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CARREIRAS

JURÍDICAS

CARREIRAS JURÍDICAS

DIREITO DO
CONSUMIDOR
CAPÍTULO 10
CAPÍTULOS

Capítulo 1 – Natureza e fonte de suas regras. Características e



Princípios..

Capítulo 2 – Dos Direitos do Consumidor no CDC. 

Capítulo 3 – Da Qualidade de Produtos e Serviços, da Prevenção e da



Reparação de Danos.

Capítulo 4 – Das Práticas Comerciais. 

Capítulo 5 – Da Proteção Contratual. 

Capítulo 6 – Das Sanções Administrativas. 

Capítulo 7 – Das Infrações Penais. 

Capítulo 8 – Da Defesa do Consumidor em Juízo. 

Capítulo 9 – Do Sistema Nacional de Defesa do Consumidor. 

Capítulo 10 (você está aqui!) – Da Convenção Coletiva de 


Consumo.

1
SOBRE ESTE CAPÍTULO

Estamos chegando ao nosso décimo capítulo. Hoje iremos tratar acerca do tema “Convenção

Coletiva de Consumo”, tema esse com previsão legal no artigo 107 do Código de Defesa do
Consumidor.

A matéria é simples por demais, não merecendo grandes discussões já que seu conteúdo legal

é bastante limitado, sendo um artigo com mais três parágrafos.

Observamos ainda que há um número razoável de questões em certames recentes que


abordaram o tema, razão pela qual recomenda-se ao aluno que conheça as características chaves

da matéria que trouxemos nesse capítulo para que não seja surpreendido durante a prova.

2
SUMÁRIO

DIREITO DO CONSUMIDOR................................................................................................................... 4

Capítulo 10 ................................................................................................................................................ 4

10. Convenção Coletiva de Consumo ................................................................................................. 4

10.1 Conceito .................................................................................................................................................................... 4

10.2 Obrigatoriedade..................................................................................................................................................... 7

10.3 Disposições Finais .............................................................................................................................................. 10

10.3.1 Alterações Legislativas ..................................................................................................................................... 10

10.3.2 Vacatio Legis ........................................................................................................................................................ 12

QUADRO SINÓTICO .............................................................................................................................. 13

QUESTÕES COMENTADAS ................................................................................................................... 14

GABARITO ............................................................................................................................................... 23

QUESTÃO DESAFIO ................................................................................................................................ 24

GABARITO QUESTÃO DESAFIO ........................................................................................................... 25

LEGISLAÇÃO COMPILADA .................................................................................................................... 28

JURISPRUDÊNCIA................................................................................................................................... 29

MAPA MENTAL ...................................................................................................................................... 30

REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS .......................................................................................................... 31

3
DIREITO DO CONSUMIDOR

Capítulo 10

10. Convenção Coletiva de Consumo

10.1 Conceito

A convenção coletiva de consumo constitui o instrumento jurídico através do qual os


entes legitimados, quais sejam as entidades civis de consumidores e as associações de
fornecedores ou sindicatos que os representam acordam de forma escrita sobre aspectos

concernentes a produtos e serviços, podendo também pactuar a solução de conflitos


judicializados ou não1.

Nas palavras de Leonardo Garcia, convenção coletiva de consumo é a “possibilidade

entidades civis de consumidores e as associações de fornecedores ou sindicatos de categoria


econômica regularem certas condições para relações de consumo2”.

Estão previstas no art. 107 do Código de Defesa do Consumidor:

Art. 107. As entidades civis de consumidores e as associações de fornecedores ou


sindicatos de categoria econômica podem regular, por convenção escrita, relações de

consumo que tenham por objeto estabelecer condições relativas ao preço, à qualidade, à
quantidade, à garantia e características de produtos e serviços, bem como à reclamação

e composição do conflito de consumo3.

1
Fonte:
https://webcache.googleusercontent.com/search?q=cache:npx1qNFS5mEJ:https://portalseer.ufba.br/index.php/CEPEJ/article/d
ownload/22341/14412+&cd=3&hl=pt-BR&ct=clnk&gl=br
2
Questão 03 e 04
3
Questão 01
4
§ 1º A convenção tornar-se-á obrigatória a partir do registro do instrumento no cartório
de títulos e documentos.

§ 2º A convenção somente obrigará os filiados às entidades signatárias.

