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DIREITO DO
CONSUMIDOR
- Direitos do consumidor.
- Disposições gerais.
- Política Nacional de Relações de Consumo.
- Direitos básicos do consumidor.
(PONTO 1)
3
ªTURMA EXTENSIVA PARA
MAGISTRATURA ESTADUAL
DIREITO DO CONSUMIDOR
Direitos do consumidor. Disposições gerais.
Política Nacional de Relações de Consumo.
Direitos básicos do consumidor.
(PONTO 1)
#MegeExtensivo
Sumário
DIREITO DO CONSUMIDOR
1
Direitos do consumidor. Beatriz Fonteles
Disposições gerais.
Política Nacional de Relações de Consumo.
Direitos básicos do consumidor.
Caros alunos,
Damos as boas-vindas à nossa Turma Extensiva e à matéria de Direito do Consumidor!
Nesta primeira rodada, trataremos de pontos muito importantes, como as figuras da
relação de consumo e os Direitos do Consumidor. Apesar de a previsão legal não ser extensa, há
profunda e rica jurisprudência tratando de vários subtemas.
Foquem especialmente na definição de consumidor (fizemos uma tabela compara va
com diversos casos reconhecidos, ou não, pela jurisprudência como relação consumerista), e
nos direitos propriamente ditos, com destaque para a inversão do ônus da prova.
Bons estudos!
Professora Beatriz Fonteles.
a) Direito fundamental – art. 5º, XXXII (“o Estado promoverá, na forma da lei, a defesa
do consumidor”);
b) Princípio da a vidade econômica – art. 170, V (“defesa do consumidor”);
c) Previsão cons tucional para elaboração do CDC - ADCT, art. 48 (“o Congresso
Nacional, dentro de cento e vinte dias da promulgação da Cons tuição, elaborará
código de defesa do consumidor”).
OBSERVAÇÃO:
OBSERVAÇÃO:
O STF tem reconhecido a competência dos municípios para legislarem sobre matéria de
defesa dos direitos dos consumidores, desde que o assunto seja de interesse local (CF, art. 30, I).
STF: tem precedente no sen do de que o atendimento ao público e o tempo máximo
de espera na fila de ins tuição bancária é matéria de interesse local e de proteção ao
consumidor (de competência legisla va do Município). RE 432.789/SC, Rel. Min. Eros Grau,
Primeira Turma, DJ 07/10/2005.
STJ: Considerou incons tucionais quatro leis do Estado do Rio de Janeiro que
disciplinam condições de prestação de serviço bancário dentro do espaço sico das agências
(ex.: instalação de banheiros e bebedouros), por entender se tratar de assunto de interesse local 7
e, portanto, de competência do Município, e não do Estado. AI no RMS 28.910/RJ, Rel. Min.
Benedito Gonçalves, Corte Especial, DJe 08/05/2012.
ATENÇÃO!
Súmula Vinculante 38 do STF - É competente o MUNICÍPIO para fixar o HORÁRIO DE
FUNCIONAMENTO DE ESTABELECIMENTO COMERCIAL.
Eventuais contratos, cláusulas ou ajustes que prevejam que o consumidor abra mão de
algum direito (por exemplo, da garan a legal, do prazo prescricional etc.) devem ser dos como
não-escritos. Aliás, é uma das hipóteses expressamente elencadas como cláusulas abusivas (nulas
de pleno direito) as que impliquem renúncia ou disposição de direitos (conforme art. 51, I, do CDC).
A possibilidade de reconhecimento ex officio de determinados direitos consumeristas
(por exemplo, a inversão do ônus da prova, a desconsideração da personalidade jurídica, a 8
declaração de nulidade de cláusula abusiva) encontra uma exceção importante, criada pela
jurisprudência.
ATENÇÃO!
STJ: Não admite a declaração de o cio das cláusulas abusivas em contratos bancários.
Súmula 381. Nos contratos bancários, é vedado ao julgador conhecer, de o cio, da
abusividade das cláusulas.
Importante ter cuidado com o fato de que a vedação prevista na súmula é limitada às
cláusulas abusivas insertas em contratos bancários. Para outros contratos, é permi da a sua
declaração de o cio, tal qual se extrai do teor do caput do art. 51 do CDC.
