Você está na página 1de 39

UNIVERSIDADE VIRTUAL DO ESTADO DE SÃO PAULO

DIEGO GUSTAVO BISPO

JONH DALTON DE CASTRO MARTINS

MARIA AMÉLIA CORRÊA DA SILVA

PEDRO MARCELO BRESSAN

SILVANA TOMIATTI PEREIRA DOS SANTOS

VÂNIA SANTOS DA SILVA

O COMPORTAMENTO DA GESTÃO DO LIXO ELETRÔNICO DA


CIDADE DE CAMPINAS/SP E DA CIDADE DE QUATÁ/SP:
COMPARATIVO ENTRE CIDADE DE GRANDE PORTE E DE
PEQUENO PORTE

QUATÁ - SP
2021
ii

DIEGO GUSTAVO BISPO

JONH DALTON DE CASTRO MARTINS

MARIA AMÉLIA CORRÊA DA SILVA

PEDRO MARCELO BRESSAN

SILVANA TOMIATTI PEREIRA DOS SANTOS

VÂNIA SANTOS DA SILVA

O COMPORTAMENTO DA GESTÃO DO LIXO ELETRÔNICO DA


CIDADE DE CAMPINAS/SP E DA CIDADE DE QUATÁ/SP:
COMPARATIVO ENTRE CIDADE DE GRANDE PORTE E DE
PEQUENO PORTE

Trabalho de Conclusão de Curso


apresentado à banca examinadora do
curso superior de Engenharia da
Computação da Universidade Virtual do
Estado de São Paulo, como exigência
parcial para obtenção do título de bacharel
em Engenharia da Computação, sob a
orientação do Profº. Prof. Sérgio Alves de
Azevedo.

QUATÁ - SP
2021
iii

DIEGO GUSTAVO BISPO

JONH DALTON DE CASTRO MARTINS

MARIA AMÉLIA CORRÊA DA SILVA

PEDRO MARCELO BRESSAN

SILVANA TOMIATTI PEREIRA DOS SANTOS

VÂNIA SANTOS DA SILVA

O COMPORTAMENTO DA GESTÃO DO LIXO ELETRÔNICO DA


CIDADE DE CAMPINAS/SP E DA CIDADE DE QUATÁ/SP:
COMPARATIVO ENTRE CIDADE DE GRANDE PORTE E DE
PEQUENO PORTE

Trabalho de conclusão de curso aprovado como requisito parcial para a obtenção do título
Bacharel em Engenharia da Computação pela seguinte banca examinadora da Universidade
Virtual do Estado de São Paulo:

Nota:__________________

Data:

_________________________________________________
Orientador:

__________________________________________________
Examinador 01:

__________________________________________________
Examinador 02:
iv

DEDICATÓRIA

A Deus, pela vida e pelas bênçãos que


nos concede diariamente.

Ao nosso orientador, Prof. Sérgio Alves de Azevedo.


pela disponibilidade e principalmente pelas orientações.
v

O aluno é como uma pequena semente que deve ser plantada e cuidada
para germinar e dar bons frutos. O professor é como o agricultor que
vê na semente a esperança que proverá as necessidades da sociedade.
(Luis Alves)
vi

SUMÁRIO
1 - INTRODUÇÃO .....................................................................................................................8
1.1 - OBJETIVOS .....................................................................................................................10
1.1.2 - Objetivo Geral ................................................................................................................10
1.1.3 - Objetivos Específicos .....................................................................................................10
2 – REVISÃO DA LITERATURA ...........................................................................................12
2.1 - Lixo Eletrônico ..................................................................................................................12
2.2 - Descarte de lixo eletrônico no mundo ...............................................................................14
2.3 - Descarte de lixo eletrônico no Brasil ................................................................................15
2.4 - Descarte de lixo eletrônico em Campinas .........................................................................16
2.5 - Descarte de lixo eletrônico de Quatá/SP ...........................................................................17
2.6 - Obsolescência programada ................................................................................................19
2.6.1 Conceito histórico .............................................................................................................19
2.7 - Problemas ambientais gerados pelo descarte inadequado de lixo eletrônico ....................20
2.8 - Aspectos legais relacionados com descarte de lixo eletrônico ..........................................21
2.9 - Soluções adequadas para a reciclagem de lixo eletrônico.................................................22
2.10 - A Logística reversa como solução para a reciclagem do lixo eletrônico ........................23
2.13 - Estratégias adotadas para gerenciamento de lixo eletrônico ...........................................27
3 – ESTUDO DE CASO ...........................................................................................................29
4 - CRONOGRAMA .................................................................................................................30
5 - CONCLUSÃO PARCIAL ...................................................................................................30
6 - REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS .................................................................................32
vii

LISTA DE FIGURAS

Figura 1: Componentes Eletrônicos ......................................................................................... 13


Figura 2: Maiores Produtores de Resíduos Eletrônicos............................................................ 14
Figura 3: Coleta de lixo eletrônico na campanha de arrecadação de 06/03/2021 em Quatá. ... 18
Figura 4: Coleta de lixo eletrônico na campanha de arrecadação de 06/03/2021 em Quatá. ... 18
Figura 5: Cadeia produtiva na logística reversa ....................................................................... 22
Figura 7: Processo de Logística Reversa .................................................................................. 24
viii

LISTA DE TABELA

Tabela 1: Empresas que Recebem os Materiais com as Unidades Receptoras ........................ 17


Tabela 2: Tipos e características da Logística Reversa ............................................................ 24
ix

LISTA DE SÍMBOLOS

REEE - Resíduos de Equipamentos Eletroeletrônicos;

PNRS - Política Nacional de Resíduos Sólidos;

ONU – Organização das Nações Unidas;


x

RESUMO
As últimas décadas testemunharam um crescente aumento do progresso tecnológico e, como
resultado, o uso de equipamentos como computadores pessoais e telefones celulares, entre
outros, aumentou exponencialmente. Porém, tal crescimento não tem sido acompanhado pelo
descarte adequado desses equipamentos, o que pode acarretar diversos problemas ambientais,
pois esses equipamentos se tornam obsoletos em um curto período de tempo. O desperdício de
tecnologia é um problema cada vez mais proeminente na sociedade de hoje. Se não for
manuseado de maneira adequada, o lixo eletrônico pode causar sérios danos à saúde e
degradação ambiental. A discussão sobre desperdício de tecnologia nesta pesquisa decorre do
interesse em desenvolver um trabalho envolvendo logística reversa, que visa refletir sobre o
impacto da tecnologia na sociedade. Nesse caso, um dos objetivos é promover a
sustentabilidade do uso da tecnologia de forma ética e social. Este trabalho apresenta os
resultados de pesquisas sobre resíduos eletrônicos, adota um método qualitativo e toma como
procedimento a pesquisa bibliográfica e de campo e, por fim, apresenta algumas soluções
possíveis para amenizar os problemas levantados. Tendo como foco de pesquisa as cidades de
Campinas e Quatá, a partir das quais, levanta questões e com base nos dados obtidos,
determina a forma de destinação dos resíduos eletrônicos fazendo um comparativo das ações
de reaproveitamento e gerenciamento em ambas. Ainda, de forma análoga procura demonstrar
que esses resíduos também oferecem oportunidades de inovação e criação de novos produtos,
minimizando o impacto no meio ambiente. A reciclagem e reutilização desses dispositivos
eletrônicos podem não só gerar benefícios econômicos, mas também evitar o lançamento de
materiais tóxicos no meio ambiente.

Palavras-Chave: Lixo eletrônico; Degradação ambiental; Tecnologia; Logística Reversa.


8

1 - INTRODUÇÃO

Com o avanço tecnológico acentuado, os dispositivos eletrônicos da geração anterior


tornam-se obsoletos em um ritmo cada vez mais rápido, consumidores, proprietários de
empresas e legisladores são confrontados com um problema significativo de saúde humana e
ambiental, gerenciando mais de 50 milhões de toneladas de lixo eletrônico gerado a cada
ano em todo o mundo (GRANT et al., 2013).
A questão dos resíduos eletrônicos é um fenômeno de mercado moderno, com graves
implicações ambientais, e deve se enquadrar na rubrica de gerenciamento de resíduos. As
soluções, ou respostas atenuantes, para lidar com as crescentes quantidades de lixo
eletrônico são de natureza multidisciplinar. Uma combinação de regulamentação de
comando e controle, inovação do setor privado, incentivos fiscais e educação do consumidor
estão evoluindo como respostas para encontrar formas apropriadas de descartar, reciclar ou
re-comercializar eletrônicos obsoletos. Esta é uma questão cuja resolução requer cooperação
entre consumidores, formuladores de políticas do setor público e empresas de varejo e
manufatura (GRANT et al., 2013).
STEVENS 2009 e WIDMER et al., 2005 em suas pesquisas identificou que
aproximadamente 63% de cada lixo eletrônico contém elementos prejudiciais à saúde, como
metais: ferro, cobre, alumínio, mercúrio, chumbo, arsênio, cádmio, selênio, ouro, prata,
platina, paládio e rádio, e a porcentagem desses metais pode diferir de acordo com o tipo de
e-produto. Ainda Stevens 2009 e Widmer et al., 2005 evidenciou que esses resíduos contêm
21% de plástico, 16% de borracha, concreto e cerâmica juntamente com o metal do material
principal.
Para Ferreira (1999), lixo é tudo aquilo o que não se tem mais proveito, ou seja,
resíduo sem nenhum valor econômico e que deve ser descartado. Em contrapartida os
autores Jardim e Welles (1995), categorizam o lixo como o resultado de tudo o que excedeu
a necessidade humana, sendo considerados pelos geradores como um material sem valor
agregado. Entretanto, neste trabalho será considerado que o resíduo e lixo são sinônimos e
dispõem de valor agregado, podendo ser reciclados e convertido em outros materiais ou
reutilizados.
Para tanto, faz-se necessário ressaltar que os resíduos eletrônicos são componentes
com potencialmente químicos e diferentes de outras formas de lixo, sendo que neles é
possível encontrar componentes valiosos e perigosos, que precisam ser manuseados de
forma criteriosa, evitando a poluição ambiental e o contágio humano (ROBINSON, 2009).
9

