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MÓDULO 4

O que são Compras Públicas Sustentáveis? Acórdãos TCU Plenário 1056/17


e 3254/21, o que é o IASA?

Aula 1
Olá, sejam bem-vindos à primeira aula do módulo 4 do curso Sustentabilidade na
Administração Pública.
Neste módulo conheceremos o que são as Compras Públicas Sustentáveis, os
Acórdãos TCU Plenário 1056/17, 3254/21 e o que é o IASA.

OBJETIVO
Apresentar a fundamentação legal para a implantação das Compras Públicas
Sustentáveis no Brasil.

Para facilitar o estudo, esta aula está organizada da seguinte forma:

1. Introdução;
2. Compras Públicas Sustentáveis no Brasil;
3. Fundamentação Legal;
4. Conceito de Compras Públicas Sustentáveis;
5. Obras Públicas;
6. Aquisição dos bens;
7. Contratação de serviços;
8. Pense a respeito...

Ao final desta aula, esperamos que você tenha condições de:

 Compreender o que é Compras Públicas Sustentáveis – CPS;


 Como implantar as Compras Públicas Sustentáveis; e
 Conhecer a Fundamentação legal para implantação das Compras Públicas Sustentáveis.
1. Introdução

Estamos iniciando a primeira aula do módulo 4 do curso Sustentabilidade na


Administração Pública. Nesta aula conheceremos o que são as Compras Públicas Sustentáveis.

2. Compras Públicas Sustentáveis no Brasil


Em um cenário de grandes transformações, várias nações passaram a utilizar o
poder de compra das suas entidades governamentais como mecanismo de incentivo para a
produção de bens e serviços sustentáveis.
É inquestionável que o poder de compra dos Governos é expressivo, desta forma,
ações nesse sentido são muito impactantes para estimular e induzir o mercado a adotar critérios
sustentáveis na fabricação de seus bens e oferecimento de serviços.
O crescimento tecnológico e também demográfico, que estimulou a expansão dos
mercados consumidores mundiais, induziu a economia capitalista a elevar o nível de oferta de
produtos e consequentemente a aumentar substancialmente sua demanda por matérias-primas e
recursos naturais de todas as ordens.
As consequências desse crescimento desenfreado foram muito impactantes para o
meio ambiente. A degradação causada pela extração de recursos naturais e pelo despejo de
resíduos produziu danos muito sérios a diversos ecossistemas do Planeta.
Diante da constatação dos graves danos causados aos ecossistemas, vários países
passaram a adotar agendas de gestão sustentável, incluindo medidas relacionadas com o
desempenho ambiental das respectivas administrações públicas.
O Governo brasileiro baseia-se, para a implantação das Compras Públicas
Sustentáveis (CPS), principalmente, no art. 3º de Lei nº 8.666, que determina que a licitação
destina-se a garantir também a promoção do desenvolvimento nacional sustentável, na
Instrução Normativa nº 1/2010, que dispõe sobre os critérios de sustentabilidade na aquisição
de bens e contração de serviços ou obras no âmbito da administração pública federal, e por meio
do Decreto nº 7.746/2012, que estabelece critérios, práticas e diretrizes gerais para as
contratações sustentáveis realizadas pela administração pública federal direta, autárquica e
fundacional, e pelas empresas estatais dependentes.
Para apoiar a implementação das CPS, o portal eletrônico de contratações públicas
sustentáveis do governo federal – Comprasnet, estruturado pelo Ministério do Planejamento,
passou a divulgar dados sobre planos e práticas de sustentabilidade ambiental na Administração
Pública Federal, contendo ainda um fórum eletrônico de divulgação materiais ociosos para
doação a outros órgãos e entidades da Administração Pública.
O portal busca reunir as diversas iniciativas planejadas pelo governo federal para
difundir as CPS, tais como as licitações sustentáveis realizadas e a promoção de licitações
compartilhadas entre os órgãos da administração pública, de modo a obter melhores preços e
vantagens de escala nas compras.

Atualmente, o Catálogo de Materiais (CATMAT) do sistema de compras do


governo federal já possui previamente cadastrados mais de setecentos itens feitos com materiais
considerados sustentáveis – como papéis, equipamentos de informática, materiais de limpeza,
aparelhos de ar-condicionado e materiais de escritório. Desta forma, o gestor poderá optar por
adquirir os materiais previamente cadastrados, quando definir critérios de CPS para estes itens
em seus editais.
Outro importante instrumento para divulgação da sustentabilidade é a Agenda
Ambiental na Administração Pública (A3P), concebida em 1999, é um programa desenvolvido
pelo Ministério do Meio Ambiente para promover a responsabilidade socioambiental na gestão
pública por meio da adoção de critérios sustentáveis nas atividades do setor público.
O Programa tem como objetivo orientar e apoiar gestores públicos na incorporação
de prática sustentáveis, promover a economia de recursos naturais e institucionais, além de
fomentar a revisão dos padrões de consumo no âmbito da administração pública, estimulando
e melhorando a qualidade dos serviços e das condições de trabalho dos servidores.
A A3P é um marco indutor e não regulatório. Entretanto, a compreensão de que o
forte impacto das compras governamentais pode concorrer positivamente para que os agentes
econômicos passem a investir na produção de bens e serviços ambientalmente sustentáveis
levou o governo federal a investir, com maior ênfase, na normatização das denominadas
compras públicas sustentáveis.
3. Conceito de Compras Públicas Sustentáveis

Compras sustentáveis consistem naquelas em que se tomam atitudes para que o uso
dos recursos materiais seja o mais eficiente possível. Isso envolve integrar os aspectos
ambientais em todos os estágios do processo de compra, de evitar compras desnecessárias a
identificar produtos mais sustentáveis que cumpram as especificações de uso requeridas. Logo,
não se trata de priorizar produtos apenas devido a seu aspecto ambiental, mas sim considerar
seriamente tal aspecto juntamente com os tradicionais critérios de especificações técnicas e
preço.
Em muitos países, como o Canadá, Estados Unidos, Japão e Membros da União
Europeia, as iniciativas de compras sustentáveis foram introduzidas inicialmente como
programas de adoção de boas práticas ambientais, entre elas o acesso às informações sobre
produtos e serviços sustentáveis, mecanismos legais para garantir a preferência aos produtos
sustentáveis e a capacitação dos agentes públicos.
O Estado precisa incentivar o mercado nacional a ajustar-se à nova realidade da
sustentabilidade, permitindo às instituições públicas assumir a liderança pelo exemplo.
Nesse sentido, o governo federal regulamentou a utilização de critérios sustentáveis
na aquisição de bens e na contratação de obras e serviços, através da Instrução Normativa nº
01, de 19 de janeiro de 2010.
As regras abrangem os processos de extração ou fabricação, utilização e o descarte
de produtos e matérias-primas. A Instrução Normativa abrange os órgãos da Administração
Federal Direta, Autarquias e Fundações.

4. Fundamentação Legal

No Brasil, o Artigo 170 da Constituição fornece a base para as compras públicas


sustentáveis. Esse Artigo estabelece que a ordem econômica deve observar, entre os seus
princípios, a defesa do meio ambiente.
A Carta Magna determina também que as contratações estatais devem ocorrer
mediante licitação pública, assegurando igualdade de condições para todos os licitantes, o que
foi regulamentado pela Lei nº 8.666/1993.
Importante ainda é salientar o Artigo 225 da Constituição, que instituiu o direito de
todos ao meio ambiente ecologicamente equilibrado, bem de uso comum do povo e essencial à
sadia qualidade de vida, e impôs ao poder público e à coletividade o dever de defendê-lo e
preservá-lo para as presentes e futuras gerações.
Cabe lembrar que existe uma vasta relação de dispositivos infraconstitucionais que
devem ser observados nas compras governamentais. Assim, as licitações públicas devem
ocorrer considerando esses preceitos expressos em leis e normas específicas, de modo que, em
uma compra ou uma contratação de serviço, necessariamente, busque-se selecionar, entre as
opções ofertadas, a mais sustentável.
Vamos agora destacar os principais dispositivos infraconstitucionais relacionados
ao assunto:
• Lei nº 6.938/81 – Dispõe sobre a Política Nacional do Meio Ambiente.
Estabelece os princípios da regulamentação ambiental e define, entre seus
objetivos, que é preciso compatibilizar o desenvolvimento econômico-social
com a preservação da qualidade do meio ambiente e do equilíbrio ecológico.
Estabelece diretrizes gerais para todos os entes públicos (poderes Executivo,
Judiciário e Legislativo) e para a sociedade, servindo de fundamento legal
genérico para a atuação da administração na adoção de critérios de
sustentabilidade nas compras públicas.
• Lei nº 7.347/85 – Disciplina a Ação Civil Pública por danos causados ao
meio ambiente. Tutela os direitos difusos e coletivos, regulamenta as ações e
a responsabilidade por dano causado ao meio ambiente ao consumidor, entre
outros direitos.
• Lei nº 8.666/93 – Lei Geral de Licitações e Contratos Administrativos –
regulamenta o art. 37, inciso XXI, da Constituição Federal, institui normas
para licitações e contratos da Administração Pública. Define licitação como
um procedimento administrativo de observância obrigatória pelas entidades
governamentais e que destina-se a garantir a observância do princípio
constitucional da isonomia, a seleção da proposta mais vantajosa para a
administração e a promoção do desenvolvimento nacional sustentável e será
processada e julgada em estrita conformidade com os princípios básicos da
legalidade, da impessoalidade, da moralidade, da igualdade, da publicidade,
da probidade administrativa, da vinculação ao instrumento convocatório, do
julgamento objetivo e dos que lhes são correlatos.
• Lei nº 9.605/98 – Lei de Crimes Ambientais - dispõe sobre as sanções
penais e administrativas derivadas de condutas e atividades lesivas ao meio
ambiente. Estabelece a possibilidade de aplicação de sanção restritiva de
direitos, como a proibição de contratar com a administração pública, para os
infratores ambientais. Estabelece sanções penais e administrativas para
atividades diretamente ligadas ao consumo de recursos naturais, como a
extração de produtos de origem vegetal ou mineral sem a prévia licença
ambiental.
•Decreto nº 2.783/98 - Dispõe sobre proibição de aquisição de produtos ou
equipamentos que contenham ou façam uso das substâncias que destroem a
camada de Ozônio SDO, pelos órgãos e pelas entidades da Administração
Pública Federal direta, autárquica e fundacional.
•Lei nº 10.295/01 - Dispõe sobre a Política Nacional de Conservação e Uso
Racional de Energia.
• Portaria Ministério do Meio Ambiente (MMA) nº 61/08 - Estabelece
práticas de sustentabilidade ambiental a serem observadas pelo MMA e por
suas entidades vinculadas quando das compras públicas sustentáveis.
• Portaria Ministério do Meio Ambiente (MMA) nº 43/09 - Dispõe sobre
a vedação ao MMA e a seus órgãos vinculados de utilização de qualquer tipo
de asbesto/amianto e dá outras providências.
• Lei nº 12.187/09 – Institui a Política Nacional sobre Mudança do Clima.
Estabelece como uma das diretrizes para a consecução dos objetivos da
política o estímulo e o apoio à manutenção e à promoção de padrões
sustentáveis de produção e consumo e, para tanto, coloca como uma das
medidas para a eficácia da política o estabelecimento de critérios de
preferência nas licitações e concorrências públicas para as propostas que
propiciem maior economia de energia, água e outros recursos naturais e
redução da emissão de gases de efeito estufa e de resíduos.
• Instrução Normativa nº 1/2010 da SLTI/MP - Dispõe sobre os critérios
de sustentabilidade ambiental na aquisição de bens, contratação de serviços
do impacto ambiental e do consumo de recursos naturais a um nível, no
mínimo, equivalente à capacidade de sustentação estimada do planeta.
• Lei nº 12.349/2010 - Alterou o artigo 3º da Lei nº 8.666/1993, que passa a
vigorar com a seguinte redação: “A licitação destina-se a garantir a
observância do princípio constitucional da isonomia, a seleção da proposta
mais vantajosa para a administração e a promoção do desenvolvimento
nacional sustentável e será processada e julgada em estrita conformidade com
os princípios básicos da legalidade, da impessoalidade, da moralidade, da
igualdade, da publicidade, da probidade administrativa, da vinculação ao
instrumento convocatório, do julgamento objetivo e dos que lhes são
correlatos”.
• Lei nº 12.462/2011 - Institui o Regime Diferenciado de Contratações
Públicas (RDC).
 Lei nº 14.133/21 - Nova Lei de Licitações e Contratos Administrativos.
• Decreto n° 7.746/2012 - Regulamenta o Artigo 3º da Lei 8.666/1993, para
estabelecer critérios, práticas e diretrizes para a promoção do
desenvolvimento nacional sustentável nas contratações realizadas pela
administração pública federal, e institui a Comissão Interministerial de
Sustentabilidade na Administração Pública (CISAP).
• Instrução Normativa SLTI/MP nº 10/2012 - Estabelece regras para a
elaboração dos planos de gestão de logística sustentável de que trata o Artigo
16, do Decreto nº 7.746, de 5 de junho de 2012.