Em que pese as duras crí cas doutrinárias ao enunciado acima, o STJ con nua a aplicar a
referida súmula em julgados recentes (ex vi AgRg no REsp 1403056/RS, Rel. Min. Maria Isabel
Gallo , T4, DJe 07/03/2016).
Desse modo, para provas de concurso público, a Súmula 381 deve ser conhecida e da como
válida (trata-se de tema cobrado à exaustão). Em provas discursivas, após indicar o
posicionamento do STJ, inclusive com a citação da Súmula, o candidato pode fazer uma
reflexão crí ca, apontando o posicionamento da doutrina.
Sendo cons tucional o princípio de que a lei não pode prejudicar o ato jurídico
perfeito, ele se aplica também às leis de ordem pública. De outra parte, se a cláusula
rela va à rescisão com a perda de todas as quan as já pagas constava do contrato
celebrado anteriormente ao Código de Defesa do Consumidor, ainda quando a
rescisão tenha ocorrido após a entrada em vigor deste, a aplicação dele para se
declarar nula a rescisão feita de acordo com aquela cláusula fere, sem dúvida alguma,
o ato jurídico perfeito, porquanto a modificação dos efeitos futuros de ato jurídico
perfeito caracteriza a hipótese de retroa vidade mínima que também é alcançada
pelo disposto no art. 5o, XXXVI, da Carta Magna.
(STF, RE 205999-4/SP, Rel. Min. Moreira Alves, DJ 03.03.2000).
Conquanto o CDC seja norma de ordem pública, não pode retroagir para alcançar o
contrato que foi celebrado e produziu seus efeitos na vigência da lei anterior, sob pena
de afronta ao ato jurídico perfeito.
(STJ, REsp 248155/SP, Rel. Min. Sálvio de Figueiredo Teixeira, DJ 23.05.2000).
Há, entretanto, uma situação em que o CDC se aplica aos contratos celebrados
anteriormente. Confira no destaque:
Diálogo das fontes é nova técnica para solução de an nomias entre fontes legisla vas,
superando os critérios tradicionais (cronológico, especial e hierárquico). Trata-se de
convivência entre normas aparentemente incompa veis na órbita jurídica, permi ndo
influências recíprocas entre elas.
Como é uma lei principiológica, o CDC ingressa no sistema jurídico fazendo um corte
horizontal, alcançando toda e qualquer relação jurídica de consumo, mesmo que regrada por
outra fonte norma va. Até porque há previsão legal no próprio CDC no sen do de que os
direitos nele previstos “não excluem outros decorrentes de tratados ou convenções
internacionais de que o Brasil seja signatário, da legislação interna ordinária, de regulamentos
expedidos pelas autoridades administra vas competentes, bem como dos que derivem dos
10
o
princípios gerais do direito, analogia, costumes e equidade (art. 7 , caput).
Dessa forma, pode-se dizer que o CDC e o CC, por exemplo, se completam na proteção
ao consumidor. Assim, deve-se buscar, em regra, a norma mais favorável ao consumidor
independente de qual sistema decorra.
Aproximação Principiológica do CDC e do CC - No decorrer do estudo do direito do
consumidor é possível perceber uma grande aproximação jurídica do CDC com o CC no que se
refere aos princípios contratuais.
Enunciado 167 do CJF - Com o advento do CC de 2002, houve forte aproximação
principiológica entre esse Código e o CDC, no que respeita à regulação contratual, uma vez que
ambos são incorporadores de uma nova teoria geral dos contratos.
Outros exemplos: CDC e Lei n. 9.656/1998 (planos de saúde), CDC e o Estatuto do Idoso
(Lei n. 10.741/2003).
Espécies de diálogo das fontes:
OBSERVAÇÃO:
Em aplicação clara do diálogo das fontes, o STJ vinha entendendo que o prazo prescricional
para cobrança do indébito de tarifas de água e esgoto é aquele de 10 (dez) anos previsto no
CC/2002, e não o prazo prescricional de 05 (cinco) anos previsto no CDC.
Nesse sen do, a Súmula 412 do STJ: A ação de repe ção de indébito de tarifas de água e
esgoto sujeita-se ao prazo prescricional estabelecido no Código Civil.