Em um estudo mais aprofundado Kumar et al., 2017, quantificou que o mundo gerou
aproximadamente 42 milhões de toneladas de lixo eletrônico que esses números crescem a
uma taxa de 3-5% a cada ano, prevendo que em 2017 atinja 46 milhões de toneladas. A
China lidera o ranking global, na sequência a Estados Unidos, Japão, Alemanha e Rússia Os
dois líderes juntos geram 32% de todo resíduo eletrônico do mundo (LIMA, 2015).
Com proporção inferior ao líder mundial na produção de resíduos eletrônicos, o
Brasil se apresenta como o maior gerador de lixo da América Latina, gerando cerca de 1,5
milhões de tonelada. Infelizmente, apenas 3% desse material é descartado de forma correta
(SILVA, 2013).
Diante da projeção atual, anualmente, o cenário aponta para o crescimento de 3 a 5%
da quantidade desse lixo. (LADOU e LOVEGROVE, 2008). Ainda Ladou e Lovegrove,
constataram que o processo de gerenciamento desses resíduos pode recuperar até 95% dos
materiais úteis de um computador e 45% dos materiais de monitores de tubo de raios
catódicos, porém apenas 20% passou por algum processo de reciclagem, e, em sua grande
maioria são descartados a céu aberto (IBGE, 2018).
O descarte irregular do lixo eletrônico apresenta uma problemática do ponto de
vista ambiental e econômico, já que esses elementos são potencialmente poluentes, e que ao
mesmo tempo, traz em sua formação a presença de metais preciosos, tornando-o atraente
para o setor da reciclagem (FRAGALLI e PERREIRA, 2016).
Vários processos são discutidos para minimizar o efeito negativo dos eletrônicos. A
logística reversa se manifesta como alternativa para administrar o descarte desses
componentes. Com isso a reciclagem aproveitará os resíduos dando origem em novas
matérias-primas não virgens, reduzidos extração de matéria-prima virgem (TUNES, 2014).
Diante dessa realidade, a busca pela conscientização da população é de vital
importância para recondicionar esses materiais ao uso. Pensando nessa perspectiva, será
desenvolvido este trabalho visando conhecer as principais estratégias para evitar o descarte
irregular e ainda conhecer as formas de reutilização e reciclagem dos resíduos. Entretanto, a
pesquisa realizará um estudo de caso entre duas cidades, uma de pequeno porte (Quatá/SP)
com poucos recursos disponíveis e outra cidade de grande porte (Campinas/SP). Assim
serão identificados todos os meios que as cidades dispõem para lidar com essa questão que
aflige muitos países pelo o mundo e realizar um comparativo entre ambas.
10

1.1 - OBJETIVOS

1.1.2 - Objetivo Geral


Este trabalho tem como objetivo avaliar de forma sistemática o comportamento do
lixo eletrônico de duas cidades, sendo uma de porte pequena e outra porte grande, em
especial Campinas/SP e Quatá/SP. Assim buscando identificar os processos realizados e os
recursos disponíveis para cada cidade.

1.1.3 - Objetivos Específicos

Ainda são objetivos deste trabalho:

- Identificar o comportamento da população local;


- Conhecer as estratégias para a coleta;
- Identificar as principais dificuldades para tratamento dos resíduos; e
- Gerar material de pesquisa.

1.2 – JUSTIFICATIVA
A aceleração do progresso tecnológico faz com que os equipamentos eletrônicos se
tornem obsoletos rapidamente. Este é o resultado de lidar com dispositivos eletrônicos,
como computadores pessoais e telefones celulares. O desperdício de tecnologia é um
problema cada vez mais proeminente na sociedade de hoje. Se não for tratado de forma
adequada, o lixo tecnológico pode causar sérios danos à saúde e ao meio ambiente. A
discussão sobre desperdício de tecnologia decorre do interesse em desenvolver um trabalho
envolvendo logística reversa e gerenciamento de resíduos, que visa refletir sobre o impacto
da tecnologia na sociedade, assim promovendo o uso ético e socialmente responsável da
tecnologia. Portanto, este trabalho apresenta os resultados de pesquisas sobre resíduos
eletrônicos, incluindo suas características, danos, riscos e legislação relacionada, com base
nos dados obtidos, determinando as ações de reaproveitamento para promover o
gerenciamento adequado desses resíduos.
De acordo com BALDÉ (2020) na pesquisa de monitoramento de lixo eletrônico
global da ONU (Organização das Nações Unidas), o Brasil se encontra em sétimo lugar
entre os maiores produtores de lixo eletrônico do mundo, e primeiro em relação a América
Latina. O país gera 1.500 toneladas de lixo eletrônico todos os anos, mas apenas 3% são
descartados corretamente. O maior problema com o manuseio incorreto de lixo eletrônico é
11

que ele libera substâncias altamente tóxicas. Portanto, o risco de poluição do solo, da água e
do ar está além do controle das autoridades competentes.
Em uma situação ideal, o fabricante assumiria a promessa de retomar o produto e, a
partir daí, esses insumos seriam devidamente gerenciados. No entanto, muitas empresas
afirmam que a complexidade dos componentes usados na produção torna essa tarefa difícil.
Porém, mesmo assim, a remanufatura ainda é uma solução viável, pois permite o
reaproveitamento de peças de diversos produtos eletrônicos para a fabricação de outros
produtos. Incentivos a programas de coleta seletiva se bem estruturados podem ampliar as
oportunidades de melhoria da economia do país, ao passo que, a reciclagem do lixo
eletrônico é uma das escolhas mais benéficas para o desenvolvimento sustentável do planeta,
tanto do ponto de vista ambiental quanto social.
A lista de materiais eletrônicos que se tornam obsoletos a cada dia é enorme.
Portanto, é necessário fornecer destinos ecologicamente corretos para esses materiais da
forma mais sustentável. Assim, ao analisar dois cenários distintos como o da região
metropolitana de Campinas com uma população estimada de mais de 1,2 milhão de
habitantes e Quatá, cidade do interior Paulista com pouco mais de 14 mil habitantes se
busca, dentre outros critérios, saber se tal contraste na densidade populacional, também
reflete no uso de tecnologias e boas políticas ambientais de forma divergente ou englobam
meios de reciclagem adequados em ambos.
12

2 – REVISÃO DA LITERATURA

2.1 - Lixo Eletrônico


Um dos grandes desafios da sociedade atual é o lixo eletrônico. Hoje em dia, há
muitos dispositivos eletrônicos no lixo causando grandes danos ao meio ambiente e à
população do nosso planeta. O lixo Eletrônico possui muitos nomes, como e-lixo, resíduos
de equipamentos eletroeletrônicos (REEE), ou simplesmente resíduo eletrônico. Estes
termos referem-se a produtos elétricos, eletrônicos, pilhas, baterias e etc. Eles são
descartados por não terem mais utilidade, mas poderiam simplesmente serem reciclados e
não descartados em aterros sanitários (NATUME; SANT’ANNA, 2011).
O descarte incorreto dos resíduos de equipamentos eletroeletrônicos é preocupante
em função da potencialidade de contaminação do meio ambiente e dos agravos à saúde
humana (NATUME; SANT’ANNA, 2011).
A população se desfaz do lixo eletrônico sem dar a devida importância ou também,
pela falta de informação e conhecimento, causando o descarte incorreto do lixo. Assim, esse
material é depositado em aterros sanitários, lixos comuns, terrenos baldios e as substâncias
químicas presentes nesses materiais, podem contaminar o solo e atingir o lençol freático. Ao
entrar em contato com lençóis freáticos, os metais pesados como ouro, prata, gálio,
mercúrio, arsênico, cádmio, chumbo, berílio, se infiltram na terra, contaminam a água que
será utilizada para irrigação das plantações, para dar água a rebanhos, e com isso, o alimento
ou a carne, podem vir a se contaminar, e, consequentemente contaminar o homem
(NATUME; SANT’ANNA, 2011).
O Brasil produz em média, 1,5 milhão de toneladas de lixo eletrônico por ano, no
mundo, foram gerados o equivalente a 4,5 mil torres Eiffel de lixo eletrônico, ou seja, 44,7
milhões de toneladas até o fim de 2021 (IBGE, 2018).
Esses números podem subir para mais de 52 milhões de toneladas por ano. (The
Global E-Waste Monitor 2017 da ONU).
De acordo com Baldé (2020), o lixo eletrônico (Apresentado na Figura 1) pode ser
classificado em quatro categorias básicas, cada uma com suas especificações diferentes
quanto ao tamanho, aplicação e que, se não forem descartados e manuseados de forma
correta podem causar um impacto negativo e consequentemente a saúde do ser humano. São
eles:
Grandes equipamentos – geladeiras, freezers, máquina de lavar, fogões, ar
condicionados, micro-ondas, tvs e etc.
13

Pequenos equipamentos e eletroportáteis – torradeira, batedeira, aspiradores de pó,


ventiladores, secadores de cabelo, ferramentas elétricas, calculadora, câmera digital e etc.
Equipamento de informática e telefonia – computadores, tablets, notebooks,
celulares, impressoras, monitores e outros
Pilhas e baterias portáteis – pilhas modelos AA, AAA, recarregáveis, baterias
portáteis de 9 V, etc.

