Você está na página 1de 64

UNIVERSIDADE FEDERAL DE GOIÁS

ESCOLA DE ENGENHARIA CIVIL


ENGENHARIA AMBIENTAL E SANITÁRIA

AVALIAÇÃO DA ADEQUAÇÃO AMBIENTAL DOS


POSTOS DE LAVAGEM DE VEÍCULOS NA
CIDADE DE GOIÂNIA-GO

ANA CLÁUDIA MAIONE CAMPOS

LUIZA DE CAMARGO IZAAC

VITÓRIA MARIA DE CASTRO BORGES

Orientador: Prof. Dr. Denilson Teixeira

GOIÂNIA, 2013
ANA CLÁUDIA MAIONE CAMPOS
LUIZA DE CAMARGO IZAAC
VITÓRIA MARIA DE CASTRO BORGES

AVALIAÇÃO DA ADEQUAÇÃO AMBIENTAL DOS


POSTOS DE LAVAGEM DE VEÍCULOS NA
CIDADE DE GOIÂNIA-GO

Monografia apresentada ao Curso de Engenharia


Ambiental e Sanitária da Universidade Federal de Goiás,
como requisito para avaliação da disciplina Trabalho de
Conclusão de Curso II.
Orientador: Prof. Dr. Denilson Teixeira

GOIÂNIA, 2013
ANA CLÁUDIA MAIONE CAMPOS

LUIZA DE CAMARGO IZAAC

VITÓRIA MARIA DE CASTRO BORGES

AVALIAÇÃO DA ADEQUAÇÃO AMBIENTAL DOS POSTOS DE LAVAGEM DE


VEÍCULOS NA CIDADE DE GOIÂNIA-GO

Monografia apresentada ao Curso de Engenharia


Ambiental e Sanitária da Universidade Federal de Goiás,
como requisito para avaliação da disciplina Trabalho de
Conclusão de Curso II.

Aprovada em ___/___/____

BANCA EXAMINADORA

Prof. Dr. Marcus Siqueira Campos


Examinador Externo - UFG

Prof. Dr. José Vicente Granato de Araújo


Examinador Externo - UFG

Prof. Dr. Denilson Teixeira


Orientador - UFG
Dedicamos este trabalho à nossa família
pelo amor, apoio e incentivo para que
completássemos mais uma importante
etapa em nossas vidas.
AGRADECIMENTOS

Agradecemos primeiramente a Deus, por nos propiciar força e


sabedoria;

A todos os professores pelo ensino, dedicação, apoio e inspiração, e em


especial, ao nosso orientador Prof. Dr. Denilson Teixeira pela paciência,
compreensão e pelos seus ensinamentos tanto profissionais quanto pessoais;

A todos os donos dos estabelecimentos visitados, pela recepção e


colaboração, o que tornou nosso trabalho possível;

Aos funcionários dos órgãos ambientais pelas informações e


esclarecimentos;

A nossa família e amigos pela paciência e carinho.


“O sucesso nasce do querer, da
determinação e persistência em se chegar
a um objetivo. Mesmo não atingindo o
alvo, quem busca e vence obstáculos, no
mínimo fará coisas admiráveis”.
José de Alencar
RESUMO

Com o crescimento desordenado das cidades, a questão ambiental vem


se tornando um dos temas mais discutidos no âmbito mundial. Novas
oportunidades de empreendimento vêm surgindo, como os postos de lavagem
de veículos. Mas, ao mesmo passo, vêm ocorrendo um aumento considerável
dos impactos ambientais negativos destas atividades. Os objetivos deste
trabalho são: Mapear as leis e normas vigentes relacionadas aos postos de
lavagem de veículos; realizar um inventário do potencial poluidor dos
estabelecimentos no setor leste universitário e propor medidas preventivas e
mitigadoras para os impactos ambientais decorrentes da atividade. Para isto,
foi feita uma pesquisa de campo através da aplicação de um questionário em
12 postos de lavagem do setor leste universitário da cidade de Goiânia – GO.
Assim, foi possível produzir uma matriz de impactos, relacionando os principais
impactos ambientais gerados nos lava-jatos e concluir que essas
microempresas contribuem para o desenvolvimento econômico e para a
distribuição de renda do município. Porém, em relação à questão ambiental,
constatou-se que, a maioria está em desacordo com a legislação pertinente, o
que provoca impactos ambientais negativos.

Palavras chaves: lava-jatos, licenciamento ambiental, impactos


ambientais, matriz de impactos.
Lista de Figuras

Figura 1 - Modelo do Sistema de tratamento de efluentes............................. 25

Figura 2 - Classificação quanto à periculosidade dos resíduos sólidos......... 26

Figura 3 - Porcentagem de empreendimentos que possuem licença


ambiental........................................................................................33

Figura 4 - Porcentagem de lava-jatos que possuem alvará de


funcionamento................................................................................34

Figura 5 - Porcentagem de empreendimentos que possuem autorização do


Corpo de Bombeiros.......................................................................34

Figura 6 - Fonte de abastecimento da água utilizada........................................35

Figura 7 - Empreendimentos com outorga de água..........................................35

Figura 8 - Volume de água utilizada semanalmente..........................................36

Figura 9 - Porcentagem de empreendimento que possuem separação dos


resíduos..........................................................................................38

Figura 10 - Formas de acondicionamento dos resíduos....................................39

Figura 11 - Destino final das embalagens contaminadas com produtos


perigosos........................................................................................40

Figura 12 - Porcentagem de lava jatos que possuem medidas de controle de


ruído e vibração..............................................................................41

Figura 13 - Porcentagem de lava jatos que possuem um sistema de


atendimento a emergências ambientais.........................................42

Figura 14 - Porcentagem de empreendimentos que possuem sistema de


drenagem adequado e impermeabilização do solo........................42

Figura 15 - Porcentagem de empreendimentos que possuem sistema de


tratamento dos efluentes................................................................44

Figura 16 - Frequência de limpeza das caixas separadoras de água e


óleo.................................................................................................45
Figura 17 - Tempo de funcionamento dos empreendimentos...........................46

Figura 18 - Serviços prestados pelos estabelecimentos....................................46

Figura 19 - Relação entre quantidade de funcionários, carros lavados e


shampoo utilizado em cada lava-jato............................................48

Figura 20 - Porcentagem de proprietários que possuem conhecimento dos


requisitos legais pertinentes ao empreendimento.............................50
Lista de Tabelas

Tabela 1 - Classificação dos tipos de resíduos gerados pelo


empreendimento.............................................................................37

Tabela 2 - Produtos químicos utilizados nos lava-jatos...................................47

Tabela 3 - Relação entre o nível de escolaridade e a opinião dos proprietários


sobre o impacto ambiental do seu empreendimento......................46

Tabela 4 - Matriz dos Impactos gerados nos lava-jatos...................................52


Lista de Siglas

ABNT – Associação Brasileira de Normas Técnicas

AMMA – Agência Municipal do Meio Ambiente

ART - Anotação de Responsabilidade Técnica

CAE – Classificação da Atividade Econômica

CNPJ - Cadastro Nacional de Pessoa Jurídica

CONAMA – Conselho Nacional do Meio Ambiente

CPF – Cadastro de Pessoa Física

DUAM - Documento Único de Arrecadação Municipal

ECINF – Economia Informal Urbana

IBAMA – Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais

IPTU- Imposto Predial e Territorial Urbano

NBR – Norma Brasileira

PGRS – Plano de Gerenciamento de Resíduos Sólidos

PIB – Produto Interno Bruto

RG – Registro Geral

SANEAGO – Saneamento de Goiás S/A

SEMARH – Secretária do Meio Ambiente e dos Recursos Hídricos

SEPLAM - Secretaria Municipal de Planejamento e Urbanismo

SUPEA - Superintendência de Engenharia Operacional e Controle Ambiental

U.S. EPA –U.S. Environmental Protection Agency (Agência de Proteção


Ambiental dos Estados Unidos)
Sumário

1. INTRODUÇÃO .................................................................................................... 13
2. OBJETIVO .......................................................................................................... 16
2.1 OBJETIVO GERAL ..................................................................................... 16
2.2 OBJETIVOS ESPECÍFICOS ........................................................................ 16
3. REVISÃO BIBLIOGRÁFICA .............................................................................. 17
3.1 PROBLEMÁTICA ........................................................................................ 17
3.2 LAVA-JATOS .............................................................................................. 17
3.3 LICENCIAMENTO AMBIENTAL .................................................................. 18
3.4 OUTORGA .................................................................................................. 21
3.5 EFLUENTES E TRATAMENTO ................................................................... 22
3.6 RESÍDUOS SÓLIDOS ................................................................................. 25
3.7 REUSO DA ÁGUA ....................................................................................... 27
4. MATERIAIS E MÉTODOS .................................................................................. 28
4.1 ÁREA AMOSTRAL ...................................................................................... 28
4.2 AVALIAÇÃO DOS IMPACTOS AMBIENTAIS ............................................... 28
4.3 LEVANTAMENTO DOS ASPECTOS LEGAIS .............................................. 28
4.4 APLICAÇÃO DO QUESTIONÁRIO .............................................................. 29
5. RESULTADOS E DISCUSSÕES ....................................................................... 30
5.1 ARCABOUÇO LEGAL ................................................................................. 30
5.2 AVALIAÇÃO DA ADEQUAÇÃO E CONSCIENTIZAÇÃO AMBIENTAL .......... 32
5.3 MATRIZ DE IMPACTOS .............................................................................. 50
REFERÊNCIAS ........................................................................................................ 55
APÊNDICE ............................................................................................................... 59
QUESTIONÁRIO ................................................................................................... 59
ANEXOS ................................................................................................................... 61
Avaliação da Adequação Ambiental dos Postos de Lavagem de Veículos da cidade de Goiânia-GO 13

1. INTRODUÇÃO

Nas últimas décadas, com o crescimento desordenado das cidades, a


questão ambiental vem se tornando um dos temas mais discutidos no âmbito
mundial. Concernente a esta preocupação, os estudos de ASEVEDO e JERONIMO
(2012), FERREIRA (2010), COSTA (2006), LEÃO et al (2010) que vêm demonstrado
o potencial poluidor das atividades dos postos de lavagem de veículos nos centros
urbanos.

Essas atividades, além do desperdício de água, geram grandes quantidades


de resíduos. Nas águas de lavagem de automóveis podem existir surfactantes de
vários tipos, biodegradáveis ou não, restos de poeira, fuligem, graxa, gasolina e todo
tipo de resíduo produzido pelos automotores (ASEVEDO e JERÔNIMO, 2012).

Caso estes efluentes sejam lançados sem um tratamento adequado na rede


de esgoto doméstico, ou diretamente nos rios e lagos, podem causar uma série de
danos, entre eles: contaminação das águas superficiais e subterrâneas e danos às
tubulações, em equipamentos e na Estação de Tratamento de Esgoto da cidade.

Além disso, nestes empreendimentos ocorre a geração de resíduos sólidos


com as mais diversas características, que podem ocasionar danos às pessoas, aos
animais e ao meio ambiente quando não gerenciados corretamente.

No Brasil existe em média um carro para cada 2,9 habitantes (Instituto


Brasileiro de Geografia e Estatística - IBGE, censo demográfico 2000-2010). Em
Goiânia-GO, cidade escolhida para o estudo de caso deste trabalho, esta proporção
é ainda maior, sendo de um carro para cada 1,2 goianienses (Instituto Cidade
Goiânia, 2013).

Com a falta de tempo e as restrições do uso de água para lavagem dos


veículos em condomínios, é crescente a procura por serviços de lavagem de
automóveis em estabelecimentos especializados. Com isso, novas oportunidades
para este tipo de empreendimento vêm surgindo, e ao mesmo passo vêm ocorrendo
um aumento considerável dos impactos ambientais negativos destas atividades.