No ano de 2017, a matéria foi objeto de decisão em sede de Recurso Especial sob a
sistemá ca dos recursos repe vos (Informa vo 603 do STJ):
10. A Primeira Seção, no julgamento do REsp 1.113.403/RJ, de relatoria do Ministro Teori
Albino Zavascki (DJe 15/9/2009), subme do ao regime dos recursos repe vos do art. 543-C
do Código de Processo Civil e da Resolução STJ n. 8/2008, firmou orientação de que, ante a
ausência de disposição específica acerca do prazo prescricional aplicável à prá ca comercial
11
indevida de cobrança excessiva, é de rigor a incidência das normas gerais rela vas à
prescrição insculpidas no Código Civil na ação de repe ção de indébito de tarifas de água e
esgoto. Assim, o prazo é vintenário, na forma estabelecida no art. 177 do Código Civil de 1916,
ou decenal, de acordo com o previsto no art. 205 do Código Civil de 2002.
(...)
13. Tese jurídica firmada de que "o prazo prescricional para as ações de repe ção de
indébito rela vo às tarifas de serviços de água e esgoto cobradas indevidamente é de: (a) 20
(vinte) anos, na forma do art. 177 do Código Civil de 1916; ou (b) 10 (dez) anos, tal como
previsto no art. 205 do Código Civil de 2002, observando-se a regra de direito intertemporal,
estabelecida no art. 2.028 do Código Civil de 2002".
(REsp 1532514/SP, Rel. Ministro Og Fernandes, S1, DJe 17/05/2017).
O CDC define os elementos básicos da relação jurídica de consumo nos seus arts. 2o e
3o, quais sejam:
Para haver relação consumerista, os dois primeiros elementos (de cunho subje vo)
precisam estar presentes (ou seja, necessariamente um fornecedor e um consumidor) e um dos
dois elementos obje vos (produto ou serviço).
Apesar da aparente simplicidade das definições legais, os conceitos acima são cheios de
nuances e aprofundamentos que os candidatos para concursos precisam saber, pois, atualmente,
é muito mais cobrado o que vai além da previsão legal, consistente no aperfeiçoamento das
definições pela doutrina e jurisprudência, o que será visto detalhadamente nos tópicos a seguir.
12
1.2.2 CONSUMIDOR
Consumidor é:
OBSERVAÇÃO:
ATENÇÃO
Informa vo 866 STF 2017: Extravio de bagagem. Dano material. Limitação. An nomia. Convenção
de Varsóvia. Código de Defesa do Consumidor. É aplicável o limite indenizatório estabelecido na
Convenção de Varsóvia e demais acordos internacionais subscritos pelo Brasil, em relação às
condenações por dano material decorrente de extravio de bagagem, em voos internacionais.
Além das situações expostas na tabela acima, existem outras que merecem maiores
explicações, seja pela sua complexidade seja pela evolução jurisprudencial, o que será feito em
destaque nos quadros abaixo.
OBSERVAÇÃO:
- Gênero: Fornecedor.
- Espécies: fabricante, montador, criador, importador, exportador, distribuidor,
comerciante etc.
24
O CDC, quando quer que toda a cadeia seja responsabilizada, usa o termo “fornecedor”
o
como gênero (vide arts. 8 , caput, e 18, caput). Quando, por outro lado, quer designar algum
o
fornecedor específico, u liza-se do termo em espécie, exemplo arts. 8 , parágrafo único
(“fabricante”), e 12 (“fabricante, produtor, construtor e importador”), 13 (“comerciante) etc.
A doutrina classifica ainda os fornecedores (gênero) em três categorias:
O STJ entende que o CDC não se aplica aos serviços advoca cios, justamente por não se
desenvolverem no mercado de consumo.
a) a previsão legal de que pessoa jurídica de direito público pode ser fornecedora (art.
3º, caput);
b) a previsão, dentre os princípios da Polí ca Nacional das Relações de Consumo, da
racionalização e melhoria dos serviços públicos (art. 4º, VII);
c) previsão, como direito básico do consumidor, da adequada e eficaz prestação dos
serviços públicos em geral (art.6º, X); e
d) o elenco de diversos deveres aos fornecedores de serviços públicos (art. 22).
STJ: entende a aplicação das normas do CDC apenas para os serviços públicos
remunerados por meio de tarifa ou preço público (e não para os serviços públicos remunerados
por taxas). Ex.: concessionárias de água e esgoto, de energia elétrica.