Figura 1: Componentes Eletrônicos

Fonte: Divulgação/Prefeitura de Santos

Esses produtos contêm diferentes tipos de materiais, como plásticos, metais, vidros e muitos
outros que podem ser desmontados, reciclados e usados como matéria prima em fabricação
de novos produtos. A reciclagem também contribui para a redução da extração de recursos
da natureza e além de gerar novos empregos em uma nova cadeia de empresas.
Desde 2010 a política nacional de resíduos sólidos (PNRS), lei 12.305, que procura
organizar a forma como o setor público e privado devem tratar os resíduos.
A lei trata de todos os materiais que podem ser reciclados ou reaproveitados, sejam
eles domésticos ou industriais. A PNRS indica que a responsabilidade da logística reversa de
alguns produtos, dentre eles os eletroeletrônicos, pilhas e baterias deve ser dos fabricantes,
importadores, comerciantes e distribuidores, mas todo esse processo só começa com a
participação efetiva dos consumidores descartando seus produtos fora de uso em locais
adequados para que sejam coletados e reciclados adequadamente (PNRS - Lei 12.305).
14

2.2 - Descarte de lixo eletrônico no mundo


Quando um equipamento eletrônico ou elétrico perde sua capacidade de nos ajudar
(seja pela perda de sua utilidade, por causa de mudanças na sociedade ou por não funcionar
mais) é necessário fazer o descarte dele (NATUME; SANT’ANNA, 2011).
Apenas no ano de 2019, o mundo viu 53,6 milhões de toneladas de aparelhos
eletroeletrônicos sendo descartados (um crescimento de 21% nos últimos 5 anos!). Dessa
quantidade, apesar de tudo poder ser reciclado, apenas 17,4% se tornou matéria-prima
novamente para outros produtos (LIMA, 2015).
Infelizmente, ainda há o descarte incorreto que vai parar em aterros sanitários ou
lixões irregulares, principalmente em países pobres, afetando ainda mais a saúde dos seres
humanos nesses locais e até mesmo podendo contaminar o meio ambiente (LIMA, 2015).
Segundo o relatório da The Global E-waste monitor, o Brasil gerou mais de 2
milhões de toneladas de lixo eletrônico em 2019, ficando atrás apenas da China (10,1
milhões de toneladas), EUA (6,9 milhões de toneladas), Índia (3,2 milhões de toneladas) e
Japão (2,5 milhões de toneladas). Se considerarmos apenas os países da América Latina, o
Brasil é o primeiro no ranking dos geradores. A Figura 2 apresenta os maiores produtores de
lixo eletrônico do mundo.

Figura 2: Maiores Produtores de Resíduos Eletrônicos

Fonte: The Global E-waste monitor 2020.

Ásia e América são os continentes que mais descartaram resíduos eletrônicos em


2019. Cerca de 24,9 milhões de toneladas no continente asiático, contra 13,1 milhões de
toneladas do continente americano (LIMA, 2015).
De maneira geral, a legislação sobre lixo eletrônico é mais avançada na Europa, onde
as quantidades coletadas e recicladas do material também são maiores. Além disso, há
15

regiões com reciclagem e coleta de lixo eletrônico desenvolvidas na América do Norte,


Leste e Sul da Ásia. Em diversos países, porém, inexiste uma legislação nacional sobre o
tema, como em grande parte da África, Caribe, Ásia Central e Oriental, Melanésia, Polinésia
e Micronésia (BALDÉ et al., 2017), vale ressaltar que nem sempre a legislação se traduz em
ações concretas, assim como a relação dos produtos cobertos pelas leis de lixo eletrônico
pode diferir do escopo mais abrangente da lista internacional de produtos (FORTI, BALDÉ
& KUEHR, 2018).

2.3 - Descarte de lixo eletrônico no Brasil

O Brasil está entre os cinco países que mais produzem lixo eletrônico e um dos
países que menos recicla o lixo. A incineração ou reutilização inadequada deste lixo pode
causar danos sérios e gravíssimos no meio ambiente, pessoas e animais por meio de suas
substâncias químicas. O mercúrio e o cadmio emitem gases poluentes e outras substâncias
altamente perigosas que podem contaminar rios, a fauna e a flora. Já a queima descontrolada
em alguns lugares como fios, plásticos, cobre, emitem gases tóxicos (LIMA, 2015).
Por outro lado, ainda é pouco o descarte correto e a separação desses materiais para a
reciclagem. Esses materiais têm muito valor e podem ser reaproveitados, evitando os
problemas citados acima, geram economia de recursos naturais e ainda movimentam o
mercado, isso porque, existem materiais valiosos nos quais desmontados e aproveitados
corretamente, viram matéria prima para criação de novos produtos (BALDÉ et al., 2017).
O Brasil pratica o acordo setorial para a logística reversa de produtos
eletroeletrônicos e seus componentes, que complementam a política nacional de resíduos
sólidos (PNRS- lei n°12.305, de 2010)
Essa lei por meta tem que organizar a forma de tratamento dos lixos eletrônicos por
parte dos setores públicos e privados, tratando de todos os materiais que podem ser
reaproveitados ou reciclados. Para a PNRS, a responsabilidade pela logística reversa de itens
como eletroeletrônicos, pilhas e baterias, dever ser do próprio fabricante, distribuidor e
importador. O setor produtivo deve criar e disponibilizar locais de descarte e coleta dos
materiais além de garantir a destinação correta (BALDÉ et al., 2017),
É importante e fundamental procurar pontos de coleta do processo de logística
reversa para que encaminhamento do lixo eletrônico seja assertivo, nós temos o
protagonismo nisso e devemos fazer a nossa parte.
Na cidade de Campinas – SP tem vários pontos de coletas de lixo eletrônico e
empresas que fazem esse recolhimento de material por exemplo a empresa Reversis que atua
16

neste mercado deste 2011, eles vão dar a solução correta para destinar esses equipamentos
que já não funcionam ou se tornaram obsoletos.

2.4 - Descarte de lixo eletrônico em Campinas

Atualmente, devido aos avanços tecnológicos, o aumento do consumismo vem


crescendo ao longo dos anos, e consequentemente, o descarte incorreto dos componentes
eletrônicos vem contribuindo para o agravamento dos problemas ambientais. Os resíduos de
equipamentos eletrônicos possuem potencial poluidor muito grande devido a materiais
tóxicos e prejudiciais à saúde (BALDÉ et al., 2017),
Segundo Ana Claudia Mendes de Seixas:
Em 2010, foi aprovada a Lei Federal nº 12.305, referente à Política
Nacional de Resíduos Sólidos, a qual obriga a destinação adequada para resíduos
sólidos e eletrônicos. A cidade de Campinas-SP apresenta uma superfície territorial
de 794,571km² e possui, segundo a Prefeitura Municipal de Campinas (2018) cerca
de 1.182.429 habitantes. O município em questão é considerado uma região
metropolitana (Região Metropolitana de Campinas) e, devido à falta de logística
reversa e de empresas especializadas, a cidade estoca atualmente 75 toneladas de
lixo eletrônico. (SEIXAS ET.ALL, 2018).
Os materiais eletroeletrônicos e pilhas são recicláveis e têm uma forma específica de
logística reversa, que é o reaproveitamento de produtos por meio da reciclagem, reuso,
desmanche e remanufatura de eletrônicos. O descarte errado destes aparelhos traz impactos
negativos para o planeta. A reciclagem permite a recuperação e reutilização do plástico,
vidro, cobre, prata, ouro, e muitos outros materiais, e dá a destinação correta e segura para
materiais que não podem ser recuperados (BALDÉ et al., 2017),
Conforme a GREEN ELETRON - gestora de logística reversa, foram selecionados os
locais para descarte em Campinas, conforme apresenta a Tabela 1:
17

Tabela 1: Empresas que Recebem os Materiais com as Unidades Receptoras

Empresas Gestoras de Logísticas Unidades que recebem os


Reversas materiais

Casas Bahia Campinas 6


Carrefour Campinas 2
Leroy Merlin Campinas 4
Tenda Atacado Campinas 2
Kalunga Campinas 2
Makro Campinas 2
Parque Portugal 2
Sams Club Campinas 1
Praça Capital 1
Shopping Pq. Das Bandeiras 1
Fonte: Green Eletron, 2021.

