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Licitações!
MÓDULO I – SUSTENTABILIDADE
Neste primeiro módulo, vamos tratar dos fundamentos e dos conceitos de
sustentabilidade. Leia com atenção e repita a leitura, se necessário. Somente
passe à aula seguinte quando os conceitos estiverem bem sedimentados. Bons
estudos!
1. Introdução
De acordo com informações constantes do portal do Ministério do
Planejamento, as compras do governo chegam a 15% do produto interno
bruto (PIB). A dimensão dessas compras faz com que o governo tenha um
forte poder de interferência no mercado. Os impactos envolvem não apenas
o aspecto econômico, mas também questões sociais, ambientais e de políticas
públicas. A amplitude do contexto torna-se cada vez mais relevante, exigindo
do poder público uma atuação mais proativa, e mais eficaz.
O Tribunal de Contas da União (TCU) realizou alguns trabalhos de
avaliação da Administração Pública e constatou que muitas das ações
carecem de planejamento e monitoramento dos resultados obtidos. Diante
disso, por intermédio do Acórdão 2.622/2015-P, fez uma série de
recomendações no sentido de que as instituições governamentais passassem
a atuar de maneira organizada, aplicando os mecanismos de governança aos
seus processos de aquisições. É necessário que as ações da alta administração
de um órgão agreguem valor ao negócio “administração pública”. Esse é o
objetivo das recomendações do TCU que se pode inferir por uma leitura
minuciosa do referido acórdão, que pode ser acessado no link a seguir.
https://pesquisa.apps.tcu.gov.br/#/resultado/acordao-
completo/*/NUMACORDAO%253A2622%2520ANOACORDAO%25
3A2015/%2520
A Lei 12.349, de 2010, incluiu no art. 3º da Lei 8.666/1993, a promoção
do desenvolvimento nacional sustentável como um dos objetivos das
licitações públicas. Com esse dispositivo, a Lei passou a exigir que os
gestores públicos enfrentem a questão da sustentabilidade em seus três
aspectos: ambiental, social e econômico.
Por intermédio do Acórdão 1.056/2017-P, o TCU fez uma série de
determinações a vários órgãos da Administração Pública no sentido de que
fosse cumprida a disposição consignada no art. 3º da Lei 8.666/1993. A partir
daí, várias providências foram e estão sendo adotadas, com vistas ao efetivo
cumprimento das normas relacionadas à sustentabilidade nas licitações
públicas.
A recente Lei 14.133/2021, que irá substituir a atual Lei 8.666/1993, trata
do assunto sustentabilidade com mais atenção. Vários trechos da nova lei
cuidam de questões relacionadas com a sustentabilidade, especificamente
com o ciclo de vida dos produtos.
Vários entendimentos manifestados por órgãos de controle, como o TCU,
foram claramente consignados no novo estatuto das licitações, exigindo
maior profissionalização dos gestores responsáveis. Estes deverão ficar
atentos a questões referentes ao planejamento das compras públicas, à gestão
dos riscos envolvidos no processo, especialmente à profissionalização dos
responsáveis pela execução das atividades de aquisição de bens e serviços, e
à questão da sustentabilidade.
Nesse cenário, as compras públicas sustentáveis, que, em alguns
momentos, chegaram a ser consideradas como algo muito caro e de difícil
realização, passam a ser, de fato, uma obrigação do gestor público.
Para uma boa condução do processo de compras sustentáveis, algumas
necessidades foram identificadas, tais como: conhecimento da legislação,
capacidade técnica para especificar um produto ou um serviço que contemple
requisitos de sustentabilidade, condições de avaliar os impactos na qualidade
de vida dos trabalhadores que prestam serviços ao poder público, capacidade
de avaliar impactos ao meio ambiente, conhecimento do mercado.
Por conta disso, em sintonia com o Acórdão 1.056/2017-P do TCU, os
gestores públicos devem entender que é essencial capacitar os servidores
envolvidos nos processos de compras públicas sustentáveis.
Pensando nisso, definimos o conteúdo desta apostila e desenvolvemos este
curso. Não temos a pretensão de abordar toda a matéria que envolve compras
sustentáveis, mas oferecer aos interessados uma oportunidade de aprimorar
seus conhecimentos, de conhecer os conceitos relacionados com
sustentabilidade, a legislação aplicável à matéria, especialmente a nova Lei
de Licitações, e de dar os primeiros passos, para que possam auxiliar a
Administração na busca pelo desenvolvimento nacional sustentável por meio
das licitações públicas.
2. Conceito de Sustentabilidade, Fundamentação Constitucional e
Legal
Todos esses pontos serão abordados em detalhes no Módulo III, que irá
tratar especificamente das licitações públicas.
