Você está na página 1de 20

ANÁLISE SOBRE AS

LICITAÇÕES
SUSTENTÁVEIS
Introdução
• A questão dos problemas ambientais, da insegurança política, social e econômica
esta muito evidente no atual senário nacional.
• O objetivo do presente trabalho não é alertar sobre os transtornos ambientais e as
catástrofes que poderão ocorrer caso não haja uma transformação no modo de vida
da humanidade mas sim apresentar alternativas que, do ponto de vista jurídico,
poderão contribuir para uma possível redefinição dos objetivos e fundamentos que
trazem à tona a questão da sustentabilidade como princípio jurídico-político.
• Neste enfoque, a problemática principal que se insere no âmbito do Direito
Administrativo, Ambiental e Constitucional é, se o Estado, grande consumidor de
bens e serviços, ao promover a licitação como meio de satisfação das suas
necessidades, pode usar de sua grande capacidade econômica para incentivar a
sustentabilidade?
• Ainda, como complemento à questão, é obrigatória a observação de
critérios sustentáveis nas licitações e compras públicas ou é mera
discricionariedade do gestor público? A observação de exigências de
natureza ambiental e de sustentabilidade poderia frustrar o caráter
competitivo de certame licitatório? À luz do novo objetivo encampado no
artigo 3º da Lei de Licitações, qual será a oferta mais vantajosa para a
administração?
• No desenvolvimento do trabalho, optou-se, na metodologia de abordagem,
o método dedutivo, onde, a partir da relação entre enunciados básicos,
denominadas premissas, chegou-se a uma conclusão, sendo analisadas
várias legislações e pensamentos doutrinários, apontando-se os mais
adequados para aplicação ao instituto da licitação sustentável. Os
instrumentos utilizados caracterizam-se pelas pesquisas bibliográfica,
documental e legislativa, e ainda, englobando artigos de revista e internet,
além de vários outros meios e técnicas de pesquisa direta e indireta.
• O trabalho buscou, primeiramente, abordar o instituto da licitação,
seus objetivos e princípios basilares, enfocando, no final do capítulo,
sobre a sua utilização como meio de aplicação de políticas públicas.
Após, expõe-se o princípio do desenvolvimento nacional sustentável e
o conceito de sustentabilidade, cabendo esclarecer, desde já, que os
conceitos de desenvolvimento sustentável ou sustentabilidade, neste
trabalho, possuem o mesmo sentido.
• Por fim, após esses dois temas serem discutidos, procurou-se a
relação existente entre ambos, mais precisamente com a recente
alteração no art. 3º da Lei de Licitações, fazendo menção dos efeitos
da inserção de critérios de sustentabilidade nos procedimentos
licitatórios e a nova finalidade a ser buscada pela Administração
Pública.
CONCEITO DE LICITAÇÃO E
NORMAS APLICÁVEIS
• A Administração Pública brasileira, principalmente após o advento da Constituição
Federal de 1988, foi incumbida de prestar vários serviços, considerados essenciais para
uma convivência harmoniosa e digna entre os cidadãos. Para tanto, localizando e
planejando as atividades do serviço público, o Estado necessita adquirir e contratar
uma enorme quantidade de bens e serviços.
• Nesse momento é que o instituto da licitação acontece. A Constituição Federal de
1988 determina, em seu art. 37, inciso XXI:
• XXI - ressalvados os casos especificados na legislação, as obras, serviços, compras e
alienações serão contratados mediante processo de licitação pública que assegure
igualdade de condições a todos os concorrentes, com cláusulas que estabeleçam
obrigações de pagamento, mantidas as condições efetivas da proposta, nos termos da
lei, o qual somente permitirá as exigências de qualificação técnica e econômica
indispensáveis à garantia do cumprimento das obrigações.
• A finalidade da licitação deve ser sempre atender o interesse público,
buscar a proposta mais vantajosa, existindo igualdade de condições,
bem como os demais princípios resguardados pela constituição.
• Princípio da Isonomia:
• Princípio da Legalidade:
• Princípio da Impessoalidade:
• Princípio da Moralidade:
• Princípio da Igualdade:
• Princípio da Publicidade:
• Princípio da Probidade Administrativa:
• Princípio da Vinculação ao Instrumento Convocatório:    
• Princípio do Julgamento Objetivo:
    
Princípio da Isonomia:

• Vem do grego, isos, = igual, e nomos designa a “igualdade de todos


perante a lei”.  “Esse princípio, cuja observância vincula,
incondicionalmente, todas as manifestações do Poder Público, deve
ser considerado em sua precípua função de obstar discriminações e
de extinguir privilégios sob duplo aspecto: a) o da igualdade na lei e b)
o da igualdade perante a lei” (Palhares Moreira Reis).
Princípio da Legalidade:
• É a regra básica quanto ao direito público, segundo a qual o exercício
do poder pelos órgãos do Estado deve ser absolutamente de acordo
com o direito. Todos procedimentos estão dependentes ao comando 
da lei e às exigências do bem comum.
Princípio da Impessoalidade:
• Helly Lopes diz que esse princípio “deve ser entendido para excluir a
promoção pessoal de autoridades ou servidores públicos sobre suas
realizações administrativas”. Significa dizer que neste princípio não
deve haver interesse pessoal, o agente público deve agir sempre a
favor do bem comum e não em defesa de interesses pessoais ou de
terceiro interessado.
Princípio da Moralidade:
• Na fala de Maria di Pietro “a moralidade administrativa se
desenvolveu ligada à idéia de desvio de poder, pois se entendia que
em ambas as hipóteses a Administração Pública se utilizava de meios
lícitos para atingir finalidades metajurídicas irregulares.
Princípio da Igualdade:
• Helly Lopes remete a esse princípio “um impeditivo da discriminação
entre os participantes do certame, quer através de cláusulas que, no
edital ou convite, favoreçam uns em detrimento de outros, quer
mediante julgamento faccioso, que desiguale os iguais ou iguale os
desiguais.
Princípio da Publicidade:
• Assegura a oposição a terceiros interessados e tem por finalidade
tornar pública – erga omnes – a aquisição de um direito sobre
determinada coisa. No caso da administração pública, dá maior
transparência aos atos praticados pela gestão, dá a possibilidade da
sociedade questionar, controlar determinada questão que deve
sempre representar o interesse público.
Princípio da Probidade Administrativa:
• Esse princípio é imprescindível para que haja a legitimidade e
legalidade dos atos públicos. O Art. Art. 37, § 4º, CF prevê para os atos
de probidade administrativa “a suspensão dos direitos políticos, a
perda da função pública, a indisponibilidade dos bens e o
ressarcimento ao erário, na forma e gradação prevista em lei, sem
prejuízo da ação penal cabível”
Princípio da Vinculação ao Instrumento
Convocatório:             
• Esse princípio é essencial e a inobservância do mesmo pode causar a
nulidade do procedimento. Ela é citada na lei nº 8.666, Art. 3º “A licitação
destina-se a garantir a observância do princípio constitucional da isonomia,
a seleção da proposta mais vantajosa para a administração e a promoção do
desenvolvimento nacional sustentável e será processada e julgada em
estrita conformidade com os princípios básicos da legalidade, da
impessoalidade, da moralidade, da igualdade, da publicidade, da probidade
administrativa, da vinculação ao instrumento convocatório, do julgamento
objetivo e dos que lhes são correlatos”. Também tem seu sentido
mencionado no Art. 41º, caput, da Lei nº 8.666/93 "A Administração não
pode descumprir as normas e condições do edital, ao qual se acha
estritamente vinculada".
Princípio do Julgamento Objetivo:
• É defeso ao legislador proibir utilização de qualquer elemento, fator
sigiloso ou critério secreto, que diminua a igualdade entre os
licitantes, lei nº 8.666, Art. 44, § 1º “É vedada a utilização de qualquer
elemento, critério ou fator sigiloso, secreto, subjetivo ou reservado
que possa ainda que indiretamente elidir o princípio da igualdade
entre os licitantes”.
AS LICITAÇÕES SUSTENTÁVEIS
• A inclusão da “promoção ao desenvolvimento nacional sustentável” no
artigo 3º da Lei nº 8.666/1993 como um dos objetivos da licitação
ampliou consideravelmente as hipóteses de utilização a serem dadas a
tal instituto jurídico. Usar do modo de contratação do Estado com os
particulares como uma forma de agenciamento ao desenvolvimento
nacional sustentável ainda é um conceito recente no ordenamento
jurídico brasileiro, apesar de haverem entendimentos no sentido de que,
independentemente da redação proposta pela Lei nº 12.349/2010, tal
princípio já estaria implícito na Constituição Federal de 1988, além de
outros dispositivos legais, a exemplo da Lei n.º 6.983 de 31 de agosto
1981, que dispõe sobre a Política Nacional de Meio Ambiente.
AS LICITAÇÕES SUSTENTÁVEIS
• [...] pode-se dizer que as compras públicas sustentáveis são o
procedimento administrativo formal que contribui para a promoção
do desenvolvimento nacional sustentável, mediante a inserção de
critérios sociais, ambientais e econômicos nas aquisições de bens,
contratações de serviços e execução de obras. De uma maneira geral,
trata-se da utilização do poder de compra do setor público para gerar
benefícios econômicos e socioambientais. (MINISTÉRIO DO MEIO
AMBIENTE)
CONCLUSÃO
• Apresentar o significado da licitação sustentável ...
• Chegou-se à conclusão de que, dada a enorme capacidade econômica
do Estado – Incentivar o condutas sustentáveis.
• Acrescentou-se a ideia de que o desenvolvimento não pode ser
unicamente mensurado pelo crescimento econômico, mas
necessariamente considerando a qualidade de vida da população.
• aspecto social, ético, econômico e ambiental
• Distribuição de renda, com ampliação das liberdades individuais e
acesso a direitos sociais como a moradia, o trabalho regularizado e
saudável.
• A inserção do objetivo da licitação em promover o desenvolvimento
nacional sustentável gerará reflexos nos demais princípios do
instituto. A ‘proposta mais vantajosa para a administração’ deverá ser
aquela que atenda aos critérios estabelecidos no edital e que ofereça
um preço compatível com o mercado e, necessariamente, atente para
critérios de sustentabilidade.

Você também pode gostar