2.5 - Descarte de lixo eletrônico de Quatá/SP

O município de Quatá conta com o Programa de Coleta Seletiva, fundado em 03 de


agosto de 2009, a ASQUARE (Associação Quataense de Catadores de Materiais
Recicláveis), implantou o Sistema de Coleta Seletiva, e que continua em pleno
funcionamento até hoje.
A Asquare desenvolve o trabalho de triagem em barracão alugado pela Prefeitura
Municipal. Possui 02 prensas hidráulicas, esteira, porta palete, triturador de papel
profissional, 10 carrinhos de coleta, balança, 01 caminhão destinado somente para a coleta
seletiva.
A Asquare mantém parceria com a Prefeitura Municipal, onde mantém a coleta de
material em todo o território do município.
A Prefeitura de Quatá e a Secretaria de Agricultura e Meio Ambiente realizaram dia
06/03/2021 mais uma campanha de arrecadação de lixo eletrônico. Foram mais de 500 kg de
lixo eletrônico recolhidos na campanha e que foram doados à Asquare, que fará o descarte
correto.
Foram arrecadados televisores, fios, cabos, placas, celulares, telefones, carregadores,
eletrodomésticos, equipamentos de informática, entre outros objetos eletrônicos.
18

O município também mantém um número telefone para agendamento de coleta de


materiais nas próprias residências. Figura 3 e a Figura 4 enfatizam Coleta de lixo eletrônico
na campanha de arrecadação de 06/03/2021 em Quatá.

Figura 3: Coleta de lixo eletrônico na campanha de arrecadação de 06/03/2021 em Quatá.

Fonte: Assessoria de Imprensa do Município de Quatá

Figura 4: Coleta de lixo eletrônico na campanha de arrecadação de 06/03/2021 em Quatá.

Fonte: Assessoria de Imprensa do Município de Quatá


19

2.6 - Obsolescência programada

A obsolescência programada envolve várias áreas tais como, Direito, Economia,


Engenharia, Marketing e Propaganda. Diz respeito sobre (em se tratando do meio ambiente)
como um novo produto tecnológico substitui o anterior em ritmo cada vez mais acelerado, e
como consumo desmedido, traz consequências mundiais, pois com a globalização, as empresas
se tornam multinacionais e os problemas ambientais se torna problema mundial ( LIMA, 2015)
A obsolescência programada é vista aqui, sob o ponto de vista de geração de resíduos
de equipamentos eletrônicos e a implicação diante da problemática do aumento da geração
de lixo provocado pelos padrões de produção e consumo atuais, incompatíveis com o
desenvolvimento sustentável (VIEIRA et al, 2009 APUD MAZZOLLI et al, 2013)
De acordo com a argumentação de Vieira (2009), entende-se que Grande parte do
que é utilizado na fabricação dos produtos tecnológicos são recursos não renováveis a
exemplos da energia. Além disso, esses produtos acompanham metais pesados e plásticos
retardantes de chamas em sua composição. Para se produzir um único computador é preciso
duas toneladas de matéria – prima. Como bilhões de computadores são produzidos todo ano
no mundo, tal quantidade descartada pode representar grande impacto ambiental como
poluição das águas, solo, ar, contaminação de plantas e outros problemas (VIEIRA et al,
2009 APUD MAZZOLLI et al, 2013)

2.6.1 Conceito histórico


Obsolescência significa tornar algo obsoleto, ultrapassado, fora de moda, que não se
usa mais (PACKARD,1965 APUD ROSSINI, 2017), relaciona três formas de obsolescência
de um produto: pela função, em que um produto novo executa a função melhor que o
existente, pela qualidade, onde o produto é projetado para quebrar ou ser gasto em menor
tempo do que o normal, e pela desejabilidade, que é quando um produto, que funciona
perfeitamente, passa a ser considerado antiquado devido ao lançamento de outro, tornando-o
menos desejável. Esta última está relacionada à estratégia de marketing em que um produto
em pleno funcionamento, é descartado para a obtenção de um outro similar, mas com
alguma funcionalidade a mais, design diferenciado etc.
O termo “obsolescência programada” surgiu em 1932 com um artigo intitulado
“Ending the Depression Through Planned Obsolescence” (Bernard London), foi uma
proposta para induzir o consumo, logo após a Crise de 1929, com a definição da data de
obsolescência dos bens de consumo, em que após a expiração desse prazo, o consumidor
devolveria esse bem ao governo e, em troca, o Governo forneceria um "vale "para que o
20

consumidor trocasse por um novo produto. Mas foi após a Segunda Guerra Mundial que a
obsolescência programada foi colocada em prática, ela representava a possibilidade de
alcançar efetivamente o crescimento econômico, tão desejado no pós-guerra.
Foi durante a presidência de Eisenhower (de 1953 até 1961) que o seu conselheiro
econômico Victor Leboux escreveu um artigo “Price Competition in 1955”, publicado no
Journal of Retailing que dizia:
“A nossa economia enormemente produtiva exige que façamos do consumo
o nosso modo de vida, que tornemos a compra e uso de bens em rituais, que
procuremos nossa satisfação espiritual, a satisfação do nosso ego, no consumo. O
status social, a aceitação social e o prestígio agora são medidos por nosso padrão
de consumo. O próprio significado e importância de nossas vidas é hoje expressa
em termos de consumo. [...] Precisamos que as coisas sejam consumidas, gastas,
desgastadas, substituídas e descartadas em um ritmo cada vez maior. [...]”
(LEBOUX, 1955 APUD ROSSINI, 2017)

A obsolescência programada, atualmente, está intimamente relacionada à tecnologia,


porque sempre a próxima inovação é incompatível com a atual, tornando impossível sua
atualização, porque é necessário ter mais memória, mais processador etc. A estratégia do
desperdício, baseada na obsolescência programada de produtos é alavanca ainda mais pela
globalização e pelo progresso tecnológico.

2.7 - Problemas ambientais gerados pelo descarte inadequado de lixo eletrônico


As agressões ao meio ambiente na atualidade são diversas e preocupantes, tais como
o desmatamento das florestas, a poluição do ar e das águas, a perda da biodiversidade em
função do desmatamento, mudanças climáticas (COSTA, 2016) e insere-se nesse rol de
agressões o descarte incorreto do resíduo de equipamento eletroeletrônico (REEE),
popularmente conhecidos como lixo eletrônico/eletroeletrônico ou e-lixo.
O descarte incorreto dos resíduos de equipamentos eletroeletrônicos (REEE) – lixo
eletrônico – é preocupante em função da potencialidade de contaminação do meio ambiente
e dos agravos à saúde humana (NATUME; SANT’ANNA, 2011).
Quando a população se desfaz do lixo eletrônico sem dar a destinação correta, esse
material é depositado em aterros sanitários, e as substâncias químicas presentes nesses
materiais podem contaminar o solo e atingir o lençol freático. Ao entrar em contato com
lençóis freáticos, essas substâncias de metais pesados como ouro, prata, gálio, mercúrio,
arsênico, cádmio, chumbo, berílio entre outros, contaminam a água que poderá ser utilizada
21

para irrigação nas plantações, para dar água a rebanhos e consequentemente o alimento ou a
carne podem vir a contaminar o homem (SANTOS 2021).

