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LOGÍSTICA REVERSA:
RECICLAGEM DE EQUIPAMENTOS ELETRÔNICOS
NA CIDADE DE SÃO JOSÉ DOS CAMPOS
LOGÍSTICA REVERSA:
RECICLAGEM DE EQUIPAMENTOS ELETRÔNICOS
NA CIDADE DE SÃO JOSÉ DOS CAMPOS.
LOGÍSTICA REVERSA:
RECICLAGEM DE EQUIPAMENTOS ELETRÔNICOS
NA CIDADE DE SÃO JOSÉ DOS CAMPOS.
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RESUMO
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SUMÁRIO
1 INTRODUÇÃO ________________________________________________________ 6
2 REVISÃO BIBLIOGRÁFICA ____________________________________________ 8
2.1 O Descarte de Eletrônicos _________________________________________________ 8
2.2 Legislação sobre Resíduos Eletrônicos ______________________________________ 11
2.3 O Comportamento do Consumidor_________________________________________ 13
3 METODOLOGIA _____________________________________________________ 15
4 RESULTADOS _______________________________________________________ 16
5 DISCUSSÃO _________________________________________________________ 23
6 CONCLUSÃO ________________________________________________________ 25
7 REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS _____________________________________ 26
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1 INTRODUÇÃO
6
esse trabalho voluntário, recolher, reciclar e reaproveitar o lixo proveniente da informática
sem nenhum custo para as entidades, também ministram cursos gratuitos para a população.
Há um caminho grande para percorrer quanto a esse assunto, reciclar não é mais artigo
de luxo, e sim, algo que a sociedade deve tratar com mais responsabilidade. Ter uma visão
crítica do meio ambiente, para que com isso possa-se melhorar o meio onde se vive.
Este trabalho busca analisar o papel do cidadão no processo da logística reversa dos
produtos eletrônicos. Para isso, avalia as opções de descarte, a legislação específica e por fim
o comportamento dos usuários de equipamentos eletrônicos quanto ao descarte correto.
Desta forma, as hipóteses propostas para avaliar o envolvimento dos consumidores são
as seguintes:
Usuários não estão preocupados com o descarte correto dos eletrônicos;
Usuários estão preocupados, mas não fazem ou não sabem como fazer o
descarte correto;
Usuários sabem que devem ser separados, mas não tem o hábito de fazê-lo;
Usuários não sabem o que fazer e não buscam informações a respeito;
Usuários têm consciência e fazem o descarte correto;
Para o atingimento desse objetivo, o trabalho foi estruturado em seis capítulos. O
primeiro capítulo refere-se ao descarte de equipamentos eletrônicos e os males causados no
solo, ar e água quanto ao descarte incorreto.
O segundo capítulo informará sobre a legislação aplicável. Essas leis regulamentaram
o mercado para promover maior responsabilidade quanto à logística reversa desses
equipamentos.
No terceiro capítulo será apresentada uma visão sobre o comportamento do
consumidor, em particular no que se refere às suas práticas quanto à reciclagem de
eletrônicos.
Em seguida será apresentada a metodologia, baseada em entrevistas e na análise
quantitativa dos questionários respondidos por diferentes pessoas e classes sociais. Nos
capítulos finais serão apresentados os resultados, a discussão e a conclusão do trabalho.
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2 REVISÃO BIBLIOGRÁFICA
De acordo com Leite (2003) como se tem produtos cada vez mais descartáveis, isso
provoca um desequilíbrio com a quantidade desses produtos descartados e o
reaproveitamento. Esse desequilíbrio deve-se à inexistência em sua maioria dos casos de um
canal de distribuição reversa de pós-consumo.
Com esses equipamentos sem uso, verifica-se que são levados em sua maioria para
aterros sanitários, terrenos abandonados, rios, mares, córregos ou são simplesmente
enterrados. De acordo com este autor:
“Além das possíveis oportunidades ecônomicas oriundas desses
„reaproveitamento‟, „reutilizações‟, „reprocessamentos‟, „reciclagens‟,
etc., a questão da preservação ecológica dirigirá esforços das
empresas para a defesa de sua imagem corporativa e seus
negócios, enquanto as sociedades se defenderão por meio de
legislações e regulamentações específicas” (LEITE, 2003)
8
Para a maioria dos produtos existem algumas condições necessárias para o seu
reaproveitamento, ou não se têm tecnologia suficiente para a reciclagem ou não existe um
mercado que possa reaproveitar esse material. Como muitos desses produtos não apresentam
as condições necessárias para reutilização, tanto quanto a reciclagem ou ao investimento para
recolhimento, as empresas não se preocupam com a cadeia reversa desses equipamentos.