3. Acórdão TCU 1.056/2017-Plenário
O Acórdão 1.056/2017-P do TCU, cuja relatoria coube ao Ministro André
Carvalho, foi um marco na Administração Pública Federal no que se refere à
sustentabilidade. Ele resultou de uma ampla auditoria operacional conduzida
pela Secretaria de Controle Externo da Agricultura e do Meio Ambiente (Secex
Ambiental) do TCU, realizada com o objetivo de avaliar a evolução das
medidas adotadas nas áreas de redução de consumo de papel, energia elétrica e
água. O resultado foi muito além disso, como se pode notar ao se examinar
algumas das determinações do Tribunal contidas no referido acórdão.
O Tribunal constatou que as ações da Administração Pública precisavam
ser aprimoradas para cumprir o objetivo das compras públicas previsto no
art. 3º da Lei 8.666/93, qual seja, “o desenvolvimento nacional sustentável”.
Além disso, entendeu o Tribunal que havia necessidade de preparar a
estrutura organizacional da Administração, implantando ações de
planejamento, controle e gestão de riscos efetivas.
As principais determinações contidas no Acórdão 1.056/2017-P, com
destaques nossos, são as seguintes:
9.1. determinar que, nos termos do art. 45 da Lei nº 8.443, de
1992, o Ministério do Planejamento, Desenvolvimento e Gestão,
representado pela Coordenação Geral de Normas de sua
Secretaria de Gestão (SEGES/CGNOR), promova a necessária
aplicação do art. 3º, caput, da Lei nº 8.666, de 1993, com o
intuito de:
9.1.2. apresentar, no prazo de até 120 (cento e vinte) dias
contados do término do prazo fixado pelo item 9.1.1 deste
Acórdão, o devido plano de ação destinado a implementar o
necessário sistema de acompanhamento das ações de
sustentabilidade, conforme previsto no art. 1 do Decreto nº
7.746/2012, com vistas a dar conhecimento das ações de
sustentabilidade em execução na Administração Pública Federal
(APF) , levando em consideração as informações já existentes em
sistemas como o Sispes e o Ressoa, além de promover a criação
de parâmetros desejáveis de consumo, por tipologia de
edificações;
9.2. determinar que, nos termos do art. 45 da Lei nº 8.443, de
1992, o Ministério do Planejamento, Desenvolvimento e Gestão,
representado pela Coordenação Geral de Normas de sua
Secretaria de Gestão (SEGES/CGNOR), promova a necessária
aplicação do art. 3º, caput, da Lei nº 8.666, de 1993, de sorte a
adotar as providências necessárias para que, a partir de 1º de
janeiro de 2018, sejam efetivamente aplicadas as seguintes
medidas:
9.2.2.1.exigir que os Planos de Gestão de Logística Sustentável
(PLS) ou instrumentos substitutos equivalentes estejam previstos
no planejamento estratégico de cada órgão e entidade da APF,
considerando o alcance e a transversalidade dos aspectos
inerentes à sustentabilidade, de modo a institucionalizar, com
isso, todas as ações de sustentabilidade junto à direção geral das
aludidas instituições;
9.2.2.2.exigir que os órgãos e as entidades da APF implementem,
em suas estruturas, o efetivo funcionamento de unidades de
sustentabilidade com caráter permanente, contando, em sua
composição, com servidores ou colaboradores dotados de perfil
técnico para a específica atuação nos assuntos pertinentes; e
9.2.2.3.exigir que as avaliações de desempenho dos PLS
contenham ferramentas de avaliação da efetividade do
instrumento de planejamento, com vistas a permitir a análise
dos resultados das ações implementadas e o comportamento dos
padrões de consumo, em busca da manutenção do ponto de
equilíbrio entre o consumo e os gastos;
9.2.4. concluir a revisão do Catálogo de Materiais – CATMAT
e do Catálogo de Serviços – CATSER, de sorte a regulamentar
a inclusão de itens com requisitos de sustentabilidade e a excluir
os itens cadastrados em duplicidade;
9.2.5. exigir a devida apresentação da Plano Anual de
Contratações pelos órgãos e entidades integrantes do SISG,
especificando os itens com requisitos de sustentabilidade que
serão adquiridos em consonância com o correspondente PLS;
9.2.7. exigir, em conjunto com o Ministério do Meio Ambiente,
que os órgãos e as entidades da administração federal elaborem
os seus Planos de Gerenciamento de Resíduos Sólidos, visando
à correta destinação dos resíduos gerados pelo funcionamento da
máquina administrativa federal, de modo a atender os arts. 20 e
21 da Lei nº 12.305, de 2010, que instituiu a Política Nacional de
Resíduos Sólidos;
https://pesquisa.apps.tcu.gov.br/#/resultado/acordao-
completo/1056/NUMACORDAO%253A1056%2520ANOACORDAO%253A2017/%2520
AULA 2 – Sustentabilidade e Compras Públicas
Agora vamos cuidar dos conceitos de sustentabilidade e da relação desta com as
compras públicas. Veremos os pilares da sustentabilidade, preservação ambiental
e o que é desenvolvimento nacional sustentável.