É importante lembrar que as Compras Públicas Sustentáveis (CPS) devem


considerar ainda os compromissos assumidos nos acordos internacionais, tendo em vista que,
por determinação constitucional, esses instrumentos aprovados pelo Congresso Nacional e
promulgados pelo Executivo, são incorporados ao ordenamento jurídico brasileiro e tem força
de lei.
Percebe-se que, com as inovações no marco legal brasileiro, as licitações públicas
sustentáveis alcançam um importante respaldo, o que tende a pôr fim a eventuais processos
judiciais entre os licitantes que poderiam colocar obstáculos à prática. Ressalte-se que o
Tribunal de Contas da União (TCU), ao se pronunciar sobre a questão, decidiu que a
administração pública deve inserir os critérios ambientais nas compras públicas, desde que o
processo ocorra de forma paulatina, de modo a preparar os ofertantes.
Dessa forma, os avanços obtidos no marco legal relativos às CPS desenham um
cenário favorável para enfrentar um dos desafios na prática de compras sustentáveis: o de
superar eventuais processos judiciais que pudessem questionar a adoção de critérios adicionais
(além da qualidade e do preço) na aquisição de bens e serviços. Este é um passo importante,
visto que uma possível judicialização das licitações públicas poderia tornar os processos lentos
e onerosos, assim como desestimular os gestores públicos a adotarem critérios ambientais em
suas compras.
No ano de 2010, o Congresso Nacional instituiu um importante marco legal das
licitações sustentáveis. A nova redação dada ao art. 3º da Lei nº 8.666/93, abaixo transcrito,
pela Lei nº 12.349/10, alterou de maneira substancial o quadro jurídico das licitações no Brasil,
já que a partir desse normativo todos os entes da Federação a promoverem licitações
sustentáveis.
"Art. 3 A licitação destina-se a garantir a observância do princípio
constitucional da isonomia, a seleção da proposta mais vantajosa para a
administração e a promoção do desenvolvimento nacional sustentável e
será processada e julgada em estrita conformidade com os princípios
básicos da legalidade, da impessoalidade, da moralidade, da igualdade,
da publicidade, da probidade administrativa, da vinculação ao
instrumento convocatório, do julgamento objetivo e dos que lhes são
correlatos".

Nesse novo cenário, as contratações de obras, serviços e compras, por qualquer ente
público, deverá contemplar, nos respectivos instrumentos convocatórios, quando da definição
do objeto, critérios que os tornem compatíveis com o desenvolvimento nacional sustentável,
sem comprometer a competitividade do certame.
Desta forma, as licitações públicas passam a ser balizadas não apenas pela melhor
proposta para a Administração, mas também por critérios de sustentabilidade ambiental.
Em 05 de junho 2012, foi editado o Decreto nº 7.746/2012 que regulamentou o art.
3º da Lei nº 8.666/93, e estabeleceu critérios, práticas e diretrizes para a promoção do
desenvolvimento nacional sustentável nas contratações realizadas pela administração pública
federal, e instituiu a Comissão Interministerial de Sustentabilidade na Administração Pública –
CISAP, que tem por finalidade propor a implementação de critérios, práticas e ações de logística
sustentável no âmbito da administração pública federal direta, autárquica e fundacional e das
empresas estatais dependentes.
São diretrizes da sustentabilidade entre outras:
a) Menor impacto sobre recursos naturais como flora, fauna, ar, solo e água;
b) Preferência para materiais, tecnologias e matérias-primas de origem local;
c) Maior eficiência na utilização de recursos naturais como água e energia;
d) Maior geração de empregos, preferencialmente com mão de obra local;
e) Maior vida útil e menor custo de manutenção do bem e da obra;
f) Uso de inovações que reduzam a pressão sobre recursos naturais; e
g) Origem ambientalmente regular dos recursos naturais utilizados nos bens,
serviços e obras.
O referido diploma legal estabelece também que a administração pública federal
direta, autárquica e fundacional e as empresas estatais dependentes poderão adquirir bens e
contratar serviços e obras considerando critérios e práticas de sustentabilidade objetivamente
definidos no instrumento convocatório.
A adoção de critérios e práticas de sustentabilidade deverá ser justificada nos autos
e preservar o caráter competitivo do certame.
Os critérios e práticas de sustentabilidade serão veiculados como especificação
técnica do objeto ou como obrigação da contratada.
O Decreto nº 7.746/2012 enfatiza ainda que a Administração poderá prever que o
contratado adote práticas de sustentabilidade na execução dos serviços contratados e critérios
de sustentabilidade no fornecimento dos bens.
A comprovação das exigências contidas no instrumento convocatório poderá ser
feita mediante certificação emitida por instituição pública oficial ou instituição credenciada, ou
por qualquer outro meio definido no instrumento convocatório.
Em caso de inexistência da certificação referida, o instrumento convocatório
estabelecerá que, após a seleção da proposta e antes da adjudicação do objeto, o contratante
poderá realizar diligências para verificar a adequação do bem ou serviço às exigências do
instrumento convocatório.
A citada norma determina também que a administração pública federal direta,
autárquica e fundacional e as empresas estatais dependentes deverão elaborar e implementar
Planos de Gestão de Logística Sustentável, no prazo estipulado pela Secretaria de Logística e
Tecnologia da Informação, prevendo, no mínimo:
a) Atualização do inventário de bens e materiais do órgão e identificação de
similares de menor impacto ambiental para substituição;
b) Práticas de sustentabilidade e de racionalização do uso de materiais e serviços;
c) Responsabilidades, metodologia de implementação e avaliação do plano; e
d) Ações de divulgação, conscientização e capacitação.
A Lei Federal nº 14.133/21, denominada de nova Lei de Licitações e Contratos
Administrativos, veio para substituir a Lei nº 8.666/1993. Ao contrário do normativo anterior,
trouxe consigo toda uma sistemática que se pauta na lógica da sustentabilidade ambiental.
Assim como faz a Constituição Federal de 1988, ao distribuir dispositivos de tutela ambiental
ao longo de seu texto, a Lei nº 14.133/21 também distribui ao longo de seu texto diversos artigos
com o objetivo principal de zelar pela garantia do meio ambiente ecologicamente equilibrado.
Vejamos abaixo todos os artigos da Lei nº 14.133 que apontam para a necessidade
de licitações e contratações sustentáveis:
 — Artigo 5º, caput;
 — Artigo 6º, inciso XII;
 — Artigo 6º, inciso XVIII, alínea "h";
 — Artigo 6º, inciso XXIV, alínea "e";
 — Artigo 6º, inciso XXV;
 — Artigo 6º, inciso XXV, alínea "a";
 — Artigo 11, inciso IV;
 — Artigo 11, parágrafo único;
 — Artigo 18, §1º, inciso XII;
 — Artigo 25, §5º, inciso I;
 — Artigo 25, §6º;
 — Artigo 34, §1º;
 — Artigo 42, II;
 — Artigo 45, incisos I e II;
 — Artigo 74, III, alínea "h";
 — Artigo 75, III, alínea "j";
 — Artigo 115, §4º;
 — Artigo 124, §2º;
 — Artigo 137, inciso VI;
 — Artigo 137, §2º, inciso V;
 — Artigo 144, caput;
 — Artigo 147, incisos II e III;
 — Artigo 178.
Dos artigos acima mencionados, aqueles que consideramos os mais importantes são
os que apontam para a necessidade de uma mudança de mentalidade nas contratações públicas.
Podemos iniciar destacando o teor do artigo 5º, o qual dispõe que:

"Artigo 5º — Na aplicação desta Lei, serão observados os princípios da


legalidade, da impessoalidade, da moralidade, da publicidade, da
eficiência, do interesse público, da probidade administrativa, da
igualdade, do planejamento, da transparência, da eficácia, da
segregação de funções, da motivação, da vinculação ao edital, do
julgamento objetivo, da segurança jurídica, da razoabilidade, da
competitividade, da proporcionalidade, da celeridade, da
economicidade e do desenvolvimento nacional sustentável, assim como
as disposições do Decreto-Lei nº 4.657, de 4 de setembro de 1942 (Lei
de Introdução às Normas do Direito Brasileiro)".

