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Aula 1
Olá, sejam bem-vindos à primeira aula do módulo 4 do curso Sustentabilidade na
Administração Pública.
Neste módulo conheceremos o que são as Compras Públicas Sustentáveis, os
Acórdãos TCU Plenário 1056/17, 3254/21 e o que é o IASA.
OBJETIVO
Apresentar a fundamentação legal para a implantação das Compras Públicas
Sustentáveis no Brasil.
1. Introdução;
2. Compras Públicas Sustentáveis no Brasil;
3. Fundamentação Legal;
4. Conceito de Compras Públicas Sustentáveis;
5. Obras Públicas;
6. Aquisição dos bens;
7. Contratação de serviços;
8. Pense a respeito...
Compras sustentáveis consistem naquelas em que se tomam atitudes para que o uso
dos recursos materiais seja o mais eficiente possível. Isso envolve integrar os aspectos
ambientais em todos os estágios do processo de compra, de evitar compras desnecessárias a
identificar produtos mais sustentáveis que cumpram as especificações de uso requeridas. Logo,
não se trata de priorizar produtos apenas devido a seu aspecto ambiental, mas sim considerar
seriamente tal aspecto juntamente com os tradicionais critérios de especificações técnicas e
preço.
Em muitos países, como o Canadá, Estados Unidos, Japão e Membros da União
Europeia, as iniciativas de compras sustentáveis foram introduzidas inicialmente como
programas de adoção de boas práticas ambientais, entre elas o acesso às informações sobre
produtos e serviços sustentáveis, mecanismos legais para garantir a preferência aos produtos
sustentáveis e a capacitação dos agentes públicos.
O Estado precisa incentivar o mercado nacional a ajustar-se à nova realidade da
sustentabilidade, permitindo às instituições públicas assumir a liderança pelo exemplo.
Nesse sentido, o governo federal regulamentou a utilização de critérios sustentáveis
na aquisição de bens e na contratação de obras e serviços, através da Instrução Normativa nº
01, de 19 de janeiro de 2010.
As regras abrangem os processos de extração ou fabricação, utilização e o descarte
de produtos e matérias-primas. A Instrução Normativa abrange os órgãos da Administração
Federal Direta, Autarquias e Fundações.
4. Fundamentação Legal
Nesse novo cenário, as contratações de obras, serviços e compras, por qualquer ente
público, deverá contemplar, nos respectivos instrumentos convocatórios, quando da definição
do objeto, critérios que os tornem compatíveis com o desenvolvimento nacional sustentável,
sem comprometer a competitividade do certame.
Desta forma, as licitações públicas passam a ser balizadas não apenas pela melhor
proposta para a Administração, mas também por critérios de sustentabilidade ambiental.
Em 05 de junho 2012, foi editado o Decreto nº 7.746/2012 que regulamentou o art.
3º da Lei nº 8.666/93, e estabeleceu critérios, práticas e diretrizes para a promoção do
desenvolvimento nacional sustentável nas contratações realizadas pela administração pública
federal, e instituiu a Comissão Interministerial de Sustentabilidade na Administração Pública –
CISAP, que tem por finalidade propor a implementação de critérios, práticas e ações de logística
sustentável no âmbito da administração pública federal direta, autárquica e fundacional e das
empresas estatais dependentes.
São diretrizes da sustentabilidade entre outras:
a) Menor impacto sobre recursos naturais como flora, fauna, ar, solo e água;
b) Preferência para materiais, tecnologias e matérias-primas de origem local;
c) Maior eficiência na utilização de recursos naturais como água e energia;
d) Maior geração de empregos, preferencialmente com mão de obra local;
e) Maior vida útil e menor custo de manutenção do bem e da obra;
f) Uso de inovações que reduzam a pressão sobre recursos naturais; e
g) Origem ambientalmente regular dos recursos naturais utilizados nos bens,
serviços e obras.
O referido diploma legal estabelece também que a administração pública federal
direta, autárquica e fundacional e as empresas estatais dependentes poderão adquirir bens e
contratar serviços e obras considerando critérios e práticas de sustentabilidade objetivamente
definidos no instrumento convocatório.