Acesse os links indicados no texto a seguir, veja os aspectos culturais envolvidos
na sustentabilidade e faça uma leitura atenta da Agenda 21, no portal do
Ministério do Meio Ambiente.
OBJETIVO
1. Introdução
O mundo é dinâmico! Está em constante mudança. Problemas que
vivenciamos hoje não tinham importância alguma há alguns anos. Do mesmo
modo, problemas de tempos atrás hoje estão sob controle e sequer pensamos
neles. A questão do meio ambiente, por exemplo, só recentemente passou a
preocupar a sociedade e o governo de alguns países. O tratamento de esgotos,
a poluição do ar, a conservação das florestas e das fontes de água, a extinção
de animais, a degradação da camada de ozônio são assuntos relativamente
novos.
A sociedade, vivendo em um ambiente cada vez mais opressivo, passou a
cobrar uma atitude mais proativa de seus dirigentes, no sentido de preservar o
nosso mundo e de manter as boas condições de habitabilidade para as gerações
atuais e futuras. Isso fez com que governos e mercados passassem a tratar a
questão ambiental com mais cuidado, com um novo olhar, evitando ações
imediatistas que aparentemente resolviam o problema, mas que, na verdade,
criavam outros de muito mais difícil solução. Os conceitos mudaram, e
empresas e governantes também estão mudando, mas a mudança é lenta e a
cobrança da sociedade é fundamental para que haja uma humanização das
ações de governo com relação ao meio ambiente em que vivemos.
https://pt.unesco.org/courier/april-june-2017/cultura-no-coracao-
dos-ods
Violência doméstica, perspectiva de gênero, consumo responsável,
religiosidade e educação são exemplos de aspectos de grande importância na
cultura sustentável.
https://antigo.mma.gov.br/responsabilidade-socioambiental/agenda-
21/agenda-21-global.html
1. Introdução
As contratações públicas mobilizam tanto o setor governamental quanto o
setor privado. O governo, como grande cliente do mercado, pode implementar
mudanças de caráter ambiental em suas aquisições, exigindo, por exemplo, o
uso racional e sustentável dos recursos. Assim, o poder de compra do Estado
passa a ser um instrumento de proteção ao meio ambiente e de
desenvolvimento econômico e social.
A CF, em seu art. 37, inciso XXI, prevê para a Administração Pública a
obrigatoriedade de licitar, nos seguintes termos:
Ressalvados os casos especificados na legislação, as obras,
serviços, compras e alienações serão contratados mediante
processo de licitação pública que assegure igualdade de condições
a todos os concorrentes, com cláusulas que estabeleçam obrigações
de pagamento, mantidas as condições efetivas da proposta, nos
termos da lei, o qual somente permitirá as exigências de
qualificação técnica e econômica indispensáveis à garantia do
cumprimento das obrigações.
Esse artigo foi regulamentado pela Lei nº 8.666, de 1 de junho de 1993, que
estabeleceu normas gerais sobre licitações e contratos administrativos
pertinentes a obras, serviços, inclusive de publicidade, compras, alienações e
locações no âmbito dos Poderes da União, dos Estados, do Distrito Federal e
dos Municípios. Em abril do ano passado, foi publicada a Lei nº 14.133, que
substituirá a Lei 8.666/1993.
Tanto em uma quanto em outra, podemos entender licitação como um
procedimento administrativo formal por intermédio do qual a Administração
Pública convoca, mediante condições estabelecidas em ato próprio (edital),
empresas interessadas na apresentação de propostas para fornecimento de bens
ou prestação de serviços.
A licitação objetiva garantir a observância do princípio constitucional da
isonomia e selecionar a proposta mais vantajosa para a Administração, de
maneira a assegurar oportunidade igual a todos os interessados e possibilitar o
comparecimento ao certame do maior número possível de concorrentes, o que
aumenta a concorrência e favorece o próprio interesse público.