2.8 - Aspectos legais relacionados com descarte de lixo eletrônico

A legislação ambiental brasileira é consolidada e os sistemas e redes de informação


ambiental são consistentes; contudo, apesar desses recursos informacionais que possibilitam
a conscientização da sociedade sobre a importância da sustentabilidade, da preservação do
meio ambiente e do uso correto dos recursos naturais, nota-se uma lacuna entre as
informações disponíveis e a sociedade (VALENTIM; OLIVEIRA, 2020).
A política nacional de resíduos sólidos - PNRS tem como principal objetivo diminuir
a concentração de lixo eletrônico através do apoio mútuo entre empresas, estados e
municípios para que, juntos, seja possível diminuir a emissão desses equipamentos de forma
inadequada nos solos, e rever meios para diminuir o seu impacto causado por conta desses
resíduos.
Segundo Zeng e Li (2016) existem, pelo menos, três níveis de reciclagem obtidos de
resíduos eletrônicos que implicam opções de tecnologia de reciclagem. Na categoria de
reciclagem “fácil” o desmantelamento simples é a principal abordagem, na “moderada”, o
processo é uma combinação de desmontagem e mecânica simples, e na categoria “difícil”, o
vigoroso tratamento físico intenso e a recuperação química são indispensáveis. Na
perspectiva científica, uma gestão de lixo eletrônico com sucesso deve passar por vários
estágios de reciclagem, por exemplo: observação de componentes, separação de materiais e
localização de substâncias nas escalas macroscópica, mesoscópica e microscópica (ZENG et
al., 2017).
A Lei nº 12.305/2010 (BRASIL, 2010) estabelece que o “[…] poder público, o setor
empresarial e a coletividade são responsáveis pela efetividade das ações” voltadas ao
gerenciamento dos resíduos sólidos, o que significa, na prática, em uma responsabilidade
compartilhada pelo ciclo de vida dos produtos cujo significado consiste em um

[...] conjunto de atribuições individualizadas e encadeadas dos


fabricantes, importadores, distribuidores e comerciantes, dos consumidores
e dos titulares dos serviços públicos de limpeza urbana e de manejo dos
resíduos sólidos, para minimizar o volume de resíduos sólidos e rejeitos
gerados, bem como para reduzir os impactos causados à saúde humana e à
qualidade ambiental decorrentes do ciclo de vida dos produtos [...]
(BRASIL, 2010).
22

O inciso XVII do artigo 3º da PNRS estabelece a responsabilidade compartilhada


pelo ciclo de vida dos produtos eletrônicos e essa responsabilidade cabe aos fabricantes,
importadores, distribuidores e comerciantes, ao poder público e aos consumidores (BRASIL,
2010). A participação popular em um sistema de logística reversa é indispensável uma vez
que é o cidadão quem detém o produto em sua residência e é o responsável pelo seu correto
descarte.
Agência Brasileira de Desenvolvimento Industrial (2013) explica que a logística
reversa consiste na devolução do equipamento (sem uso para o proprietário/usuário) ao
fabricante e/ou importador para reciclagem, reutilização ou disposição final ambientalmente
adequada. A Figura 5 mostra a Cadeia produtiva na logística reversa.

Figura 5: Cadeia produtiva na logística reversa

Fonte: Agência Brasileira de Desenvolvimento Industrial

2.9 - Soluções adequadas para a reciclagem de lixo eletrônico

Santos, (2021) relata que a maioria das pessoas não sabe que, por trás de
equipamentos eletroeletrônicos, existem materiais que podem ser reciclados, basta fazer a
retirada e manejo adequado, porém as medidas atuais para tratamento desta espécie de
resíduo ainda encontram-se em um nível primário. No entanto, algumas empresas no Brasil
realizam a extração desses materiais, o que é uma iniciativa para que o descarte seja feito de
maneira adequada. Uma das alternativas é através dos fabricantes dos produtos
eletroeletrônicos, para que possam fazer a coleta dos equipamentos e dar o destino correto
após o uso.
23

A criação de leis pode não ser suficiente se não houver um compromisso de atingir a
sustentabilidade, e para isso conscientizar e educar são itens fundamentais. O gerenciamento
adequado desses resíduos proporciona benefícios ao meio ambiente e consequentemente à
saúde do homem. Cabe adotar a estratégia correta, seja na responsabilidade do fabricante, na
logística reversa ou no manejo ambientalmente correto (TANAUE, et al.,2015).

2.10 - A Logística reversa como solução para a reciclagem do lixo eletrônico

A definição do termo logística reversa é bem relacionada ao da logística


tradicionalmente conhecida, enquanto a tradicional o sentido é do produtor ao consumidor, a
reversa é realizada no sentido inverso, onde inicia-se no ponto de consumo voltando ao seu
ponto de origem, buscando reaproveitamento e destinação correta dos resíduos provenientes
de seu consumo (SRIVASTAVA, 2007)
Ela surge para atender as novas demandas da sociedade onde o aumento do consumo
chegou a um nível onde a logística direta não consegue suprir o mercado consumidor, não
conquistando e não fidelizando o consumidor final. (FRANÇA; GUARNIERI; DINIZ,
2016).
Por definição de logística reversa, segundo Leite (2005), temos:
Área da logística empresarial que planeja, opera e
controla o fluxo e as informações logísticas correspondentes, do
retorno dos bens de pós-vendase de pós-consumo ao ciclo de
negócios ou ao ciclo produtivo, por meio dos canais de
distribuição reversos, agregando-lhes valor de diversas naturezas:
econômica, ecológica, legal, logístico, de imagem corporativa,
dentre outros (LEITE, 2005).

Para Liva, Pontelo e Oliveira (2003) a logística reversa tem sua preocupação voltada
para três pontos básicos; o ciclo de negócios ou produtivo de embalagens, bens de pós venda
e bens de pós-consumo, e têm o intuito de agregar valor de diversas naturezas sejam elas,
econômicas, ecológicas, legais, logísticas, de imagem corporativa, entre outros. Após
citados estes pontos, a tabela abaixo nos mostra os tipos de logística reversa, conforme a
Tabela 2:
24

Tabela 2: Tipos e características da Logística Reversa

Tipo de Logística Características


Reversa
tratam da operacionalização do fluxo físico e das informações logísticas
Logística Reversa de correspondentes dos bens de Pós-venda, sem uso ou com pouco uso , que por
Pós-venda diferentes motivos retornam aos diferentes elos da cadeia de distribuição de
direta.

Operacionaliza o fluxo físico e as informações dos bens de consumo descartados


pela sociedade, em fim de vida útil ou usados com possibilidade de utilização e
resíduos industriais, que retornam ao ciclo de negócios ou ao ciclo produtivo
pelos canais de distribuição reversos específicos. Seus objetivos estratégicos é o
Logística Reversa de de agregar valor a um produto logístico constituído por bens inservíveis ao
Pós-consumo proprietário original, ou que ainda possuam condições de utilização, ou por
produtos descartados por terem atingido o fim de vida útil e por resíduos
industriais. Esses produtos de pós-consumo poderão se originar de bens duráveis
ou descartáveis por canais reverso de reuso desmanche e recicláveis até a
destinação final.

Embora se enquadre na logística reversa de pós-venda ou pós-consumo, sua


importância faz com que seja classificado numa categoria separada. Com a
distribuição a mercados cada vez mais afastados, verifica-se um incremento com
Logística Reversa
gastos de embalagem o que repercute no custo final do produto. Visando reduzir
em embalagem
o impacto negativo das embalagens percebe-se uma tendência mundial de se
utilizar embalagens retornáveis e reutilizáveis visando diminuir o impacto
negativo ao meio ambiente.

Fonte: Adaptado de Liva, Pontelo e Oliveira (2003)

Estes tipos de logística reversa citados acima, estarão ligados a uma série de
atividades relacionadas ao processo de logística reversa apresentado na figura abaixo, de
acordo com Figura 7:

Figura 6: Processo de Logística Reversa

Fonte: Adaptado de Lacerda (2009)


25

Buscando identificar as principais funções da logística reversa, Souza, Lavez e Souza


(2009) apontam 5 características básicas:
 O planejamento, implementação e controle do fluxo de informações do ponto de
consumo ao ponto de origem;
 A movimentação de produtos na cadeia produtiva, na direção do consumidor para o
produtor;
 A tentativa de uma melhor utilização de recursos, seja reduzindo o consumo de
energia, quantidade de matérias empregados ou reaproveitando, reciclando e
reutilizando resíduos;
 A recuperação de valor;
 A segurança na destinação após a utilização.

Os autores listam também, os potenciais benefícios da logística reversa:


Demandas ambientalistas aumentando a preocupação com a destinação final dos
produtos e embalagens gerados (Souza, Lavez e Souza, 2009 apud HU et al., 2002);
Eficiência econômica através da geração de ganhos financeiros através da economia de
recursos trazida pela logística reversa (Souza, Lavez e Souza, 2009 apud MINAHAN,
1998);
Elevação do prestígio da marca e sua imagem perante ao mercado (Souza, Lavez e
Souza, 2009 apud ROGER E TIBBENLEMBKE, 1999; DAUGHERTY et al, 2001).
Buscando ainda os principais fatores para o investimento em uma cadeia de logística
reversa, Ravi, Shankar e Tiwari (2005) citam os principais fatores para a utilização deste
sistema como:
Fatores Econômicos: Não apenas minimiza o desperdício, mas através do reuso de
materiais traz valor a produtos recuperados que podem ser revendidos, gerando lucro para a
empresa.
Legislação: A partir do momento que uma empresa ou órgão aplica esse processo,
entra em conformidade com a legislação que exige que as empresas dêem um destino final
correto para seus produtos que não são mais utilizados.
Consciência Social: Agrega um conjunto de valores e princípios que uma empresa
deve possuir, valores que também são repassados para funcionários e clientes. Trazendo
dessa forma, benefícios para a imagem da empresa ou órgão.
26

Meio ambiente e pensamento verde: Proporciona vantagem competitiva, pois mostra


que a empresa pode gerar benefícios ambientais para a sociedade. A imagem “verde”
tornou-se um marketing importante para qualquer empresa.
Algumas empresas ou organizações têm demonstrado bastante comprometimento
com a política de reutilização de resíduos, buscando basicamente os ganhos citados acima.
Dentro deste cenário, podemos citar algumas empresas que desenvolveram projetos neste
sentido, como:

 Dell - Uma das empresas mais conhecidas no mundo que fornece soluções de
tecnologia. Possui sua sede nos Estados Unidos, mas possui filial em diversos países,
incluindo no Brasil. A Dell possui uma reciclagem gratuita para seus produtos,
bastando fazer o pedido da coleta do seu equipamento Dell por meio do site da
empresa.
 LG - Uma das grandes empresas produtoras de eletrônicos e celulares. Possui a
Coleta Inteligente LG para equipamentos como computadores, celulares e outros
produtos de sua marca. Possui pontos de coleta em alguns estados do Brasil.
 HP - Outra grande empresa que se destaca no meio tecnológico, que também possui
sede nos Estados Unidos, mas com filiais no Brasil. Possui o Programa de
Reciclagem da HP Brasil que informa aos clientes como fazer para descartar de
forma correta os equipamentos da marca HP, possuindo campanhas de Trade In, que
possibilita ao cliente que compra um produto novo da marca HP receber um
desconto ao devolver outro equipamento da HP que não esteja utilizando.