Como reação aos impactos sobre o meio ambiente, a sociedade tem desenvolvido leis
e conceitos de responsabilidade empresarial, afim de atender a população hoje e as gerações
futuras. As legislações criadas envolvem diferentes aspectos do ciclo de vida útil desses
produtos, desde a extração da matéria-prima até o produto final. Com essas legislações em
vigor, pode-se acompanhar a produção e o uso de certificações que recomendam quais
produtos podem ou não ser descartados em aterros sanitários (LEITE, 2003).
Uma outra vertente é o tempo de vida desses produtos. Com um consumo desenfreado
e uma competitividade empresarial cada vez maior com projetos que permitem ganhos
extraordinários na época de lançamento, muitas pessoas preocupadas com status de um novo
modelo, novas tecnologias, etc., não se preocupam com o tempo de vida útil desses produtos.
O tempo de vida útil desses equipamentos depende em sua maioria da forma de utilização de
cada consumidor. Alguma das vezes verifica-se que a troca dos equipamentos eletrônicos é
feita por modismo. Aparelhos de celulares são trocados rapidamente por sempre terem em sua
característica alguns aplicativos novos, tornando os aparelhos lançados há alguns meses já
obsoletos.
Atualmente no Brasil os possíveis destinos desses equipamentos podem ser os
seguintes: reciclagem, aterro sanitário e incineração.
A enciclopédia livre Wikipédia (2010), define “reciclagem” como termo utilizado para
definir o reaproveitamento de materiais para se fazer um novo produto igual ao inicial ou
voltar ao seu estado original. Tem-se como exemplos mais comuns o papel, vidro, metal e
plástico.
As maiores vantagens da reciclagem são a minimização da utilização dos recursos
naturais e diminuição da quantidade de resíduos que necessitam de tratamento final. Portanto,
reciclar é economizar recursos naturais e trazer de volta ao ciclo produtivo o que foi jogado
fora.
Pode-se analisar como a reciclagem contribui para a diminuição da poluição no solo,
água e ar, melhora a qualidade de vida da população e gera uma conscientização ecológica.
Segundo Mattos, Mattos e Perale (2008), esses equipamentos eletrônicos quando
descartados em lixo comum e não reciclados, penetram no solo e nos lençóis freáticos
9
contaminando plantas e animais por meio da água, podendo contaminar a população através
da ingestão desses produtos, pois:
“A introdução de poluentes no solo, dependendo
das quantidades, concentrações e extensão da área
afetada, poderá resultar em prejuízo às suas
funções básicas.” (JÚNIOR, DEMAJOROVIC,
2006)
De acordo com a Lei 12.300/06, artigo 5º VII (SÃO PAULO, 2006) “aterro sanitário”
é utilizado para disposição final de resíduos urbanos, onde são aplicados critérios de
engenharia e normas operacionais especiais para confinar esses resíduos com segurança, do
ponto de vista de controle da poluição ambiental e proteção à saúde pública.
Entende-se por aterro sanitário um local previamente estudado que deve manter os
parâmetros exigidos, em uma região populosa que é necessário para que se mantenha uma
distância mínima de 400m. Esse aterro tem que possuir em sua base um sistema de drenagem
dos efluentes líquidos, acima de uma camada de polietileno de alta densidade sobre uma
camada densa de solo. Em seu interior deve existir um sistema de drenagem de gases que são
formados pela decomposição dos resíduos. Esses gases podem ser queimados ou
reaproveitados para a produção de energia. Sua cobertura é constituída por um sistema de
drenagem de águas pluviais, para que as águas da chuva não penetrem para o interior do
aterro.
De acordo com a Resolução CONAMA nº 01/86 artigo 1º (BRASIL, 1986) “impacto
ambiental” é qualquer alteração das propriedades físicas, químicas e biológicas do meio
ambiente, causada por qualquer forma de matéria ou energia resultante das atividades
humanas que, direta ou indiretamente, afetam: a saúde, a segurança e o bem estar da
população; as atividades sociais e econômicas; a biota; as condições estéticas e sanitárias do
meio ambiente; a qualidade dos recursos ambientais.