O procedimento de licitação objetiva permitir que a Administração contrate
aqueles que reúnam as condições necessárias ao atendimento de determinada
necessidade, levando em consideração aspectos relacionados à capacidade
técnica e econômico-financeira do licitante, à qualidade do produto e ao valor
do objeto.
Fica evidente tratar-se de um procedimento formal, obrigatório, ao qual
todas as compras públicas devem ser submetidas, cabendo aos servidores e
autoridades envolvidas cumpri-los, sob o risco de cometerem ato ilegal,
portanto, passível de sanção penal e administrativa.
1. Introdução
Ciclo de vida
Por conta disso, ciclo de vida pode também ser entendido como o conjunto
de todas as etapas necessárias para que um produto cumpra sua função na cadeia
produtiva, considerando-se todo o trajeto desde o seu desenvolvimento (projeto
e produção), que passa por sua distribuição, seu uso, seu descarte, até o último
tratamento dos materiais que o compõem para reutilização ou não.
Esse é o entendimento do Instituto Nacional de Metrologia, Normalização
e Qualidade Industrial (Inmetro): “Ciclo de vida é o conjunto de todas as
etapas necessárias para que um produto cumpra sua função na cadeia de
produtividade.” (InMetro, Análise de Ciclo de Vida - conceitos e função
2011).
Ciclo de vida de um produto
1. Introdução
Por outro lado, o conceito de ciclo de vida pode ser considerado, quando
for conhecido, para atender alguns dispositivos da nova lei relacionados com o
cumprimento de requisitos de sustentabilidade, o que pode ser demonstrado
pelo interessado mediante certificação ou autodeclaração, desde que esta seja
uma prática amplamente disseminada no mercado.
2.3 Conclusão sobre avaliação do ciclo de vida nas propostas
Diante disso, é razoável tirar as seguintes conclusões:
– o conceito de ciclo de vida como parâmetro de comparabilidade entre
propostas no âmbito das licitações públicas carece de regulamentação e ainda
não pode ser utilizado;
– o ciclo de vida pode ser considerado para demonstrar o atendimento a
requisitos de sustentabilidade previstos em lei, o que pode ser feito mediante
autodeclaração do produtor ou certificação;
– os normativos técnicos desenvolvidos pelo Inmetro declaram não ser
possível fazer a avaliação econômica e social do ciclo de vida e contraindicam
a comparabilidade ambiental de produtos semelhantes, conforme consta da
série ISO 14.000.
"Só quando a última árvore for derrubada, o último peixe for morto e o último
rio for poluído é que o homem perceberá que não pode comer dinheiro."
Provérbio indígena
https://www.youtube.com/watch?v=DHqMmFzAjP8
1. Introdução
Assim, por meio dessa agenda, tais questões passam a representar objetivos
a serem alcançados em toda a Administração pública. O nosso foco são as
compras públicas sustentáveis, e a agenda estabelece alguns requisitos que
devem ser observados para que elas se tornem prioritárias no âmbito da
Administração pública.
2. Licitações Sustentáveis na A3P
A Administração Pública deve promover a responsabilidade socioambiental
das suas compras. Licitações que levem à aquisição de produtos e serviços
sustentáveis são importantes não só para a conservação do meio ambiente, mas
também por representar melhor relação custo/benefício a médio e longo prazo.
Assim, é fundamental que os gestores públicos tenham informações sobre
produtos e serviços sustentáveis, conheçam os mecanismos legais para garantir
a preferência pelos produtos sustentáveis, e promovam a capacitação dos
agentes públicos (A3P).
Em todo o mundo, o poder de compra e contratação do Governo tem um
papel de destaque na orientação dos agentes econômicos quanto aos padrões do
sistema produtivo e do consumo de produtos e serviços ambientalmente
sustentáveis. No Brasil, estima-se que as compras governamentais movimentem
cerca de 10% a 15% do PIB nacional, como dito.
A utilização de recursos públicos para aquisição de produtos ou
contratação de serviços gera impactos significativos na economia. Nesse
contexto, o agente tomador de decisão deve dispor de instrumentos que lhe
permitam fundamentá-las nas melhores práticas que envolvam aspectos
econômicos, ambientais e sociais.
Compras sustentáveis consistem naquelas em que se tomam atitudes para
que o uso dos recursos materiais seja o mais eficiente possível. Isso envolve
integrar os aspectos ambientais em todos os estágios do processo de compra,
evitar compras desnecessárias e identificar produtos mais sustentáveis, que
cumpram as especificações de uso requeridas.