A. C. M. Campos, L. C. Izaac, V. M. C. Borges


Avaliação da Adequação Ambiental dos Postos de Lavagem de Veículos da cidade de Goiânia-GO 14

Neste contexto, estes empreendimentos colaboram com o desenvolvimento


socioeconômico das cidades, pois promovem a geração de empregos, porém
precisam se adequar a legislação ambiental vigente, visando minimizar seus
impactos ambientais negativos.

Por meio de projetos sustentáveis os proprietários do setor de lava-jatos


podem contribuir com a proteção do meio ambiente e também têm oportunidades de
geração de renda; tais projetos são: o uso de sistemas de captação de águas
pluviais, planejamento do reuso da água, uso de produtos biodegradáveis, correto
descarte de embalagens vazias, tratamento de efluentes e o controle e
acompanhamento diário do consumo de água do lava-jato pelo responsável
(SEBRAE, 2012).

Cabe destacar que, em função do potencial poluidor desses


empreendimentos, é necessário obter o licenciamento ambiental, que deve estar em
concordância com a legislação federal, estadual e municipal.

Os empreendedores devem estar atentos, também, ao passivo ambiental da


empresa, o qual pode afetar tanto o valor imobiliário quanto as finanças e ainda
provocar responsabilidade após a venda, caso a área esteja contaminada
(LORENZETT, 2011). Portanto, é de extrema importância a gestão ambiental
adequada da atividade, pois não é somente um cumprimento legal, e sim uma
questão de sobrevivência do negócio.

As empresas dependem do meio ambiente para retirar os insumos de que


precisam para a execução das suas atividades e, como parte de sua
responsabilidade social, devem usá-los racionalmente, como a energia, os materiais
e a água. Esta atitude não só contribui para a preservação ambiental como também
representa economia para a empresa, aumentando as suas chances de sucesso. Na
medida do possível, os materiais devem ser reciclados ou reutilizados, como a água
utilizada na lavagem dos carros em lava-jatos, que passando por um tratamento,
pode ser reutilizada na mesma atividade (COSTA, 2006).

A. C. M. Campos, L. C. Izaac, V. M. C. Borges


Avaliação da Adequação Ambiental dos Postos de Lavagem de Veículos da cidade de Goiânia-GO 15

Existem poucas publicações acerca da adequação ambiental dos postos de


lavagem de veículos, principalmente quanto à análise dos impactos ambientais, aos
pontos de melhorias no processo de gestão ambiental, as alternativas para
minimização e mitigação dos danos ambientais e quanto às tecnologias para a
melhoria do sistema de controle de poluição.

Dessa forma, a presente pesquisa tem como objetivo verificar a situação legal
destes estabelecimentos, inventariar seu potencial poluidor e propor medidas
mitigadoras para a minimização dos impactos negativos e para potencialização dos
impactos positivos. A adequação ambiental desses empreendimentos é uma etapa
fundamental para a melhoria das condições ambientais da cidade de Goiânia-GO.

A. C. M. Campos, L. C. Izaac, V. M. C. Borges


Avaliação da Adequação Ambiental dos Postos de Lavagem de Veículos da cidade de Goiânia-GO 16

2. OBJETIVO

2.1 OBJETIVO GERAL

Verificar a situação atual dos lava-jatos em Goiânia em relação às normas de


licenciamento ambiental, e propor medidas necessárias para a melhoria das
condições ambientais destes estabelecimentos e, consequentemente, da cidade de
Goiânia.

2.2 OBJETIVOS ESPECÍFICOS

1. Mapear as leis e normas vigentes relacionadas aos postos de lavagem de


veículos;
2. Realizar um inventário do potencial poluidor dos estabelecimentos no setor
leste universitário;
3. Propor medidas preventivas e mitigadoras para os impactos ambientais
decorrentes da atividade.

A. C. M. Campos, L. C. Izaac, V. M. C. Borges


Avaliação da Adequação Ambiental dos Postos de Lavagem de Veículos da cidade de Goiânia-GO 17

3. REVISÃO BIBLIOGRÁFICA

Neste tópico procurou-se reunir informações em tópicos específicos, sendo


eles: os postos de lavagem de veículos e suas atividades, licenciamento ambiental,
outorga, efluentes e seu tratamento, resíduos sólidos, reuso da água e
conscientização ambiental.

3.1 PROBLEMÁTICA

O mundo está cada vez mais voltado ao consumo, alimentado pelo


crescimento econômico e pelo desenvolvimentismo. No Brasil, onde o crescimento
tem apresentado sucessivos incrementos nos últimos anos, ficam claros os efeitos
desse cenário. A frota nacional de veículos, impulsionada pelo aumento do poder
aquisitivo do brasileiro, e por uma política econômica expansionista – sem falar de
medidas anticíclicas adotadas como atenuante aos efeitos da chamada crise do
crédito – não só foi renovada como aumentou de forma notória o número de carros
nas ruas (FERREIRA, 2010).

O aumento considerável na frota de veículos colabora também para a


necessidade das atividades de manutenção dos veículos, inclusive os serviços de
limpeza, o que explica o desenvolvimento das microempresas e empresas de
pequeno porte de lavagem de veículos (ROSA et al, 2011).

3.2 LAVA-JATOS

As micro e pequenas empresas são de grande importância para a


sustentabilidade socioeconômica do cenário mundial e dos países em
desenvolvimento especialmente, visto que, geram emprego e renda para milhões de
famílias, constituindo-se no suporte econômico e social do País. Elas contribuem
com 20% do PIB; e no mercado informal, estima-se que existam cerca de 10 milhões
de pequenos empreendimentos, empregando aproximadamente 13 milhões de
brasileiros, segundo dados da ECINF (2003) (COSTA, 2006).

Os lava-jatos são microempresas e, como tal, colaboram para o


desenvolvimento das cidades, ao participar da distribuição de renda, empregar

A. C. M. Campos, L. C. Izaac, V. M. C. Borges


Avaliação da Adequação Ambiental dos Postos de Lavagem de Veículos da cidade de Goiânia-GO 18

pessoas e atender outros setores da economia além do público em geral. Mas


também precisam se adequar à sustentabilidade ambiental, não desperdiçando água
nem insumos, tratando seus efluentes e reutilizando a água residuária (SEBRAE,
2004).

Segundo Teixeira (2003),a indústria de lavagem de veículos inclui diferentes


tipos e operações, cada uma com necessidades e características próprias. Variam
quanto ao volume de água utilizado, carga de contaminantes e substâncias químicas
nos processos de lavagem. São divididos em três tipos:

• Túnel: O veículo segue pelo do interior do equipamento em formato de túnel,


passando por áreas de lavagem, enxágue, enceramento e secagem,
respectivamente. Dentro da área de lavagem, o detergente diluído em água é
aplicado e a sujeira é mecanicamente removida por escovas e/ou jatos de alta
pressão. A seguir, o automóvel é enxaguado com água limpa. Finalmente, a
secagem é realizada com jatos de ar. O efluente é coletado em uma vala localizada
abaixo do túnel. Em alguns sistemas, a água de lavagem e de enxágue são
mantidas separadas por uma pequena barreira construída na vala.

• “Rollover”: O automóvel fica parado enquanto a máquina de lavagem passa


por ele. O equipamento é dotado de escovas em forma cilíndricas que giram em
torno de seu próprio eixo. Normalmente, são três escovas, duas laterais e uma
superior. O equipamento realiza movimentos para frente e para trás, cobrindo toda a
área lateral e superior do carro. O efluente gerado é coletado numa vala situada
abaixo do sistema.

• Lavagem a jato manual: Lava-se o veículo utilizando uma mangueira com


jatos de alta pressão de ar e água; ar, sabão e água alternando-os. Em alguns casos
a água é coletada numa vala.

3.3 LICENCIAMENTO AMBIENTAL

Segundo a resolução CONAMA nº 01, de 23 de Janeiro de 1986, art. 1º,


impacto ambiental é definido como:

A. C. M. Campos, L. C. Izaac, V. M. C. Borges


Avaliação da Adequação Ambiental dos Postos de Lavagem de Veículos da cidade de Goiânia-GO 19

Qualquer alteração das propriedades físicas, químicas e biológicas do


meio ambiente, causada por qualquer forma de matéria ou energia resultante das
atividades humanas que, direta ou indiretamente, afetem: a saúde, a segurança e o
bem estar da população; as atividades sociais e econômicas; a biota; as condições
estéticas e sanitárias do meio ambiente; a qualidade dos recursos ambientais
(CONAMA, 1986).

De acordo com a definição de impacto ambiental citada anteriormente, é


possível concluir que, os produtos e serviços dos postos de lavagem de veículos,
possuem potencial para causar impacto ao meio ambiente, assim torna-se
necessário à identificação dos seus danos mais significativos.

Como a lavagem de veículos é uma atividade impactante ao meio ambiente, a


instalação e funcionamento desse tipo de empreendimento requer o licenciamento
ambiental, que deve estar em concordância com os seguintes diplomas legais:
Constituição Federal, art. 225; Lei nº 6.938, de 31 de agosto de 1981 (art. 9º. III);
Resolução CONAMA 237/1997; Resolução CONAMA 273/2000 e a Resolução
CONAMA 357/2005, que foi alterada pela Resolução 430/2011.

O licenciamento ambiental é o instrumento da Política Nacional do Meio


Ambiente, instituída pela Lei nº. 6.938 de 1981, de que dispõe o órgão ambiental,
para controle e monitoramento, gestão e correta utilização dos recursos naturais,
além de possibilitar o controle das diversas fontes de poluição instaladas no
Município (AMMA, 2013).

O licenciamento ambiental está previsto no inciso I do Artigo 1º da Resolução


nº 237/1997 CONAMA, conforme descrito abaixo:

I – Licenciamento Ambiental: procedimento administrativo pelo qual o


órgão ambiental competente licencia a localização, instalação, ampliação e a
operação de empreendimentos e atividades utilizadoras de recursos ambientais,
consideradas efetiva ou potencialmente poluidoras ou daquelas que, sob qualquer
forma, possam causar degradação ambiental, considerando as disposições legais e
regulamentares e as normas técnicas aplicáveis ao caso (CONAMA, 1997).

O direito a um meio ambiente ecologicamente harmonioso é garantia


constitucional, previsto na Carta Magna de 1988 em seu artigo 225, que reza que:

A. C. M. Campos, L. C. Izaac, V. M. C. Borges


Avaliação da Adequação Ambiental dos Postos de Lavagem de Veículos da cidade de Goiânia-GO 20

[...] todos têm direito a um meio ambiente ecologicamente equilibrado,


de uso comum do povo e essencial à sadia qualidade de vida, impondo-se ao Poder
Público e à coletividade o dever de defendê-lo e preservá-lo para os presentes e
futuros gerações. (BRASIL, 1988).

O licenciamento ambiental ocorre, sobretudo, no âmbito estadual, mas pode


ser efetivado também no âmbito federal e, em certa medida, no âmbito municipal
para atividades consideradas de reduzido impacto ou impacto local. No âmbito
federal, para atividades de grande impacto regional ou em áreas de tutela federal, o
licenciamento ambiental se faz através do IBAMA – Instituto Brasileiro do Meio
Ambiente. No âmbito estadual, o licenciamento ambiental se faz através de
conselhos ou órgãos estaduais de meio ambiente, mesmo modelo usado pelos
municípios que implantaram política e estrutura de gestão ambiental (MACHADO,
2010). No caso de Goiânia, o licenciamento ambiental da atividade de lava-jatos é
realizado no âmbito municipal, no caso pela Agência Municipal de Meio Ambiente
(AMMA).

Com relação às atividades potencial ou efetivamente poluidoras de menor


porte ou de menor potencial ofensivo, o órgão ambiental competente poderá
estabelecer um procedimento simplificado para essas atividades independentemente
da fase em que se encontrarem tendo em vista § 1º do art. 12 da Resolução 237/97
do CONAMA prever que “Poderão ser estabelecidos procedimentos simplificados
para as atividades e empreendimentos de pequeno potencial de impacto ambiental,
que deverão ser aprovados pelos respectivos Conselhos de Meio Ambiente” (AMMA,
2013).