Segundo Macohin (2007) quando é incinerado um componente eletrônico, estamos
queimando vários elementos químicos. Esses equipamentos quando incinerados entre 600º e
800ºC podem gerar produtos muito tóxicos que permanecem nos filtros das chaminés e
podem ocorrer uma fusão de metais durante a queima.
10
2.2 Legislação sobre Resíduos Eletrônicos
11
Verifica-se que a Lei Estadual 12.300/06 (SÃO PAULO, 2006) define os princípios e
diretrizes sobre a gestão integrada e compartilhada de resíduos sólidos para à prevenção ao
controle da poluição à proteção à recuperação do meio ambiente. Tendo como objetivos o uso
sustentável, racional e eficiente dos recursos naturais, preservação do meio ambiente, reduzir
a quantidade nociva dos resíduos sólidos e implantar o sistema de coleta seletiva nos
municípios.
A Lei 12.305/10 (BRASIL, 2010) institui a Política Nacional de Resíduos Sólidos,
dispondo sobre seus princípios, objetivos e instrumentos bem como as diretrizes relativas à
gestão integrada e ao gerenciamento de resíduos sólidos, incluídos os perigosos, às
responsabilidades dos geradores e do poder público e aos instrumentos econômicos
aplicáveis. Segundo o texto desta lei:
Art. 30. É instituída a responsabilidade
compartilhada pelo ciclo de vida dos produtos, a ser
implementada de forma individualizada e
encadeada, abragendo os fabricantes, importadores,
distribuidores e comerciantes, os consumidores e
titulares dos serviços públicos de limpeza urbana e
de manejo de resíduos sólidos, consoante as
atribuições e procedimentos previstos nesta Seção.
Art. 33. São obrigados a estruturar e implementar
sistemas de logística reversa, mediante retorno dos
produtos após o uso pelo consumidor, de forma
independente do serviço público de limpeza urbana
e de manejo dos resíduos sólidos, os fabricantes,
importadores, distribuidores e comerciantes de:
I- Agrotóxicos;
II- Pilhas e baterias;
III- Pneus;
IV- Óleos lubrificantes, seus resíduos e
embalagens;
V- Lâmpadas fluorescentes, de vapor de sódio e
mercúrio e de luz mista;
VI- Produtos eletroeletrônicos e seus
componentes.
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2.3 O Comportamento do Consumidor
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Manter o Item: Quando o consumidor decide transformá-lo para servir a um novo
propósito ou guardá-lo para uso futuro.
Desfazer-se do item temporariamente: Quando decide alugá-lo ou emprestá-lo.
Desfazer-se dele permanentemente: Quando decide jogá-lo fora, doá-lo, trocá-lo
ou vendê-lo
Existem também quatro formas de se reaproveitar um produto que é a fórmula dos quatro R’s
citada em Neves (2003), que engloba a reciclagem a reutilização, redução e recuperação, que
se definem das formas a seguir.
Reduzir: redução do consumo de matérias, ou seja, reduzir o consumo de água,
energia e produtos que tenham um descarte muito rápido.
Reutilizar: significa dar vida mais longa aos objetos descartados, aumentando
mais a sua durabilidade e dando nova personalidade.
Recuperar: recuperação dos produtos antes deles virarem sucatas ou lixo.
Reciclar: é devolver ao ciclo de produção o mesmo produto, poupando os recursos
virgens para se fazer um novo produto poupando assim o meio ambiente.
O descarte incorreto traz implicações enormes ao meio ambiente. Muitos produtos são
descartados diariamente em todo o planeta o que gera desperdícios e perdas devido a muitos
produtos não serem recicláveis ou reutilizáveis o que gera impacto ao nosso ecossistema.
Muitos consumidores pensam quando vão adquirir um produto se ele pode ser
reciclável ou se em sua produção foi utilizado algum material reutilizável, o que leva o
comprador a pagar mais por um produto que não vai impactar no nosso ecossistema. Esses
produtos podem ser repassados para outras pessoas por meio de mercados alternativos.