O consumidor deve ser assumido como pessoa humana, tanto pela legislação vigente, 26
quanto pelo próprio mercado, a quem se reconhece a necessidade de proteção integral no
contexto das relações negociais consumeristas, em que imperam os princípios cons tucionais
como pressupostos necessários, não só a proteção, mas também sua promoção integral de
frente à sociedade de massa globalizada.
São consequências do referido princípio:
(i) informacional,
(ii) técnica,
(iii) jurídica/cien fica e
(iv) fá ca ou socioeconômica (vide explicações acima).
- a que concede o bene cio da jus ça gratuita aos que alegarem pobreza e
comprovando-a na forma da lei, então, considera-se a parte hipossuficiente; 28
- aquela relacionada à inversão do ônus da prova, prevista no inciso VIII do art. 6º do CDC,
mas que não se relaciona necessariamente à condição econômica dos envolvidos.
O conceito de hipossuficiência vai além do sen do literal das expressões pobre ou sem
recursos, aplicáveis nos casos de concessão dos bene cios da jus ça gratuita, no campo
processual. O conceito de hipossuficiência consumerista é mais amplo, devendo ser apreciado
pelo aplicador do direito caso a caso, no sen do de reconhecer a disparidade técnica ou
informacional, diante de uma situação de desconhecimento.
Consequência da configuração da hipossuficiência é o direito à inversão do ônus da
prova a favor do consumidor.
o o
1.3.5. PRINCÍPIO DA TRANSPARÊNCIA OU DA CONFIANÇA (arts. 4 , caput, 6 , III)
Este princípio se refere ao direito do consumidor a uma informação adequada que lhe
permita fazer escolhas bem seguras conforme os desejos e necessidades de cada um.
O direito à informação tem como desígnio promover completo esclarecimento quanto
à escolha plenamente consciente do consumidor, de maneira a equilibrar a relação de
vulnerabilidade, colocando o consumidor em posição de segurança na negociação de consumo,
acerca dos dados relevantes para que a compra do produto ou serviço ofertado seja feita de
maneira consciente.
OBSERVAÇÃO: 30
Não se aplica a teoria do adimplemento substancial para a alienação fiduciária regida pelo DL
911/69. STJ. 2ª Seção. REsp 1.622.555-MG, Rel. Min. Marco Buzzi, Rel. para acórdão Min.
Marco Aurélio Bellizze, julgado em 22/2/2017 (Info 599).
O CDC ins tuiu rol exemplifica vo, mínimo necessário à efe va proteção dos seus
interesses. O art. 7º do CDC, por sua vez, é cláusula de abertura do microssistema, para que algum
direito do consumidor, previsto em outro diploma legal, possa a ele se somar (diálogo das fontes).
O rol do art. 6º, portanto, é numerus apertus.
Combate a discriminação injus ficada entre os consumidores (art. 39, II, IV, IX, CDC).
O fornecedor deve oferecer as mesmas condições a todos os consumidores. Apenas
admitem-se privilégios àqueles que necessitam (idosos, gestantes), respeitando-se, assim, a
aplicação concreta do princípio isonômico.
Tanto as prá cas como as cláusulas abusivas serão estudadas em momento oportuno,
em outras rodadas.
- A lesão do CC, em regra, gera a invalidade do negócio jurídico, podendo somente ser
salvo pela vontade da parte beneficiada (art. 157, §2º, CC).
- Na lesão do CDC, em regra, o contrato é man do, facultando-se ao consumidor (parte
não beneficiada) pleitear a nulidade da cláusula geradora da prestação
desproporcional ou sua modificação.
IMPORTANTE:
Para a doutrina majoritária, o CDC adotou a Teoria da Base Obje va do Negócio Jurídico (Karl
Larenz), uma vez que não se exige a imprevisibilidade do fato superveniente e dispensa-se
qualquer discussão a respeito da previsibilidade do fato econômico superveniente.
A regra do CPC 1973 (art. 333) era de que o encargo probatório seria distribuído prévia
e abstratamente pela lei – regra da distribuição está ca do ônus da prova.
Entretanto, para relações entre desiguais, como as tratadas pelo CDC, tal regra já era
flexibilizada quando o juiz verificasse, no processo, a presença da verossimilhança da alegação
ou da hipossuficiência do consumidor.