São consideradas atividades de baixo impacto ambiental, aquelas cujos


impactos potenciais sejam de magnitude pouco significativa conforme natureza,
porte, localização e outras peculiaridades e cujo empreendimento não possua área
útil superior a 500 (quinhentos) metros quadrados (Artigo 2º, da Instrução Normativa
nº 010, 26 de Setembro de 2006).

Caso o empreendimento tenha uma área útil superior a 500 m², a sua
atividade não será considerada de baixo impacto ambiental e então terá que ser feita
a Licença Prévia, de Instalação e Operação.

A. C. M. Campos, L. C. Izaac, V. M. C. Borges


Avaliação da Adequação Ambiental dos Postos de Lavagem de Veículos da cidade de Goiânia-GO 21

A licença Prévia é através da qual o empreendedor recebe um


certificado atestando a viabilidade ambiental da localização e concepção geral do
seu projeto. Na licença de Instalação, o empreendedor obtém a aprovação da
viabilidade ambiental do projeto do seu empreendimento ou atividade. E a Licença
de Operação autoriza, após as verificações necessárias, o início da atividade
licenciada e o funcionamento de seus equipamentos e instalações de controle de
poluição, de acordo com o previsto na Licença Prévia e de Instalação (MACHADO,
2010).

O licenciamento ambiental é, portanto, uma das ferramentas essenciais para


o desenvolvimento sustentável, não somente porque ordena o crescimento
econômico, como evita prejuízos à sociedade, seja na forma de prevenção de
catástrofes industriais, poluição de corpos hídricos ou da atmosfera, seja na forma
de, combate à poluição sonora, desordem no espaço urbano, devastação florestal
ou até mesmo danos ao patrimônio histórico ou paisagístico (MACHADO, 2010).

Não se trata, portanto, de simples faculdade do poder público, mas de um


dever constitucional do Estado de cuidar para que qualquer ação humana que
resulte em dano ambiental seja fiscalizada e combatida, evitando assim os impactos
ambientais, constantes nos dias atuais. Porém, há impacto ambiental toda vez que a
ação de fatores externos causados essencialmente pelo homem são alterados de
forma negativa ao meio ambiente (FERREIRA, 2010).

3.4 OUTORGA

A Lei Federal 9433/97 instituiu o Sistema Nacional de Gerenciamento de


Recursos Hídricos com o objetivo de conservar e recuperar os recursos hídricos
degradados, assim como evitar impactos danosos na qualidade dos recursos
hídricos, dentro de uma visão sistêmica, adotando, para isso, como unidade
geográfica de gestão, a bacia hidrográfica.

Segundo Cruz (2011), a legislação brasileira tem como um dos seus


instrumentos para a gestão de recursos hídricos, a outorga de uso da água. Esse
instrumento tem como objetivo racionalizar e compatibilizar a conservação ambiental

A. C. M. Campos, L. C. Izaac, V. M. C. Borges


Avaliação da Adequação Ambiental dos Postos de Lavagem de Veículos da cidade de Goiânia-GO 22

e os diferentes usos da água, de tal forma que sejam preservados os direitos dos
usuários, priorizando entre estes o abastecimento público.

Ainda segundo Cruz (2011), a instrução de um processo de outorga é uma


atividade complexa que envolve o balanço entre a disponibilidade hídrica e as
demandas de uso das águas, compatibilizando as necessidades de conservação
ambiental, e está sujeita a restrições de ordem econômica, social e legal.

E de acordo com Rosa (2012), para a utilização da água de poços e córregos


é necessário que o empreendedor obtenha a outorga, que serve para dar direto ao
dono do estabelecimento de retirar e usar as águas subterrâneas e superficiais.

3.5 EFLUENTES E TRATAMENTO

O efluente gerado pela atividade de limpeza de automóveis pode conter


quantidades significativas de óleos e graxas, sólidos em suspensão, metais
pesados, surfactantes e substâncias orgânicas (TEIXEIRA, 2003).

Ainda segundo Teixeira (2003), as águas residuárias geradas nas operações


de lavagens de veículos, segundo a U.S. EPA (1999), constituem-se, em sua grande
parte de sabão, água de enxágue e cera. Destaca que, quando não há enxágue na
parte inferior e no motor dos veículos, as concentrações de agentes
desengraxantes, solventes e dos metais pesados, são muito baixas. Caso contrário,
a concentração destes poluentes aumenta consideravelmente.

As concentrações de óleos e graxas podem ocasionar sérios inconvenientes


na coleta e nos sistemas de tratamento das águas residuárias, por aderirem às
superfícies das tubulações, produzindo odores desagradáveis e diminuindo a área
de transporte; podem ainda concentrarem-se formando um material flutuante nos
decantadores, que causam entupimentos em filtros de tratamentos. Esses
compostos são responsáveis também por interferir ou inibir os processos de
tratamentos biológicos aeróbios e anaeróbios (Jordão e Pessoa, 2009; Pawlaket al.,
2008, apud ROSA, 2011).

A. C. M. Campos, L. C. Izaac, V. M. C. Borges


Avaliação da Adequação Ambiental dos Postos de Lavagem de Veículos da cidade de Goiânia-GO 23

Em caso de serem eliminados em corpos d’água sem nenhum tratamento, os


óleos e graxas diminuem o contato da superfície da água e do ar atmosférico,
impedindo as trocas gasosas, reduzindo o oxigênio dissolvido do meio, afetando a
respiração da fauna bentônica e redução da realização da fotossíntese dos vegetais
e plâncton, conduzindo o ambiente ao processo de eutrofização (TUNDISI, 2003;
BUCAS e SALIOT, 2002, apud ROSA, 2011).

Pesquisa do Instituto Tecnológico de Pernambuco (ITEP) descobriu acúmulo


de zinco e cromo, substâncias cancerígenas, na cabeça de peixes cultivados em
viveiros na comunidade do Caranguejo, no bairro de Afogados – Recife, atribuindo-
se a presença dos metais pesados nos viveiros da comunidade às atividades
industriais, como a galvanização e as de lava-jatos das proximidades (JORNAL DO
COMERCIO, 2001).

Braile & Cavalcanti (apud TEIXEIRA, 2003) afirmam que o tratamento de


despejos contendo detergentes é um dos grandes problemas da engenharia
sanitária. Estes compostos contêm nutrientes como fosfato e nitrogênio além de
compostos fenólicos, que afetam propriedades organolépticas da água. Podem
causar a formação de emulsões estáveis dificultando a sua remoção. Após seu
lançamento, podem provocar a formação de espumas disformes nos corpos de
água, facilitando o transporte de uma série de microrganismos, principalmente
bactérias e exercendo o papel de veículo de parasitas.

Para o lançamento de efluentes no meio ambiente, devem-se cumprir os


padrões de lançamento determinados pela Resolução 430/2011, que dispõe sobre
as condições e padrões de lançamento de efluentes.

No caso de lançamento de efluentes na rede coletora de esgoto da


SANEAGO é necessário seguir os padrões de lançamento da NBR 9800/1987 - que
dispõe sobre os critérios para lançamento de efluentes líquidos industriais e Lei
Estadual nº 8.544 de 17 de Outubro de 1978 – que dispõe sobre o controle da
poluição do Meio Ambiente.

A. C. M. Campos, L. C. Izaac, V. M. C. Borges


Avaliação da Adequação Ambiental dos Postos de Lavagem de Veículos da cidade de Goiânia-GO 24

Para um adequado tratamento destes efluentes os lava-jatos devem


obrigatoriamente instalar dispositivos de retenção de detritos. Estes dispositivos
devem ser executados de acordo com o manual elaborado pela SUPEA da
SANEAGO, que se refere a instruções para instalação de unidade de retenção de
resíduos.

O principio de funcionamento deste sistema dá-se segundo o manual da


SANEAGO, 2013 conforme descrito abaixo:

Caixa de Retenção de Areia – O funcionamento se dá pelo


dimensionamento, de modo a proporcionar baixas velocidades no fluxo, permitindo
que a areia e outros sólidos pesados sedimentem no fundo dessa caixa.

Caixa Separado de Óleo – Tem a função de formar duas fases distintas,


sendo uma de óleo na superfície, e outra de água no fundo. A água coletada do
fundo será destinada para a caixa de ligação de esgoto (ou caixa de inspeção). O
óleo presente na caixa separadora será acumulado e posteriormente direcionado
para a caixa coletora de óleo, onde será aberto o registro para concluir a coleta.

Caixa Coletora de Óleo – Destina-se ao acúmulo de óleos e de graxas para


posterior sucção e/ou reaproveitamento destes.

O esquema de tratamento descrito anteriormente está representado na figura


a seguir.

A. C. M. Campos, L. C. Izaac, V. M. C. Borges


Avaliação da Adequação Ambiental dos Postos de Lavagem de Veículos da cidade de Goiânia-GO 25

Figura 1 – Modelo do Sistema de tratamento de efluentes. Fonte: SANEAGO, 2013

Essa problemática acerca das empresas de lavagem de veículos evidencia a


importância de se avaliar a composição desses efluentes e proporcionar
investimentos em tecnologias de baixo custo e fácil operação, de modo que possam
ser incorporados instrumentos adequados ao gerenciamento ambiental nesse setor
(ROSA et al, 2011).

3.6 RESÍDUOS SÓLIDOS

Existem na literatura diversas definições para resíduos sólidos, porém de


acordo com a Lei 12.305 de 02 de Agosto de 2010:

Resíduos Sólidos: material, substância, objeto ou bem descartado


resultante de atividades humanas em sociedade, a cuja destinação final se procede,
se propõe proceder ou se está obrigado a proceder, nos estados sólido ou
semissólido, bem como gases contidos em recipientes e líquidos cujas
particularidades tornem inviável o seu lançamento na rede pública de esgotos ou em
corpos d’água, ou exijam para isso soluções técnica ou economicamente inviáveis
em face da melhor tecnologia disponível (Brasil, 2010).

Devido à abrangência do conceito de resíduos sólidos torna-se necessário se


fazer sua classificação. Segundo a ABNT NBR 10.004 (2004), a classificação de
resíduos envolve a identificação do processo ou atividade que lhes deu origem e de
seus constituintes e características e a comparação destes constituintes com
listagem de resíduos e substâncias cujo impacto a saúde e meio ambiente é
conhecido.

A. C. M. Campos, L. C. Izaac, V. M. C. Borges


Avaliação da Adequação Ambiental dos Postos de Lavagem de Veículos da cidade de Goiânia-GO 26

Ainda de acordo com a ABNT NBR 10.004 (2004), os resíduos sólidos se


classificam em duas classes, conforme figura 2:

Figura 2 - Classificação quanto à periculosidade dos resíduos sólidos.

CLASSIFICAÇÃO QUANTO À PERICULOSIDADE

Classe I Classe II

Perigosos Não - Perigosos

A - Não Inertes B - Inertes

Resíduos classe I - Perigosos

Aqueles que apresentam periculosidade, conforme definido em periculosidade


de um resíduo, ou uma das características descritas em inflamabilidade, toxidade,
corrosividade e reatividade, ou constem nos anexos A ou B.

Resíduos classe II A - Não inertes

Aqueles que não se enquadram nas classificações de resíduos classe I -


Perigosos ou de resíduos classe II B - Inertes, nos termos desta Norma. Os resíduos
classe II A – Não inertes podem ter propriedades, tais como: biodegradabilidade,
combustibilidade ou solubilidade em água.

Resíduos classe II B - Inertes

Quaisquer resíduos que amostrados de uma forma representativa, segundo a


ABNT NBR 10007, e submetidos a um contato dinâmico e estático com água
destilada ou desionizada, à temperatura ambiente, conforme ABNT NBR 10006, não
tiverem nenhum de seus constituintes solubilizados a concentrações superiores aos
padrões de potabilidade de água, excetuando-se aspecto, cor, turbidez, dureza e
sabor, conforme anexo G.