Essa crescente preocupação com a estrutura da logística e o apelo ecológico faz com
que pela primeira vez a Logística Reversa seja tratada em lei no Brasil e apareça como um
instrumento de desenvolvimento econômico e social, caracterizado por um conjunto de
ações, procedimentos e meios destinados a viabilizar a coleta e a restituição dos resíduos
sólidos ao setor empresarial, para reaproveitamento, em seu ciclo ou em outros ciclos
produtivos, ou outra destinação final ambientalmente adequada. A logística reversa do
resíduo eletroeletrônico está prevista no art. 33 cap. II,V e VI e é a ferramenta que os
fabricantes, importadores, distribuidores e comerciantes são obrigados a estruturar e
implementar para o retorno dos produtos após o uso pelo consumidor, podendo haver
acordos setoriais e termos de compromisso firmados entre o poder público e o setor
empresarial a fim de alcançar um melhor resultado. (BRASIL, 2010).
27

2.13 - Estratégias adotadas para gerenciamento de lixo eletrônico

A geração de lixo é diretamente proporcional à taxa de crescimento do consumo,


sendo que um dos grandes desafios ambientais da atualidade reside na quantidade enorme de
lixo gerado pela população. Embora existam muitas campanhas que apóiam a
sustentabilidade, ainda não há consciência suficiente sobre a forma correta de destinar os
resíduos de uma forma que não agrida a natureza. O aumento da poluição, desperdício de
recursos públicos, desvalorização de bens, obstrução de vias públicas, danos ao turismo,
problemas de saúde pública, enchentes e inundações são apenas alguns dentre os problemas
causados pela destinação incorreta de resíduos, além de um aumento significativo na
quantidade de resíduos, isso também leva a uma maior degradação dos recursos naturais não
renováveis. Com a expansão da população e a manutenção dos hábitos de consumo, o ser
humano poderá vivenciar o esgotamento dos recursos naturais em um futuro próximo.
Nessa conjectura, é necessário promover medidas educativas e estimular a adaptação
a novos hábitos pessoais, a fim de beneficiar o bem-estar da comunidade e a viabilização da
vida na terra. Portanto, este é um desafio que se impõe a todos: cultivar hábitos de consumo
mais sustentáveis e que minimizem o impacto sobre os recursos naturais. Essa postura
penetra na necessidade de destinar os resíduos adequadamente e reduzir o consumo
excessivo, diminuindo assim a geração de resíduos. Também é importante encorajar esse
compromisso de manutenção da vida no nível social, para que a próxima geração tenha um
exemplo a seguir. Essa pode ser uma forma possível de coordenar nossa relação com o
planeta, promover o meio ambiente e a saúde coletiva e garantir sua sustentabilidade. Assim,
além de métodos conscientes de destinação de resíduos, é importante priorizar métodos mais
seguros de reutilização e reciclagem.
De acordo com Kiddee, Naidu & Wong (2013), não há atualmente uma extensa
pesquisa sobre gerenciamento de lixo eletrônico para aliviar esses problemas, porém várias
ferramentas para gerenciamento de lixo eletrônico foram desenvolvidas e aplicadas,
incluindo: Avaliação do ciclo de vida (LCA), Análise de fluxo de material (MFA), Análise
multicritério (MCA) e Responsabilidade estendida do produtor (EPR).
A Avaliação do Ciclo de Vida (LCA) é uma ferramenta para projetar um ambiente de
serviço amigável e minimizar os problemas de lixo eletrônico. Em termos de design,
ecológico, desenvolvimento de produto e impacto ambiental, muitos estudos foram
conduzidos usando esse método em dispositivos eletrônicos. A avaliação do ciclo de vida é
amplamente utilizada na gestão de resíduos, principalmente na Europa, muitos estudos
28

foram conduzidos usando LCA para avaliar o impacto ambiental do fim do ciclo de vida do
lixo eletrônico.
Ainda de acordo com Kiddee, Naidu & Wong (2013), estudos foram conduzidos em
vários países usando LCA e mostraram que a reciclagem é a estratégia mais apropriada para
o gerenciamento de lixo eletrônico em comparação com aterro ou incineração.
A Análise de Fluxo de Materiais (MFA) é uma ferramenta utilizada para estudar a
trajetória de materiais (lixo eletrônico) no local de reciclagem ou área de processamento e o
estoque de materiais no espaço e no tempo. Analisa a origem, o caminho, o intermediário e o
destino final dos materiais. Como Kiddee, Naidu & Wong (2013) esclareceram, MFA é uma
ferramenta de apoio à decisão para meio ambiente e gestão de resíduos que pode ser usado
para abordar a gestão de e-lixo, da logística e valorização em termos de valores ambientais,
econômicos e sociais.
Por sua vez, a análise multicritério (MCA) é uma ferramenta de tomada de decisão
utilizada para considerar decisões estratégicas e resolver problemas multicritérios
complexos, incluindo os aspectos qualitativos / quantitativos do problema (Garfì, 2009).
Ao mesmo tempo, a Responsabilidade Estendida do Produtor (EPR) se refere a um
método de política ambiental que atribui a responsabilidade da reciclagem do produto após o
uso ao fabricante, e é baseado no princípio do poluidor-pagador (Widmer, 2005).
Kiddee, Naidu & Wong (2013) evidenciam que a chave para o sucesso na gestão do
lixo eletrônico é desenvolver equipamentos ecologicamente projetados para coletar
corretamente o lixo eletrônico, reciclar materiais de forma segura e descartar o lixo
eletrônico por meio do descarte apropriado, sendo proibido transferir equipamentos
eletrônicos usados para países em desenvolvimento.
Arantes (1994) propôs um estudo sobre estratégias de gestão de resíduos técnicos,
em que as estratégias de gestão são apresentadas como um conjunto de conceitos e
tecnologias que podem ajudar os departamentos de gestão a determinar os procedimentos e
métodos de realização das atividades, determinando e dividindo os papéis e funções entre
diferentes departamentos.
A estratégia de gestão consiste em um conjunto de procedimentos para destinar
adequadamente os resíduos eletrônicos de forma a evitar impactos ambientais e proteger o
homem e os recursos naturais. Analisando o ciclo de vida de equipamentos elétricos e
eletrônicos, verifica-se que seu tempo de uso está cada vez mais curto, sendo rapidamente
substituído por novos modelos a fim de atender às necessidades da sociedade. Com isso, o
29

mercado gera mais resíduos. Segundo BEIRIZ (2005) basicamente define-se cinco
principais conjuntos de estratégias de gerenciamento de destino de lixo eletrônico:
Na primeira estratégia: Os Fabricantes Agentes / Geradores retêm a propriedade dos
equipamentos eletrônicos e, ao final da vida útil, eles voltam para a fábrica. No âmbito da
política industrial, seus componentes são reaproveitados ou reciclados. Isso atende às
necessidades da política, que visa desenvolver tecnologias com maior vida útil e ecológica e
utilizar fontes de energia com maior autonomia.
A segunda estratégia: Coleta / Transporte - conforme se torna obsoleto, o
equipamento começa a mudar para desmontagem / remanufatura. A estratégia conta com
uma política de logística reversa que envolve uma sociedade com consciência e incentivos,
fabricantes ou importadores responsáveis pelo processamento de resíduos (incluindo
transporte e armazenamento), e governos que evoluem com mudanças na legislação e
incentivos ao crescimento do mercado.
A terceira estratégia: Reutilização integra-se com a segunda estratégia, atendendo às
necessidades de redução de compras e tolerância tecnológica, por meio do processo de
reutilização, equipamentos eletrônicos obsoletos são reparados e colocados novamente em
circulação no mercado. Após o processamento, os itens reutilizáveis voltam ao mercado ou o
complementarão na forma de peças para manutenção, para alcançar a inclusão digital a um
custo acessível, com foco em orientar a remanufatura.
A quarta estratégia: Desmontar / Processar Insumos - após receber os insumos,
desmontar para melhor identificar as partes do equipamento, e a seguir separar essas partes
de acordo com o interesse de reciclagem, entrar na etapa de britagem e quebrar em pequenos
pedaços, resíduos que não são adequados para reciclagem, ou seja, resíduos tóxicos são
comprimidos e encapsulados para evitar que entrem em contato com o ecossistema e
armazenados em aterro ecológico. O controle de entrada de resíduos industriais é autorizado
e compatível com suas instalações e licenças ambientais.
Quinta estratégia: Reciclagem - Esta estratégia visa reciclar, ou seja, o objetivo é
recuperar insumos escassos na natureza, levando em consideração os custos desses insumos
e suas reservas encontradas na natureza, e consumo de energia, visando processos
sustentáveis para reduzir o impacto no consumo desses produtos. Atualmente, o processo
exige melhorias em escala industrial e menor consumo de energia.

