência à notificação
para o consumidor.

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→ Prazo de 5 anos para manutenção. Prazo de 5 dias para o restante


dos prazos > pagamentos ou exclusão de cadastro.

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PRÁTICAS ABUSIVAS

Art. 39, CDC. É vedado ao fornecedor de produtos ou serviços, dentre


outras práticas abusivas:
I - condicionar o fornecimento de produto ou de serviço ao
fornecimento de outro produto ou serviço, bem como, sem justa causa,
a limites quantitativos;
II - recusar atendimento às demandas dos consumidores, na exata
medida de suas disponibilidades de estoque, e, ainda, de conformidade
com os usos e costumes;
III - enviar ou entregar ao consumidor, sem solicitação prévia,
qualquer produto, ou fornecer qualquer serviço;
IV - prevalecer-se da fraqueza ou ignorância do consumidor, tendo em
vista sua idade, saúde, conhecimento ou condição social, para
impingir-lhe seus produtos ou serviços;
V - exigir do consumidor vantagem manifestamente excessiva;
VI - executar serviços sem a prévia elaboração de orçamento e
autorização expressa do consumidor, ressalvadas as decorrentes de
práticas anteriores entre as partes;
VII - repassar informação depreciativa, referente a ato praticado pelo
consumidor no exercício de seus direitos;
VIII - colocar, no mercado de consumo, qualquer produto ou serviço
em desacordo com as normas expedidas pelos órgãos oficiais
competentes ou, se normas específicas não existirem, pela Associação
Brasileira de Normas Técnicas ou outra entidade credenciada pelo
Conselho Nacional de Metrologia, Normalização e Qualidade Industrial
(Conmetro);
IX - recusar a venda de bens ou a prestação de serviços, diretamente
a quem se disponha a adquiri-los mediante pronto pagamento,
ressalvados os casos de intermediação regulados em leis especiais;
X - elevar sem justa causa o preço de produtos ou serviços;

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XI - Dispositivo incluído pela MPV nº 1.890-67, de 22.10.1999,


transformado em inciso XIII, quando da conversão na Lei nº 9.870, de
23.11.1999;
XII - deixar de estipular prazo para o cumprimento de sua obrigação
ou deixar a fixação de seu termo inicial a seu exclusivo critério;
XIII - aplicar fórmula ou índice de reajuste diverso do legal ou
contratualmente estabelecido;
XIV - permitir o ingresso em estabelecimentos comerciais ou de
serviços de um número maior de consumidores que o fixado pela
autoridade administrativa como máximo.
Parágrafo único. Os serviços prestados e os produtos remetidos ou
entregues ao consumidor, na hipótese prevista no inciso III, equiparam-se às
amostras grátis, inexistindo obrigação de pagamento.

DAS CLÁUSULAS ABUSIVAS


Art. 51, CDC. São nulas de pleno direito, entre outras, as cláusulas
contratuais relativas ao fornecimento de produtos e serviços que:
I - impossibilitem, exonerem ou atenuem a responsabilidade do
fornecedor por vícios de qualquer natureza dos produtos e serviços ou
impliquem renúncia ou disposição de direitos. Nas relações de consumo
entre o fornecedor e o consumidor-pessoa jurídica, a indenização
poderá ser limitada, em situações justificáveis;
II - subtraiam ao consumidor a opção de reembolso da quantia já
paga, nos casos previstos neste Código;
III - transfiram responsabilidades a terceiros;
IV - estabeleçam obrigações consideradas iníquas, abusivas, que
coloquem o consumidor em desvantagem exagerada, ou sejam
incompatíveis com a boa-fé ou a equidade;
V - (VETADO);
VI - estabeleçam inversão do ônus da prova em prejuízo do
consumidor;
VII - determinem a utilização compulsória de arbitragem;

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VIII - imponham representante para concluir ou realizar outro negócio


jurídico pelo consumidor;
IX - deixem ao fornecedor a opção de concluir ou não o contrato,
embora obrigando o consumidor;
X - permitam ao fornecedor, direta ou indiretamente, variação do preço
de maneira unilateral;
XI - autorizem o fornecedor a cancelar o contrato unilateralmente, sem
que igual direito seja conferido ao consumidor;
XII - obriguem o consumidor a ressarcir os custos de cobrança de sua
obrigação, sem que igual direito lhe seja conferido contra o fornecedor;
XIII - autorizem o fornecedor a modificar unilateralmente o conteúdo
ou a qualidade do contrato, após sua celebração;
XIV - infrinjam ou possibilitem a violação de normas ambientais;
XV - estejam em desacordo com o sistema de proteção ao consumidor;
XVI - possibilitem a renúncia do direito de indenização por benfeitorias
necessárias;
XVII - condicionem ou limitem de qualquer forma o acesso aos órgãos
do Poder Judiciário;
XVIII - estabeleçam prazos de carência em caso de impontualidade
das prestações mensais ou impeçam o restabelecimento integral dos
direitos do consumidor e de seus meios de pagamento a partir da
purgação da mora ou do acordo com os credores;
XIX - (VETADO).