Segundo Grobério et al (2003), nos serviços de lava-jato são gerados


resíduos sólidos oleosos, como óleo lubrificante usado. Além destes, são produzidos

A. C. M. Campos, L. C. Izaac, V. M. C. Borges


Avaliação da Adequação Ambiental dos Postos de Lavagem de Veículos da cidade de Goiânia-GO 27

resíduos sólidos de areia misturada com óleo retida nos sistemas de separação
água-óleo, entre outros.

3.7 REUSO DA ÁGUA

Reuso é o processo de utilização da água por mais de uma vez, tratada ou


não, para o mesmo ou outro fim. Essa reutilização pode ser direta ou indireta,
decorrente de ações planejadas ou não. Dessa forma, grandes volumes de água
potável podem ser poupados pelo reuso quando se utiliza água de qualidade inferior
(geralmente efluentes pós-tratados) para atendimento das finalidades que podem
prescindir desse recurso dentro dos padrões de potabilidade (KLAUTAU, 2007).

As esferas institucionais estadual e municipal já estão começando a tomar


medidas de gestão, formulando leis ambientais direcionadas especificamente para
essas empresas, com intuito de abordar não apenas o tratamento de seus efluentes,
mas de propor o reuso dessa água(RUBIO et al, 2007).

A exemplo disso, no estado de Goiás, foi sancionada a Lei 17.582 de 08 de


Março de 2012, que dispõe sobre a obrigatoriedade de instalação de equipamento
para tratamento e reutilização da água utilizada na lavagem de veículos.

Mancuso (2003) define que o reuso da água exige o conhecimento prévio das
características físicas, químicas, e biológicas das águas residuárias ou poluídas, de
modo a adequar seu tratamento à obtenção da qualidade baseados em critérios
recomendados em países que possuem tais normas.

Uma das formas de reuso de água que vem ganhando destaque em muitos
países é a destinada à lavagem de veículos. Não se pode negar que milhares de
litros de água potável são desperdiçados nesta prática atualmente (LEITÃO, 1999).

Essa prática deve ser considerada parte de uma atividade mais abrangente
que é o uso racional da água, o qual inclui também, o controle de perdas e a
redução do consumo de água (MORELLI, 2005).

A. C. M. Campos, L. C. Izaac, V. M. C. Borges


Avaliação da Adequação Ambiental dos Postos de Lavagem de Veículos da cidade de Goiânia-GO 28

4. MATERIAIS E MÉTODOS

4.1 ÁREA AMOSTRAL

Os dados da relação dos postos de lavagem de veículos em Goiânia foram


adquiridos na Junta Comercial do Estado de Goiás – JUCEG. Assim, foram
encontrados cadastrados 1019 lava-jatos em Goiânia, e 24 destes encontram-se no
Setor Leste Universitário, que foi utilizado como universo amostral desta pesquisa.
As entrevistas foram realizadas apenas com 12 lava-jatos no setor, devido à
desatualização dos dados de cadastro. É importante ressaltar que, foram
considerados para a pesquisa, apenas aqueles empreendimentos que possuem o
serviço de lavagem de veículos, não considerando postos de combustíveis.

4.2 AVALIAÇÃO DOS IMPACTOS AMBIENTAIS

Foram realizadas visitas a campo e utilizou-se a técnica de observação e


levantamento “in loco”, assim foram identificados os aspectos e impactos positivos e
negativos no meio físico, biótico e antrópico, bem como as medidas mitigadoras dos
mesmos. Posteriormente, os dados levantados na fase de diagnóstico foram
estruturados em um Quadro-síntese (Matriz de Interação baseado em Sanches,
2006) que permitirá estabelecer relações do tipo causa-condição-efeito, além de
uma descrição detalhada dos impactos e das medidas mitigadoras.

Para a elaboração da Matriz de Interação e avaliação dos impactos, foram


adotados os seguintes critérios de análise: Quanto a Qualificação (Positivo ou
Negativo; Direto ou Indireto), quanto a Abrangência Espacial (Local ou Regional),
quanto a Duração e Periodicidade (Temporário, Permanente ou Cíclico), quanto ao
Dinamismo ou Reversibilidade (Reversível ou Irreversível), quanto a Temporalidade
(Imediato, Médio prazo ou Longo prazo) e quanto a Magnitude (Crítico, Moderado ou
Fraco).

4.3 LEVANTAMENTO DOS ASPECTOS LEGAIS

Para levantamento das leis ambientais, foram realizadas pesquisas


bibliográficas na página virtual dos órgãos ambientais de âmbito municipal, estadual

A. C. M. Campos, L. C. Izaac, V. M. C. Borges


Avaliação da Adequação Ambiental dos Postos de Lavagem de Veículos da cidade de Goiânia-GO 29

e federal, ou seja, AMMA, SEMARH e IBAMA, respectivamente. Além de visitas a


estes órgãos para, juntamente com os técnicos responsáveis, obter a legislação
pertinente e a documentação exigida para o licenciamento ambiental dos postos de
lavagem.

4.4 APLICAÇÃO DO QUESTIONÁRIO

Para a pesquisa de campo foi utilizado um questionário baseado em


ASEVEDO e JERONIMO (2012), separados em tópicos específicos, com intuito de
facilitar sua estruturação. O mesmo visa à obtenção de dados relativos aos aspectos
legais, recursos hídricos, resíduos sólidos e líquidos, controle de poluição, aspectos
gerais e conscientização ambiental dos empreendedores.

Antes de se iniciar a aplicação do questionário aos proprietários ou


responsáveis pelo empreendimento, foi apresentado o objetivo da pesquisa, bem
como assegurado o sigilo quanto à identificação do lava-jato. Também foi realizado
um pré-teste, com a realização de uma entrevista base, para verificação de sua
eficácia e impessoalidade. Os dados coletados em forma de entrevista (APÊNDICE)
foram previamente analisados, para posterior transposição e análise de maneira
clara e ordenada.

4.5 ANÁLISES DOS DADOS

Para análise e interpretação das informações levantadas foi realizado o


cruzamento entre a percepção e a observação dos dados com as variáveis de
estudo separadas por categorias, através de análise gráfica e tabulação.

A. C. M. Campos, L. C. Izaac, V. M. C. Borges


Avaliação da Adequação Ambiental dos Postos de Lavagem de Veículos da cidade de Goiânia-GO 30

5. RESULTADOS E DISCUSSÕES

5.1 ARCABOUÇO LEGAL

Devido ao potencial de poluição destes empreendimentos, ainda é necessário


obter o licenciamento ambiental, que deve estar com concordância com as seguintes
legislações:

No âmbito Federal:

Lei nº 6.938/1981 – Política Nacional do Meio Ambiente;

Lei n° 9.605/1998 – Lei de Crimes Ambientais;

Lei n° 12.305/2010 – Política Nacional de Resíduos Sólidos;

Lei nº 9.433/1997 - Institui a Política Nacional de Recursos Hídricos;

Resolução CONAMA n° 009/1993 – Estabelece definições e torna obrigatório


o recolhimento e destinação adequada de todo o óleo lubrificante usado ou
contaminado;

Resolução CONAMA n° 273/2000 – Dispõe sobre a prevenção e controle da


poluição em postos de combustíveis e serviços;

Resolução CONAMA n° 430/2011 – Dispõe as condições e padrões de


lançamentos de efluentes;

Resolução CONAMA n° 237/1997 – Dispõe sobre a revisão e


complementação dos procedimentos e critérios utilizados para o licenciamento
ambiental; Constituição Federal, art. 225;

DECRETO nº 24.643/1934 - Decreta o Código de Águas;

DECRETO nº 6.514/2008 - Dispõe sobre as infrações e sanções


administrativas ao meio ambiente, estabelece o processo administrativo federal para
apuração destas infrações, e dá outras providências.

A. C. M. Campos, L. C. Izaac, V. M. C. Borges


Avaliação da Adequação Ambiental dos Postos de Lavagem de Veículos da cidade de Goiânia-GO 31

No âmbito estadual:

Lei n° 8.544/1978 – Dispõe sobre o controle da poluição do meio ambiente;

Lei nº 14.248/2002 - Dispõe sobre a Política Estadual de Resíduos Sólidos e


dá outras providências;

Lei nº 17.582/2012 – Dispõe sobre a obrigatoriedade de instalação de


equipamento para tratamento e reutilização da água utilizada na lavagem de
veículos;

Lei nº 13.123/1997 - Estabelece normas de orientação à política estadual de


recursos hídricos, bem como ao sistema integrado de gerenciamento de recursos
hídricos e dá outras providências;

Lei nº 13.583/2000 - Dispõe sobre a conservação e proteção ambiental dos


depósitos de água subterrânea no Estado de Goiás e dá outras providências;

Instrução Normativa nº 07/2011 - Dispõe sobre gerenciamento e disposição


final dos resíduos sólidos gerados em unidades de produção industrial, de bens e
serviços, assim como os provenientes de atividades minero industriais e aquelas
definidas na Lei Federal nº 12.305/2010, no Estado de Goiás.

No âmbito municipal:

Lei n° 8.617/2008 – Dispõe sobre a regulamentação do controle das


atividades não residenciais e dos parâmetros urbanísticos estabelecidos para a
Macrozona Construída;

DECRETO MUNICIPAL n° 2.135/1994 - Regulamenta o Código de Posturas


do Município de Goiânia – Lei Complementar n° 014, de 29 de dezembro de 1992;

DECRETO MUNICIPAL n° 2.149/2008 – Dispõe sobre as infrações e sanções


administrativas ao meio ambiente, estabelece o processo administrativo municipal
para apuração destas infrações e dá outras providências;

A. C. M. Campos, L. C. Izaac, V. M. C. Borges


Avaliação da Adequação Ambiental dos Postos de Lavagem de Veículos da cidade de Goiânia-GO 32

Instrução Normativa nº 011/2006 - Dispõe sobre normas para o licenciamento


ambiental de poços no Município de Goiânia;

Instrução Normativa n° 010/2006 – Institui o licenciamento ambiental


simplificado municipal para empreendimentos;

Instrução Normativa nº 014/2006 – Institui o Licenciamento Ambiental


Simplificado Municipal – LAS para empreendimentos e atividades de baixo impacto
ambiental.

E ainda, as seguintes normas:

Norma da ABNT - NBR 10004 - Resíduos Sólidos – Classificação;

Norma da ABNT - NBR 11.174 - Armazenamento de resíduos classes II - não


inertes e III – inertes;

Norma da ABNT - NBR 1.183 - Armazenamento de resíduos sólidos


perigosos.

5.2 AVALIAÇÃO DA ADEQUAÇÃO E CONSCIENTIZAÇÃO AMBIENTAL

Diante da lista dos lava-jatos cadastrados, no setor Leste Universitário, esta


pesquisa foi realizada em 12 destes empreendimentos. Sendo assim, os dados
obtidos através da aplicação da entrevista, representam 100% (12) dos postos de
lavagem de veículos encontrados no setor. Todos os empreendimentos visitados
possuem lavagem a jato manual.

A partir das entrevistas realizadas foram verificadas que existem algumas


divergências quanto aos aspectos legais, gerenciamento ambiental e
conscientização dos proprietários. As respostas foram estruturas em gráficos e
tabelas para facilitar a análise dos dados.

Primeiramente foram analisados os aspectos legais dos empreendimentos.


Assim, a figura 3 demonstra que, 58% (7) dos lava-jatos ainda estão em processo de
licenciamento ambiental. Esta realidade evidencia que, mesmo que este processo

A. C. M. Campos, L. C. Izaac, V. M. C. Borges


Avaliação da Adequação Ambiental dos Postos de Lavagem de Veículos da cidade de Goiânia-GO 33

seja uma etapa fundamental para o início do funcionamento do empreendimento, os


estabelecimentos somente procuram se adequar quanto fiscalizados pelos órgãos
ambientais. Como a maioria se encontra em processo de licenciamento, conclui-se
que esta fiscalização vem aumentando.