§ 3º Não se exime de cumprir a convenção o fornecedor que se desligar da entidade em

data posterior ao registro do instrumento.

(VUNESP - São Bernardo do Campo - SP - Procurador - 2018) "Entidades públicas e civis e


fornecedores podem regular, por convenção escrita, relações de consumo com objetivo de

estabelecer as condições dos produtos colocados no mercado."

Gabarito: A afirmativa está errada. As entidades públicas não estão previstas no art. 107 do CDC.

(CESPE - MPE-PI - Promotor de Justiça - Pl/2012 - Adaptada)

- "As convenções coletivas de consumo devem ser propostas pelo MP às associações de


fornecedores e aos órgãos de defesa do consumidor."

Gabarito: A afirmativa está errada.

- "As convenções coletivas de consumo podem ser celebradas entre entidades civis de
consumidores e sindicatos de categoria econômica, para estabelecer condições relativas a o

preço de produtos e serviços."

Gabarito: A afirmativa está correta.

5
- "As convenções coletivas de consumo não poderão ter por objeto o estabelecimento de

condições relativas à composição do conflito de consumo."

Gabarito: A afirmativa está errada.

Este tema foi cobrado no concurso de 2013, em uma prova discursiva para o cargo de Juiz de
Direito Substituto do TJDFT4. Veja a questão e o padrão resposta: Discorra sobre a convenção

coletiva de consumo, abordando os seguintes aspectos: i) conceito (0,20); ii) objeto e finalidade
do instituto (0,25); iii) possibilidade da previsão de restrição pontual de direitos e garantias

previstos no CDC (0,25); iv) a exigência de forma para a convenção e o início de sua eficácia
(0,20). *Utilização correta do idioma oficial e capacidade de exposição ‐ item 8.4 do edital

(0,10). PADRÃO DE RESPOSTA: i) Conceito: a convenção coletiva de consumo é um instrumento,


previsto no CDC (art. 107), que busca a antecipação de eventuais conflitos nas relações de
consumo, regulando sua solução e estabelecendo condições para a sua composição. Trata-se

de um meio de solução de conflitos coletivos, em que fornecedores e consumidores, por suas


entidades representativas, estabelecem, de forma antecipada, condições para certos elementos

da relação de consumo, que terão incidência nos contratos individuais que serão celebrados
(0,20). ii) Segundo dispõe o CDC, a convenção coletiva pode ter por objeto o estabelecimento

de condições relativas ao preço, à qualidade, à quantidade, à garantia e características de


produtos e serviços, bem como à reclamação e composição do conflito de consumo. A sua

finalidade precípua é a de buscar solucionar, de forma antecipada e coletiva, eventuais conflitos

http://www.cespe.unb.br/concursos/TJDFT_13_JUIZ/arquivos/DIREITO_DO_CONSUMIDOR_PADR__O_DE_RESPOSTAS_DEFINITI
VO.PDF
6
que possam advir dos contratos futuros, individualmente firmados entre os filiados às entidades

de representação signatárias da convenção (0,25). iii) Os direitos e garantias previstos no CDC


constituem normas regidas por princípios de ordem pública, de tal forma que não podem ser

suprimidos ou restringidos por força de ajuste entre as partes signatárias do instrumento


coletivo. A convenção coletiva de consumo não pode ter por objeto qualquer cláusula que

impeça ou importe em restrição, ainda que indireta, aos direitos previstos no CDC. Somente
pode haver, por meio da convenção, a ampliação das garantias e direitos, nunca a sua

diminuição (0,25). iv) Nos termos do que reza o artigo 107, caput, do CDC, exige-se que a
convenção coletiva observe, para a elaboração do instrumento respectivo, a forma escrita. Nos
termos do parágrafo primeiro do art. 107, a convenção se torna obrigatória, e, portanto, eficaz,

a partir do registro do instrumento em cartório de títulos e documentos (0,20).

Autores indicados na fundamentação: GRINOVER, Ada Pellegrini et al. Código brasileiro de


defesa do consumidor comentado pelos autores do anteprojeto. 6.ed. Rio de Janeiro: Forense

Universitária, 2000. RIZZATTO NUNES, Luiz Antônio. Comentários ao código de defesa do


consumidor. 6.ed. São Paulo: Saraiva, 2011. OLIVEIRA, James Eduardo. Código de defesa do

consumidor: anotado e comentado: doutrina e jurisprudência. São Paulo: Atlas, 2004.