§ 1º - Presume-se exagerada, entre outros casos, a vantagem que:


I - ofende os princípios fundamentais do sistema jurídico a que
pertence;
II - restringe direitos ou obrigações fundamentais inerentes à
natureza do contrato, de tal modo a ameaçar seu objeto ou o
equilíbrio contratual;
III - se mostra excessivamente onerosa para o consumidor,
considerando-se a natureza e conteúdo do contrato, o interesse
das partes e outras circunstâncias peculiares ao caso.

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§ 2º - A nulidade de uma cláusula contratual abusiva não invalida o


contrato, exceto quando de sua ausência, apesar dos esforços de
integração, decorrer ônus excessivo a qualquer das partes.
§ 3º - (VETADO).
§ 4º - É facultado a qualquer consumidor ou entidade que o represente
requerer ao Ministério Público que ajuíze a competente ação para ser
declarada a nulidade de cláusula contratual que contrarie o disposto
neste Código ou de qualquer forma não assegure o justo equilíbrio
entre direitos e obrigações das partes.

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COBRANÇA DE DÍVIDAS

Art. 42, CDC. Na cobrança de débitos, o consumidor inadimplente não


será exposto a ridículo, nem será submetido a qualquer tipo de
constrangimento ou ameaça.

Parágrafo único. O consumidor cobrado em quantia indevida tem


direito à repetição do indébito, por valor igual ao dobro do que pagou
em excesso, acrescido de correção monetária e juros legais, salvo
hipótese de engano justificável.

Anteriormente, a hipótese do engano justificável abarcava


tudo, porém, o STJ definiu o entendimento para “salvo
conduta contrária a boa-fé”. Atualmente, quem cobra é o
responsável por provar a boa-fé.
- Cobrou indevido, restitui em dobro, salvo se a
parte comprovar o engano justificável.

Art. 42-A, CDC. Em todos os documentos de cobrança de débitos


apresentados ao consumidor, deverão constar o nome, o endereço e o
número de inscrição no Cadastro de Pessoas Físicas - CPF ou no Cadastro
Nacional de Pessoa Jurídica - CNPJ do fornecedor do produto ou serviço
correspondente.

Observação:
→ Cobrança em parcela indevida confere o direito de restituição em
dobro.

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PROTEÇÃO CONTRATUAL

→ DIREITO DE ARREPENDIMENTO: O consumidor tem 7 dias de prazo


para se arrepender da compra de um produto, ou contratação de um
serviço pela internet, telefone, catálogo, reembolso postal ou vendedor na
porta de casa, isto é, fora da loja ou estabelecimento comercial.
o É direito estabelecido no art. 49 do CDC.
o Não precisa justificar o arrependimento.
o Restituição imediata.

→ O CONTRATO DE ADESÃO é permitido nas relações de consumo. É o


contrato redigido somente pelo fornecedor, sem que o consumidor possa
discutir ou modificar substancialmente seu conteúdo. Para estes
contratos, a lei determina que as cláusulas que limitam o direito do
consumidor sejam redigidas com destaque.

Observação: O recall comunica que algum defeito no veículo foi identificado


pela montadora e precisa ser reparado de maneira urgente e gratuita, já que
pode acarretar acidentes fatais para os ocupantes do veículo.
o O recall não exime o fornecedor da responsabilidade.

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PREVENÇÃO E TRATAMENTO AO SUPERENDIVIDAMENTO

O capítulo VI-A do CDC foi incluído


pela Lei 14.181/2021.
Artigos 54-A ao 54-G, CDC.

→ Se o consumidor adquire as dívidas com intenção de não pagar, não está


protegido para fins de superendividamento, por conta da premissa da
boa-fé.

Art. 54-A, § 1º, CDC: Entende-se por superendividamento a impossibilidade


manifesta de o consumidor, pessoa natural, de boa-fé, pagar a totalidade de
suas dívidas de consumo, exigíveis e vincendas, sem comprometer seu
mínimo existencial, nos termos da regulamentação.
o § 2º: As dívidas englobam quaisquer compromissos financeiros
assumidos decorrentes de relação de consumo, inclusive operações de
crédito, compras a prazo e serviços de prestação continuada.
o § 3º: Dívidas contraídas mediante fraude ou má-fé, sejam oriundas de
contratos celebrados dolosamente com o propósito de não realizar o
pagamento ou decorram da aquisição ou contratação de produtos e
serviços de luxo de alto valor, não terão aplicação da sistemática do
superendividamento.