Perceba que o princípio constitucional ambiental do desenvolvimento sustentável é


destacado como princípio específico das licitações e contratações realizadas a cargo da
Administração Pública. Com esse dispositivo, a lei em tela inaugura uma série de exigências
legais que apontam para a fundamentalidade do tratamento ambiental, o que ocorre também em
valorização de outros princípios clássicos do Direito Ambiental, como os da prevenção, da
precaução, da responsabilidade e do poluidor-pagador, entre outros.
Importante ainda destacar o teor do artigo 11, inciso IV, dessa mesma lei, uma vez
que dispõe que o incentivo a inovação e ao desenvolvimento nacional sustentável são objetivos
do processo licitatório. Pelo que se compreende até então, é possível afirmar, sem sombra de
dúvidas, que o mais importante de todos os princípios, que regem o processo de licitação é o
princípio do desenvolvimento nacional sustentável, isso porque o ambiente é a base de todos os
direitos fundamentais, até porque não há direito à vida sem um ambiente ecologicamente
equilibrado.
Por fim, vale transcrever e refletir sobre o teor do artigo 144 da nova lei de licitações
e contratos, abaixo transcrito:
"Artigo 144 — Na contratação de obras, fornecimentos e serviços,
inclusive de engenharia, poderá ser estabelecida remuneração variável
vinculada ao desempenho do contratado, com base em metas, padrões
de qualidade, critérios de sustentabilidade ambiental e prazos de entrega
definidos no edital de licitação e no contrato".

Percebe-se que a nova lei entrega à sustentabilidade ambiental o valor que ela
merece, não em razão de um discurso ideológico, mas de uma necessidade vital de ordem e
planejamento. Com tais alterações, mesmo ainda longe de ser perfeita, como qualquer produto
humano, a lei em comento finalmente se alinha à lógica constitucional que aponta para a
urgência de um real desenvolvimento sustentável, contemplando as três principais vertentes de
seu conceito: o social, o econômico e o ambiental.
5. Obras Públicas

As obras públicas devem ser elaboradas visando à economia da manutenção e


operacionalização da edificação, à redução do consumo de energia e água, bem como à
utilização de tecnologias e materiais que reduzam o impacto ambiental, tais como:
 Uso de equipamentos de climatização mecânica, ou de novas tecnologias de
resfriamento do ar, que utilizem energia elétrica, apenas nos ambientes aonde for
indispensável;
 Automação da iluminação do prédio, projeto de iluminação, interruptores,
iluminação ambiental, iluminação tarefa, uso de sensores de presença;
 Uso exclusivo de lâmpadas fluorescentes compactas ou tubulares de alto
rendimento e de luminárias eficientes;
 Energia solar, ou outra energia limpa para aquecimento de água;
 Sistema de medição individualizado de consumo de água e energia;
 Sistema de reuso de água e de tratamento de efluentes gerados;
 Aproveitamento da água da chuva, agregando ao sistema hidráulico elementos
que possibilitem a captação, transporte, armazenamento e seu aproveitamento;
 Utilização de materiais que sejam reciclados, reutilizados e biodegradáveis, e
que reduzam a necessidade de manutenção; e
 Comprovação da origem da madeira a ser utilizada na execução da obra ou
serviço. Metrologia, Normalização e Qualidade Industrial - INMETRO como
produtos sustentáveis ou de menor impacto ambiental em relação aos seus
similares.

6. Aquisição dos Bens

O governo federal poderá exigir os seguintes critérios de sustentabilidade na


aquisição dos bens:
 Que os bens sejam constituídos, no todo ou em parte, por material reciclado,
atóxico, biodegradável, conforme ABNT NBR - 15448-1 e 15448-2;
 Que sejam observados os requisitos ambientais para a obtenção de certificação
do Instituto Nacional de Metrologia, Normalização e Qualidade Industrial -
INMETRO como produtos sustentáveis ou de menor impacto ambiental em relação
aos seus similares;
 Que os bens devam ser, preferencialmente, acondicionados em embalagem
individual adequada, com o menor volume possível, que utilize materiais
recicláveis, de forma a garantir a máxima proteção durante o transporte e o
armazenamento; e
 Que os bens não contenham substâncias perigosas em concentração acima da
recomendada na diretiva RoHS (Restriction of Certain Hazardous Substances), tais
como mercúrio (Hg), chumbo (Pb), cromo hexavalente (Cr(VI)), cádmio (Cd),
bifenil-polibromados (PBBs), éteres difenil-polibromados (PBDEs).

7. Contratação de Serviços

As regras da Instrução Normativa para a contratação de serviços exigem das


empresas contratadas as seguintes práticas de sustentabilidade na execução dos serviços:
 Use produtos de limpeza e conservação de superfícies e objetos inanimados
que obedeçam às classificações e às especificações determinadas pela
ANVISA;
• Adote medidas para evitar o desperdício de água tratada, conforme instituído no
Decreto nº 48.138, de 8 de outubro de 2003;
• Observe a Resolução CONAMA nº 20, de 7 de dezembro de 1994, quanto aos
equipamentos de limpeza que gerem ruído no seu funcionamento;
• Forneça aos empregados os equipamentos de segurança que se fizerem
necessários, para a execução de serviços;
• Realize um programa interno de treinamento de seus empregados, nos três
primeiros meses de execução contratual, para redução de consumo de energia
elétrica, de consumo de água e redução de produção de resíduos sólidos,
observadas as normas ambientais vigentes;
• Realize a separação dos resíduos recicláveis descartados pelos órgãos e
entidades da Administração Pública Federal direta, autárquica e fundacional, na
fonte geradora, e a sua destinação às associações e cooperativas dos catadores
de materiais recicláveis, que será procedida pela coleta seletiva do papel para
reciclagem, quando couber, nos termos da IN/MARE nº 6, de 3 de novembro de
1995 e do Decreto nº 5.940, de 25 de outubro de 2006;
• Respeite as Normas Brasileiras - NBR publicadas pela Associação Brasileira de
Normas Técnicas sobre resíduos sólidos; e
• Preveja a destinação ambiental adequada das pilhas e baterias usadas ou
inservíveis, segundo disposto na Resolução CONAMA nº 257, de 30 de junho
de 1999.

8. Portal Comprasnet

O Ministério do Planejamento Orçamento e Gestão disponibilizará um espaço


específico no Portal Comprasnet para realizar a divulgação das listas dos bens, serviços e obras
que tenham requisitos de sustentabilidade ambiental, exemplos de boas práticas adotadas nessa
área, ações de capacitação, bem como um banco com editais de aquisições sustentáveis já
realizadas pelo governo. Acesse: www.comprasnet.gov.br.

9. Pense a respeito...

Nesta aula você aprendeu a respeito de Compras Públicas Sustentável – CPS e a


fundamentação legal para sua aplicação.
Pense a respeito desse assunto, reflita sobre o seguinte: que práticas de
sustentabilidade podem ser exigidas de empresas contratadas pela Administração para prestar
serviços de limpeza?
Na segunda aula deste módulo, você vai conhecer os Acórdãos TCU-Plenário
1056/2017 e 3254/21 e aprender o que é o Índice de Acompanhamento da Sustentabilidade na
Administração - IASA.
MÓDULO 4

Aula 2
Acórdãos TCU Plenário 1056/17, 3254/21 e o que é o IASA?

Olá, bem-vindos à segunda e última aula do Módulo 4 do curso Sustentabilidade na


Administração Pública.
Nesta aula conheceremos os Acórdãos TCU Plenário 1056/17, 3254/21 e o que é o
IASA.

OBJETIVO:

Apresentar os Acórdãos TCU-Plenário 1056/2017 e 3254/21 o IASA e como


implantá-lo.

Para facilitar o estudo, esta aula está organizada da seguinte forma:


1. Introdução;
2. Acórdão 1056/2017 – TCU/Plenário;
3. Como é calculado o Índice de Acompanhamento da Sustentabilidade na
Administração - IASA;
4. Acórdão 3254/2021 – TCU/Plenário;
5. Pense a respeito...

Ao final desta aula, esperamos que você tenha condições de:


 Conhecer os Acórdãos TCU-Plenário 1056/2017, 3254/21; e
 Conhecer o IASA.
1. Introdução

Chegamos à última aula do curso Sustentabilidade na Administração Pública.


Iremos agora conhecer os Acórdãos TCU-Plenário 1056/17, 3254/21 e o que é o IASA – Índice
de Acompanhamento da Sustentabilidade na Administração.