10.2 Obrigatoriedade

A convenção tornar-se-á obrigatória a partir do registro do instrumento no cartório de

títulos e documentos (art. 107, §1º do Código de Defesa do Consumidor)5.

§ 1º A convenção tornar-se-á obrigatória a partir do registro do instrumento no cartório

de títulos e documentos.

Essa informação já foi alvo de questões, não tão recentes, mas que destacamos abaixo.

5
Questão 02 e 06
7
(CESPE - Defensor Público - AC/ 2012) "A convenção coletiva de consumo tornar-se-á
obrigatória imediatamente após a sua assinatura e o conhecimento pelas partes interessadas."

Gabarito: A afirmativa está errada

(CESPE - MPE-PI - Promotor de Justiça - Pl/2012) "As convenções coletivas de consumo

tornar-se-ão obrigatórias a partir de sua homologação perante o Departamento Nacional de

Defesa do Consumidor."

Gabarito: A afirmativa está errada.

Além do início da obrigatoriedade, o aluno deve saber que a convenção coletiva de


consumo somente obrigará os filiados às entidades dela signatária 6. É essa a previsão do

parágrafo segundo.

§ 2º A convenção somente obrigará os filiados às entidades signatárias.

6
Questão 07
8
(FCC - Defensor Público - PB/2014) "A convenção coletiva de consumo obriga todos os

fornecedores de determinada categoria ou classe, desde que sediados ou atuantes na área de

atribuição territorial da associação ou sindicato signatário."

Gabarito: A afirmativa está errada.

(CESP - MPE-PI - Promotor de Justiça - Pl/2012) "As convenções coletivas de consumo o

brigam todos os fornecedores que pertençam à mesma categoria econômica tratada no

instrumento, independentemente de estarem, ou não, filiadas a qualquer entidade signatária ."

Gabarito: A afirmativa está errada.

Há ainda uma terceira regra que advém da obrigatoriedade, dessa vez prevista no

parágrafo terceiro, vejamos.

§ 3º Não se exime de cumprir a convenção o fornecedor que se desligar da entidade em

data posterior ao registro do instrumento.7

7
Questão 05
9
10.3 Disposições Finais

10.3.1 Alterações Legislativas

Além dos dispositivos legais que regulam a legislação consumerista, o Código de

Defesa do Consumidor ainda trouxe em suas disposições finais, diversos acréscimos e

alterações legislativas na Lei nº 7.347/85 – Lei de Ação Civil Pública.

Com certeza o aluno estudará esses dispositivos com profundidade na disciplina de

Direito Coletivos, entretanto, somente a título de informação, veremos abaixo todos ele,

posto que foram inseridos em nosso ordenamento por meio da vigência do Código de

Defesa do Consumidor.

Art. 110. Acrescente-se o seguinte inciso IV ao art. 1° da Lei n° 7.347, de 24 de julho de


1985:

"IV - a qualquer outro interesse difuso ou coletivo".

Art. 111. O inciso II do art. 5° da Lei n° 7.347, de 24 de julho de 1985, passa a ter a
seguinte redação:

"II - inclua, entre suas finalidades institucionais, a proteção ao meio ambiente, ao


consumidor, ao patrimônio artístico, estético, histórico, turístico e paisagístico, ou a
qualquer outro interesse difuso ou coletivo".

Art. 112. O § 3° do art. 5° da Lei n° 7.347, de 24 de julho de 1985, passa a ter a seguinte
redação:

"§ 3° Em caso de desistência infundada ou abandono da ação por associação legitimada,

o Ministério Público ou outro legitimado assumirá a titularidade ativa".

10
Art. 113. Acrescente-se os seguintes §§ 4°, 5° e 6° ao art. 5º. da Lei n.° 7.347, de 24 de
julho de 1985:

"§ 4.° O requisito da pré-constituição poderá ser dispensado pelo juiz, quando haja

manifesto interesse social evidenciado pela dimensão ou característica do dano, ou pela


relevância do bem jurídico a ser protegido.

§ 5.° Admitir-se-á o litisconsórcio facultativo entre os Ministérios Públicos da União, do

Distrito Federal e dos Estados na defesa dos interesses e direitos de que cuida esta lei.