Art. 54-B, CDC. No fornecimento de crédito e na venda a prazo, além das


informações obrigatórias previstas no art. 52 deste Código e na legislação
aplicável à matéria, o fornecedor ou o intermediário deverá informar o
consumidor, prévia e adequadamente, no momento da oferta, sobre:
I - o custo efetivo total e a descrição dos elementos que o
compõem;
II - a taxa efetiva mensal de juros, bem como a taxa dos juros
de mora e o total de encargos, de qualquer natureza, previstos
para o atraso no pagamento;

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III - o montante das prestações e o prazo de validade da oferta,


que deve ser, no mínimo, de 2 dias;
IV - o nome e o endereço, inclusive o eletrônico, do fornecedor;
V - o direito do consumidor à liquidação antecipada e não
onerosa do débito, nos termos do § 2º do art. 52 deste Código
e da regulamentação em vigor.
§ 1º As informações referidas no art. 52 deste Código e no caput deste
artigo devem constar de forma clara e resumida do próprio contrato,
da fatura ou de instrumento apartado, de fácil acesso ao consumidor.
§ 2º Para efeitos deste Código, o custo efetivo total da operação de
crédito ao consumidor consistirá em taxa percentual anual e
compreenderá todos os valores cobrados do consumidor, sem prejuízo
do cálculo padronizado pela autoridade reguladora do sistema
financeiro.
§ 3º Sem prejuízo do disposto no art. 37 deste Código, a oferta de
crédito ao consumidor e a oferta de venda a prazo, ou a fatura mensal,
conforme o caso, devem indicar, no mínimo, o custo efetivo total, o
agente financiador e a soma total a pagar, com e sem financiamento.

Art. 54-F, CDC. São conexos, coligados ou interdependentes, entre outros,


o contrato principal de fornecimento de produto ou serviço e os contratos
acessórios de crédito que lhe garantam o financiamento quando o fornecedor
de crédito:
I - recorrer aos serviços do fornecedor de produto ou serviço
para a preparação ou a conclusão do contrato de crédito;
II - oferecer o crédito no local da atividade empresarial do
fornecedor de produto ou serviço financiado ou onde o contrato
principal for celebrado.
§ 1º O exercício do direito de arrependimento nas hipóteses previstas
neste Código, no contrato principal ou no contrato de crédito, implica
a resolução de pleno direito do contrato que lhe seja conexo.
§ 2º Nos casos dos incisos I e II do caput deste artigo, se houver
inexecução de qualquer das obrigações e deveres do fornecedor de

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produto ou serviço, o consumidor poderá requerer a rescisão do


contrato não cumprido contra o fornecedor do crédito.
§ 3º O direito previsto no § 2º deste artigo caberá igualmente ao
consumidor:
I - contra o portador de cheque pós-datado emitido para
aquisição de produto ou serviço a prazo;
II - contra o administrador ou o emitente de cartão de crédito
ou similar quando o cartão de crédito ou similar e o produto ou
serviço forem fornecidos pelo mesmo fornecedor ou por
entidades pertencentes a um mesmo grupo econômico.
§ 4º A invalidade ou a ineficácia do contrato principal implicará, de
pleno direito, a do contrato de crédito que lhe seja conexo, nos termos
do caput deste artigo, ressalvado ao fornecedor do crédito o direito de
obter do fornecedor do produto ou serviço a devolução dos valores
entregues, inclusive relativamente a tributos.

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SANÇÕES ADMINISTRATIVAS

Art. 55, CDC. A União, os Estados e o Distrito Federal, em caráter


concorrente e nas suas respectivas áreas de atuação administrativa, baixarão
normas relativas à produção, industrialização, distribuição e consumo de
produtos e serviços.
o A regulamentação da produção é competência concorrente da União,
Estados e DF. O Município é responsável somente pela fiscalização.
- Regulamentar a produção é competência da União, dos
Estados e do DF.
- Fiscalizar as relações de consumo é competência da União, dos
Estados, do DF e dos Municípios

Art. 56, CDC. As infrações das normas de defesa do consumidor ficam


sujeitas, conforme o caso, às seguintes sanções administrativas, sem prejuízo
das de natureza civil, penal e das definidas em normas específicas:
I - multa;
II - apreensão do produto;
III - inutilização do produto;
IV - cassação do registro do produto junto ao órgão competente;
V - proibição de fabricação do produto;
VI - suspensão de fornecimento de produtos ou serviço;
VII - suspensão temporária de atividade;
VIII - revogação de concessão ou permissão de uso;
IX - cassação de licença do estabelecimento ou de atividade;
X - interdição, total ou parcial, de estabelecimento, de obra ou
de atividade;
XI - intervenção administrativa;
XII - imposição de contrapropaganda.
Parágrafo único. As sanções previstas neste artigo serão aplicadas
pela autoridade administrativa, no âmbito de sua atribuição, podendo

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ser aplicadas cumulativamente, inclusive por medida cautelar,


antecedente ou incidente de procedimento administrativo.

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DIREITO COLETIVO – DEFESA DO CONSUMIDOR EM JUÍZO

→ Artigo 81 do CDC e seguintes.


→ O CDC possui viés multidisciplinar > normas administrativas,
processuais, penais, individuais e coletivas.