Ainda com esta realidade existem 17% (2) sem licença ambiental, e apenas
25% (3) possuem licença. É notório que, ainda existem grandes oportunidades para
o desenvolvimento de uma consciência ambiental sobre a importância deste
licenciamento.

Figura 3 – Porcentagem de empreendimentos que possuem licença ambiental.

25%

58% 17%

Sim Não Em processo

A figura 4 representa a porcentagem de postos de lavagem de veículos que


possuem alvará de funcionamento junto a Prefeitura de Goiânia. Verifica-se que,
75% (9) dos empreendimentos entrevistados possuem alvará de funcionamento e
somente 25% (3) encontra-se com o mesmo vencido ou não o possuem. Sendo
assim, a maioria destes, estão autorizados a exercer suas atividades de acordo com
o zoneamento do município, porém, vale ressaltar que, esta é uma realidade
diferente do licenciamento ambiental.

A. C. M. Campos, L. C. Izaac, V. M. C. Borges


Avaliação da Adequação Ambiental dos Postos de Lavagem de Veículos da cidade de Goiânia-GO 34

Figura 4 – Porcentagem de lava-jatos que possuem alvará de funcionamento.

25%

75%

Sim Não

Ainda na análise dos aspectos legais, a partir da figura 5, verifica-se que


todos os empreendimentos possuem autorização do corpo de bombeiros para
funcionamento, sendo que, apenas um destes apresenta a autorização vencida. A
autorização do corpo de bombeiro visa à segurança e controle contra incêndios,
deste modo, ela se torna obrigatória para empreendimentos que possuem tal risco.

Figura 5 – Porcentagem de empreendimentos que possuem autorização do Corpo de Bombeiros.

8%

92%

Sim Não Vencido

Analisando os aspectos dos empreendimentos em relação aos recursos


hídricos, a figura 6 representa que, mais da metade dos empreendimentos utilizam
água de poços, e de acordo com a figura 7, somente 25% (3) destes possuem
outorga.

A outorga é importante, para assegurar o controle quantitativo e qualitativo


dos usos das águas superficiais e subterrâneas, e ainda, o controle efetivo do
exercício do direito de acesso à água. Cabe ao poder público uma maior

A. C. M. Campos, L. C. Izaac, V. M. C. Borges


Avaliação da Adequação Ambiental dos Postos de Lavagem de Veículos da cidade de Goiânia-GO 35

fiscalização, pois a água é um recurso natural de domínio público que deve ter
acesso de uma forma sustentável.

Figura 6 – Fonte de abastecimento da água utilizada. Figura 7 – Empreendimentos com outorga de água.

8% 25%
33%

59% 42%
8% 25%

Sim Não
Poço Saneago Poço e Saneago Em processo Não possui poço

Outro ponto que deve ser considerado em relação aos recursos hídricos é o
consumo de água nos empreendimentos. Este consumo é um importante aspecto
ambiental dos lava-jatos e está diretamente relacionado com a economia do
negócio.

A partir da análise da figura 8, verifica-se que 58% (7) dos postos de lavagem
de veículos pesquisados, não sabem o volume de água utilizado semanalmente.
Este resultado demonstra uma despreocupação em relação ao controle do consumo
de água na lavagem dos veículos, mesmo que este esteja relacionado ao aumento
do custo da taxa de esgoto do empreendimento.

A quantidade de água utilizada nos demais lava-jatos foi estimada, a partir da


quantidade de caixas d´água utilizadas por semana. Não havia, em nenhum
empreendimento, um medidor de vazão e um correto controle deste insumo.
Segundo os proprietários de lava-jatos, a quantidade de água gasta para lavar um
veículo depende da sujeira do mesmo.

A. C. M. Campos, L. C. Izaac, V. M. C. Borges


Avaliação da Adequação Ambiental dos Postos de Lavagem de Veículos da cidade de Goiânia-GO 36

Assim, foi constatado de acordo com a figura 8, que 17% (2) dos lava-jatos
utilizam, em média, de 0 a 15 m³ por semana, outros 17% (2) utilizam de 16 a 30 m³
e apenas 8% (1) utilizam acima de 30 m³ de água.

Figura 8 – Volume de água utilizada semanalmente.

8%
17%

17% 58%

Não sabe 0 - 15 m³ 16 - 30 m³ 30 m³ ou mais

O reuso de água, bem como, a captação da água pluvial, propiciam o uso


racional e eficiente da água. Além disso, contribuem para reduzir o consumo de
água potável e minimizam a poluição nos mananciais com a diminuição do volume
de efluentes lançados. Nenhum dos lava- jatos estudados possuem sistema de
captação de água pluvial e reuso de água.

O maior problema observado para o desenvolvimento de tecnologias para o


reaproveitamento destas águas é o custo de implantação, operação e manutenção.
Foi constatado que os proprietários não possuem interesse neste tipo de
investimento, mesmo que exista, futuramente, uma redução na quantidade de água,
energia e gastos.

Para a análise dos empreendimentos quanto ao gerenciamento de resíduos


sólidos, é necessário fazer a caracterização dos resíduos gerados, para posterior
destinação ambientalmente adequada. Estes resíduos possuem classificações
distintas, em que cada uma deve obedecer a critérios técnicos que conduzam à
minimização do risco à saúde pública e à qualidade do meio ambiente. Os tipos de
resíduos gerados e suas respectivas classificações estão listados na tabela a seguir:

A. C. M. Campos, L. C. Izaac, V. M. C. Borges


Avaliação da Adequação Ambiental dos Postos de Lavagem de Veículos da cidade de Goiânia-GO 37

Tabela 1 – Classificação dos tipos de resíduos gerados pelo empreendimento.

Classificação
Resíduos Gerados
NBR10004/2004

Resíduos domésticos – Orgânicos Classe II A

Resíduos Recicláveis

Papel Classe II A

Papelão Classe II B

Vidro Classe II B

Plástico Classe II B

Estopas sujas com graxa, filtro de ar, filtro


Classe I
de óleo.

Óleo lubrificante e outros derivados do


Classe I
petróleo

Embalagens / vasilhames contaminadas


Classe I
por graxa e solvente

Os resíduos gerados nos diversos setores do empreendimento devem ser


segregados, na fonte geradora, e encaminhados ao devido local de
acondicionamento. A separação dos resíduos tem como finalidade evitar a mistura
de classes, separando aqueles incompatíveis para reciclagem e os resíduos
perigosos dos não perigosos.

A correta separação dos resíduos garante a possibilidade de reutilização,


reciclagem e a segurança no manuseio. Dentre os empreendimentos estudados,

A. C. M. Campos, L. C. Izaac, V. M. C. Borges


Avaliação da Adequação Ambiental dos Postos de Lavagem de Veículos da cidade de Goiânia-GO 38

segundo a figura 9, apenas 33% (4) fazem a separação dos resíduos, ocasionando
problemas a saúde dos trabalhadores e também ao meio ambiente. Além disso, nos
empreendimentos que realizam a separação dos resíduos recicláveis, os mesmos
são recolhidos por catadores.

Este dado demonstra que não existe um correto gerenciamento dos resíduos
e mostra a falta de conhecimento e/ou conscientização sobre importância da correta
segregação e reciclagem dos mesmos.

Figura 9 – Porcentagem de empreendimento que possuem separação dos resíduos.

33%

67%

Sim Não

Além da correta separação, os resíduos também deverão ser armazenados


em locais apropriados e sinalizados. O correto armazenamento facilita a coleta para
o transporte e destino final, evita problemas de saúde garantindo uma qualidade de
vida dos colaboradores, minimiza os impactos decorrentes da geração dos resíduos
e ainda não prejudica o andamento das atividades do empreendimento.

Através da pesquisa realizada, de acordo com o gráfico 8, podemos verificar


que apenas 8% (1) possui um depósito apropriado para armazenamento dos
resíduos perigosos gerados. Além disso, verifica-se que 67% (8) armazenam os
resíduos em tambores e 25% (3) utilizam sacos plásticos. É importante destacar
que, a maioria dos empreendimentos não faz a separação, e por isso considera-se
que de forma geral não existe um correto armazenamento.

Este dado se complementa com o fato de que, nenhum empreendimento


possui o Plano de Gerenciamento de Resíduos. Com isso, verifica-se a falta de

A. C. M. Campos, L. C. Izaac, V. M. C. Borges


Avaliação da Adequação Ambiental dos Postos de Lavagem de Veículos da cidade de Goiânia-GO 39

informação e/ou conscientização dos empreendedores quanto à importância de


ações voltadas para o correto gerenciamento dos mesmos.

Figura 10 – Formas de acondicionamento dos resíduos.

8%
25%

67%

Tambores Sacos Plásticos Depósito

Os empreendimentos possuem a geração de resíduos perigosos, estes


possuem propriedades físicas, químicas ou infectocontagiosas que podem acarretar
em riscos à saúde pública e/ou riscos ao meio ambiente. Por isso é de extrema
importância o seu correto gerenciamento.

A figura 11 representa o destino final das embalagens de óleo lubrificantes e


contaminadas com graxas, ceras e produtos químicos. Foi observado que 58% (7)
dos empreendimentos retornam as mesmas para o fornecedor e 42% (5) destinam
para aterro sanitário. As embalagens possuem quantidade considerável de óleo e
contaminantes e quando destinadas para aterro sanitário, provocam a contaminação
dos solos e dos recursos hídricos.

A. C. M. Campos, L. C. Izaac, V. M. C. Borges


Avaliação da Adequação Ambiental dos Postos de Lavagem de Veículos da cidade de Goiânia-GO 40

Figura 11 – Destino final das embalagens contaminadas com produtos perigosos.

42%

58%

Aterro Retorna ao fornecedor

Com relação aos resíduos orgânicos, verifica-se que estes, em todos os


estabelecimentos, são recolhidos pela Prefeitura de Goiânia e destinados para
aterro sanitário.

Ainda no tocante aos resíduos perigosos, foi observado que, nenhum dos
lava-jatos possuem certificados de destinação e também não possuem um inventário
dos mesmos. O que evidencia a falta de interesse e conscientização sobre o destino
e tratamento final dos resíduos gerados.

Foram selecionados alguns pontos importantes para análise dos


empreendimentos em relação ao controle de poluição, dentre eles, existe o controle
de ruídos e vibrações. As alterações em relação a este aspecto são consideradas
um impacto na estrutura urbana. Os ruídos, bem como, as vibrações podem causar
problemas à saúde, deste modo, necessita-se de controle e manutenção dos
equipamentos para não ultrapassar os valores máximos permitidos.

Os empreendimentos cujas atividades possuem estes níveis acima dos


padrões estabelecidos pela legislação, como os lava-jatos, devem utilizar tratamento
acústico que limite a passagem do som para o seu exterior, assim não causa um
desconforto para a população das áreas vizinhas aos estabelecimentos.

Para minimizar esses problemas, algumas medidas podem ser adotadas


como: calibração e manutenção das máquinas, revisão de equipamentos e
confinamento do compressor. A figura 12 mostra que metade dos lava-jatos possui

A. C. M. Campos, L. C. Izaac, V. M. C. Borges


Avaliação da Adequação Ambiental dos Postos de Lavagem de Veículos da cidade de Goiânia-GO 41

esse sistema de confinamento e que somente 17% (2) possuem algumas das outras
ações para controle de ruídos e vibrações.

Figura 12 - Porcentagem de lava jatos que possuem medidas de controle de ruído e vibração.

17%
50%
33%

Sim Não Somente o compressor adequado

Ainda referente ao controle de poluição, é necessário destacar que


empreendimentos que possuem riscos ambientais devem se preocupar com o
atendimento a emergências. Os riscos podem estar presentes em todos os lugares e
nem sempre são evidentes.