2. Acórdão 1056/2017 – TCU/Plenário

Um importante normativo sobre o tema sustentabilidade é o Acórdão TCU-Plenário


nº 1.056/2017, prolatado tendo em vista auditoria operacional realizada com objetivo de avaliar
em que medida as ações promovidas pela administração pública federal nas áreas de redução
de consumo próprio de papel, de energia elétrica e de água evoluíram em relação aos parâmetros
suscitados pelo Acórdão nº 1.752/2011. O referido normativo trouxe importantes determinações
a serem seguidas pelo Ministério do Planejamento, Desenvolvimento e Gestão, dentre as quais
destacamos:
9.1. determinar que, nos termos do art. 45 da Lei nº 8.443, de 1992, o
Ministério do Planejamento, Desenvolvimento e Gestão, representado pela
Coordenação Geral de Normas de sua Secretaria de Gestão
(SEGES/CGNOR), promova a necessária aplicação do art. 3º, caput, da Lei
nº 8.666, de 1993, com o intuito de:
9.1.1. retomar, no prazo de até 90 (noventa) dias contados da notificação deste
Acórdão, as atividades da Comissão Interministerial de Sustentabilidade da
Administração Pública Federal direta, autárquica e Fundacional (Cisap),
conforme as competências previstas no Decreto nº 7.746/2012 e no regimento
interno instituído pela Portaria SLTI/MP nº 41/2012;
9.1.2. apresentar, no prazo de até 120 (cento e vinte) dias contados do término
do prazo fixado pelo item 9.1.1 deste Acórdão, o devido plano de ação
destinado a implementar o necessário sistema de acompanhamento das ações
de sustentabilidade, conforme previsto no art. 11 do Decreto nº 7.746/2012,
com vistas a dar conhecimento das ações de sustentabilidade em execução na
Administração Pública Federal (APF), levando em consideração as
informações já existentes em sistemas como o Sispes e o Ressoa, além de
promover a criação de parâmetros desejáveis de consumo, por tipologia de
edificações;
9.2. determinar que, nos termos do art. 45 da Lei nº 8.443, de 1992, o
Ministério do Planejamento, Desenvolvimento e Gestão, representado pela
Coordenação Geral de Normas de sua Secretaria de Gestão
(SEGES/CGNOR), promova a necessária aplicação do art. 3º, caput, da Lei
nº 8.666, de 1993, de sorte a adotar as providências necessárias para que, a
partir de 1º de janeiro de 2018, sejam efetivamente aplicadas as seguintes
medidas:
9.2.1. implementar o Índice de Acompanhamento da Sustentabilidade na
Administração (IASA), com eventuais adaptações e atualizações que se
fizerem necessárias, de acordo com as tratativas já iniciadas em reuniões da
Cisap, de modo a possibilitar a verificação e o acompanhamento da evolução
de ações que visem à sustentabilidade na APF, valendo-se, na medida do
possível, do aplicativo de TI desenvolvido em cumprimento ao item 9.9.4
deste Acórdão;
9.2.2. atuar, em conjunto com os integrantes da CISAP, no sentido de:
9.2.2.1. exigir que os Planos de Gestão de Logística Sustentável (PLS) ou
instrumentos substitutos equivalentes estejam previstos no planejamento
estratégico de cada órgão e entidade da APF, considerando o alcance e a
transversalidade dos aspectos inerentes à sustentabilidade, de modo a
institucionalizar, com isso, todas as ações de sustentabilidade junto à direção
geral das aludidas instituições;
9.2.2.2. exigir que os órgãos e as entidades da APF implementem, em suas
estruturas, o efetivo funcionamento de unidades de sustentabilidade com
caráter permanente, contando, em sua composição, com servidores ou
colaboradores dotados de perfil técnico para a específica atuação nos assuntos
pertinentes; e
9.2.2.3. exigir que as avaliações de desempenho dos PLS contenham
ferramentas de avaliação da efetividade do instrumento de planejamento, com
vistas a permitir a análise dos resultados das ações implementadas e o
comportamento dos padrões de consumo, em busca da manutenção do ponto
de equilíbrio entre o consumo e os gastos;
9.2.3. coordenar e integrar as iniciativas destinadas ao aprimoramento e à
implementação de critérios, requisitos e práticas de sustentabilidade a serem
observados pelos órgãos e entidades da administração federal em suas
contratações públicas, nos termos do art. 2º do Decreto nº 7.746/2012, a
exemplo do projeto SPPEL, devendo atentar para a necessidade de aprimorar
a normatização que permite a APF realizar aquisições de produtos e serviços
sustentáveis, com maior agilidade e eficiência, além de outros incentivos
gerenciais, no caso de o órgão ou a entidade federal contar com o devido PLS;
9.2.4. concluir a revisão do Catálogo de Materiais – CATMAT e do Catálogo
de Serviços – CATSER, de sorte a regulamentar a inclusão de itens com
requisitos de sustentabilidade e a excluir os itens cadastrados em duplicidade;
9.2.5. exigir a devida apresentação da Plano Anual de Contratações pelos
órgãos e entidades integrantes do SISG, especificando os itens com requisitos
de sustentabilidade que serão adquiridos em consonância com o
correspondente PLS;
9.2.6. instituir, em conjunto com a CISAP, as formas de acompanhamento e
de monitoramento centralizado sobre o grau de aderência dos órgãos e
entidades da APF à IN SLTI/MP nº 2, de 2014, no que concerne à certificação
de prédios públicos;
9.2.7. exigir, em conjunto com o Ministério do Meio Ambiente, que os órgãos
e as entidades da administração federal elaborem os seus Planos de
Gerenciamento de Resíduos Sólidos, visando à correta destinação dos
resíduos gerados pelo funcionamento da máquina administrativa federal, de
modo a atender os arts. 20 e 21 da Lei nº 12.305, de 2010, que instituiu a
Política Nacional de Resíduos Sólidos;
9.3. determinar que, nos termos do art. 45 da Lei nº 8.443, de 1992, a Cisap
apresente a devida proposta de plano de trabalho à SEGES/MPDG, no prazo
de até 120 (cento e vinte) dias contados do término do prazo fixado pelo item
9.1.1 deste Acórdão, para efetivamente exercer as suas competências que, até
o presente momento, não foram devidamente atendidas, em consonância com
o art. 11 do Decreto nº 7.746, de 2012, e no art. 3º do seu regimento interno
(instituído pela Portaria SLTI/MP nº 41/2012), atentando especialmente para
a ações relacionadas com:
9.3.1. a institucionalização de planos de incentivos à implantação de ações de
promoção da sustentabilidade perenes e atrativos;
9.3.2. o planejamento e a execução de ações para a ampla e eficiente
divulgação de boas práticas na área temática de governança da
sustentabilidade no âmbito de toda a APF; e
9.3.3. a promoção de ações de capacitação sobre a área temática de
governança da sustentabilidade, alcançando principalmente os órgãos e
entidades da APF mais representativos em termos de gastos e consumos de
insumos, com vistas a disseminar os conhecimentos necessários à
implementação das diversas ações de promoção da sustentabilidade;
9.4. determinar que, nos termos do art. 45 da Lei nº 8.443, de 1992, a
Secretaria Executiva da Cisap, em conjunto com os demais representados na
comissão, promova a necessária aplicação do art. 3º, caput, da Lei nº 8.666,
de 1993, com o intuito de, a partir de 1º de janeiro de 2018, exigir e
acompanhar a elaboração, a implementação e a avaliação dos Planos de
Gestão de Logística Sustentável (PLS) pelos órgãos e entidades da
administração federal direta, autárquica e fundacional (APF), em consonância
com o art. 16 do Decreto nº 7.746, de 2012;
(........)
9.11. encaminhar cópia deste Acórdão, bem como do Relatório e da Proposta
de Deliberação que o fundamenta, ao Ministério de Minas e Energia (MME),
ao Ministério do Meio Ambiente (MMA), ao Ministério do Planejamento,
Desenvolvimento e Gestão (MPDG), à Secretaria de Governo da Presidência
da República, à Secretaria Geral de Controle Externo (Segecex) do TCU, à
Secretaria Geral de Administração (Segedam) do TCU, à Comissão de Meio
Ambiente do Senado Federal (CMA), à Comissão de Integração Nacional,
Desenvolvimento Regional e da Amazônia da Câmara dos Deputados
(CINDRA), à Comissão de Meio Ambiente e Desenvolvimento Sustentável
da Câmara dos Deputados (CMADS), ao Conselho Nacional de Justiça
(CNJ), ao Conselho Superior da Justiça do Trabalho (CSJT) e ao Conselho da
Justiça Federal (CJF).
Com base nas respostas aos questionários enviados a 101 instituições da
Administração Pública Federal (APF), o Tribunal de Contas da União (TCU) verificou que
órgãos e entidades públicas não avançaram na implementação de ações destinadas à promoção
da sustentabilidade.
A auditoria avaliou a governança nas políticas públicas voltadas para a promoção
da sustentabilidade na APF e as ações de estímulo ao consumo sustentável de insumos
necessários às atividades, como, por exemplo, o uso de água, da energia elétrica e do papel.
Além disso, foram consideradas ações de gestão de resíduos, a destinação daqueles
considerados recicláveis e a utilização de critérios na aquisição de bens e serviços como forma
de estimular a produção e o consumo com maior grau de comprometimento com o
desenvolvimento sustentável.
Os resultados apontam grau insuficiente de gestão e de implementação das ações
de promoção da sustentabilidade na APF, atuação deficiente no nível central de governo e baixa
evolução na adoção de critérios e práticas sustentáveis nas contratações. A equipe de auditoria
verificou, também, a implementação incipiente de ações voltadas para a utilização de edifícios
públicos mais eficientes e sustentáveis, além de constatar deficiências nas iniciativas
relacionadas com a gestão de resíduos e a realização de coleta seletiva solidária.