3 – ESTUDO DE CASO
Será desenvolvido na próxima etapa deste trabalho.
30

4 - CRONOGRAMA
Visando-se a realização do Trabalho de Conclusão de Curso proposto, pretende-se
cumprir o plano de trabalho que se segue, dividido em etapas a serem desenvolvidas durante
um período de 4 meses.

ETAPAS Set Out Nov Dez


Revisão da Literatura
Selecionar Literatura
Entrega Parcial da pesquisa 1
Análise de Dados
Entrega Parcial da pesquisa 2
Estudos de Caso
Quantificação do estudo de caso
Entrega Final

5 - CONCLUSÃO PARCIAL

Esta pesquisa teve como objetivo analisar e elucidar alguns aspectos sobre o tema do
lixo eletrônico e seu potencial inovador, com alternativas de reaproveitamento e ganhos
econômicos e ambientais. Para tanto, foi realizado um estudo, em artigos e dissertações
analisando acerca do tema proposto para entender a dinâmica do lixo eletrônico e sua
atuação no cenário proposto.
Kiddee, Naidu & Wong (2013) ressaltam que se medidas corretas não forem
tomadas, a destinação final desses materiais agravará os problemas ambientais em um curto
período de tempo, criando ou agravando situações catastróficas.
O levantamento de questões de pesquisa em insumos de tecnologia mais comumente
usados e seu atual contexto no mercado mundial têm como objetivo melhorar as estratégias
de gerenciamento de resíduos de tecnologia, onde após a formulação da estratégia de gestão,
pode-se entender como ela deve ser utilizada para resolver o tratamento de resíduos de
forma ecologicamente correta, reduzir e evitar a poluição ambiental com impacto positivo
sobre o ser humano, e propiciar uma lucrativa indústria de reciclagem com o
reaproveitamento desta matéria-prima. No entanto, ainda é necessário aprimorar a legislação
nacional vigente, estabelecer o responsável pela coleta de resíduos eletrônicos, criar
incentivos aos seus geradores, melhorar a rede de coleta, e desonerar os obstáculos legais ao
transporte destes resíduos, definindo claramente uma estratégia que não represente riscos
para a sociedade.
31

Dentre as alternativas observou-se que atualmente a política nacional de resíduos


sólidos visa responsabilizar fabricantes e importadores pelos resíduos gerados ou
importados, ainda de forma incipiente, mas em alinhamento com o que já se adota em outros
países que obtiveram avanços na solução do problema do lixo eletrônico, essa é uma das
soluções mais eficazes para o problema, no entanto, a definição de qual equipamento deve
ser classificado como lixo eletrônico ainda não é abrangente, o que pode gerar confusão,
ademais a necessidade de reciclar o lixo eletrônico como um todo deve ser considerada, não
apenas os mais perigosos. Outro aspecto importante ao estabelecer a obrigatoriedade de
reciclagem do e-lixo esta no fato desta obrigatoriedade incentivar a criação de empresas
especiais que se dediquem a este serviço, gerando empregos nesta área, uma medida
extremamente importante é fornecer incentivos fiscais para quem adquirir produtos
reaproveitados ou remanufaturados e assim priorizar a reciclagem visto produz menos
subprodutos e ganhos econômicos para os consumidores levando em conta que o imposto de
importação de produtos eletrônicos é de 60%.
Nos municípios foco do presente trabalho se observou que a correlação populacional,
como já esperado, contribui para uma maior geração de e-lixo, mas não necessariamente
uma maior conscientização da população quanto a destinação correta destes itens. Já no
quesito empresarial, visto que, cidades maiores contam com a representação maior de
empresas, de modo análogo, há uma facilidade de coleta destes insumos. Tais iniciativas, no
entanto, não são fomentadas por um maior interesse social e sim respaldadas no ganho
comercial e cumprimento das legislações, bem como, na busca do reconhecimento das
empresas pelo marketing do ecologicamente correto.
32

6 - REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
ABDI. Logística Reversa de Equipamentos Eletroeletrônicos: Análise de viabilidade
técnica e econômica. Brasília, 2013. 179 p.

ABINEE. Mercado cinza é o principal desafio da Política de Resíduos Sólidos. Newsletter


Associação Brasileira da Indústria Elétrica e Eletrônica, ed. 582, 01 abr. 2011. Disponível
em: <http://www.prac.com.br/download/abineeed582_010411.pdf>.
AGÊNCIA BRASILEIRA DE DESENVOLVIMENTO INDUSTRIAL (ABDI). Logística
reversa de equipamentos eletroeletrônicos: análise da viabilidade técnica e econômica.
Brasília: ABDI, 2013.

BALDÉ, C. P., et. al. The Global E-waste Monitor - 2020, Bonn/Geneva/Vienna: United
Nations University (UNU), International Telecommunication Union (ITU) & International
Solid Waste Association (ISWA), 2020.

BEIRIZ, Fernando Antônio Santos. Gestão Ecológica de Resíduos Eletrônicos. Dissertação


(Mestrado em Sistemas de Gestão) – Universidade Federal Fluminense, Niterói, 2005.

BRASIL. Lei nº 12.305, de 2 de agosto de 2010. Institui a Política Nacional de Resíduos


Sólidos; altera a Lei nº 9.605, de 12 de fevereiro de 1998; e dá outras providências.
Presidência da República. Casa Civil. Subchefia para Assuntos Jurídicos. Brasília, 02
de agosto de 2010b. Disponível em: http://www.planalto. gov.br/ccivil_03/_Ato2007-
2010/2010/Lei/L12305.htm. Acesso em: 09 out. 2021.

BRASIL. Lei 8.876. De 16 de maio de 2008a. Publicada no Diário Oficial em 16 de maio de


2008. Disponível em:
<http://www.al.mt.gov.br/v2008/Raiz%20Estrutura/Leis/admin/ssl/l8876.htm>

BRASIL. Lei 15.851. De 10 de junho de 2008b. Publicado no Diário Oficial nº 7738 em 10


de junho de 2008. Disponível em:<
http://celepar7cta.pr.gov.br/SEEG/sumulas.nsf/6c0580efa19ff3ac83256fdd0065f99c/e3e3a0
dd 364a8ee2832574740043cc8a?OpenDocument>.

BRASIL. Lei 13.576. De 6 de julho de 2009. Publicado no Diário Oficial em 6 de julho de


2009. Disponível em:< http://www.jusbrasil.com.br/legislacao/817923/lei-do-
lixotecnologico- lei-13576-09-sao-paulo-sp >.

BRASIL. Lei 15.119. De 19 de janeiro de 2010b. Publicado no Diário Oficial nº 18.770 em


19 de janeiro de 2010. Disponível em:
<http://200.192.66.20/alesc/docs/2010/15119_2010_lei.doc>.

CEMPRE. Política Nacional de Resíduos Sólidos agora é lei: novos desafios para poder
público, empresas, catadores e população. 2010.

CONFERÊNCIA DAS NAÇÕES UNIDAS SOBRE MEIO AMBIENTE E


DESENVOLVIMENTO - Agenda 21. Rio de Janeiro, 1992.
33

CHENG, S., CHAN, C.W., &HUANG, G.H..An integrated multicriteria decision


analysis and inexact mixed integer linear programming approach for solidwaste
management. Engineering Applications of Artificial Intelligence n.16, p. 543–554, 2003.

COSTA, Cristina Beatriz Schemes. Percepção dos consumidores em relação aos


impactos decorrentes do descarte de resíduos de equipamentos elétricos e eletrônicos.
2016. 68 f. Dissertação (Mestrado em Economia Doméstica) – Universidade Federal de
Viçosa, Viçosa, 2016.

ECOLETAS Ambiental. Site institucional: http://ECOLETAS.blogspot.com/

FERREIRA, A. B. de H. Dicionário Aurélio eletrônico século XXI. Rio de Janeiro:

FRAGALLI, A. C.; PEREIRA, M. F. A Prática da Logística Reversa na Dominação do


Impacto Ambiental Causado Pelos Resíduos Sólidos. XXIII Congresso Brasileiro de Custos.
Porto de Galinhas, PE, Brasil, 16 a 18 de nov. 2016.