Divisibilidade do Identificação dos


bem jurídico titulares
Direito Difuso Bem jurídico indivisível Não identificáveis
Direito Coletivo Bem jurídico indivisível Os titulares são
identificáveis
Direito Individual Bem jurídico divisível Os titulares são
Homogêneo identificáveis

Art. 81, CDC. A defesa dos interesses e direitos dos consumidores e das
vítimas poderá ser exercida em juízo individualmente, ou a título coletivo.
Parágrafo único. A defesa coletiva será exercida quando se tratar de:
I - interesses ou direitos difusos, assim entendidos, para efeitos
deste código, os transindividuais, de natureza indivisível, de que
sejam titulares pessoas indeterminadas e ligadas por
circunstâncias de fato;
II - interesses ou direitos coletivos, assim entendidos, para
efeitos deste código, os transindividuais, de natureza indivisível
de que seja titular grupo, categoria ou classe de pessoas ligadas
entre si ou com a parte contrária por uma relação jurídica base;
III - interesses ou direitos individuais homogêneos, assim
entendidos os decorrentes de origem comum.

Art. 82, CDC. Para os fins do art. 81, parágrafo único, são legitimados
concorrentemente:
I - o Ministério Público,

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II - a União, os Estados, os Municípios e o Distrito Federal;


III - as entidades e órgãos da Administração Pública, direta ou
indireta, ainda que sem personalidade jurídica, especificamente
destinados à defesa dos interesses e direitos protegidos por este
código;
IV - as associações legalmente constituídas há pelo menos um
ano e que incluam entre seus fins institucionais a defesa dos
interesses e direitos protegidos por este código, dispensada a
autorização assemblear.
§ 1° O requisito da pré-constituição pode ser dispensado pelo juiz, nas
ações previstas nos arts. 91 e seguintes, quando haja manifesto
interesse social evidenciado pela dimensão ou característica do dano,
ou pela relevância do bem jurídico a ser protegido.

Art. 91, CDC. Os legitimados de que trata o art. 82 poderão propor, em


nome próprio e no interesse das vítimas ou seus sucessores, ação civil
coletiva de responsabilidade pelos danos individualmente sofridos, de acordo
com o disposto nos artigos seguintes.
o O Ministério Público, se não ajuizar a ação, atuará sempre como fiscal
da lei.

Art. 93, CDC. Ressalvada a competência da Justiça Federal, é competente


para a causa a justiça local:
I - no foro do lugar onde ocorreu ou deva ocorrer o dano, quando de
âmbito local;
II - no foro da Capital do Estado ou no do Distrito Federal, para os
danos de âmbito nacional ou regional, aplicando-se as regras do Código
de Processo Civil aos casos de competência concorrente.

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Art. 94, CDC. Proposta a ação, será publicado edital no órgão oficial, a fim
de que os interessados possam intervir no processo como litisconsortes, sem
prejuízo de ampla divulgação pelos meios de comunicação social por parte
dos órgãos de defesa do consumidor.

Art. 95, CDC. Em caso de procedência do pedido, a condenação será


genérica, fixando a responsabilidade do réu pelos danos causados.

Art. 97, CDC. A liquidação e a execução de sentença poderão ser promovidas


pela vítima e seus sucessores, assim como pelos legitimados de que trata o
art. 82.

Art. 98, CDC. A execução poderá ser coletiva, sendo promovida pelos
legitimados de que trata o art. 82, abrangendo as vítimas cujas indenizações
já tiveram sido fixadas em sentença de liquidação, sem prejuízo do
ajuizamento de outras execuções.
§ 1. A execução coletiva far-se-á com base em certidão das sentenças
de liquidação, da qual deverá constar a ocorrência ou não do trânsito
em julgado.
§ 2. É competente para a execução o juízo:
I - da liquidação da sentença ou da ação condenatória, no caso
de execução individual;
II - da ação condenatória, quando coletiva a execução.

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COISA JULGADA

Art. 103. Nas ações coletivas de que trata este código, a sentença fará coisa
julgada:
I - erga omnes, exceto se o pedido for julgado improcedente
por insuficiência de provas, hipótese em que qualquer legitimado
poderá intentar outra ação, com idêntico fundamento valendo-
se de nova prova, na hipótese do inciso I do parágrafo único do
art. 81;
II - ultra partes, mas limitadamente ao grupo, categoria ou
classe, salvo improcedência por insuficiência de provas, nos
termos do inciso anterior, quando se tratar da hipótese prevista
no inciso II do parágrafo único do art. 81;
III - erga omnes, apenas no caso de procedência do pedido,
para beneficiar todas as vítimas e seus sucessores, na hipótese
do inciso III do parágrafo único do art. 81.
§ 1. Os efeitos da coisa julgada previstos nos incisos I e II não
prejudicarão interesses e direitos individuais dos integrantes da
coletividade, do grupo, categoria ou classe.
§ 2. Na hipótese prevista no inciso III, em caso de improcedência do
pedido, os interessados que não tiverem intervindo no processo como
litisconsortes poderão propor ação de indenização a título individual.
§ 3. Os efeitos da coisa julgada de que cuida o art. 16, combinado com
o art. 13 da Lei n 7.347, de 24 de julho de 1985, não prejudicarão as
ações de indenização por danos pessoalmente sofridos, propostas
individualmente ou na forma prevista neste código, mas, se procedente
o pedido, beneficiarão as vítimas e seus sucessores, que poderão
proceder à liquidação e à execução, nos termos dos arts. 96 a 99.