Todas as empresas devem estar atentas à gestão de qualquer impacto que


possa acontecer na sociedade. Assim, atualmente é crescente o número de
empresas que se importam com estas responsabilidades ambientais, possuindo
atendimento emergencial a vazamento de produtos perigosos e ações defensivas
em caso de acidentes.

Normalmente os empreendimentos trabalham com empresas especializadas


neste tipo de serviço. Porém, de acordo com esta pesquisa, somente 25% (3) dos
empreendimentos visitados possuem contato, ou conhecem essas empresas, o que
é demonstrado na figura 13.

A. C. M. Campos, L. C. Izaac, V. M. C. Borges


Avaliação da Adequação Ambiental dos Postos de Lavagem de Veículos da cidade de Goiânia-GO 42

Figura 13 - Porcentagem de lava jatos que possuem um sistema de atendimento a emergências ambientais.

25%

75%

Sim Não

É importante verificar, também, se existe um sistema de drenagem e


impermeabilização do solo. Estes sistemas são necessários, pois os efluentes
gerados da lavagem dos carros devem ser direcionados para as caixas de
tratamento, evitando deste modo à contaminação do solo e águas.

A figura 14 representa que em 75% (9) dos empreendimentos existe um


sistema de drenagem adequado e impermeabilização do solo, sendo que apenas
25% (3) não possuem.

Figura 14 – Porcentagem de empreendimentos que possuem sistema de drenagem adequado e


impermeabilização do solo.

25%

75%

Sim Não

A impermeabilização do solo é importante, pois este evita a contaminação do


solo e consequentemente do lençol freático, os lava-jatos que não possuíam este

A. C. M. Campos, L. C. Izaac, V. M. C. Borges


Avaliação da Adequação Ambiental dos Postos de Lavagem de Veículos da cidade de Goiânia-GO 43

sistema, tem seu piso revestido com pedregulho, este não é adequado para esta
atividade, pois possui características permeáveis.

Referente aos resíduos líquidos e ao controle de poluição relacionada aos


efluentes verifica-se que, todos os empreendimentos lançam seus efluentes na rede
pública de esgoto da SANEAGO.

Como os efluentes apresentam óleos lubrificantes, graxas, areia, pedras e


sólidos em geral, são necessários instalar dispositivos de retenção. Estes
dispositivos são compostos de caixa de retenção de areia e caixa separadora de
óleo. Caso não exista este tratamento, ocorre um impacto, pois estes vão se
acumulando nos tubos e poços de visita, causando obstruções no sistema, que
implicarão em transbordamentos em vias públicas ou no interior de edificações
situadas em cotas inferiores.

Além disso, de acordo com o regulamento dos serviços públicos de água e


esgotos sanitários da SANEAGO, a rede coletora só deverá receber efluentes
provenientes de lavagem e lubrificação de veículos, após a devida remoção de
sólidos e contaminantes.

Segundo a figura 15, em 25% (3) dos empreendimentos não existe estes
dispositivos de tratamento dos efluentes gerados, porém verifica-se que devido à
obrigatoriedade deste sistema de tratamento, este percentual é considerado
elevado.

A. C. M. Campos, L. C. Izaac, V. M. C. Borges


Avaliação da Adequação Ambiental dos Postos de Lavagem de Veículos da cidade de Goiânia-GO 44

Figura 15 – Porcentagem de empreendimentos que possuem sistema de tratamento dos efluentes.

25%

75%

Sim Não

Além disso, é importante destacar que, para uma eficiência adequada deste
sistema é necessário realizar frequentemente uma limpeza e manutenção do
mesmo. De acordo com informações obtidas na SANEAGO esta limpeza varia de
acordo com a quantidade de veículos lavados e também a dimensão das caixas,
porém geralmente deve ser realizada, no máximo, uma vez a cada 3 meses.

A figura 16 demonstra a frequência de limpeza destes dispositivos nos lava-


jatos pesquisados. Verifica-se que em 50% (6) dos empreendimentos não é
realizada esta limpeza, o que anula a eficiência do tratamento e aumenta o impacto
ambiental.

Ainda segundo o gráfico 14, apenas em 25% (3) dos postos de lavagem de
veículos ocorre uma boa frequência de limpeza, sendo uma vez por mês. Dentre os
demais, 8% (1) fazem a limpeza uma vez a cada 2 ou 3 meses, 9% (1) faz a limpeza
uma vez a cada 2 meses e 8% (1) realizada uma vez a cada 4 meses ou mais.

A. C. M. Campos, L. C. Izaac, V. M. C. Borges


Avaliação da Adequação Ambiental dos Postos de Lavagem de Veículos da cidade de Goiânia-GO 45

Figura 16 – Frequência de limpeza das caixas separadoras de água e óleo.

25%

50%
9%

8%
8%

1 x por mês 1 x a cada 2 meses


1 x a cada 2 ou 3 meses 1 x a cada 4 meses ou mais
Não há limpeza

Após os efluentes passarem pela caixa de retenção de areia e pela caixa


separadora de óleo, os efluentes são lançados no esgoto. Os efluentes lançados em
redes públicas devem respeitar os valores limites de qualidade, de acordo com a
NBR 9800.

Porém, nenhum dos empreendimentos visitados possui monitoramento da


qualidade dos efluentes lançados na rede pública de esgoto. O que demonstra que
não existe nenhum tipo de preocupação e também fiscalização destes padrões.

Para as questões relacionadas aos aspectos gerais dos lava-jatos, foram


identificadas algumas informações relevantes que poderão contribuir para a análise
do nível de conscientização dos gerentes e proprietários dos lava-jatos.

A figura 17 representa o tempo de atuação dos empreendimentos, vale


ressaltar que, foi considerado nas entrevistas apenas o tempo de gestão dos donos
atuais. Verificou-se que 41% (5) destes empreendimentos possuem menos de um
ano de atuação, sendo considerado deste modo como novos empreendimentos, o
que demonstra o crescente aumento destas micro empresas.

A. C. M. Campos, L. C. Izaac, V. M. C. Borges


Avaliação da Adequação Ambiental dos Postos de Lavagem de Veículos da cidade de Goiânia-GO 46

Figura 17 – Tempo de funcionamento dos empreendimentos.

17%
41%

25%

17%

0 a 1 ano 2 a 10 anos 11 a 20 anos 21 ou +

Ainda sobre os aspectos gerais, foram analisados quais os serviços prestados


pelos empreendimentos. Através das atividades realizadas é possível identificar os
resíduos gerados e quais os impactos ambientais causados, estes dados estão
representados na figura 18.

Figura 18 – Serviços prestados pelos estabelecimentos.

12
Quantidade de Lava-jatos

10
8
6
4
2
0

Serviços Prestados

Para a identificação dos impactos causados pelos postos de lavagem de


veículos é necessário verificar quais são os principais produtos químicos utilizados,
estes estão listados na tabela 2. É importante destacá-los, pois podem contaminar
os efluentes e consequentemente os rios e o solo.

A. C. M. Campos, L. C. Izaac, V. M. C. Borges


Avaliação da Adequação Ambiental dos Postos de Lavagem de Veículos da cidade de Goiânia-GO 47

Tabela 2 – Produtos químicos utilizados nos lava-jatos.

Quais são os principais produtos químicos utilizados?

Shampoo

Solupan

Intercap

Cera líquida e sólida

É importante destacar a relação entre a quantidade de funcionários, número


de veículos lavados e a quantidade de shampoo utilizada. Esta relação está
evidenciada na figura 19.

A. C. M. Campos, L. C. Izaac, V. M. C. Borges


Avaliação da Adequação Ambiental dos Postos de Lavagem de Veículos da cidade de Goiânia-GO 48

Figura 19 – Relação entre quantidade de funcionários, carros lavados e shampoo utilizado em cada lava-jato.

160
140
120
100
80
60
40
20
0
1º 2º 3º 4º 5º 6º 7º 8º 9º 10º 11º 12º
Qtd. de Funcionarios 3 4 4 1 4 4 5 4 1 6 5 6
Qtd. de carros por semana 30 75 50 12 50 96 60 36 18 150 120 150
Qtd. shampoo por semana (L) 0 30 5 0 37,5 5 5 10 5 50 40 50

Lava-Jatos

A partir desta análise, verifica-se que a maioria dos lava-jatos possuem 4


funcionários, comprovando uma efetiva geração de emprego e renda por parte dos
mesmos, potencializando seu impacto positivo.

Observa-se também uma relação entre a quantidade de veículos lavados e a


quantidade de shampoo utilizado. Esta pode estar relacionada a vários fatores,
como: especificação do produto utilizado, sua capacidade de solubilização e a
conscientização dos funcionários. Cabe destacar que, em apenas 2 dos
estabelecimentos entrevistados, não é feito um controle da quantidade de shampoo
utilizado.

De acordo com Costa (2006), em período chuvoso, a procura por estes


serviços é menor. Este e outros fatores fazem com que esta quantidade seja
variável, caracterizando os lava-jatos como uma atividade de demanda flutuante. A
quantidade de carros lavados nestes estabelecimentos depende da localização, da
estrutura e da solidez do mesmo. Lava-jatos que estão iniciando as atividades, sem
uma boa localização e estrutura, atendem a uma baixa demanda.

Para a identificação do nível de conscientização ambiental dos proprietários


dos lava-jatos estudados, foram questionados alguns pontos importantes, tais como:

A. C. M. Campos, L. C. Izaac, V. M. C. Borges


Avaliação da Adequação Ambiental dos Postos de Lavagem de Veículos da cidade de Goiânia-GO 49

o conhecimento das leis pertinentes à atividade, o conhecimento dos impactos


ambientais causados, a importância de se preservar o meio ambiente e as
dificuldades encontradas para obtenção de informações.

Para análise do nível de conhecimento dos impactos ambientais causados


pelo empreendimento foi feito uma comparação com o nível de escolaridade do
proprietário, isto está demonstrado na tabela 3.

Tabela 3 – Relação entre o nível de escolaridade e a opinião dos proprietários sobre o impacto ambiental do
seu empreendimento.

A partir destes dados, observa-se uma tendência em que, quanto maior o


nível de escolaridade, maior a consciência dos impactos causados ao meio
ambiente. Porém, alguns proprietários, mesmo que, com apenas o ensino
fundamental e médio, têm consciência do impacto gerado e outros acreditam que vai
depender da forma como se trabalha. Ou seja, acreditam que, manipulando
corretamente os produtos químicos e possuindo caixas separadoras de água e óleo
não irão causar impacto ambiental.

A figura 20 evidencia o nível de conhecimento dos proprietários quantos as


leis e normas ambientais vigentes aos postos de lavagem de veículos. Verifica-se
que 58% (7) dos entrevistados não conhecem sobre os requisitos legais pertinentes
e somente 42% (5) afirmam que conhecem algumas, porém, somente devido a
informações do órgão ambiental, e não porque realmente pesquisaram e estudaram
o assunto.

A. C. M. Campos, L. C. Izaac, V. M. C. Borges


Avaliação da Adequação Ambiental dos Postos de Lavagem de Veículos da cidade de Goiânia-GO 50

Figura 20 – Porcentagem de proprietários que possuem conhecimento dos requisitos legais pertinentes ao
empreendimento.

42%

58%

Sim Não

Nas entrevistas realizadas, também foram feitas perguntas abertas


relacionadas à percepção ambiental dos proprietários, como por exemplo, sobre
qual a importância em se preservar o meio ambiente. Foi obtido respostas vagas e a
maioria de senso comum, como: “é importante para o futuro”, “para a qualidade de
vida”, “para a saúde”.

Em posse destas informações, é visível o baixo nível de conscientização e


falta de interesse, principalmente devido às dificuldades econômicas de se adequar
o empreendimento para minimizar seus impactos e assim contribuir para o meio
ambiente.