Não se trata de priorizar produtos apenas devido ao seu aspecto ambiental,
mas, sim, de considerar seriamente tal aspecto juntamente com os tradicionais
critérios de especificações técnicas e preço. Em muitos países, como Canadá,
Estados Unidos, Japão, e em países da União Europeia, as iniciativas de
compras sustentáveis foram introduzidas inicialmente como programas de
adoção de boas práticas ambientais, entre elas o acesso às informações sobre
produtos e serviços sustentáveis, mecanismos legais para garantir preferência a
produtos sustentáveis e capacitação dos agentes públicos (A3P).
3. Aquisição de Bens
Na aquisição de bens/produtos, alguns requisitos foram elencados como
essenciais à realização de licitações sustentáveis:
- que os bens sejam constituídos, no todo ou em parte, por material
reciclado, atóxico, biodegradável, conforme ABNT NBRs 15448-1 e 15448-2;
- que sejam observados os requisitos ambientais para a obtenção de
certificação do Inmetro como produtos sustentáveis ou de menor impacto
ambiental em relação aos seus similares;
- que os bens devam ser, preferencialmente, acondicionados em embalagem
individual adequada, com o menor volume possível, que utilize materiais
recicláveis, de forma a garantir a máxima proteção durante o transporte e o
armazenamento; e
- que os bens não contenham substâncias perigosas em concentração acima
da recomendada na diretiva RoHS (Restriction of Certain Hazardous
Substances), tais como mercúrio (Hg), chumbo (Pb), cromo hexavalente
(Cr(VI)), cádmio (Cd), bifenil-polibromados (PBBs), éteres difenil-polibromados
(PBDEs).
4. Contratação de Serviços
No caso da contratação de serviços, as empresas prestadoras também estão
sujeitas à obrigação de atender diversos requisitos, dentre os quais destacamos:
- usar produtos de limpeza e conservação de superfícies e objetos
inanimados que obedeçam às classificações e especificações determinadas pela
ANVISA;
- adotar medidas para evitar o desperdício de água tratada, conforme
instituído no Decreto nº 48.138, de 8 de outubro de 2003;
- fornecer aos empregados os equipamentos de segurança que se fizerem
necessários para a execução de serviços.
5. Termo de Adesão à Agenda A3P
O Termo de Adesão é o instrumento pelo qual a instituição (órgão público)
formaliza seu compromisso de implantar a A3P. Isso ocorre por meio da
assinatura do termo entre as partes e por meio da consolidação de um Plano de
Trabalho acordado com o MMA, contendo um rol de metas e ações a serem
atingidas pela instituição em prazos diversos. Dessa maneira, de forma
cooperativa e integrada, é possível inserir a variável socioambiental no
cotidiano da instituição.
Para o sucesso da implementação das ações da A3P, definidas no Plano de
Trabalho, principalmente no que tange às mudanças de hábitos e atitudes, é
imprescindível que os servidores estejam sensibilizados para a importância da
Agenda. Assim, deve haver um envolvimento mais significativo de cada
indivíduo no processo.
O monitoramento contínuo e a avaliação periódica permitem que sejam
determinados os pontos críticos, as melhorias indispensáveis e os
procedimentos exitosos, de forma que se identifiquem as necessidades e
prioridades para replanejar as atividades. O monitoramento necessita de um
conjunto de indicadores para mensurar os avanços atingidos.
A própria Agenda apresenta algumas sugestões de ações que devem ou
podem ser implementadas. O uso racional de recursos naturais e o combate ao
desperdício (redução do consumo de papel, energia, água, copos plásticos etc.);
gestão de resíduos (coleta seletiva, adequada destinação de resíduos perigosos);
qualidade de vida no trabalho (saúde, segurança, integração); licitações
sustentáveis.
Links de acesso:
https://eur-lex.europa.eu/legal-content/PT/TXT/?uri=CELEX%3A32011L0065 (diretiva
RoHS – Parlamento europeu)
Aula 7 – Objetivos do Desenvolvimento Sustentável (ODS)
O que é um ODS? Quais são eles e o que representam? Quais as suas dimensões?
Esses pontos serão estudados nesta aula. Veremos também o que é IASA e como
monitorar esse índice.
Acesse o link https://portal.tcu.gov.br/sustentabilidade/ e veja como estão os
indicadores de sustentabilidade no TCU.
OBJETIVO
Entender o que é um ODS e como se deve monitorar esse indicador.
1. Introdução
Os dezessete ODS são marcos que foram criados pela Organização das
Nações Unidas (ONU) em 2015, durante a Cúpula das Nações Unidas para o
Desenvolvimento Sustentável, e compõem uma agenda mundial para a
construção e a implementação de políticas públicas que visam aumentar a
qualidade de vida da humanidade até 2030.
2. Os 17 ODS