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Art. 104. As ações coletivas, previstas nos incisos I e II e do parágrafo único


do art. 81, não induzem litispendência para as ações individuais, mas os
efeitos da coisa julgada, erga omnes ou ultra partes, a que aludem os incisos
II e III do artigo anterior não beneficiarão os autores das ações individuais,

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se não for requerida sua suspensão no prazo de trinta dias, a contar da ciência
nos autos do ajuizamento da ação coletiva.

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QUESTÕES PARA TREINO

1) Eloá procurou o renomado Estúdio Max para tratamento de restauração


dos fios do cabelo, que entendia muito danificados pelo uso de químicas
capilares. A proposta do profissional empregado do estabelecimento foi a
aplicação de determinado produto que acabara de chegar ao mercado, da
marca mundialmente conhecida Ops, que promovia uma amostragem
inaugural do produto em questão no próprio Estúdio Max. Eloá ficou satisfeita
com o resultado da aplicação pelo profissional no estabelecimento, mas, nos
dias que se seguiram, observou a queda e a quebra de muitos fios de cabelo,
o que foi aumentando progressivamente. Retornando ao Estúdio, o
funcionário que a havia atendido informou-lhe que poderia ter ocorrido reação
química com outro produto utilizado por Eloá anteriormente ao tratamento,
levando aos efeitos descritos pela consumidora, embora o produto da marca
Ops não apontasse contraindicações.
Eloá procurou você como advogado(a), narrando essa situação. Neste caso,
assinale a opção que apresenta sua orientação.
A) Há evidente fato do serviço executado pelo profissional, cabendo ao
Estúdio Max e ao fabricante do produto da marca Ops, em
responsabilidade solidária, responderem pelos danos suportados pela
consumidora.
B) Há evidente fato do produto; por esse motivo, a ação judicial poderá
ser proposta apenas em face da fabricante do produto da marca Ops,
não havendo responsabilidade solidária do comerciante Estúdio Max.
C) Há evidente fato do serviço, o que vincula a responsabilidade civil
subjetiva exclusiva do profissional que sugeriu e aplicou o produto, com
base na teoria do risco da atividade, excluindo-se a responsabilidade
do Estúdio Max.
D) Há evidente vício do produto, sendo a responsabilidade objetiva
decorrente do acidente de consumo atribuída ao fabricante do produto
da marca Ops e, em caráter subsidiário, ao Estúdio Max e ao
profissional , e não do profissional que aplicou o produto.

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2) Antônio é deficiente visual e precisa do auxílio de amigos ou familiares


para compreender diversas questões da vida cotidiana, como as contas de
despesas da casa e outras questões de rotina. Pensando nessa dificuldade,
Antônio procura você, como advogado(a), para orientá-lo a respeito dos
direitos dos deficientes visuais nas relações de consumo.
Nesse sentido, assinale a afirmativa correta.
A) O consumidor poderá solicitar às fornecedoras de serviços, em razão
de sua deficiência visual, o envio das faturas das contas detalhadas em
Braille.
B) As informações sobre os riscos que o produto apresenta, por sua
própria natureza, devem ser prestadas em formatos acessíveis
somente às pessoas que apresentem deficiência visual.
C) A impossibilidade operacional impede que a informação de serviços
seja ofertada em formatos acessíveis, considerando a diversidade de
deficiências, o que justifica a dispensa de tal obrigatoriedade por
expressa determinação legal.
D) O consumidor poderá solicitar as faturas em Braille, mas bastará
ser indicado o preço, dispensando-se outras informações, por expressa
disposição legal.

3) O Ministério Público ajuizou ação coletiva em face de Vaquinha Laticínios,


em função do descumprimento de normas para o transporte de alimentos
lácteos. A sentença condenou a ré ao pagamento de indenização a ser
revertida em favor de um fundo específico, bem como a indenizar os
consumidores genericamente considerados, além de determinar a publicação
da parte dispositiva da sentença em jornais de grande circulação, a fim de
que os consumidores tomassem ciência do ato judicial. João, leitor de um dos
jornais, procurou você como advogado(a) para saber de seus direitos, uma
vez que era consumidor daqueles produtos.
Nesse caso, à luz do Código do Consumidor, trata-se de hipótese
A) de interesse difuso; por esse motivo, as indenizações pelos prejuízos
individuais de João perderão preferência no concurso de crédito frente

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às condenações decorrentes das ações civis públicas derivadas do


mesmo evento danoso.
B) de interesses individuais homogêneos; nesses casos, tem-se, por
inviável, a liquidação e execução individual, devendo João aguardar
que o Ministério Público, autor da ação, receba a verba indenizatória
genérica para, então, habilitar-se como interessado junto ao referido
órgão.
C) de interesses coletivos; em razão disso, João poderá liquidar e
executar a sentença individualmente, mas o mesmo direito não poderia
ser exercido por seus sucessores, sendo inviável a sucessão processual
na hipótese.
D) de interesses individuais homogêneos; João pode, em legitimidade
originária ou por seus sucessores, por meio de processo de liquidação,
provar a existência do seu dano pessoal e do nexo causal, a fim de
quantificá-lo e promover a execução.