Para finalizar esta análise, foi realizada uma verificação da interação entre os
órgãos ambientais e os empreendedores. De acordo com o estudado, a maioria dos
lava-jatos procuram consultorias ambientais para realizar todos os estudos e
acompanhamento dos processos junto a estes órgãos. Os responsáveis pelo
estabelecimento somente possuem contato com o órgão ambiental quanto são
autuados, não existe nenhum tipo de informações prévias sobre como eles podem
se adequar.

5.3 MATRIZ DE IMPACTOS

Através dos levantamentos in loco, foi elaborada a matriz de impactos


ambientais, com o intuito de evidenciar os principais problemas ambientais dos lava-

A. C. M. Campos, L. C. Izaac, V. M. C. Borges


Avaliação da Adequação Ambiental dos Postos de Lavagem de Veículos da cidade de Goiânia-GO 51

jatos e propor medidas preventivas e mitigadoras, para que assim, os mesmos


possam adequar suas atividades em relação ao meio ambiente.

Foram explicitados na matriz demonstrada a seguir, os principais aspectos e


seus consequentes impactos, sendo estes, caracterizados de acordo com seu
potencial poluidor, podendo ser: positivo ou negativo; direto ou indireto; local ou
regional; imediato, médio ou longo prazo; temporário, permanente ou cíclico;
reversível ou irreversível; e, fraco, moderado ou crítico.

De posse destas informações, que estão demonstradas na tabela a seguir, os


proprietários e responsáveis pelos empreendimentos, podem se basear, para
realizar ações e procedimentos que objetivem melhorar o gerenciamento ambiental
do empreendimento.

A. C. M. Campos, L. C. Izaac, V. M. C. Borges


Avaliação da Adequação Ambiental dos Postos de Lavagem de Veículos da cidade de Goiânia-GO 52

Tabela 4 - Matriz dos Impactos gerados nos lava-jatos.

ASPECTOS IMPACTOS CARACTERÍSTICAS MEDIDAS PREVENTIVAS E MITIGADORAS


DOS IMPACTOS
1.Implantar um sistema de drenagem para coleta dos efluentes e fazer a
1. Contaminação do solo
manutenção do mesmo
2. Contaminação das águas
Geração de efluentes (óleo e derivados 2. Construir um sistema de tratamento interno dos efluentes como caixas
superficiais e subterrâneas N-D-R-I-P-R-M
de produtos de lavagem) separadoras de água e óleo e fazer manutenção e inspeções semanais das
3. Degradação da fauna e
mesmas
flora.
3. Fazer a impermeabilização do solo na área do lava-jato
1.Contaminação do solo 1. Fazer a correta separação dos resíduos perigosos armazená-los
Geração de resíduos (panos e estopas
2. Contaminação das águas corretamente em um local fechado e impermeabilizado, fazer correta
contaminadas, embalagens de
3. Degradação da flora e fauna N-D-L-I-P-R-M identificação dos mesmos e destiná-los corretamente para fornecedores
detergentes, resíduos recicláveis,
4. Poluição visual especializados para reciclagem ou outro tratamento.
orgânicos).
5. Proliferação de vetores. 2. Realizar coleta seletiva para separação dos resíduos recicláveis
1. Fazer o controle do consumo de água
1.Esgotamento dos recursos
2. Treinar e conscientizar os funcionários quando aos desperdícios de água
Alto consumo de água hídricos N-D-L-MP-T-R-M
3. Verificar vazamentos de água
3. Prejuízos financeiros
4. Fazer o reuso da água e reaproveitamento da água da chuva
1. Manutenção e isolamento de máquinas e equipamentos
2. Utilização de EPI´s (Equipamentos de Proteção Individual) pelos
Geração de ruídos e vibrações 1. Poluição sonora N-D-L-I-T-R-M funcionários
3. Revisão de equipamentos
4. Funcionamento apenas em horário comercial
1.Realizar operações adequadas de limpeza e inspeções veiculares
1.Contaminação do solo
Derramamento de combustíveis e 2. Realizar corretamente a manobra de veículos
2. Contaminação das águas
derivados N-D-R-I-P-R-C 3. Implantar um sistema de drenagem adequado
3. Degradação da fauna e flora
4. Fazer a impermeabilização do solo em toda a área do lava-jato
4. Risco de incêndio
5. Fazer a inspeção e troca de extintores de incêndio

1.Realizar treinamentos constantes com funcionários, principalmente na


Geração de emprego 1.Aumento da renda P-D-L-I-T-R-M
contratação dos mesmos.

IMEDIATO - I
POSITIVO -
CARACTERÍSTICAS LOCAL – L MÉDIO PRAZO - TEMPORÁRIO – T FRACO - F
P DIRETO – D REVERSÍVEL - R
DOS REGIONAL - R MP PERMANENTE - P MODERADO - M
NEGATIVO - INDIRETO - I IRREVERSÍVEL - I
IMPACTOS LONGO PRAZO CÍCLICO - C CRÍTICO - C
N
– LP

A. C. M. Campos, L. C. Izaac, V. M. C. Borges


Avaliação da Adequação Ambiental dos Postos de Lavagem de Veículos da cidade de Goiânia-GO 53

6. CONCLUSÃO

Mediante as análises dos resultados, pode-se concluir que, os lava-jatos


estudados, são microempresas que contribuem para o desenvolvimento econômico
e para a distribuição de renda do município. Porém, em relação à questão ambiental,
constatou-se que, a maioria está em desacordo com a legislação pertinente, o que
provoca impactos ambientais negativos.

De acordo com esta realidade, observa-se que existe um paradoxo entre a


questão econômica e ambiental destas atividades, pois ao mesmo tempo em que
contribuem para o desenvolvimento local, também prejudicam o meio ambiente. Este
contrassenso é devido, principalmente, à falta de esclarecimentos, seja por falta de
interesse dos proprietários, ou por falta de assistência técnica e fiscalização por
parte dos órgãos ambientais.

Diante da problemática encontrada em relação às questões como: utilização


de recursos hídricos, impermeabilização do solo, geração de efluentes, geração de
resíduos, geração de ruídos e vibrações, utilização de produtos químicos e
manutenção e limpeza do sistema de tratamento de efluentes, assegura-se que,
estes corroboram com a maximização dos impactos ambientais da cidade de
Goiânia. Deste modo, torna-se imprescindível que existam maiores orientações dos
responsáveis sobre os riscos desta atividade para o meio ambiente e também para a
saúde do trabalhador.

Ao buscar informações, os empreendedores podem atuar de forma mais


responsável perante o meio ambiente, para isso torna-se necessário à aplicação de
ações que conscientizem os funcionários, proprietários e sociedade a respeito
destas atividades, a fim de orientá-los sobre correto gerenciamento ambiental deste
setor.

É importante ressaltar, que para o desenvolvimento socioambiental deste


setor, são necessários maiores investimentos em tecnologias que unem preservação
ambiental com o retorno financeiro e segurança dos funcionários. Além disso, é
necessário que os órgão públicos, seja na esfera federal, estadual ou municipal,

A. C. M. Campos, L. C. Izaac, V. M. C. Borges


Avaliação da Adequação Ambiental dos Postos de Lavagem de Veículos da cidade de Goiânia-GO 54

viabilizem esse tipo de investimento por parte dos proprietários, podendo ser estes
incentivos através de: campanhas, treinamentos, redução de impostos e
financiamentos.

A presente pesquisa revela que, devido à importância desta problemática,


existem oportunidades para estudos futuros, como por exemplo: acerca da
segurança dos funcionários, devido ao não uso de EPI´s; referente aos lavadores de
carros nas ruas, este que é um tema bastante pertinente, principalmente quando se
trata da cidade de Goiânia, elaboração e disponibilização de materiais educativos
que possam assegurar uma Educação Ambiental para os proprietários e
funcionários; e buscar soluções alternativas que possam melhorar as existentes, ou
novas tecnologias que consigam aliar o desenvolvimento deste setor na economia e
também na preservação do meio ambiente.

A. C. M. Campos, L. C. Izaac, V. M. C. Borges


Avaliação da Adequação Ambiental dos Postos de Lavagem de Veículos da cidade de Goiânia-GO 55

REFERÊNCIAS
ABNT; Resíduos Sólidos - Classificação, ABNT: Rio de Janeiro, 2004, (norma
técnica NBR – 10004).

AGÊNCIA MUNICIPAL DO MEIO AMBIENTE. Disponível em:


<http://www.goiania.go.gov.br/html/amma/> Acesso em: 30 de novembro de 2013.

ASEVEDO, K. C. S.; JERÔNIMO, C. E. M. Diagnóstico ambiental de postos de


lavagem de veículos (lava-jatos) em Natal-RN. Scientia Plena, v. 8, n. 11, nov.
2012.

BRASIL. Constituição da República Federativa do Brasil, 1988.

BRASIL. Lei 9.433. Política nacional de recursos hídricos. Brasília: Secretaria de


Recursos Hídricos, Ministério do Meio Ambiente dos Recursos Hídricos e da
Amazônia Legal, 1997.

BRASIL. Lei n° 12.305: Lei de Política Nacional de Resíduos Sólidos; altera a Lei
no 9.605, de 12 de fevereiro de 1998. 24 p., Brasília, DF, 2010.

COSTA, M. J. C. Tratamento Biológico de Efluentes de Lava-jato. 2006. 100 f.


Dissertação (Mestre em Desenvolvimento e Meio Ambiente). PRODEMA,
Universidade Federal da Paraíba, Campina Grande – PB.

CRUZ, J.C. Disponibilidade Hídrica para Outorga: Avaliação de Aspectos


Técnicos e Conceituais. 2001.189f. Tese (Doutorado Em Engenharia). Instituto de
Pesquisas Hidráulicas, Universidade Federal Do Rio Grande Do Sul. Porto Alegre,
dezembro de 2001.

FERREIRA, H. W. J. Licenciamento Ambiental – Estudo de Caso Sobre a


Atividade Lava – Jato na Cidade de Imperatriz–MA. Brasília, 2010. Monografia
(Graduação em Administração). Departamento de Administração, Universidade de
Brasília.

GROBÉRIO, Fernando; BRAGA, Florindo dos Santos; SOUZA, Milena Ribeiro;


BERTOL DE, Adelmo Inácio. Caracterização de resíduos sólidos oleosos de

A. C. M. Campos, L. C. Izaac, V. M. C. Borges


Avaliação da Adequação Ambiental dos Postos de Lavagem de Veículos da cidade de Goiânia-GO 56

postos de serviço automotivo da cidade de Vitória-ES. Anais. In: 22º Congresso


Brasileiro de Engenharia Sanitária e Ambiental, Joinville, Santa Catarina, 2003. Pag.
02.

INSTITUTO BRASILEIRO DE GEOGRÁFIA E ESTATÍSTICA (IBGE). Censo


demográfico 2000-2010. Disponível em:
<http://www.ibge.gov.br/home/estatistica/populacao/censo2010/default.shtm>.
Acesso em: 16 jun., 2013.

INSTITUTO CIDADE GOIÂNIA. Frota de veículos cresce 4 vezes mais que a


população. Goiânia, 2013. Disponível em:
<http://institutocidadegoiania.com.br/noticia.php?id=52&categoria_id=1>. Acesso
em: 16 jun., 2013.

INSTRUÇÃO NORMATIVA Nº 10, DE 06 DE abril DE 2006. Disponível em:


<http://www.goiania.go.gov.br/Download/legislacao/diariooficial/2006/do_20060529_
000003890.pdf> Acesso em: 26 de outubro de 2013.

JORNAL DO COMMERCIO. Metais são detectados só na cabeça de peixes.


Recife, 16 de setembro de 2001.

KLAUTAU, J. P.; GONÇALVES, F. M.: REUSO DE ÁGUA: um projeto e sua


viabilidade aplicada a lava-jatos. XVII Simpósio Brasileiro de Recursos Hídricos.
São Paulo, 2007.