3. Como é Calculado o IASA

Para avaliar a sustentabilidade na APF e em função da abrangência do tema, foram


estabelecidos critérios/eixos temáticos. Os onze eixos temáticos da sustentabilidade avaliados
nestes trabalhos foram divididos da seguinte forma:
I. Elaboração, implementação e monitoramento do Plano de Gestão de Logística
Sustentável (PLS);
II. Racionalização no uso de energia elétrica;
III. Racionalização no uso de água;
IV. Atendimento a requisitos de acessibilidade;
V. Certificação de prédios públicos;
VI. Racionalização no uso de papel e implementação de processo eletrônico;
VII. Gestão de resíduos e coleta seletiva;
VIII. Contratações públicas sustentáveis;
IX. Mobilidade e gases de efeito estufa;
X. Conscientização e capacitação; e
XI. Adesão a programas de sustentabilidade.
Considerando uma escala de avaliação de 0 a 3 nas ações constantes de 11 eixos
temáticos abordados que representam a sustentabilidade, a média obtida pelas instituições
representantes dos 3 poderes (executivo, legislativo e judiciário) que aderiram ao questionário
foi de 1,64, o que enquadra a APF em uma faixa de performance intermediária (de 1 a 2),
demandando atenção para que as ações alcancem a faixa superior, representada pela pontuação
de 2 a 3.
Os dados utilizados para a construção do IASA foram levantados por meio de
questionário eletrônico enviado a 169 órgãos da Administração Pública Federal, cujo grau de
adesão alcançou 60% (resposta de 101 órgãos e entidades). Considerando que a pontuação do
IASA varia de 0 a 3, em que zero representa o menor grau e três representa o maior grau de
implementação e gestão dessas ações, a média da pontuação obtida pelos órgãos avaliados
alcançou o valor de 1,64, colocando a administração federal na faixa intermediária de pontuação
(de 1 a 2) nas ações de promoção da sustentabilidade. Na verdade, 78 das 101 instituições (75%)
pontuaram na citada faixa (de 1 a 2). Na faixa superior (de 2 a 3), encontram-se 20 entidades
(19%), enquanto 6 pontuaram na faixa inferior (de 0 a 1).
Dos onze eixos temáticos, os indicadores com melhor pontuação foram os relativos
às práticas de consumo de papel e ao grau de acessibilidade dos edifícios públicos, que
pontuaram na faixa superior de avaliação (2,30 e 2,23, respectivamente). Já o indicador com
menor pontuação foi do de adesão aos programas de sustentabilidade, que marcou 0,98, único
indicador pontuando na faixa inferior.
Importante salientar que um dos indicadores de maior relevância, relativo à
elaboração, à implementação e ao monitoramento dos Programas de Gestão e Logística
Sustentável (PLS), impacta todos os outros eixos avaliados neste trabalho. Os PLS devem ser
planejados, executados e acompanhados por todas as entidades dos poderes executivo e
judiciário, sendo a ferramenta de planejamento em que são definidas as ações de promoção da
sustentabilidade e respectivas metas, com seus prazos de execução e mecanismos de
monitoramento e avaliação.
Cabe ressaltar que o com o Acordão TCU-Plenário nº 1.056/2017 determinou que,
nos termos do art. 45 da Lei nº 8.443, de 1992, o Ministério do Planejamento, Desenvolvimento
e Gestão promova a necessária aplicação do art. 3º, caput, da Lei nº 8.666, de 1993, de sorte a
adotar as providências necessárias para que, a partir de 1º de janeiro de 2018, seja implementado
o Índice de Acompanhamento da Sustentabilidade na Administração (IASA), com eventuais
adaptações e atualizações que se fizerem necessárias, de acordo com as tratativas já iniciadas
em reuniões da Comissão Interministerial de Sustentabilidade na Administração Pública -
Cisap, de modo a possibilitar a verificação e o acompanhamento da evolução de ações que
visem à sustentabilidade na Administração Pública Federal (APF), valendo-se, na medida do
possível, de aplicativo de TI destinado à aferição geral e específica do IASA, ou eventual
instrumento equivalente que vier a ser instituído, âmbito dos órgãos e das entidades da APF.
4. ACÓRDÃO Nº 3.254/2021 - TCU - Plenário
O Acórdão nº 3.254/21 trata de monitoramento do Acórdão nº 1.056/2017,
prolatado pelo Plenário do TCU, ao apreciar a auditoria operacional sobre a sustentabilidade na
administração pública federal (APF), com as alterações propostas pelo Acórdão nº 600/2019-
TCU-Plenário, após o Pedido de Reexame do Acórdão nª 1.056/2017-TCU-Plenário, o novo
Acórdão (nº 600/2019-TCU-Plenário) decidiu converter cinco determinações em
recomendações, na forma proposta pela equipe de fiscalização. Com isso, as deliberações do
Acórdão nº 1.056/2017- TCU-Plenário, com as alterações introduzidas pelo Acórdão nº
600/2019-TCU-Plenário, a serem monitoradas são as seguintes:
9.1. determinar que, nos termos do art. 45 da Lei nº 8.443, de 1992, o Ministério do
Planejamento, Desenvolvimento e Gestão, representado pela Coordenação Geral de Normas de
sua Secretaria de Gestão (SEGES/CGNOR), promova a necessária aplicação do art. 3º, caput,
da Lei nº 8.666, de 1993, com o intuito de:
9.1.1. retomar, no prazo de até 90 (noventa) dias contados da notificação deste
Acórdão, as atividades da Comissão Interministerial de Sustentabilidade da Administração
Pública Federal direta, autárquica e Fundacional (Cisap), conforme as competências previstas
no Decreto nº 7.746/2012 e no regimento interno instituído pela Portaria SLTI/MP nº 41/2012;
9.1.2. apresentar, no prazo de até 120 (cento e vinte) dias contados do término do
prazo fixado pelo item 9.1.1 deste Acórdão, o devido plano de ação destinado a implementar o
necessário sistema de acompanhamento das ações de sustentabilidade, conforme previsto no
art. 11 do Decreto nº 7.746/2012, com vistas a dar conhecimento das ações de sustentabilidade
em execução na Administração Pública Federal (APF), levando em consideração as
informações já existentes em sistemas como o Sispes e o Ressoa, além de promover a criação
de parâmetros desejáveis de consumo, por tipologia de edificações;
9.2. determinar que, nos termos do art. 45 da Lei nº 8.443, de 1992, o Ministério do
Planejamento, Desenvolvimento e Gestão, representado pela Coordenação Geral de Normas de
sua Secretaria de Gestão (SEGES/CGNOR), promova a necessária aplicação do art. 3º, caput,
da Lei nº 8.666, de 1993, de sorte a adotar as providências necessárias para que, a partir de 1º
de janeiro de 2018, sejam efetivamente aplicadas as seguintes medidas:
9.2.1. atuar, em conjunto com os integrantes da CISAP, no sentido de:
9.2.1.1. exigir que os Planos de Gestão de Logística Sustentável (PLS) ou
instrumentos substitutos equivalentes estejam previstos no planejamento estratégico de cada
órgão e entidade da APF, considerando o alcance e a transversalidade dos aspectos inerentes à
sustentabilidade, de modo a institucionalizar, com isso, todas as ações de sustentabilidade junto
à direção geral das aludidas instituições; e
9.2.1.2. exigir que as avaliações de desempenho dos PLS contenham ferramentas
de avaliação da efetividade do instrumento de planejamento, com vistas a permitir a análise dos
resultados das ações implementadas e o comportamento dos padrões de consumo, em busca da
manutenção do ponto de equilíbrio entre o consumo e os gastos;
9.2.2. coordenar e integrar as iniciativas destinadas ao aprimoramento e à
implementação de critérios, requisitos e práticas de sustentabilidade a serem observados pelos
órgãos e entidades da administração federal em suas contratações públicas, nos termos do art.
2º do Decreto nº 7.746/2012, a exemplo do projeto SPPEL, devendo atentar para a necessidade
de aprimorar a normatização que permite a APF realizar aquisições de produtos e serviços
sustentáveis, com maior agilidade e eficiência, além de outros incentivos gerenciais, no caso de
o órgão ou a entidade federal contar com o devido PLS;
9.2.3. concluir a revisão do Catálogo de Materiais - CATMAT e do Catálogo de
Serviços - CATSER, de sorte a regulamentar a inclusão de itens com requisitos de
sustentabilidade e a excluir os itens cadastrados em duplicidade;
9.2.4. exigir a devida apresentação da Plano Anual de Contratações pelos órgãos e
entidades integrantes do SISG, especificando os itens com requisitos de sustentabilidade que
serão adquiridos em consonância com o correspondente PLS;
9.3. determinar que, nos termos do art. 45 da Lei nº 8.443, de 1992, a Cisap
apresente a devida proposta de plano de trabalho à SEGES/MPDG, no prazo de até 120 (cento
e vinte) dias contados do término do prazo fixado pelo item 9.1.1 deste Acórdão, para
efetivamente exercer as suas competências que, até o presente momento, não foram
devidamente atendidas, em consonância com o art. 11 do Decreto nº 7.746, de 2012, e no art.
3º do seu regimento interno (instituído pela Portaria SLTI/MP nº 41/2012), atentando
especialmente para a ações relacionadas com:
9.3.1. a institucionalização de planos de incentivos à implantação de ações de
promoção da sustentabilidade perenes e atrativos;
9.3.2. o planejamento e a execução de ações para a ampla e eficiente divulgação de
boas práticas na área temática de governança da sustentabilidade no âmbito de toda a APF; e
9.3.3. a promoção de ações de capacitação sobre a área temática de governança da
sustentabilidade, alcançando principalmente os órgãos e entidades da APF mais representativos
em termos de gastos e consumos de insumos, com vistas a disseminar os conhecimentos
necessários à implementação das diversas ações de promoção da sustentabilidade;
9.4. (suprimido e convertido no item 9.8.3 abaixo)
9.5. determinar que, nos termos do art. 45 da Lei nº 8.443, de 1992, o Ministério do
Meio Ambiente promova a necessária aplicação do art. 3º, caput, da Lei nº 8.666, de 1993, com
o intuito de, no prazo de 180 dias contados da notificação deste Acórdão, apresentar o devido
plano de ação para a avaliação dos recursos financeiros e humanos necessários ao alcance das
metas de expansão e de capacitação do Programa A3P previstas no atual PPA, considerando as
informações fornecidas pela sua Secretaria de Articulação Institucional e Cidadania Ambiental;
9.6. determinar que, nos termos do art. 45 da Lei nº 8.443, de 1992, a Secretaria de
Mudança do Clima e Florestas do MMA (SMCQ/MMA) promova, no prazo de 180 dias
contados da notificação deste Acórdão, a necessária aplicação do art. 3º, caput, da Lei nº 8.666,
de 1993, com o intuito de:
9.6.1. ampliar as ações de capacitação dos gestores relacionadas com a certificação
de prédios públicos e com a proposição de incentivos a serem oferecidos para a obtenção da
certificação, de modo a obter maior aderência dos órgãos e entidades da administração pública
à IN SLTI/MP nº 2, de 2014, além de gerar incentivos em decorrência da economia de recursos
no consumo de água, energia e papel, entre outros insumos;
9.6.2. apresentar os necessários estudos, em conjunto com a Cisap, sobre as formas
de considerar, no sistema de acompanhamento das ações de sustentabilidade, o monitoramento
e o estabelecimento de parâmetros desejáveis de consumo, por tipologia de edificações, a partir
da implementação das ações de promoção da sustentabilidade; e
9.6.3. apresentar os necessários estudos, com o apoio do Inmetro e o
pronunciamento da Cisap, sobre a plausibilidade de ratificar periodicamente a certificação
obtida para o prédio público durante a vida útil da edificação, podendo mudar o seu grau para
melhor ou para pior de acordo com a forma como a edificação estiver sendo gerida e operada;
9.7. determinar que, nos termos do art. 45 da Lei nº 8.443, de 1992, a Secretaria de
Governo da Presidência da República, em conjunto com os demais órgãos representados no