4) O posto de gasolina X foi demandado pelo Ministério Público devido à


venda de óleo diesel com adulterações em sua fórmula, em desacordo com
as especificações da Agência Nacional de Petróleo (ANP). Trata-se de relação
de consumo e de dano coletivo, que gerou sentença condenatória.
Você foi procurado(a), como advogado(a), por um consumidor que adquiriu
óleo diesel adulterado no posto de gasolina X, para orientá-lo.
Assinale a opção que contém a correta orientação a ser prestada ao cliente.
A) Cuida-se de interesse individual homogêneo, bastando que, diante
da sentença condenatória genérica, o consumidor liquide e execute
individualmente, ou, ainda, habilite-se em execução coletiva, para
definir o quantum debeatur.
B) Deverá o consumidor se habilitar no processo de conhecimento
nessa qualidade, sendo esse requisito indispensável para fazer jus ao
recebimento de indenização, de caráter condenatória a decisão judicial.

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DIREITO DO CONSUMIDOR
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C) Cuida-se de interesse difuso, afastando a possibilidade de o


consumidor ter atuado como litisconsorte e sendo permitida apenas a
execução coletiva.
D) Deverão os consumidores individuais ingressar com medidas
autônomas, distribuídas por conexão à ação civil pública originária, na
medida em que o montante indenizatório da sentença condenatória da
ação coletiva será integralmente revertido em favor do Fundo de
Reconstituição de Bens Lesados.

5) A Construtora X instalou um estande de vendas em um shopping center


da cidade, apresentando folder de empreendimento imobiliário de dez
edifícios residenciais com área comum que incluía churrasqueira, espaço
gourmet, salão de festas, parquinho infantil, academia e piscina. A proposta
fez tanto sucesso que, em apenas um mês, foram firmados contratos de
compra e venda da integralidade das unidades. A Construtora X somente
realizou a entrega dois anos após o prazo originário de entrega dos imóveis
e sem pagamento de qualquer verba pela mora, visto que o contrato previa
exclusão de cláusula penal, e também deixou de entregar a área comum de
lazer que constava do folder.
Nesse caso, à luz do Código de Defesa do Consumidor, cabe
A) ação individual ou coletiva, em razão da propaganda enganosa
evidenciada pela ausência da entrega da parte comum indicada no
folder de venda.
B) ação individual ou coletiva, em busca de ressarcimento decorrente
da demora na entrega; contudo, não se configura, na hipótese,
propaganda enganosa, mas apenas inadimplemento contratual, sendo
viável a exclusão da cláusula penal.
C) ação coletiva, somente, haja vista que cada adquirente,
individualmente, não possui interesse processual decorrente da
propaganda enganosa.
D) ação individual ou coletiva, a fim de buscar tutela declaratória de
nulidade do contrato, inválido de pleno direito por conter cláusula
abusiva que fixou impedimento de qualquer cláusula penal.

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DIREITO DO CONSUMIDOR
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6) João da Silva, idoso, ingressou com ação judicial para revisão de valores
de reajuste do plano de saúde, contratado na modalidade individual. Alega
que houve alteração do valor em decorrência da mudança de faixa etária, o
que entende abusivo. Ao entrar em contato com a fornecedora, foi informado
que o reajuste atendeu ao disposto pela agência reguladora, que é um órgão
governamental, e que o reajuste seria adequado.
Sobre o reajuste da mensalidade do plano de saúde de João, de acordo com
entendimento do STJ firmado em Tema de Recurso Repetitivo, bem como à
luz do Código do Consumidor, assinale a afirmativa correta.
A) Somente seria possível se o plano fosse coletivo, mesmo que isso
não estivesse previsto em contrato, mas se encontrasse em acordo
com percentual que não seja desarrazoado ou aleatório, portanto, não
sendo abusivo.
B) Poderia ser alterado por se tratar de plano individual, mesmo que
em razão da faixa etária, desde que previsto em contrato, observasse
as normas dos órgãos governamentais reguladores e o percentual não
fosse desarrazoado, o que tornaria a prática abusiva.
C) É possível o reajuste, ainda que em razão da faixa etária, sendo
coletivo ou individual, mesmo que não previsto em contrato e em
percentual que não onere excessivamente o consumidor ou discrimine
o idoso.
D) Não poderia ter sido realizado em razão de mudança de faixa etária,
mesmo se tratando de plano individual, sendo correto o reajuste
apenas com base na inflação, não havendo interferência do órgão
governamental regulador nesse tema.

7) Dora levou seu cavalo de raça para banho, escovação e cuidados


específicos nos cascos, a ser realizado pelos profissionais da Hípica X.
Algumas horas depois de o animal ter sido deixado no local, a fornecedora do
serviço entrou em contato com Dora para informar-lhe que, durante o
tratamento, o cavalo apresentou sinais de doença cardíaca. Já era sabido por
Dora que os equipamentos utilizados poderiam causar estresse no animal.