LEÃO, E. A. S. et al. O reuso da água: um estudo de caso na lavagem de


veículos em lava-jato de Belém/PA. XVI Congresso Brasileiro de Águas
Subterrâneas e XVII Encontro Nacional de Perfuradores de Poços. São Luís, 2010.

LEITÃO, Sanderson A. M., Bases para estruturação das atividades de reuso de


água no Brasil – Estágio atual, Artigo apresentado no II Encontro das Águas,
Montevideu, 1999. 6p.

LORENZETTI, D. B. et al. Gestão de Recursos Hídricos em postos de


combustíveis. Diálogos e Ciência – Revista da Faculdade de Tecnologia e Ciências
– Rede de Ensino FTC. Ano 9, n 26, jun. 2011.

A. C. M. Campos, L. C. Izaac, V. M. C. Borges


Avaliação da Adequação Ambiental dos Postos de Lavagem de Veículos da cidade de Goiânia-GO 57

MACHADO, A.M. O Novo Modelo De Licenciamento Ambiental Do Estado Do


Rio De Janeiro. Universidade Cândido Mende. Rio de Janeiro, 2010.

MANCUSO, Pedro C. S. & SANTOS, Hilton F., Reuso de água, Editora Malone Ltda
– São Paulo, 2003. 576 p.

MORELLI, E. B. Reuso De Água Na Lavagem De Veículo. 2005. 92 f. Dissertação


(Mestrado em Engenharia). Escola Politécnica da Universidade de São Paulo, São
Paulo.

PREFEITURA DE GOIÂNIA – Meio Ambiente [Cartilha] 2013, Goiânia. Guia de


Gestão Ambiental.

RESOLUÇÃO CONAMA Nº 01, DE 23 DE dezembro DE 1986. Disponível em:


<http://www.mma.gov.br/port/conama/legiabre.cfm?codlegi=23> Acesso em: 21 de
novembro de 2013.

RESOLUÇÃO CONAMA Nº 237, DE 19 DE dezembro DE 1997. Disponível em:


<http://www.mma.gov.br/port/conama/res/res97/res23797.html> Acesso em: 24 de
novembro de 2013.

ROSA, K. L. F. S. Caracterização Das Atividades Desenvolvidas Por Lava-Jatos


na Cidade de Paraíso do Tocantins - TO. In: VII CONNEPI. Palmas – TO, 2012.
ROSA, L. G. et al. Caracterização de águas residuárias oriundas de empresas
de lavagem de veículos e impactos ambientais. Revista Ambiente & Água -
AnInterdisciplinaryJournalofAppliedScience. Taubaté, v. 6, n. 3, p. 179-199, 2011.

RUBIO, J.; ZANETI, R. N.; ALVARES, C. L. A. Reúso de água de lavagem de


veículos via floculação - flotação avançada. In: CONGRESSO BRASILEIRO DE
ENGENHARIA SANITÁRIA E AMBIENTAL, 24., 2007, Belo Horizonte. Anais... Belo
Horizonte: ABES, 2007.

SANCHES, L. E. Avaliação de Impactos Ambientais: Conceitos e Métodos. Ed.


Oficina de Texto. Pág. 495. 2006.

A. C. M. Campos, L. C. Izaac, V. M. C. Borges


Avaliação da Adequação Ambiental dos Postos de Lavagem de Veículos da cidade de Goiânia-GO 58

SEBRAE (2004). Experiências SEBRAE com implantação de gestão ambiental


em micro e pequenas empresas. Brasília, 76 pp.

TEIXEIRA, Priscila C., Emprego da flotação por ar dissolvido no tratamento de


efluentes de lavagem de veículos visando a reciclagem da água. Dissertação
apresentada à Faculdade de Engenharia Civil da Universidade Estadual de
Campinas, Campinas – S.P., 2003. 199p.

A. C. M. Campos, L. C. Izaac, V. M. C. Borges


Avaliação da Adequação Ambiental dos Postos de Lavagem de Veículos da cidade de Goiânia-GO 59

APÊNDICE

QUESTIONÁRIO

QUESTIONÁRIO
Aspectos Legais
1 - Possui licença ambiental?
2 - Possui alvará de funcionamento?
3 - Quando utilizado poços de abastecimento, possui outorga ou dispensa de uso da
água?
4 - Possui autorização do corpo de bombeiro?

Recursos Hídricos
1 - Qual a fonte de abastecimento da água utilizada?
2 -Qual o volume de água utilizada semanalmente?
3 - Possui sistema de reuso de água?
4 - Possui sistema de captação de águas pluviais?

Resíduos Líquidos
1 - Possui sistema de drenagem adequado?
2 - Possui tratamento dos efluentes gerados?
3 - Qual a destinação dos efluentes líquidos?

Resíduos Sólidos
1 - Quais são os tipos de resíduos gerados pelo empreendimento?
2 - Possui separação dos resíduos?
3 - Qual a forma de armazenamento dos resíduos gerados?
4 - Possui PGRS?
5 - Qual o destino final dos resíduos?
6 - Os resíduos perigosos possuem certificado de destinação final?
7 - Possui elaboração do inventário anual de resíduos sólidos? O mesmo é
protocolado junto ao órgão ambiental?

Controle de Poluição
1 - Existe impermeabilização do solo?
2 –É realizada a limpeza do sistema de tratamento dos efluentes? Se sim, qual a
frequência?
3 - Possui sistema de atendimento a emergências ambientais?
4 - Possui monitoramento da qualidade dos efluentes?
5 - Possui medidas de controle para ruídos e vibrações?

Aspectos Gerais
1 - Qual o tempo de funcionamento do lava-jato?
2 - Qual a quantidade de funcionários do estabelecimento?
3 - Qual escolaridade do responsável pelo estabelecimento?

A. C. M. Campos, L. C. Izaac, V. M. C. Borges


Avaliação da Adequação Ambiental dos Postos de Lavagem de Veículos da cidade de Goiânia-GO 60

3 - Qual a quantidade média de veículos lavados semanalmente?


4 - Quais os serviços prestados pelo empreendimento?
5 - Qual a quantidade média de shampoo utilizado semanalmente?
6 - Quais são os principais produtos químicos utilizados?

Conscientização Ambiental
1 - Quais são os benefícios e problemas encontrados para a conservação e reuso da
água?
2 - Você acha que seu lava-jato gera impacto ao meio ambiente?
3 - Você possui conhecimento das leis pertinentes aos postos de lavagem de
veículos?
4 - Qual a principal finalidade em preservar o meio ambiente?
5 - Você teve e/ou tem dificuldade em obter informações sobre o empreendimento
no órgão ambiental?

A. C. M. Campos, L. C. Izaac, V. M. C. Borges


Avaliação da Adequação Ambiental dos Postos de Lavagem de Veículos da cidade de Goiânia-GO 61

ANEXOS

ANEXO 1: DOCUMENTAÇÃO LAS

A fim de instruir o processo de licenciamento ambiental simplificado, o interessado


deve apresentar os seguintes documentos na Agência Municipal do Meio Ambiente
(AMMA):

o Autorização da SANEAGO para lançamento de efluentes na rede pública


(quando for o caso);

o CAE (expedido pela finanças) ou protocolo;

o Certificado do corpo de bombeiros atualizado;

o CNPJ da empresa (quando for o caso);

o Comprovante da disposição final dos resíduos gerados;

o Comprovante de pagamento da taxa (DUAM);

o Contrato de locação ou registro do imóvel (escritura);

o Documentos do requerente (CPF e RG.);

o Informações sobre o uso do solo expedido pela SEPLAM atualizado;

o Licença ambiental ou protocolo do processo de outorga do poço tubular


profundo emitido pela AMMA ou foto do mini-poço (quando for o caso);

o Memorial de caracterização do empreendimento - M.C.E (modelo AMMA);

o Preenchimento do requerimento;

o Procuração com firma reconhecida em cartório para movimentar o processo


em nome do interessado (quando o requerente não for o seu representante
legal);

o Projeto de tratamento para poluição atmosférica (material particulado) com


ART (quando for o caso);

o Projeto de tratamento para poluição sonora (tratamento acústico) com ART


(quando for o caso);

o Projeto do sistema de caixas separadoras de água e óleo, acompanhado do


memorial de cálculo com ART (quando for o caso);

o Publicação do pedido de licença, conforme resolução 006/86 CONAMA.

A. C. M. Campos, L. C. Izaac, V. M. C. Borges


Avaliação da Adequação Ambiental dos Postos de Lavagem de Veículos da cidade de Goiânia-GO 62

ANEXO 2: DOCUMENTAÇÃO LICENÇAS

De acordo com a Agência Municipal do Meio Ambiente, os documentos


necessários para a obtenção das Licenças Prévia, Instalação e Operação, são
listados abaixo:

Licença Prévia

o CAE (expedido pela finanças) ou protocolo;

o CNPJ da empresa;

o Comprovante de pagamento da taxa (DUAM);

o Contrato de locação ou registro do imóvel (escritura);

o Contrato social da empresa (última alteração);

o Documentos do requerente (CPF e RG.);

o Informações sobre o uso do solo expedido pela SEPLAM atualizado;

o IPTU quitado (última parcela ou parcela única da empresa);

o Planta baixa com layout contemplando o quadro de áreas e planta de


localização com ART;

o Preenchimento do requerimento;

o Procuração com firma reconhecida em cartório para movimentar o processo


em nome do interessado (quando o requerente não for o seu representante
legal);

o Publicação do pedido de licença, conforme resolução 006/86 CONAMA.

Licença Instalação

o CAE (expedido pela finanças) ou protocolo;

o CNPJ da empresa;

o Comprovante de pagamento da taxa (DUAM);

o Contrato de locação ou registro do imóvel (escritura);

o Contrato social da empresa (última alteração);

A. C. M. Campos, L. C. Izaac, V. M. C. Borges


Avaliação da Adequação Ambiental dos Postos de Lavagem de Veículos da cidade de Goiânia-GO 63

o Documentos do requerente (CPF e RG.);

o Informações sobre o uso do solo expedido pela SEPLAM atualizado;

o IPTU quitado (última parcela ou parcela única da empresa);

o Memorial de caracterização do empreendimento - M.C.E contemplando o


plano de gerenciamento dos resíduos - PGR com ART;

o Planta baixa com layout contemplando o quadro de áreas e planta de


localização com ART;

o Preenchimento do requerimento;

o Procuração com firma reconhecida em cartório para movimentar o processo


em nome do interessado (quando o requerente não for o seu representante
legal);

o Projeto do sistema de caixas separadoras de água e óleo, acompanhado do


memorial de cálculo com ART (quando for o caso);

o Publicação do pedido de licença, conforme resolução 006/86 CONAMA.

Licença de Operação

o Autorização da SANEAGO para lançamento de efluentes na rede pública


(quando for o caso);

o Certificado do corpo de bombeiros atualizado;

o Comprovante de pagamento da taxa (DUAM);

o Contrato de locação ou registro do imóvel (escritura) quando for o caso;

o Contrato ou nota fiscal da destinação dos resíduos gerados (quando for o


caso);

o Documentos do requerente (CPF e RG.) quando for o caso;

o IPTU quitado (última parcela ou parcela única da empresa);

o Licença ambiental ou protocolo do processo tubular profundo emitido pela


AMMA ou foto do mini-poço (quando for o caso);

o Preenchimento do requerimento;

A. C. M. Campos, L. C. Izaac, V. M. C. Borges


Avaliação da Adequação Ambiental dos Postos de Lavagem de Veículos da cidade de Goiânia-GO 64

o Procuração com firma reconhecida em cartório para movimentar o processo


em nome do interessado (quando o requerente não for o seu representante
legal);

o Publicação do pedido de licença, conforme resolução 006/86 CONAMA.

A. C. M. Campos, L. C. Izaac, V. M. C. Borges

Você também pode gostar