§ 6° Os órgãos públicos legitimados poderão tomar dos interessados compromisso de


ajustamento de sua conduta às exigências legais, mediante combinações, que terá eficácia

de título executivo extrajudicial".

Art. 114. O art. 15 da Lei n° 7.347, de 24 de julho de 1985, passa a ter a seguinte redação:

"Art. 15. Decorridos sessenta dias do trânsito em julgado da sentença condenatória, sem

que a associação autora lhe promova a execução, deverá fazê-lo o Ministério Público,
facultada igual iniciativa aos demais legitimados".

Art. 115. Suprima-se o caput do art. 17 da Lei n° 7.347, de 24 de julho de 1985, passando

o parágrafo único a constituir o caput, com a seguinte redação:

“Art. 17. “Art. 17. Em caso de litigância de má-fé, a associação autora e os diretores
responsáveis pela propositura da ação serão solidariamente condenados em honorários

advocatícios e ao décuplo das custas, sem prejuízo da responsabilidade por perdas e


danos”.

Art. 116. Dê-se a seguinte redação ao art. 18 da Lei n° 7.347, de 24 de julho de 1985:

"Art. 18. Nas ações de que trata esta lei, não haverá adiantamento de custas,

emolumentos, honorários periciais e quaisquer outras despesas, nem condenação da


associação autora, salvo comprovada má-fé, em honorários de advogado, custas e

despesas processuais".

11
Art. 117. Acrescente-se à Lei n° 7.347, de 24 de julho de 1985, o seguinte dispositivo,
renumerando-se os seguintes:

"Art. 21. Aplicam-se à defesa dos direitos e interesses difusos, coletivos e individuais, no

que for cabível, os dispositivos do Título III da lei que instituiu o Código de Defesa do

Consumidor".

10.3.2 Vacatio Legis

Por fim, destacamos a opção do legislador que trouxe o artigo 118 do Código de

Defesa do Consumidor e apresentou o prazo de 180 (cento e oitenta) dias para o início

de vigência a contar da data da publicação da Lei.

Art. 118. Este código entrará em vigor dentro de cento e oitenta dias a contar de sua

publicação.

12
QUADRO SINÓTICO

Conceito: é um instrumento, previsto no CDC (art. 107), que busca


a antecipação de eventuais conflitos nas relações de consumo,
regulando sua solução e estabelecendo condições para a sua
composição. Trata-se de um meio de solução de conflitos
coletivos, em que fornecedores e consumidores, por suas
entidades representativas, estabelecem, de forma antecipada,
condições para certos elementos da relação de consumo, que
terão incidência nos contratos individuais que serão celebrados.
Objeto: “estabelecer condições relativas ao preço, à qualidade, à
Convenção Coletiva
quantidade, à garantia e características de produtos e serviços,
de Consumo
bem como à reclamação e composição do conflito de consumo”.
Legitimados: Entidades civis de consumidores e as associações de
fornecedores ou sindicatos de categoria econômica.
Início da Obrigatoriedade: É obrigatória a partir do registro do
instrumento no cartório de títulos e documentos.
Extensão da Obrigatoriedade: A convenção somente obrigará os
filiados às entidades signatárias. Não se exime de cumprir a
convenção o fornecedor que se desligar da entidade em data
posterior ao registro do instrumento.

13
QUESTÕES COMENTADAS

Questão 1

(VUNESP – DPE-RO – Defensor Público – 2017) Sobre a Convenção Coletiva de Consumo, é

correto afirmar que

A) formalizada a convenção, essa se torna obrigatória assim que todos os participantes tomem
ciência de seu conteúdo de forma inequívoca, independentemente de registro em cartório.

B) se exime de cumprir a convenção o fornecedor que se desligar da entidade em data posterior


ao registro do instrumento.

C) as entidades civis de consumidores e as associações de fornecedores ou sindicatos de


categoria econômica são os órgãos legitimados pela lei para regular preço, qualidade,

quantidade, garantia e características de produtos e serviços, bem como reclamação e


composição do conflito de consumo.

D) pode ser feita verbalmente, pelo Ministério Público e Defensoria Pública, e têm como objeto

condições relativas ao preço, à qualidade, à quantidade, à garantia e características de produtos


e serviços.

E) uma vez formalizada, e adotados todos os procedimentos corretos para sua validade, ela se

torna eficaz erga omnes.