A adoção de critérios e práticas de sustentabilidade deverá ser justificada nos autos
e preservar o caráter competitivo do certame.
Os critérios e práticas de sustentabilidade serão veiculados como especificação
técnica do objeto ou como obrigação da contratada.
O Decreto nº 7.746/2012 enfatiza ainda que a Administração poderá prever que o
contratado adote práticas de sustentabilidade na execução dos serviços contratados e critérios
de sustentabilidade no fornecimento dos bens.
A comprovação das exigências contidas no instrumento convocatório poderá ser
feita mediante certificação emitida por instituição pública oficial ou instituição credenciada, ou
por qualquer outro meio definido no instrumento convocatório.
Em caso de inexistência da certificação referida, o instrumento convocatório
estabelecerá que, após a seleção da proposta e antes da adjudicação do objeto, o contratante
poderá realizar diligências para verificar a adequação do bem ou serviço às exigências do
instrumento convocatório.
A citada norma determina também que a administração pública federal direta,
autárquica e fundacional e as empresas estatais dependentes deverão elaborar e implementar
Planos de Gestão de Logística Sustentável, no prazo estipulado pela Secretaria de Logística e
Tecnologia da Informação, prevendo, no mínimo:
a) Atualização do inventário de bens e materiais do órgão e identificação de
similares de menor impacto ambiental para substituição;
b) Práticas de sustentabilidade e de racionalização do uso de materiais e serviços;
c) Responsabilidades, metodologia de implementação e avaliação do plano; e
d) Ações de divulgação, conscientização e capacitação.
A Lei Federal nº 14.133/21, denominada de nova Lei de Licitações e Contratos
Administrativos, veio para substituir a Lei nº 8.666/1993. Ao contrário do normativo anterior,
trouxe consigo toda uma sistemática que se pauta na lógica da sustentabilidade ambiental.
Assim como faz a Constituição Federal de 1988, ao distribuir dispositivos de tutela ambiental
ao longo de seu texto, a Lei nº 14.133/21 também distribui ao longo de seu texto diversos artigos
com o objetivo principal de zelar pela garantia do meio ambiente ecologicamente equilibrado.
Vejamos abaixo todos os artigos da Lei nº 14.133 que apontam para a necessidade
de licitações e contratações sustentáveis:
— Artigo 5º, caput;
— Artigo 6º, inciso XII;
— Artigo 6º, inciso XVIII, alínea "h";
— Artigo 6º, inciso XXIV, alínea "e";
— Artigo 6º, inciso XXV;
— Artigo 6º, inciso XXV, alínea "a";
— Artigo 11, inciso IV;
— Artigo 11, parágrafo único;
— Artigo 18, §1º, inciso XII;
— Artigo 25, §5º, inciso I;
— Artigo 25, §6º;
— Artigo 34, §1º;
— Artigo 42, II;
— Artigo 45, incisos I e II;
— Artigo 74, III, alínea "h";
— Artigo 75, III, alínea "j";
— Artigo 115, §4º;
— Artigo 124, §2º;
— Artigo 137, inciso VI;
— Artigo 137, §2º, inciso V;
— Artigo 144, caput;
— Artigo 147, incisos II e III;
— Artigo 178.
Dos artigos acima mencionados, aqueles que consideramos os mais importantes são
os que apontam para a necessidade de uma mudança de mentalidade nas contratações públicas.
Podemos iniciar destacando o teor do artigo 5º, o qual dispõe que:
Percebe-se que a nova lei entrega à sustentabilidade ambiental o valor que ela
merece, não em razão de um discurso ideológico, mas de uma necessidade vital de ordem e
planejamento. Com tais alterações, mesmo ainda longe de ser perfeita, como qualquer produto
humano, a lei em comento finalmente se alinha à lógica constitucional que aponta para a
urgência de um real desenvolvimento sustentável, contemplando as três principais vertentes de
seu conceito: o social, o econômico e o ambiental.
5. Obras Públicas
7. Contratação de Serviços
8. Portal Comprasnet
9. Pense a respeito...
Aula 2
Acórdãos TCU Plenário 1056/17, 3254/21 e o que é o IASA?
OBJETIVO:
5. Pense a respeito...