Comitê Interministerial para Inclusão Social e Econômica dos Catadores de Materiais
Reutilizáveis e Recicláveis - CIISC, adote as providências cabíveis para, a partir de 1º de janeiro
de 2018, serem efetivamente reativadas as atividades do referido comitê interministerial, de
modo a atender o art. 5º do Decreto nº 5.940, de 2006, e o art. 7º do Decreto nº 7.405, de 2010.
9.8. recomendar:
9.8.1. à Secretaria de Planejamento e Desenvolvimento Energético do Ministério
de Minas e Energia que no prazo de 120 (cento e vinte) dias contados da notificação deste
Acórdão promova devidas ações no sentido de:
9.8.1.1. aumentar o número de organismos inspecionadores acreditados pelo
Inmetro (OIA) no mercado, com vistas a cumprir o determinado pela IN SLTI/MP nº 2/2014;
9.8.1.2. estimular os gestores de prédios públicos com vistas à certificação das
correspondentes edificações; 9.8.2. ao Ministério do Planejamento, Desenvolvimento e Gestão,
representado pela Coordenação Geral de Normas de sua Secretaria de Gestão
(SEGES/CGNOR), que avalie a conveniência e oportunidade de:
9.8.2.1. implementar o Índice de Acompanhamento da Sustentabilidade na
Administração (IASA), com eventuais adaptações e atualizações que se fizerem necessárias, de
acordo com as tratativas já iniciadas em reuniões da Cisap, de modo a possibilitar a verific ação
e o acompanhamento da evolução de ações que visem à sustentabilidade na APF, valendo-se,
na medida do possível, do aplicativo de TI desenvolvido em cumprimento ao item 9.9.4 deste
Acórdão;
9.8.2.2. em conjunto com os órgãos que têm representação na CISAP, adotar
medidas com vistas a que os órgãos e as entidades da APF criem, em suas estruturas, unidades
de sustentabilidade com caráter permanente, contando, em sua composição, com servidores ou
colaboradores dotadas de perfil técnico para atuação nos assuntos pertinentes;
9.8.2.3. instituir formas de acompanhamento e monitoramento centralizado sobre o
grau de aderência dos órgãos e entidades da APF à IN SLTI/MP 2/2014, no que se refere à
certificação de prédios públicos;
9.8.2.4. exigir que os órgãos e entidades da administração pública federal elaborem
seus Planos de Gerenciamento de Resíduos Sólidos, visando à correta destinação dos resíduos
gerados pela máquina administrativa federal, de modo a atender os artigos 20 e 21 da Lei
12.305/2010, que instituiu a Política Nacional de Resíduos Sólidos;
9.8.3. à Secretaria Executiva da CISAP que avalie, em conjunto com os demais
representados na comissão, a conveniência e oportunidade de exigir e acompanhar a elaboração,
implementação e avaliação dos Planos de Gestão de Logística Sustentável (PLS) pelos órgãos
e entidades da administração pública federal direta, autárquica e fundacional (APF), em
consonância com o artigo 16 do Decreto 7.746/2012. 9.9. determinar que, sob a coordenação
da Secretaria Geral de Controle Externo, a Secretaria de Controle Externo da Agricultura e do
Meio Ambiente (SecexAmbiental) adote as seguintes providências:
9.9.1. fomente, em conjunto com a Secretaria Geral de Administração do TCU, a
possível implementação de comunidade federal de governança da sustentabilidade com o
intuito de incentivar o emprego das boas práticas de sustentabilidade no âmbito da
administração pública federal (APF);
9.9.2. acompanhe os eventuais estudos realizados pela APF, que visem aprimorar
as aquisições de produtos e serviços sustentáveis e conferir maior agilidade e eficiência no
processo, além de outros incentivos legais, no caso de o órgão ou a entidade federal contar com
o devido Plano de Gestão de Logística Sustentável (PLS);
9.9.3. promova, em conjunto com a Secretaria Geral de Administração do TCU, na
medida do possível, a celebração da 1ª Carta de Propósitos para a Sustentabilidade na APF
durante o evento a ser realizado com a participação da unidade técnica e da Segedam, entre
outras instituições da APF, em 2017, estabelecendo as bases para a implantação e o
desenvolvimento do fórum permanente de sustentabilidade na APF, pela participação das
instituições signatárias, com vistas a promover eventos periódicos para a disseminação de boas
práticas na área de governança da sustentabilidade e para a futura parametrização do emprego
do Índice de Acompanhamento da Sustentabilidade na Administração (IASA), com eventuais
adaptações e atualizações que se fizerem necessárias, como instrumento de adesão e de
permanência das diversas instituições da APF na comunidade federal de governança da
sustentabilidade suscitada pelo item 9.9.1 deste Acórdão;
9.9.4. acompanhe as ações implementadas pelo Ministério do Planejamento,
Desenvolvimento e Gestão, com vistas ao desenvolvimento e o emprego de aplicativo de TI
destinado à aferição, geral e específica, do IASA ou eventual instrumento equivalente que vier
ser instituído, no âmbito dos órgãos e das entidades da APF, nos termos do item 9.2.1 deste
Acórdão.
V. ANÁLISE DO ATENDIMENTO DAS DELIBERAÇÕES 61. Com vistas a
subsidiar o presente processo de Monitoramento, entendeu-se necessário diligenciar o
Ministério do Meio Ambiente (MMA), o Ministério de Minas e Energia (MME), a Secretaria
de Governo da Presidência da República (SeGov) e o Ministério da Economia (ME), que
incorporou grande parte das atividades do antigo Ministério do Planejamento, Desenvolvimento
e Gestão (MP), para que enviassem informações atualizadas sobre as ações adotadas por aquelas
instituições para atender às deliberações contidas no Acórdão nº 1.056/2017-TCU-Plenário,
com as modificações trazidas pelo Acórdão nº 600/2019-TCU-Plenário, assim como a devida
documentação comprobatória e outras informações/documentos pertinentes que auxiliassem na
análise do processo 88. Inicialmente, cabe notar que a Comissão Interministerial de
Sustentabilidade na Administração Pública (CISAP) teve suas atividades suprimidas em função
do Decreto nº 9.759, de 11 de abril de 2019, que extinguiu e estabeleceu diretrizes, regras e
limitações para colegiados da APF. (...) 99. A Seges informa que, atualmente, está trabalhando
na centralização das unidades de compras, consoante dispõe a Portaria ME nº 13.623/2019
(peça 30), que estabelece diretrizes para redimensionamento do quantitativo de Unidades
Administrativas de Serviços Gerais (UASG), na busca de, entre outros, diminuir custos na
instrução processual, reduzindo a pulverização das contratações públicas, bem como evitando
a sobreposição e a duplicidade de atividades em diversas unidades administrativas. 100. O
entendimento esposado pela Secretaria de Gestão é a de que a sustentabilidade deve ser
assumida como valor institucional pelos órgãos e entidades da Administração Pública Federal
(APF), perpassando todas as suas unidades internas, finalísticas e administrativas, não ficando
restrita a unidades técnicas especializadas. 101. Além disso, julgam que a proposta de unidades
de sustentabilidade poderia ser atendida pelas Comissões Gestoras dos PLS, as quais, segundo
§2º do art. 5º da Instrução Normativa nº 10, de 12 de novembro de 2012, têm a atribuição de
elaborar, monitorar, avaliar e revisar o PLS. Restaria, portanto, para consideração acerca da
conveniência e oportunidade de cada órgão/entidade, a avaliação e a decisão sobre a criação de
unidade específica em sua estrutura, ante suas particularidades. (...) 107. Dessa forma, propõe-
se que a deliberação 9.1.1 seja considerada não mais aplicável, com proposta de torná-la
insubsistente sem alteração da proposta original. 108. Com relação à deliberação 9.8.3, observa-
se que pode ser dado tratamento diferenciado ao item. Conforme mencionado, a Cisap foi
instituída por meio do Decreto nº 7.746/2012, e suas atividades foram posteriormente suspensas
pelo Decreto nº 9.759/2019, que extinguiu os colegiados criados por meio de decreto. 109.
Entretanto, o supracitado Decreto nº 9.759/2019 define em seu Art. 9º que: ‘Até 1º de agosto
de 2019, serão publicados os atos, ou, conforme o caso, encaminhadas à Casa Civil da
Presidência da República as propostas de revogação expressa das normas referentes aos
colegiados extintos em decorrência do disposto neste Decreto.’ (...) 113. Sendo assim, dadas as
alterações promovidas pelos Decretos nº 9.759/2019 (extingue e limita colegiados na APF) e nº
10.179/2019 (declara a revogação, para os fins do disposto no art. 16 da Lei Complementar
95/1998, de decretos normativos), propõe-se que a recomendação seja considerada não mais
aplicável, tornando insubsistente o item com alteração da proposição, passando a vigorar com
a seguinte redação: ‘9.8.3: Determinar ao Ministério da Economia que, em relação às ações de
sustentabilidade da administração pública federal, com fundamento no art. 11 da Resolução-
TCU nº 315/2020, normatize em até 90 dias o processo de elaboração, implementação e
avaliação dos Planos de Gestão de Logística Sustentável (PLS) pelos órgãos e entidades da
administração pública federal direta, autárquica e fundacional (APF), em consonância com o
artigo 16 do Decreto nº 7.746/2012.’ 114. Com relação ao item 9.2.1.1, verifica-se que, apesar
da extinção da CISAP, a Secretaria de Gestão do Ministério da Economia vem trabalhando na
edição de normativos relativos à institucionalização de ações de sustentabilidade para que os
Planos de Gestão de Logística Sustentável (PLS) ou instrumentos substitutos equivalentes
estejam previstos no planejamento estratégico de cada órgão e entidade da APF, bem como
regramento específico para melhoria da governança das contratações. 115. Dessa forma,
considera-se que o item 9.2.1.1 encontra-se em implementação. Entretanto, pelo que se
depreende do texto das minutas, os normativos ora em concepção não indicam instituição
responsável por acompanhar a elaboração e a implantação dos PLS, demandar que os citados
planos estejam previstos no planejamento estratégico de cada órgão e entidade da APF, e
centralizar informações. (...) 119. No que concerne o item 9.8.2.2, considera-se que a criação
de unidades de sustentabilidade, de caráter permanente, nas estruturas dos órgãos e entidades
da APF vai de encontro ao espírito do estabelecido na Resolução TCU nº 315, de 22 de abril
2020. 120. O citado normativo estabelece, em seu Art. 11, II, que as recomendações devem
contribuir para que o tratamento das causas dos problemas agregando valor à unidade
jurisdicionada e baixando custos. Ademais, o inciso III estabelece que as recomendações devem
observar os requisitos de viabilidade prática e indicar ações para cuja realização não haja
obstáculos de ordem financeira, entre outros, que inviabilizem a implementação das medidas.
121. Dessa forma, entende-se que a criação de tais unidades poderia causar impactos
orçamentários e financeiros à administração pública. Ante o exposto, considera-se que a
recomendação 9.8.2.2 deve ser considerada não mais aplicável com proposta de torná-la
insubsistente, sem alteração da proposta original. (...) 150. Entende-se que a determinação 9.1.2
deve ser considerada não mais aplicável com proposta para torná-la insubsistente, sem
reformulação da deliberação original, uma vez que o art. 11 do Decreto nº 7.746/2012, base
normativa que legitimou o TCU a expedir a deliberação, foi revogado. 151. No que concerne à
determinação 9.2.1.2, referente à exigência de que as avaliações de desempenho dos PLS
contenham ferramentas de mensuração da efetividade do instrumento de planejamento,
verifica-se incoerência por parte dos gestores em sua resposta. 152. Em um primeiro momento,
informam que estão aguardando a retomada do projeto de revisão dos normativos de