Comentário:

A alternativa “A” está errada, já que está com contrariedade com o artigo 107, §1º do CDC. A

obrigatoriedade da convenção inicia-se com o registro do instrumento no cartório:

Art. 107, § 1º, CDC: “A convenção tornar-se-á obrigatória a partir do registro do instrumento
no cartório de títulos e documentos”.
14
A alternativa “B” também está errada, já que contradiz o artigo 107, §3 do CDC.

Art. 107, §3º, CDC: “Não se exime de cumprir a convenção o fornecedor que se desligar da
entidade em data posterior ao registro do instrumento”.

A alternativa “C” é o nosso gabarito, posto que reproduz o descrito no artigo 107 do CDC.

Já a alternativa “D” contém dois erros. O primeiro diz respeito aos legitimados para regular a

convenção coletiva. Não consta no rol do artigo 107 do CDC o Ministério Público e a Defensoria
Pública. Além disso, quanto ao modo, o mesmo artigo diz que a convenção será escrita a não

verbal.

Por fim, a alternativa “E” está equivocada, já que os efeitos da convenção coletiva não será erga
omnes, mas trará efeitos somente aos filiados, conforme relata o artigo 107, §2º do CDC:

Art. 107, § 2° A convenção somente obrigará os filiados às entidades signatárias.

Questão 2

(MPE-SP – Promotor de Justiça Substituto – 2019) A respeito da convenção coletiva de


consumo, assinale a alternativa INCORRETA.

A) Tornar-se-á obrigatória a partir da homologação pelo órgão do Ministério Público com

atribuição.

B) Pode regular as relações de consumo, envolvendo condições relativas ao preço, à qualidade,


à quantidade, à garantia e características de produtos e serviços.

C) Pode ser firmada entre as entidades civis de consumidores e as associações de fornecedores


ou sindicatos de categoria econômica.

D) Pode dispor sobre a forma de reclamação e de composição do conflito de consumo.

E) Somente obrigará os filiados às entidades signatárias.

15
Comentário:

A alternativa “A” está errada, já que está com contrariedade com o artigo 107, §1º do CDC. A
obrigatoriedade da convenção inicia-se com o registro do instrumento no cartório e não com

homologação do MP.

Art. 107, § 1º, CDC: “A convenção tornar-se-á obrigatória a partir do registro do instrumento
no cartório de títulos e documentos”.

Portanto, como a questão está pedindo para marcarmos a alternativa incorreta, nosso gabarito

é a letra “A”.

Todas as demais alternativas estão corretas.

Questão 3

(FCC – DPE-AP – Defensor Público – 2018) Sobre a convenção coletiva de consumo, o Código

de Defesa do Consumidor dispõe expressamente que

A) a convenção não obriga somente os filiados às entidades signatárias.

B) torna-se obrigatória desde a sua assinatura, independentemente do registro no cartório de

títulos e documentos.

C) não é permitida a regulação escrita em convenção que diga respeito a relações de consumo
que tenham por objeto estabelecer condições relativas à quantidade de produtos ou serviços.

D) não é permitida a regulação escrita em convenção que diga respeito a relações de consumo

que tenham por objeto estabelecer condições relativas a preços de produtos ou serviços.

E) a regulação por convenção coletiva de consumo é permitida para entidades civis de


consumidores, as associações de fornecedores ou sindicatos de categoria econômica.

16
Comentário:

A alternativa “A” está errada, vejamos:

Art. 107, § 2° A convenção somente obrigará os filiados às entidades signatárias.

A alternativa “B” está errada, já que está com contrariedade com o artigo 107, §1º do CDC. A
obrigatoriedade da convenção inicia-se com o registro do instrumento no cartório:

Art. 107, § 1º, CDC: “A convenção tornar-se-á obrigatória a partir do registro do instrumento

no cartório de títulos e documentos”.

As alternativas “C” e “D” estão erradas, já que dizem ser proibidas a regulação de matérias que
estão no escopo da convenção coletiva de consumo, no corpo do artigo 107 do CDC.

A alternativa “E” está correta, já que reproduz os legitimados para elaborar a convenção
coletiva de consumo.