O juiz da causa (inversão ope iudicis) deve verificar alterna vamente a presença dos
requisitos autorizadores.
Trata-se de direito público subje vo do consumidor, que não poderá ser negado pelo
juiz, se preenchidos os requisitos legais (não lhe é facultado aplicar critérios de oportunidade e
conveniência).
Ademais, tratando-se as normas consumeristas de ordem pública e interesse social, o
juiz pode reconhecer o direito à inversão do ônus da prova de o cio, independentemente de
pedido da parte.
Registre-se que a inversão do ônus da prova não é automá ca (ou seja, não é ope
legis), e sim ope judicis, por ato do magistrado na análise do caso concreto.
A inversão do ônus da prova poderá ser determinada pelo magistrado, todavia não se
opera automa camente, em todo e qualquer caso. Para tanto, deverá estar presente um dos
requisitos alterna vos para a inversão: a verossimilhança das alegações ou a hipossuficiência do
consumidor. Perceba, ademais, que a literalidade do inciso VIII do art. 6o do CDC prescreve que a
inversão ocorrerá “a critério do juiz”. 35
O Superior Tribunal de Jus ça possui orientação de que "a inversão do ônus da prova é
faculdade conferida ao magistrado, não um dever, e fica a critério da autoridade judicial
conceder tal inversão quando for verossímil a alegação do consumidor ou quando for ele
hipossuficiente. (AgInt no AREsp 1061219/RS, Rel. Ministro OG FERNANDES, SEGUNDA TURMA,
julgado em 22/08/2017, DJe 25/08/2017).
O CDC adotou a regra da distribuição dinâmica do ônus da prova, ao contrário do
sistema do CPC/1973, que adotava a regra da distribuição está ca. Já o CPC/2015, embora
tenha man do as regras básicas sobre a distribuição do ônus em relação a autor e réu (art. 373),
possibilitou ao juiz distribuir de maneira diversa em algumas hipóteses (casos previstos em lei
ou peculiaridades da causa relacionadas à impossibilidade ou à excessiva dificuldade de
o
cumprir o encargo – par. 1 do art. 373 do CPC).
ATENÇÃO
a) Verossimilhança da alegação
É verossímil a alegação que tem aparência de verdade, que é plausível, provável, que
não repugna à verdade. É um conceito jurídico indeterminado, compe ndo ao juiz definir seu
conteúdo na análise do caso concreto, segundo as regras ordinárias de experiência.
Há, basicamente, duas grandes posições sobre o momento para a inversão do ônus da
prova.
- Regra de procedimento: a inversão deve ser decidida entre a propositura da ação e o
despacho saneador. Argumentam seus defensores que, desse modo, surpresas seriam
evitadas ao fornecedor, que teria tempo hábil a preparar suas provas de defesa,
obedecendo-se, assim, os princípios do contraditório e ampla defesa.
- Regra de julgamento: a inversão deve ser decidida na sentença, somente após o
julgador avaliar as provas e ainda es ver em dúvida (situação non liquet). Não há que
se falar em surpresa ao fornecedor, porquanto tal possibilidade está expressamente
prevista no art. 6º, VIII, CDC.
1.4.10. DIREITO À PRESTAÇÃO ADEQUADA E EFICAZ DOS SERVIÇOS PÚBLICOS (art. 6º, X) 37
CAPÍTULO II
Da Polí ca Nacional de Relações de Consumo
Art. 4º A Polí ca Nacional das Relações de Consumo tem por obje vo o atendimento das
necessidades dos consumidores, o respeito à sua dignidade, saúde e segurança, a proteção de
seus interesses econômicos, a melhoria da sua qualidade de vida, bem como a transparência e
harmonia das relações de consumo, atendidos os seguintes princípios: (Redação dada pela Lei
nº 9.008, de 21.3.1995)
I - reconhecimento da vulnerabilidade do consumidor no mercado de consumo;
II - ação governamental no sen do de proteger efe vamente o consumidor:
a) por inicia va direta;
b) por incen vos à criação e desenvolvimento de associações representa vas;
c) pela presença do Estado no mercado de consumo;
CAPÍTULO III
Dos Direitos Básicos do Consumidor
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2. A 4. D
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