sustentabilidade para avaliar a conveniência e oportunidade de exigir que as avaliações de
desempenho dos PLS contenham ferramentas de avaliação da efetividade do instrumento de
planejamento, bem como a elaboração do Caderno de Logística Sustentável para instrução dos
gestores na elaboração dos PLS, inclusive sobre o uso de indicadores de desempenho para
avaliação dos resultados obtidos e adoção de eventuais ações para correção dos resultados
pretendidos. 153. Em seguida, informam que a Instrução Normativa nº 10, de 2012, já contém
orientação sobre a necessidade de avaliação semestral da efetividade do PLS, por meio da
adoção de uma série de indicadores sugeridos no Anexo III da norma. 154. Mais adiante,
enfatizam que tal previsão deve ser inserida considerando a heterogeneidade das estruturas
organizacionais das instituições abarcadas pela norma, o que pode, novamente, incorrer em
custos adicionais para implementação. Assim, entendem inapropriada a previsão de adoção
obrigatória de ferramentas, salvo quando forem disponibilizadas por parte do órgão central.
155. Nessa esteira, consideram que a ferramenta a ser utilizada para acompanhamento e
avaliação dos resultados do PLS deve ser escolhida/definida por cada instituição, conforme suas
possibilidades, sendo prescindível de inclusão em diplomas legais. 156. Entretanto, conforme
informado, verifica-se que o normativo que preconiza que os resultados alcançados devem ser
avaliados semestral e anualmente já existe, conforme relatado pela própria Seges, a Instrução
Normativa nº 10, de 2012. Não é possível depreender pela resposta se a Seges considera que a
avaliação periódica é importante ou não, ou se será efetivamente estabelecida. 157. Todavia,
não se vislumbra a possibilidade de elaboração de qualquer política pública sem o devido
acompanhamento dos resultados, seja ele feito pelo órgão central, ou individualmente. A
ausência de monitoramento vai de encontro ao demandado pela própria Seges, por meio da
Instrução Normativa nº 10, de 2012, que determina a consolidação dos resultados alcançados e
a identificação das ações a serem desenvolvidas ou modificadas para o ano subsequente. 158.
No que concerne a determinação 9.2.1.2, não obstante incoerência na resposta, uma vez que a
Seges informou que está aguardando a retomada do projeto de revisão dos normativos de
sustentabilidade, bem como a elaboração do Caderno de Logística Sustentável para instrução
dos gestores na elaboração dos PLS, inclusive sobre o uso de indicadores de desempenho para
avaliação dos resultados obtidos e adoção de eventuais ações para correção dos resultados
pretendidos, considera-se que a determinação 9.2.1.2 deve ser considerada em cumprimento.
159. A determinação 9.3 deve ser considerada não mais aplicável com proposta para torná-la
insubsistente, sem reformulação da deliberação original, uma vez que endereçada à Comissão
Interministerial de Sustentabilidade na Administração Pública (Cisap), extinta por meio do
Decreto nº 9.759, de 11 de abril de 2019. 160. Com relação à determinação 9.5, tendo em vista
que o MMA elaborou o plano de ação solicitado por meio do Parecer nº 50.147/2017-MMA
(SEI 0085116) e concluir afirmando que, apesar da menor disponibilidade de recursos durante
os últimos anos, o Programa A3P vem alcançando bons resultados, conforme observado nos
anos de 2019 e 2020, consideramos que a determinação 9.5 deve ser considerada cumprida.
161. No que diz respeito à recomendação 9.8.2.1, avaliamos que a deliberação se encontra em
implementação, uma vez que, de acordo com a Seges, a partir de setembro de 2020, será
estudada a possibilidade de implementação de eventual sistema de acompanhamento das ações
de sustentabilidade. (...) 168. Apesar do baixo percentual de contratações sustentáveis em
relação ao total de contratações da APF, algumas evidências levantadas na auditoria
sinalizavam que as unidades tinham percepção diferente. 169. De acordo com a análise do
relatório de gestão de 118 órgãos/entidades da APF, referente ao exercício de 2015, contas
anuais de 2014, 50,8 % dos órgãos respondentes (60 de 118) afirmaram que as contratações
realizadas pela unidade observavam os parâmetros estabelecidos pelo Decreto nº 7.746/2012
ao adotarem critérios e práticas de sustentabilidade em suas contratações. 170. De maneira
análoga, as respostas ao questionário encaminhado a 169 órgãos/entidades da APF apontavam
na mesma direção. Das 101 unidades respondentes, 89,4% (93 de 104) afirmaram que
estimulavam a prática de contratações sustentáveis. 171. Além disso, 75,0% (78 de 104)
afirmaram que a Consultoria Jurídica abordava questões relativas a diretrizes, critérios e
práticas de sustentabilidade nos pareceres que antecediam às contratações, e 49% (51 de 104)
disseram que consideravam a avaliação do ciclo de vida (ACV) dos bens ou serviços a serem
comprados ou contratados. (...) 198. Conforme relatado pela Seges, a avaliação de meios e
formas disponíveis para dar continuidade ao aprimoramento e à implementação de critérios,
requisitos e práticas de sustentabilidade, seria retomada a partir de setembro de 2020, com a
revisão dos normativos de sustentabilidade. Dessa forma, entende-se que a determinação 9.2.2
se encontra em cumprimento. 199. Entende-se que a determinação 9.2.3 se encontra em
cumprimento, uma vez que a revisão dos catálogos de materiais e de serviços, Catmat e Catser,
está sendo realizada, com a inclusão de novas funcionalidades à plataforma de compras
públicas, SIASG/Comprasnet. 200. Além disso, a determinação 9.2.4 encontra-se em
cumprimento, uma vez que a adequação do Plano Anual de Contratações, objeto da deliberação,
depende de avanços na implementação dos itens anteriores, que conforme informado, seria
retomada a partir de setembro de 2020. (...) 231. No que concerne a recomendação 9.8.1.1,
referente ao aumento do número de organismos inspecionadores acreditados pelo Inmetro
(OIA), com a edição da Resolução TCU nº 315/2020, ela deve ser considerada não mais
aplicável com proposta para torná-la insubsistente, sem reformulação da deliberação original,
uma vez que o citado normativo determina em seu art. 12 que não devem ser formuladas
recomendações genéricas e distantes da realidade prática da unidade jurisdicionada, em especial
quando a complexidade do problema, em função de sua dimensão e da multiplicidade de suas
causas, resultar em diagnóstico impreciso ou incompleto. 232. Com relação à recomendação
9.8.1.2, relativo ao estímulo de gestores públicos com vistas à certificação das correspondentes
edificações, entende-se que a deliberação deve ser considerada implementada. Verifica-se que
o MME vem atuando, no âmbito de suas competências, com o objetivo de aumentar a demanda
pela etiquetagem das edificações públicas, por meio dos programas de eficiência energética em
parceria com a Eletrobrás/Procel e a Aneel, e os projetos de cooperação internacional sob sua
responsabilidade. (...) 257. Com relação à determinação 9.6.1, observa-se que o Ministério do
Meio Ambiente vem realizando capacitações por meio do Projeto 3E e coordenando
treinamentos para profissionais dos setores público e privado em cursos realizados em todas as
regiões do país, em temas obtenção da Etiqueta Nacional de Conservação de Energia (ENCE)
para Edifícios - PBE Edifica, Capacitações sobre metodologias de medição e verificação,
Treinamentos sobre gerenciamento energético, entre outros. Dessa forma, entende-se que a
determinação 9.6.1 deve ser considerada cumprida. 258. No que diz respeito à determinação
9.6.2, verifica-se que, apesar de endereçada ao MMA para atuação conjunta com a CISAP,
observa-se que o MMA atuou, por meio do Projeto 3E, em parceria com a Eletrobrás/Procel e
o Conselho Brasileiro de Construção Sustentável (CBCS), para elaborar benchmark de edifícios
na tipologia de escritórios com área superior a 500 m2, das administrações públicas federal,
estadual e municipal, com vistas a estabelecer o monitoramento e o estabelecimento de
parâmetros desejáveis de consumo, por tipologia de edificações, a partir da implementação das
ações de promoção da sustentabilidade. Dessa maneira, considera-se a determinação 9.6.2 como
cumprida. 259. Sobre a possibilidade de se ratificar periodicamente a certificação obtida para o
prédio público durante a vida útil da edificação apontada no item 9.6.3, não obstante a extinção
da Cisap, entende-se que o MMA atuou em parceria com a Eletrobrás/Procel e a ANEEL para
definir benchmarking nacional de consumo energético de edifícios, incluindo a definição dos
indicadores mais adequados a cada tipologia. 260. Ademais, no âmbito do Projeto 3E, o
benchmarking dos edifícios públicos de tipologia de escritório com área acima de 500 m2, foi
realizado pelo CBCS, como forma de cumprir com um dos objetivos do Projeto 3E, em
colaboração com o trabalho que já vinha sendo realizado pela Eletrobrás/Procel, responsável
legal pela implantação da etiquetagem energética em operação. Dessa forma, considera-se que
a deliberação 9.6.3 foi cumprida. 261. Em referência à recomendação 9.8.2.3, sobre a instituição
de formas de acompanhamento e monitoramento centralizado sobre o grau de aderência dos
órgãos e entidades da APF à IN SLTI/MP 2/2014, verifica-se que, de acordo com os normativos
vigentes, a Seges não possui o papel de centralizar as informações. Dessa maneira, entende-se
que a recomendação 9.8.2.3 deve ser considerada não mais aplicável com proposta de torná-la
insubsistente, sem alteração da proposta original. (...) 301. Com relação à determinação 9.7,
entende-se que foge à alçada da Secretaria de Governo da Presidência da República a recriação
do Comitê Interministerial para Inclusão Social e Econômica dos Catadores de Materiais
Reutilizáveis e Recicláveis - CIISC, extinto por meio do Decreto nº 9.759/2019. Nesse sentido,
considera-se a determinação 9.7 não mais aplicável com proposta para torná-la insubsistente,
sem reformulação da deliberação original. 302. No que diz respeito ao item 9.8.2.4, os
argumentos trazidos pela Seges são plausíveis, uma vez que a exigência para que os órgãos e
entidades da administração pública federal elaborem seus Planos de Gerenciamento de
Resíduos Sólidos não são de responsabilidade da Secretaria, conforme Lei nº 12.305, de 2010,
que institui a Política Nacional de Resíduos Sólidos (peça 33), assim como seu documento
regulamentador, o Decreto nº 7.404, de 2010 (peça 34). Dessa forma, entendemos que a
determinação 9.8.2.4 deve ser considerada não mais aplicável com proposta de torná-la
insubsistente, sem reformulação da proposta original. (...) 306. Com relação ao item 9.9.1,
referente a fomentar a implementação de comunidade federal de governança da sustentabilidade
no âmbito da APF, a Segedam informa que, imediatamente após a publicação do Acórdão-TCU
nº 1.056/2017, foram criadas comunidades de governança da sustentabilidade no âmbito do
Poder Legislativo. 307. Ainda em 2017, foram realizadas reuniões entre TCU, Senado Federal
e Câmara dos Deputados visando ao cumprimento do objetivo. Após análises dos setores
jurídicos das respectivas Casas, no ano de 2018 foi assinado acordo de cooperação e criada a
Rede Legislativo Sustentável, com a adesão dos três órgãos partícipes. 308. Entre os objetivos
da Rede Legislativo Sustentável podem ser citados o compartilhamento de experiências
inerentes à implantação de políticas de sustentabilidade e a difusão de boas práticas executadas