Art. 107 – “As entidades civis de consumidores e as associações de fornecedores ou sindicatos

de categoria econômica podem regular, por convenção escrita, relações de consumo que
tenham por objeto estabelecer condições relativas ao preço, à qualidade, à quantidade, à
garantia e características de produtos e serviços, bem como à reclamação e composição do
conflito de consumo”.

Questão 4

(CESPE/CEBRASPE – DPE-PE – Defensor Público – 2018) Conforme previsão expressa no CDC,


possuem legitimidade para firmar convenção coletiva de consumo apenas as

A) associações de fornecedores ou sindicato de categoria econômica e as entidades e os órgãos


da administração pública destinados à defesa dos direitos dos consumidores.

17
B) entidades públicas ou privadas destinadas à defesa dos direitos dos consumidores, as

associações de fornecedores e os sindicatos de categoria econômica.

C) entidades civis de consumidores e seus respectivos filiados.

D) entidades civis representativas de consumidores e as associações de fornecedores ou

sindicatos de categoria econômica.

E) associações de fornecedores ou sindicatos de categoria econômica, o Ministério Público e a


Defensoria Pública.

Comentário:

A alternativa “A” está errada, já que os órgãos da administração pública não são legitimados.

A alternativa “B” está errada posto que o termo “entidades públicas ou privadas” não condiz
com o artigo 107 do CDC.

A alternativa “C” está errada já que os filiados das entidades civis de consumidores não são

legitimados.

A alternativa “D” está correta e é nosso gabarito.

Por fim, a alternativa “E” também está errada, já que o Ministério Público e a Defensoria Pública
não são legitimados.

Questão 5

(FCC – DPE-MA – Defensor Público – 2018) Em relação à convenção coletiva de consumo,


prevista no Código de Defesa do Consumidor, é correto afirmar:

18
A) Desde que intermediada pelo Ministério Público, poderá ser realizada entre as entidades civis

de proteção do consumidor e as associações de fornecedores ou sindicato de categoria


econômica.

B) Não pode ter por objeto o preço dos produtos ou dos serviços, podendo ser previsto,

contudo, temas referentes à qualidade, à quantidade e garantida de bens ou serviços.

C) Sua forma, em regra, é escrita, mas pode decorrer de acordo verbal ou prática costumeira,
ocasião em que somente obrigará os fornecedores de serviço que formalmente manifestarem a

sua adesão.

D) Ela será extensível a todos os representantes da área econômica ou setor de fornecedores,


ainda que não tenham formalmente aderido ou não façam parte da associação de fornecedores

ou sindicato de categoria econômica.

E) O fornecedor que se desligar da entidade em data posterior ao registro do instrumento não


se exime de cumprir a convenção.

Comentário:

A alternativa “A” está errada, já que a lei não prevê a necessidade de intervenção do Ministério
Público.

A alternativa “B” também está errada. O preço dos produtos ou dos serviços pode ser objetiva

da convenção coletiva de consumo, conforme previsão no artigo 107, do CDC.

A alternativa “C” também não está correta. A convenção coletiva de consumo deverá ser na
modalidade escrita.

A alternativa “D” também está errada, já que a convenção coletiva de consumo não se estende

a quem não faça parte da associação, ficando sua obrigatoriedade limitada aos seus filiados.

A alternativa “E” é o nosso gabarito, já que reproduz o artigo 107, §3º do CDC:

19
§ 3° “Não se exime de cumprir a convenção o fornecedor que se desligar da entidade em data

posterior ao registro do instrumento”.

Questão 6

(CESPE/CEBRASPE – MPE-PI – Promotor de Justiça – 2019) Em relação ao Sistema Nacional


de Defesa do Consumidor (SNDC) e à convenção coletiva de consumo, julgue os itens a seguir.

I A convenção coletiva de consumo torna-se obrigatória a partir do registro desse instrumento


no cartório de títulos e documentos e somente obrigará os filiados às entidades signatárias.

II Compete ao Departamento de Proteção e Defesa do Consumidor do SNDC, entre outras


atribuições, requisitar à polícia judiciária a instauração de inquérito policial para a investigação

de delito contra consumidores.

III O SNDC é integrado exclusivamente por órgãos públicos.

Assinale a opção correta.

A) Apenas o item I está certo.

B) Apenas o item II está certo.

C) Apenas os itens I e III estão certos.

D) Apenas os itens II e III estão certos.

E) Todos os itens estão certos.