FRANÇA, C. G. B.; GUARNIERI, P.; DINIZ, J. D. A. S. Logística Reversa de Óleos e


Gorduras Residuais (OGRS) para a Produção de Biodiesel. Congresso da Sociedade
Brasileira de Economia, Administração e Sociologia Rural. Anais... , 2016. Maceió.

IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística). Panorama Brasil/São Paulo/Santos:


Página do Governo Federal. 2018. Disponível em <
https://cidades.ibge.gov.br/brasil/sp/santos/panorama>. Acesso em: 11 de out. 2021

KOBAL, A.B.; TEIXEIRA FILHO, M.; CABRAL, A.C.A. Burocracia brasileira: um


comparativo com os países do BRIC. Administração Pública e Gestão Social- APGS,
Viçosa, v. 4, n.3, p. 246-268, jul./set. 2012.

LACERDA, Leonardo. Logística Reversa: uma visão sobre os conceitos básicos e as


práticas operacionais. 2009.

LADOU, J.; LOVEGROVE, S. Export of electronics equipment waste. International


Journal of Occupational and Environmental Health, v. 14, n. 1, p.1-10, 2008.

LEITE, P. R. Logistica Reversa: Meio Ambiente e Competitividade. São Paulo:


Pearson Prentice Hall, 2005.

LEITE, P.R.; LAVEZ, N.; SOUZA, V.M. Fatores da logística reversa que influem no
reaproveitamento do “lixo eletrônico”-um estudo no setor de informática. In: XII Simpósio
de Administração da produção, Logística e Operações Internacionais. Anais... São Paulo,
2009.

LIMA, A. F. O.; SABIÁ, R. J.; TEIXEIRA, R. N. P.; SOBREIRA Jr, F. A. V. Gestão de


Resíduos Eletroeletrônicos e seus Impactos na Poluição Ambiental. Latin
American Journal of Business Management. v.6, n.2, p. 109-126, 2015.
34

GARFÌ, M., TONDELLI, S.,&BONOLI, A.. Multi-criteria decision analysis for waste
management in Sahara wire fugee camps. Waste Management n.29, p. 2729–2739, 2009.

GRANT, K.; GOLDIZEN, F. C.; SLY, P. D.; BRUNE, M. N.; NEIRA, M.; van DEN
BERG, M.; NORMAN, R. E. Health consequences of exposure to e-waste: a
systematic review. The Lancet Global Health, v. 1, n. 6, p. e350-e361, 2013

GREENPEACE. Metais pesados: contaminando a vida. 2007. Disponível em:


<http://www.greenpeace.org.br/toxicos/?conteudo_id=818&sub_campanha=0&img=1
5>. Acesso em: 10 de out. 2021.

HART, Stuart L.. MILSTEIN, Mark B. Criando valor sustentável. Revista R.A.E Executivo.
v.3, n. 2, p. 64-79, maio / jul, 2004.

JARDIM, N. S.; WELLES. C (org). Lixo Municipal: Manual de Gerenciamento integrado.


São Paulo: IPT, CEMPRE, 1995.

KIDDEE, P.; NAIDU, R.; & WONG, M.H. Electronic waste management approaches:
An overview. Waste Management, n. 33, p. 1237–1250, 2013.

KUMAR, A.; HOLUSZKO, M.; ESPINOSA, D. C. R. E-waste: an overview on


generation, collection, legislation and recycling practices. Resources,
Conservation and Recycling, v. 122, p. 32-42, 2017.

NATUME, R. Y.; SANT’ANNA, F. S. P. Eletrical and eletronic wastes: a challange for


sustainable development and the news National Policy for Solid Wastes. 3. ed. São Paulo:
International Workshop and Advances in Cleaner Production, maio 2011. Disponível em:
http://www.advancesincleanerproduction.net/third/ptbr/site/ downloads.asp. Acesso em: 09
out. 2021.

OLIVEIRA, R.S.; GOMES, E.S.; AFONSO, J.C. O Lixo Eletroeletrônico: Uma Abordagem
para o Ensino Fundamental e Médio.Revista Química Nova na Escola. v. 32, n.4, nov.,
2010.

RAVI, V.; SHANKAR, R.; TIWARI, M. K. Analyzing alternatives in reverse logistics


for end-of-life computers: ANP and balanced scorecard approach. Computers & Industrial
Engineering, v. 48, p. 327-356, 2005.

Revista de Direito e Sustentabilidade | e-ISSN: 2525-9687 | Brasília | v. 3 | n. 1 | p. 51 – 71 |


Jan/jun. 2017.
Revista de Gestão Social e Ambiental - RGSA, São Paulo, v.5, n.1, p. 15-32, jan./abr., 2011.

ROBINSON, B. H. E-waste: An assessment of global production and


environmental impacts. Science of Total Environment, v. 408, p. 183-191, 2009.

Santos, Fábio Henrique Angelo dos. Fluxo de informação ambiental no contexto do lixo
eletrônico: estudo de caso no município de Garça/SP / Fábio Henrique Angelo dos Santos.
Marília, 2021 170 f. : il., tabs. Dissertação (mestrado) - Universidade Estadual Paulista
(Unesp), Faculdade de Filosofia e Ciências, Marília.
35

SANTOS, C. A. F.; NASCIMENTO, L. F. M.; NEUTZLING, D M. A Gestão dos Resíduos


de Equipamentos Eletroeletrônicos (REEE) e as Consequências para a Sustentabilidade: As
Práticas de Descarte dos Usuários Organizacionais. RevistaCapital Científico –
Eletrônica, v. 12, n. 1, p.1-18, jan. 2014.

SOARES JESUS, J. A. .; TESCAROLLO, I. L.; BIANCHI, R. M. DA C. LIXO


ELETRÔNICO: IDENTIFICAÇÃO DOS LOCAIS DE DESCARTE. Revista Ensaios
Pioneiros, v. 5, n. 1, p. 1-14, 18 ago. 2021.

SOUZA, L.; LAVEZ, N..; SOUZA, V. M.. Fatores da logística reversa que influem no
reaproveitamento do “lixo eletrônico” – um estudo no setor de informática. In: SIMPOI 12., São
Paulo, 2009. Anais. São Paulo, 2009.

SRIVASTAVA, S. K. Green Supply-Chain Management: A State-Of-The-Art Literature


Review. International Journal Of Management Reviews. n. 9, p 53-80, 2007.

TANAUE, Ana Claudia Borlina et al. Lixo eletrônico: agravos a saúde e ao meio
ambiente. Ensaios e Ciência C Biológicas Agrárias e da Saúde, v. 19, n. 3, 2015.

TUNES, Elisiane Carra. Logística Reversa aplicada aos resíduos de informática:


uma investigação na IFES de Sergipe. Dissertação (Mestrado em Desenvolvimento
e Meio Ambiente) - Universidade Federal de Sergipe, Aracaju, 2014.

UNIÃO EUROPEIA. Directive 2002/96/EC of the european parliament and the council
of 27 january 2003 on waste electrical and electronic equipment (WEEE). Official
Journal of the European Union, Luxemburg, v. 46, p. 24–39, 2003.

VALENTIM, Marta Lígia Pomim; OLIVEIRA, Hamilton Vieira de. A Ciência da


Informação e a sustentabilidade ambiental na Amazônia. (UFPA). Mediador: Dr.
Cristian Berrío Zapata. [webinário], 2020. 1 vídeo (1h55min). Disponível em:
https://www.youtube. com/watch?v=ce8Vz1bCjF8&feature=em-lbrm&fbclid=IwAR2n
DoeGs1jANa4eHjT7msZB7bcLUD8N4wBuLaT95z-C8OzaTARu2eBk6ts. Acesso em: 09
out. 2021.

WIDMER, R., OSWALD-KRAPF, H., SINHA-KHETRIWAL, D., SCHNELLMANN, M.,


Böni, H.. Global perspectiveson e-waste. Environmental Impact Assessment Review, n.25,
p. 436–458, 2005

ZENG, X.; LI, J. Measuring the recyclability of e-waste: an innovative method and its
implications. Journal of Cleaner Production, v.131, p.156-162, 2016.

ZENG, X.; YANG, C.; CHIANG, J.; LI, J. Innovating e-waste management: From
macroscopic to microscopic scales. Science of the Total Environment, v.575, p.1-5, 2017.
36

Sites Consulatdos:

https://greeneletron.org.br/blog/descubra-onde-descartar-lixo-eletronico-em-campinas/

https://www.quata.sp.gov.br/noticias/agricultura-e-meio-ambiente/2021/03/12/mais-de-500-
quilos-sao-arrecadados-na-coleta-de-lixo-eletronico/2652

http://www.quata.sp.gov.br/meio-ambiente

https://ecoassist.com.br/quais-impactos-o-lixo-eletronico-causa-no-planeta

http://www.reversis.com.br/?gclid=CjwKCAjwh5qLBhALEiwAioods4y12V9IwERQy3vXv
IkAwKdmzdIHJC4KL_OeOT-WfvXr_TaY8bGRURoChNEQAvD_BwE

Você também pode gostar