pelos participantes. 309. Conforme estabelecido no plano de trabalho do respectivo acordo de
cooperação e visando a ampliação do escopo de atuação, em 2019, foi criada a Rede Nacional
de Sustentabilidade no Legislativo, que passou a contar com a possibilidade de adesão de
Assembleias Legislativas, Tribunais de contas, Câmaras de vereadores e entidades
representativas. 310. A Rede Nacional de Sustentabilidade no Legislativo conta com um site
hospedado na página do Senado Federal, e disponibiliza cursos e ações de boas práticas em
sustentabilidade. Pelo exposto, entende-se que a determinação 9.9.1 foi cumprida. 311. Com
referência ao item 9.9.2, que versa sobre o acompanhamento de eventuais estudos realizados
pela APF que visem aprimorar as aquisições de produtos e serviços sustentáveis e conferir
maior agilidade e eficiência ao processo, a Segedam informa que a Secretaria de Licitações,
Contratos e Patrimônio (Selip), unidade subordinada à Segedam, tem participado de reuniões
com diversos atores do Poder Executivo e Legislativo visando ao aprimoramento do processo
de aquisição e compartilhamento. 312. A Selip, em parceria com a Secretaria Geral Adjunta de
Administração (Adgedam) e Instituto Serzedelo Corrêa (ISC) desenvolveu um curso em EAD
especificamente sobre a temática de aquisições sustentáveis. O curso contou com apoio do
Senado Federal e da Câmara dos Deputados, como produto da Rede Nacional Legislativo
Sustentável, e encontra-se disponível gratuitamente a todos os cidadãos e gestores do país no
portal da Rede de Sustentabilidade. 313. Ademais, nas ações operacionais estabelecidas pela
Selip para o período 2019-2021, encontra-se incluída a ‘revisão e publicação do manual de
contratações do TCU’. Neste trabalho, foram eleitos, dentre as principais premissas do trabalho,
o aprimoramento e a divulgação dos procedimentos de aquisições de produtos e serviços
sustentáveis, em alinhamento ao Plano de Gestão de Logística Sustentável (PLS). Ante o
exposto, entende-se que a determinação 9.9.2 foi cumprida. 314. No que concerne a
determinação 9.9.3, referente à promoção de Carta de Propósitos para a Sustentabilidade na
APF em evento a ser realizado ainda em 2017 com o objetivo de implantação e
desenvolvimento de fórum permanente de sustentabilidade na APF e futura parametrização do
emprego do Índice de Acompanhamento da Sustentabilidade na Administração (IASA), com
eventuais adaptações e atualizações que se fizerem necessárias, a Segedam informa que, além
da realização de seminário realizado em parceria com o Poder Judiciário, em maio de 2017,
coordenado pela SecexAgroAmbiental, o TCU, por intermédio da Segedam, promoveu em
parceria com o Senado Federal e a Câmara dos Deputados dois eventos para formação de fóruns
permanentes de sustentabilidade no âmbito do Poder Legislativo. 315. O Primeiro Seminário
Nacional de Sustentabilidade do Legislativo, ocorrido nos dias 06 e 07/11/2018, resultou na
formalização de termo de cooperação entre os três órgãos e criação da Rede Legislativo
Sustentável, além de disseminação do conhecimento, com a apresentação de experiências de
boas práticas em sustentabilidade. 316. Visando ampliar o escopo de atuação da Rede
Legislativo Sustentável, em 06/11/2019 realizou-se novo evento no Tribunal de Contas da
União, promovido em parceria com Senado Federal e Câmara dos Deputados. Nessa ocasião,
foi formalizada a criação da Rede Nacional de Sustentabilidade no Legislativo, possibilitando
a participação de atores do Poder Legislativo em nível nacional. A Rede Nacional conta com
participação de Assembleias Legislativas, Câmaras de vereadores e outras entidades
representativas, e poderá contar com a participação de tribunais de contas de estados e
municípios. Em face do exposto, considera-se que a determinação 9.9.3 foi cumprida. 317. No
que diz respeito ao item 9.9.4 relativo ao acompanhamento das ações implementadas para o
desenvolvimento e o emprego de aplicativo de TI destinado à aferição, geral e específica, do
IASA ou eventual instrumento equivalente que vier ser instituído, no âmbito dos órgãos e das
entidades da APF, a Segedam relata que, por meio de parceria entre as unidades da Segedam,
foi disponibilizado na intranet do TCU um painel estratégico, abordando especificamente o
Índice de Acompanhamento das Ações de Sustentabilidade (IASA). Os resultados obtidos pelo
TCU podem ser consultados por quaisquer servidores, por meio de disponibilização de
imagens. 318. Ademais, por iniciativa própria, discutida no Comitê de Logística Sustentável
(CLS), a Segedam realizou, no mês de abril de 2020, levantamento com as unidades do Tribunal
acerca do estágio das ações descritas no IASA. Os resultados obtidos indicaram evolução nos
índices do TCU. Em face do exposto, cremos que a determinação 9.9.4 foi cumprida. (...) VII.
PROPOSTA DE ENCAMINHAMENTO 338. Diante do exposto, com fulcro no art. 43, inciso
I, da Lei nº 8.443/1992 c/c o art. 250, incisos II e III do RITCU, submetem-se os autos à
consideração superior propondo: a) considerar ‘implementadas/cumpridas’ as deliberações
constantes nos itens 9.5; 9.6.1; 9.6.2; 9.6.3; 9.8.1.2; 9.9.1; 9.9.2; 9.9.3; e 9.9.4 do Acórdão nº
1.056/2017-TCU-Plenário, com as alterações introduzidas pelo Acórdão nº 600/2019-TCU-
Plenário; b) considerar ‘em implementação’ as deliberações constantes dos itens as
recomendações constantes nos itens 9.2.1.1; 9.2.1.2; 9.2.2; 9.2.3; 9.2.4; 9.8.2.1 do Acórdão nº
1.056/2017-TCU-Plenário, com as alterações introduzidas pelo Acórdão nº 600/2019-TCU-
Plenário; c) considerar, nos termos da Portaria Segecex nº 27, de 19 de outubro de 2009 -
Padrões de Monitoramento do TCU, ‘não mais aplicáveis’ com proposta de torná-las
insubsistentes, sem alteração da proposta original, as deliberações constantes nos itens 9.1.1;
9.1.2; 9.3; 9.7; 9.8.1.1; 9.8.2.2; 9.8.2.3; 9.8.2.4; do Acórdão nº 1.056/2017-TCU-Plenário, com
as alterações introduzidas pelo Acórdão nº 600/2019-TCUPlenário; d) considerar nos termos
da Portaria Segecex nº 27, de 19 de outubro de 2009 - Padrões de Monitoramento do TCU, ‘não
mais aplicável’ com proposta de torná-la insubsistente, com alteração da deliberação original,
o item 9.8.3 do Acórdão nº 1.056/2017-TCU-Plenário, com as alterações introduzidas pelo
Acórdão nº 600/2019-TCU-Plenário, que passaria a vigorar da seguinte maneira: 9.8.3:
Determinar ao Ministério da Economia que, em relação às ações de sustentabilidade da
administração pública federal, com fundamento no art. 11 da Resolução-TCU nº 315/2020,
normatize em até 90 dias o processo de elaboração, implementação e avaliação dos Planos de
Gestão de Logística Sustentável (PLS) pelos órgãos e entidades da administração pública
federal direta, autárquica e fundacional, em consonância com o artigo 16 do Decreto
7.746/2012. e) autorizar a SecexAgroAmbiental a proceder novo monitoramento das
deliberações consideradas ‘em implementação/em cumprimento’ e o item ‘insubsistente com
alteração de redação’; f) dar conhecimento do acórdão que vier a ser prolatado ao Ministério de
Minas e Energia, Ministério do Meio Ambiente, Ministério da Economia e Secretaria de
Governo da Presidência da República; g) arquivar o presente processo, por meio de seu
apensamento definitivo ao TC 006.615/2016-3, nos termos do art. 169, inciso I, do Regimento
Interno do TCU c/c o art. 42 da Resolução-TCU nº 191/2006.”; Considerando, portanto, que o
TCU pode incorporar o parecer da unidade técnica a estas razões de decidir; Considerando,
todavia, que, como o item 9.8.3 do aludido Acórdão nº 1.056/2017-TCU-Plenário trataria de
recomendação direcionada à extinta Comissão Interministerial de Sustentabilidade na
Administração Pública (Cisap), o TCU pode anotar o monitoramento do aludido item como
prejudicado, sem prejuízo de enviar a suscitada determinação para o Ministério da Economia
normatizar o processo de elaboração, implementação e avaliação dos Planos de Gestão de
Logística Sustentável (PLS) pelos órgãos e entes da administração federal direta, autárquica e
fundacional, em consonância com o artigo 16 do Decreto n.º 7.746, de 2012; Os Ministros do
Tribunal de Contas da União, reunidos em Sessão do Plenário, ACORDAM, por unanimidade,
com fundamento no art. 143, inciso V, alínea "a", e 169, inciso V, do Regimento Interno do
TCU, aprovado pela Resolução nº 246, de 2011, diante dos elementos de convicção até aqui
obtidos pelo TCU e em sintonia com os pareceres emitidos neste processo, em: (i) assinalar o
cumprimento dos itens 9.5, 9.6.1, 9.6.2, 9.6.3, 9.8.1.2, 9.9.1, 9.9.2, 9.9.3 e 9.9.4 do Acórdão nº
1.056/2017-TCU-Plenário com as alterações introduzidas pelo Acórdão nº 600/2019-
TCUPlenário, sem prejuízo de estar em cumprimento os itens 9.2.1.1, 9.2.1.2, 9.2.2, 9.2.3, 9.2.4
e 9.8.2.1 do Acórdão nº 1.056/2017-TCU-Plenário com as alterações introduzidas pelo Acórdão
nº 600/2019-TCU-Plenário; (ii) anotar como prejudicado o monitoramento dos itens 9.1.1,
9.1.2, 9.3, 9.7, 9.8.1.1, 9.8.2.2, 9.8.2.3, 9.8.2.4 e 9.8.3 do Acórdão nº 1.056/2017-TCU-Plenário,
com as alterações introduzidas pelo Acórdão nº 600/2019-TCU-Plenário, diante da extinção da
Comissão Interministerial de Sustentabilidade na Administração Pública (Cisap) e do Comitê
Interministerial para Inclusão Social e Econômica dos Catadores de Materiais Reutilizáveis e
Recicláveis (Ciisc) pelo Decreto n.º 9.759, de 2019; e (iii) prolatar as providências abaixo
fixadas pelo item 1.6 deste Acórdão: 1. Processo TC-033.828/2018-0 (MONITORAMENTO)
1.1. Instituições: Ministério de Minas e Energia; Ministério do Meio Ambiente; Ministério da
Economia e Secretaria de Governo da Presidência da República; 1.2. Relator: Ministro-
Substituto André Luís de Carvalho. 1.3. Representante do Ministério Público: não atuou. 1.4.
Unidade Técnica: Secretaria de Controle Externo da Agricultura e do Meio Ambiente
(SecexAgroambiental). 1.5. Representação legal: não há. 1.6. Providências: 1.6.1. determinar
que, no prazo de até 90 (noventa) dias contados da notificação deste Acórdão, o Ministério da
Economia normatize o processo de elaboração, implementação e avaliação dos Planos de
Gestão de Logística Sustentável (PLS) pelos órgãos e entes da administração pública federal
direta, autárquica e fundacional, em consonância, entre outros, com o artigo 16 do Decreto n.º
7.746, de 2012; 1.6.2. enviar a cópia do presente Acórdão, com a cópia do parecer da unidade
técnica, aos seguintes destinatários: 1.6.2.1. ao Ministério da Economia, para ciência e
atendimento ao item 1.6.1 deste Acórdão; 1.6.2.2. ao Ministério de Minas e Energia, ao
Ministério do Meio Ambiente e à Secretaria de Governo da Presidência da República, para
ciência; 1.6.3. promover, no prazo de 180 dias, a abertura de novo monitoramento sobre os itens
9.2.1.1, 9.2.1.2, 9.2.2, 9.2.3, 9.2.4 e 9.8.2.1 do Acórdão nº 1.056/2017-TCU-Plenário, com as
alterações introduzidas pelo Acórdão nº 600/2019-TCU-Plenário, além do item 1.6.1 deste
acórdão; 1.6.4. promover o arquivamento deste feito pelo definitivo apensamento do presente
processo ao TC 006.615/2016-3, em obediência aos arts. 36 e 37 da Resolução TCU n.º 259,
de 2014.

5. Pense a respeito...

Neste último módulo do nosso curso, você conheceu os Acórdãos TCU-Plenário nº


1.056/2017 e nº 3.254/21. Conheceu também o Índice de Acompanhamento da Sustentabilidade
na Administração IASA.
Pense a respeito desse assunto, ponderando sobre o seguinte: levando em
consideração os 11 eixos do IASA, como você avalia a questão da sustentabilidade no órgão
em que você trabalha?

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