20
Comentário:

O item “I” está correto, por força dos §§ 1º e 2º do art. 107 do CDC:

§ 1° A convenção tornar-se-á obrigatória a partir do registro do instrumento no cartório de


títulos e documentos.

§ 2° A convenção somente obrigará os filiados às entidades signatárias.

Os demais itens, além de estarem errado, dizem respeito a matéria que estudamos juntos no

capítulo anterior.

Assim, nosso gabarito é a letra “A”.

Questão 7

(CESPE/CEBRASPE – DPE-AC – Defensor Público – 2017) Em 18/1/2017, uma entidade civil de


consumidores celebrou, por escrito, com uma associação de fornecedores de certo produto,
convenção coletiva de consumo, com o objetivo de estabelecer condições relativas ao preço, à

garantia e à composição de conflitos de consumo, entre outros aspectos. O instrumento


pactuado foi registrado no cartório de títulos e documentos em 19/1/2017. Em fevereiro de

2017, um fornecedor se desligou da associação de fornecedores.

Considerando-se essa situação hipotética, a convenção celebrada

A) tornou-se obrigatória a partir do dia 18/1/2017.

B) é nula no que se refere à composição de conflitos de consumo

C) somente obrigará os filiados às entidades signatárias.

D) deixou de ser obrigatória ao fornecedor que se desligou.

E) é nula no que se refere à garantia de produto.

21
Comentário:

O gabarito de nossa questão é a letra “C”, já que reproduz o §2º do artigo 107 do CDC:

§ 2° A convenção somente obrigará os filiados às entidades signatárias .

22
GABARITO

Questão 1 - C

Questão 2 - A

Questão 3 - E

Questão 4 - D

Questão 5 - E

Questão 6 - A

Questão 7 - C

23
QUESTÃO DESAFIO

No que se refere a Convenção Coletiva de Consumo, o seu objeto


abrange condições relativas a quê? O fornecedor que se desliga da
entidade celebrada em data posterior ao registro do instrumento,
se exime de obedecer a seu conteúdo e dar-lhe cumprimento?
JustifiqueNo que se refere a Convenção Coletiva de Consumo, o
seu objeto abrange condições relativas a quê? O fornecedor que se
desliga da entidade celebrada em data posterior ao registro do
instrumento, se exime de obedecer a seu conteúdo e dar-lhe
cumprimento? Justifique

Responda em até 5 linhas

24
GABARITO QUESTÃO DESAFIO

A preço, qualidade, quantidade, garantia e características de produtos e serviços, bem

como reclamação e composição do conflito de consumo. Não, o Código estabelece ao


fornecedor, não sendo aplicável aos consumidores, que desfiliando-se de sua entidade,
ficam desobrigados do conteúdo da convenção.

Você deve ter abordado necessariamente os seguintes itens em sua resposta:

 Preço, Qualidade, Quantidade, Garantia, Características, Reclamação.

O objeto da aludida convenção, segundo Almeida (Fabricio Bolzan, 2020, pág. 1186),
abrange condições relativas:

 ■ ao preço;
 ■ à qualidade;
 ■ à quantidade;
 ■ à garantia;
 ■ às características de produtos e serviços;
 ■ à reclamação e composição do conflito de consumo.

A Convenção Coletiva de Consumo, somente obrigará os filiados às entidades signatárias


(art. 107, § 2º, do CDC) e tornar-se-á obrigatória a partir do registro do instrumento no cartório
de títulos e documentos (art. 107, § 1º, do CDC).

Diante disso, vejamos o que diz os parágrafos do Artigo 107 do CDC:

§ 1° A convenção tornar-se-á obrigatória a partir do registro do instrumento no cartório


de títulos e documentos.

§ 2° A convenção somente obrigará os filiados às entidades signatárias.

25
 Não; Art. 107, § 3º do CDC; Desobriga.

No que diz respeito ao DESLIGAMENTO DO FORNECEDOR, segundo Ada Pellegrini


Grinover (2019, pág. 1447), registrado o instrumento, prevê o § 3º que o fornecedor que se

desligar da entidade celebrante não se exime de obedecer a seu conteúdo e dar-lhe


cumprimento. Tal regra, pela sua literalidade e pela sistemática adotada pelo Código, obriga
somente o fornecedor, não sendo aplicável aos consumidores que, desfiliando-se de sua

entidade, ficam desobrigados do conteúdo da convenção.