Segundo Neves (2003) o guia do consumo consciente (BRDE) define um consumidor
consciente quando valorizam e divulgam empresas que se preocupam com o meio ambiente
buscando sempre qualidade, preço e atitude social.
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3 METODOLOGIA
1. Sexo.
( ) Masculino. ( ) Feminino.
2. Idade.
( ) Até 20 ( ) 31 à 40
( ) 21 à 30 ( ) acima de 41
5. O que você fez com seu último aparelho eletrônico que deixou de ser utilizado?
7. Você pagaria 20% mais caro em um produto eletroeletrônico que tivesse certeza que
veio de reciclagem?
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4 RESULTADOS
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Fig. 3: Média de celulares trocados nos últimos dois anos.
Fig. 4: Respostas à pergunta: “O que você fez com seu último aparelho eletroeletrônico
que deixou de ser utilizado?”
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Usou como brinquedo
Doou / emprestou
Lixo comum
Roubado
Não sabe / não respondeu
Outras respostas
Reciclou
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Fig. 8: Usuários estão preocupados mas não sabem o que fazer
O gráfico da figura 9 representa a opinião dos usuários quanto a duas perguntas: onde
ele acha que devem ser descartados os eletrônicos, e o que ele fez com seu último aparelho
celular que deixou de usar. O objetivo do cruzamento destas duas questões é identificar os
usuários que sabem que devem ser separados, mas não tem o hábito.
Fig. 9: Respostas às perguntas: “Onde você acha que deve ser descartado?” e “O que
você fez com seu último aparelho eletrônico que deixou de ser utilizado?”
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O gráfico da figura 10 mostra os usuários que não sabem o que fazer e não buscam
informações. Foram considerados que “não sabem o que fazer” os usuários que deram as
destinações incorretas de guardar em casa, jogar no lixo comum ou transformar o celular em
brinquedo de criança.
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Fig. 10: Usuários que não tiveram informações sobre seu descarte e não deram
destinação adequada ao seu último eletroeletrônico
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com informações e destinação adequada
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outros padrões de resposta
Fig. 11: Usuários que tiveram informações sobre descarte e deram destinação adequada
ao seu último eletroeletrônico
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5 DISCUSSÃO
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quais os locais que os respondentes destinam seus aparelhos que não são mais utilizados. O
resultado obtido foi de 10% dos respondentes vendeu ou trocou; 26% guardaram em casa; 3%
usou como brinquedo; 26% doou ou emprestou; 3% lixo comum; 2% roubado; 2% não soube
ou não respondeu; 7% deram outras respostas e 11% reciclou. Conforme a figura 9 a maior
parte das pessoas disseram local apropriado ou deram outros padrões de resposta, não sendo
específicos e tendo respostas vagas.
A sexta pergunta verifica-se que os respondentes já leram algo sobre descarte de
eletroeletrônicos. O objetivo desta pergunta foi para saber se os respondentes possuem e
buscam informações sobre o descarte de aparelhos eletroeletrônicos. O resultado foi de 21%
leram em revistas; 6% em panfletos; 33% na internet; 24% deram outras respostas; 12% não
têm informação e 4% não responderam. Conforme o gráfico da figura 5, 84% dos
respondentes tiveram informações do descarte correto.
A sétima pergunta trata se o consumidor pagaria 20% mais caro em um produto
eletroeletrônico que tivesse certeza que veio de reciclagem. O objetivo dessa pergunta foi
avaliar se os respondentes estavam preocupados com o meio ambiente. O resultado foi que
29% dos entrevistados disseram que pagariam; 61% não pagariam e 10% não souberam
responder. Conforme Figueiredo, Fleury e Wanke (2009) afirmam que os consumidores
buscam informações a respeito do que será consumido e que estão dispostos a pagar mais caro
por esses produtos. O que confirma o gráfico da figura 6 que 29% dos respondentes pagariam
mais caro em um produto que vem de reciclagem.
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6 CONCLUSÃO
25
7 REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
SÃO PAULO. Lei n. 11.387, de 27 de maio de 2003. Define resíduos sólidos para o
estado de São Paulo e dá providências correlatas. Publicada na Assessoria Técnico-
Legislativa. São Paulo, SP, 27 de maio de 2003 / Disponível em:
<http://www.legislacao.sp.gov.br/legislacao/index.htm>. Acesso em 19 maio 2010.
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