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DIREITO DO CONSUMIDOR
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Foi chamado o médico veterinário da própria Hípica X, mas o cavalo faleceu


no dia seguinte. Dora, que conhecia a pré-existência da doença do animal,
ingressou com ação judicial em face da Hípica X pleiteando reparação pelos
danos morais suportados, em decorrência do ocorrido durante o tratamento
de higiene.
Nesse caso, à luz do Código de Defesa do Consumidor (CDC), é correto
afirmar que a Hípica X
A) não poderá ser responsabilizada se provar que a conduta no
procedimento de higiene foi adequada, seguindo padrões fixados pelos
órgão competentes, e que a doença do animal que o levou a óbito era
pré-existente ao procedimento de higienização do animal.
B) poderá ser responsabilizada em razão de o evento deflagrador da
identificação da doença do animal ter ocorrido durante a sua
higienização, ainda que se comprove ser pré-existente a doença e que
tenham sido seguidos os padrões fixados por órgãos competentes para
o procedimento de higienização, pois o nexo causal resta presumido na
hipótese.
C) não poderá ser responsabilizada somente se provar que prestou os
primeiros socorros, pois a pre-existência da doença não inibiria a
responsabilidade civil objetiva dos fornecedores do serviço; somente a
conduta de chamar atendimento médico foi capaz de desconstruir o
nexo causal entre o procedimento de higiene e o evento do óbito.
D) poderá ser responsabilizada em solidariedade com o profissional
veterinário, pois os serviços foram prestados por ambos os
fornecedores, em responsabilidade objetiva, mesmo que Dora
comprove que o procedimento de higienização do cavalo tenha
potencializado o evento que levou ao óbito do animal, ainda que
seguidos os padrões estipulados pelos órgãos competentes.

8) Osvaldo adquiriu um veículo zero quilômetro e, ao chegar a casa, verificou


que, no painel do veículo, foi acionada a indicação de problema no nível de
óleo. Ao abrir o capô, constatou sujeira de óleo em toda a área. Osvaldo
voltou imediatamente à concessionária, que realizou uma rigorosa avaliação

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DIREITO DO CONSUMIDOR
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do veículo e constatou que havia uma rachadura na estrutura do motor, que,


por isso, deveria ser trocado. Oswaldo solicitou um novo veículo, aduzindo
que optou pela aquisição de um zero quilômetro por buscar um carro que
tivesse toda a sua estrutura “de fábrica”.

A concessionária se negou a efetuar a troca ou devolver o dinheiro, alegando


que isso não descaracterizaria o veículo como novo e que o custo financeiro
de faturamento e outras medidas administrativas eram altas, não
justificando, por aquele motivo, o desfazimento do negócio.
No mesmo dia, Osvaldo procura você, como advogado, para orientá-lo.
Assinale a opção que apresenta a orientação dada.
A) Cuida-se de vício do produto, e a concessionária dispõe de até trinta
dias para providenciar o reparo, fase que, ordinariamente, deve
preceder o direito do consumidor de pleitear a troca do veículo.
B) Trata-se de fato do produto, e o consumidor sempre pode exigir a
imediata restituição da quantia paga, sem prejuízo de pleitear perdas
e danos em juízo.
C) Há evidente vício do produto, sendo subsidiária a responsabilidade
da concessionária, devendo o consumidor ajuizar a ação de indenização
por danos materiais em face do fabricante.
D) Trata-se de fato do produto, e o consumidor não tem interesse de
agir, pois está no curso do prazo para o fornecedor sanar o defeito.

9) Alvina, condômina de um edifício residencial, ingressou com ação para


reparação de danos, aduzindo falha na prestação dos serviços de
modernização dos elevadores. Narrou ser moradora do 10º andar e que
hospedou parentes durante o período dos festejos de fim de ano. Alegou que
o serviço nos elevadores estava previsto para ser concluído em duas
semanas, mas atrasou mais de seis semanas, o que implicou falta de
elevadores durante o período em que recebeu seus hóspedes, fazendo com
que seus convidados, todos idosos, tivessem que utilizar as escadas, o que
gerou transtornos e dificuldades, já que os hóspedes deixaram de fazer
passeios e outras atividades turísticas diante das dificuldades de acesso.

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DIREITO DO CONSUMIDOR
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Sentindo-se constrangida e tendo que alterar todo o planejamento de


atividades para o período, Alvina afirmou ter sofrido danos extrapatrimoniais
decorrentes da mora do fornecedor de serviço, que, ainda que regularmente
notificado pelo condomínio, quedou-se inerte e não apresentou qualquer
justificativa que impedisse o cumprimento da obrigação de forma tempestiva.
Diante da situação apresentada, assinale a afirmativa correta.
A) Existe relação de consumo apenas entre o condomínio e o
fornecedor de serviço, não tendo Alvina legitimidade para ingressar
com ação indenizatória, por estar excluída da cadeia da relação
consumerista.
B) Inexiste relação consumerista na hipótese, e sim relação contratual
regida pelo Código Civil, tendo a multa contratual pelo atraso na
execução do serviço cunho indenizatório, que deve servir a todos os
condôminos e não a Alvina, individualmente.
C) Existe relação de consumo, mas não cabe ação individual, e sim a
perpetrada por todos os condôminos, em litisconsórcio, tendo como
objeto apenas a cobrança de multa contratual e indenização coletiva.
D) Existe relação de consumo entre a condômina e o fornecedor, com
base da teoria finalista, podendo Alvina ingressar individualmente com
a ação indenizatória, já que é destinatária final e quem sofreu os danos
narrados.