A Convenção Coletiva de Consumo está prevista no art. 107 do CDC, que diz: “As
entidades civis de consumidores e as associações de fornecedores ou sindicatos de categoria
econômica podem regular, por convenção escrita, relações de consumo que tenham por objeto
estabelecer condições relativas ao preço, à qualidade, à quantidade, à garantia e características
de produtos e serviços, bem como à reclamação e composição do conflito de consumo”.

Cumpre destacar que não se exime de cumprir a convenção o fornecedor que se desligar
da entidade em data posterior ao registro do instrumento (art. 107, § 3º, do CDC). Diante disso,
vejamos:

§ 3° Não se exime de cumprir a convenção o fornecedor que se desligar da entidade em


data posterior ao registro do instrumento.

Além disso, sobre o tema mencionado, a jurisprudência segue com entendimento a


respeito:

RECURSOS DE AGRAVO INTERNO EM APELAÇÃO. DECISÃO MONOCRÁTICA DE SUSPENSÃO DO


JULGAMENTO ATÉ O DESFECHO DO IAC ADMITIDO NOS AUTOS DO Recurso Especial n°
1.799.343/SP COM O FIM DE DETERMINAR A JUSTIÇA COMPETENTE PARA JULGAMENTO DE
DEMANDAS RELATIVAS A CONTRATO DE PLANO DE SAÚDE ASSEGURADO EM CONTRATO DE
TRABALHO, ACORDO OU CONVENÇÃO COLETIVA. PARCIAL PROVIMENTO AOS AGRAVOS
INTERNOS. Suspensão não determinada pelo ministro relator. Reforma da decisão monocrática
que suspendeu o julgamento. Causa que versa sobre suposto direito de permanência em plano
de saúde coletivo empresarial firmado em Convenção Coletiva de Trabalho. Demanda
carecedora de pressuposto processual de constituição e validade do processo, consistente na
competência da Justiça Comum Estadual. Competência da justiça trabalhista. Incidência das

26
normas insertas no artigo 114, inciso I, da CR e no artigo 1º da Lei nº 8.984/95, o qual estabelece
ser da Justiça do Trabalho a competência para a interpretação das regras de Acordos Coletivos.
Precedentes do E. STJ. Forçoso reconhecer a incompetência absoluta desta Corte Estadual para
apreciação da causa, porquanto a discussão versa sobre o cumprimento de Convenção Coletiva
de Trabalho. Declínio de competência em favor da Justiça do Trabalho. Prejudicado o recurso
de apelação Autoral. AGRAVOS INTERNOS PARCIALMENTE PROVIDOS. Conclusões: Por
unanimidade de votos, declinou-se da competência, nos termos do voto do Relator. (TJ-RJ,
APELAÇÃO 0170697-56.2017.8.19.0001, Relator(a): DES. MURILO ANDRE KIELING CARDONA
PEREIRA, Publicado em: 18/11/2019)

27
LEGISLAÇÃO COMPILADA

Convenção Coletiva de Consumo:

 CDC: Art. 107.

28
JURISPRUDÊNCIA

Convenção Coletiva de Consumo

Não há jurisprudência recente e relevante acerca do tema.

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MAPA MENTAL

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REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS

ANDRADE, Adriano. MASSON, Cleber. ANDRADE, Landolfo. Interesses difusos e coletivos esquematizado. 7. ed.
Método: São Paulo, 2017.

BENJAMIN, Antônio. Comentários ao Código de Proteção do consumidor. Coord.: Juarez de Oliveira. São Paulo:
Saraiva, 1991, p. 52.

BRASIL. Lei nº. 8.078, de 11 de setembro de 1990. Código de Defesa do Consumidor. Dispõe sobre a proteção do
consumidor e dá outras providências. Disponível em: http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/Leis/L8078.htm;

GARCIA, Leonardo de Medeiros. Direito do Consumidor. 09. ed. Revisada, ampliada e atualizada, Juspodivm: 2015.

NUNES, Rizzatto. Curso de direito do consumidor. 12. ed. Saraiva Educação: São Paulo, 2018.

TARTUCE, Flávio. NEVES, Daniel Amorim Assumpção. Manual de direito do consumidor: direito material e
processual. 7. ed. Método: São Paulo, 2018.

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