10) Maria compareceu à loja Bela, que integra rede de franquias de produtos
de beleza e cuidados com a pele. A vendedora ofereceu a Maria a
possibilidade de experimentar gratuitamente o produto na própria loja, sendo
questionada pela cliente se esta poderia fazer uso com quadro de acne em
erupção e inflamada, oportunidade em que a funcionária afirmou que sim.
Porém, imediatamente após a aplicação do produto, Maria sentiu ardência e
vermelhidão intensas, não o comprando. Logo após sair da loja, a situação
agravou-se, e Maria buscou imediato atendimento médico de emergência,
onde se constataram graves lesões na pele. Da leitura do rótulo obtido
através do site da loja, evidenciou-se erro da vendedora, que utilizou no rosto
da cliente produto contraindicado para o seu caso.

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DIREITO DO CONSUMIDOR
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Nessa situação, à luz do Código de Defesa do Consumidor e do entendimento


do Superior Tribunal de Justiça, é correto afirmar que
A) é objetiva a responsabilidade civil da vendedora que aplicou o
produto em Maria sem observar as contraindicações, afastando-se a
responsabilidade da empresa por culpa de terceiro.
B) a responsabilidade civil objetiva recai exclusivamente sobre a
franqueadora, a quem faculta-se ingressar com ação de regresso em
face da franqueada.
C) se a franqueadora for demandada judicialmente, não poderá invocar
denunciação da lide à franqueada, por se tratar de acidente de
consumo.
D) não há relação de consumo, uma vez que se tratou de hipótese de
amostra grátis, sem que tenha se materializado a relação de consumo,
em razão de o produto não ter sido comprado por Maria.

11) Adriano, por meio de um site especializado, efetuou reserva de hotel


para estada com sua família em praia caribenha. A reserva foi imediatamente
confirmada pelo site, um mês antes das suas férias, quando fariam a viagem.
Ocorre que, dez dias antes do embarque, o site especializado comunicou a
Adriano que o hotel havia informado o cancelamento da contratação por erro
no parcelamento com o cartão de crédito. Adriano, então, buscou nova
compra do serviço, mas os valores estavam cerca de 30% mais caros do que
na contratação inicial, com o qual anuiu por não ser mais possível alterar a
data de suas férias. Ao retornar de viagem, Adriano procurou você, como
advogado(a), a fim de saber se seria possível a restituição dessa diferença
de valores. Neste caso, é correto afirmar que o ressarcimento da diferença
arcada pelo consumidor
A) poderá ser buscado em face exclusivamente do hotel, fornecedor
que cancelou a contratação.
B) poderá ser buscado em face do site de viagens e do hotel, que
respondem solidariamente, por comporem a cadeia de fornecimento
do serviço.

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C) não poderá ser revisto, porque o consumidor tinha o dever de


confirmar a compra em sua fatura de cartão de crédito.
D) poderá ser revisto, sendo a responsabilidade exclusiva do site de
viagens, com base na teoria da aparência, respondendo o hotel apenas
subsidiariamente.

12) Petrônio, servidor público estadual aposentado, firmou, em um intervalo


de seis meses, três contratos de empréstimo consignado com duas
instituições bancárias diferentes, comprometendo 70% (setenta por cento)
do valor de aposentadoria recebido mensalmente, o que está prejudicando
seu sustento, já que não possui outra fonte de renda. Petrônio procura
orientação de um advogado para saber se há possibilidade de corrigir o que
alega ter sido um engano de contratação de empréstimos sucessivos.
Partindo dessa situação, à luz do entendimento do Superior Tribunal de
Justiça, assinale a afirmativa correta.
A) Não há abusividade na realização de descontos superiores a 50%
(cinquenta por cento) dos rendimentos do consumidor para fins de
pagamento de prestação dos empréstimos quando se tratar de
contratos firmados com fornecedores diferentes, como no caso
narrado.
B) O consumidor não pode ser submetido à condição de desequilíbrio
na relação jurídica, sendo nulas de pleno direito as cláusulas
contratuais do contrato no momento em que os descontos ultrapassam
metade da aposentadoria do consumidor.
C) Os descontos a título de crédito consignado, incidentes sobre os
proventos de servidores, como é o caso de Petrônio, devem ser
limitados a 30% (trinta por cento) da remuneração, em razão da sua
natureza alimentar e do mínimo existencial.
D) Tratando-se de consumidor hipervulnerável pelo fator etário, os
contratos dependem de anuência de familiar, que deve assinar

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conjuntamente ao idoso, não podendo comprometer mais do que 20%


(vinte por cento) do valor recebido a título de aposentadoria.

GABARITO:
1) A 2) A 3) D 4) A 5) A 6) B 7) A 8) A 9) D
10) C 11) B 12) C

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PARABÉNS PELO EMPENHO!

A FAMÍLIA QUE MAIS APROVA NO BRASIL!

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