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Universidade Estadual de Goiás

Direito Administrativo II
Discente: Lara Martins Passos

1 - O que é licitação?

Licitação é o processo por meio do qual a Administração Pública contrata obras, serviços, compras e
alienações. Em outras palavras, licitação é a forma como a Administração Pública pode comprar e
vender. Já o contrato é o ajuste entre órgãos ou entidades da Administração Pública e particulares, em
que há um acordo para a formação de vínculo e a estipulação de obrigações recíprocas. São três os
principais objetivos de uma licitação: 1) selecionar a proposta mais vantajosa para a Administração
Pública; 2) garantir igualdade de condições a todos que queiram contratar com o Poder Público e 3)
promover o desenvolvimento nacional sustentável.

2 - Conforme a nova lei, quais são as modalidades de licitação existentes?

Com a Nova Lei de Licitações (Lei 14.133/2021), as modalidades de convite e tomada de preço foram
extintas. Além disso, uma nova modalidade foi criada: o diálogo competitivo. Dessa forma as
modalidades da Lei 14.133/2021 são: concorrência, pregão, leilão, concurso e diálogo competitivo.

3 - Caracterize cada uma das modalidades de licitação conforme a nova lei.

Concorrência: é a modalidade de licitação usada para contratação de bens e serviços especiais e de


obras e serviços comuns e especiais de engenharia, cujo critério de julgamento poderá ser: a) menor
preço; b) melhor técnica ou conteúdo artístico; c) técnica e preço; d) maior retorno econômico; e)
maior desconto.

Pregão: é uma modalidade de licitação usada para a aquisição de bens e serviços comuns, sua disputa
pelo fornecimento é feita em sessão pública, por meio de propostas, lances, por onde se faz a
classificação e habilitação do licitante que propor o menor preço. A grande mudança na modalidade
de licitação pregão se dá pela inversão das fases, onde passa a ser, primeiro, oferecidas as propostas,
e só depois será analisada a documentação do participante que tenha oferecido a melhor proposta,
assim se este estiver habilitado estará sujeito ao serviço. O pregão pode ser aplicado a qualquer valor
de contratação, e o seu critério de julgamento de proposta é o de menor preço.

Leilão: é a modalidade de licitação na qual podem participar quaisquer interessados e deverá ser
utilizada predominantemente para a venda de bens móveis inservíveis, ou seja, aqueles que não têm
destinação pública definida (bens dominicais) e por isso podem ser colocados à venda pela
Administração Pública para a obtenção de renda. Para comprar, o governo tem à disposição diversas
modalidades de licitação, mas para vender algo, ele é obrigado a realizar uma licitação por leilão, ou
se preferir, um leilão público.

Concurso: é a modalidade de licitação entre quaisquer interessados para escolha de trabalho técnico,
científico ou artístico, mediante a instituição de prêmios ou remuneração aos vencedores, conforme
critérios constantes de edital publicado na imprensa oficial com antecedência mínima de 45 (quarenta
e cinco) dias.

Diálogo competitivo: é modalidade de licitação para contratação de obras, serviços e compras em


que a Administração Pública realiza diálogos com licitantes previamente selecionados mediante
critérios objetivos, com o intuito de desenvolver uma ou mais alternativas capazes de atender às suas
necessidades, devendo os licitantes apresentar proposta final após o encerramento dos diálogos.
4 - Conforme a nova lei, quais são os objetos das licitações?

Os objetos da licitação são a obra, o serviço, a compra, a alienação, a concessão, a permissão e a


locação que, afinal, serão contratadas com o particular. A doutrina diferencia objeto imediato e objeto
mediato da licitação, e explica que o objeto imediato consiste na busca pela melhor proposta,
enquanto o objeto mediato é aquilo que a administração busca da melhor proposta. Esse objeto deve
ser devidamente individualizado de maneira clara e objetiva no edital de licitação, dependendo do
valor, para que os licitantes tenham a clareza daquilo que é almejado pelo poder público.

5 - Explique cada um dos princípios regentes no contexto do processo licitatório.

Interesse público: princípio jurídico no qual o Agente Público tem o dever de dar sempre preferência
ao interesse da coletividade, consoante com o da Administração Pública norteando as decisões
administrativas sem favorecer este ou aquele.

Planejamento: presente na fase preparatória da licitação, este princípio determina que a contratação
ou aquisição a ser feita pela Administração Pública deve ser planejada, necessitando de estudos
técnicos preliminares do objeto que será licitado, proporcionando compatibilidade entre a licitação e
o plano anual de contratações da Administração além das leis orçamentárias vigentes.

Transparência: este princípio obriga a divulgação das informações relativas à licitação e à


contratação de forma clara, concisa, expressa, compreensível e acessível a todos.

Eficácia: este consiste no cumprimento dos objetivos almejados, com a realização da licitação. Se o
procedimento é concluído dentro dos prazos e é satisfeito o objetivo da contratação, podemos afirmar
a Administração logrou eficácia na condução do processo licitatório.

Segregação de funções: trata-se da proibição de um só agente público exercer diversas funções


durante o processo licitatório. O objetivo é a descentralização de poder, evitando, por exemplo, que
irregularidades ocorridas possam ser mascaradas ou corrigidas pelo fato de todo o processo estar
concentrado na mesma mão.

Motivação: determina que a Administração Pública diga o fato e o direito para a prática de
determinado ato, expondo seus motivos e o regramento da lei a respeito.

Segurança Jurídica: segurança jurídica propõe uma base concreta das relações entre Administração
Pública e licitantes. Trazendo clareza nas disposições do edital, objetividade nas cláusulas contratuais,
sem que haja pontos obscuros, ambíguos ou confusos, proporcionando assim uma segurança, tanto
para o interessado em contratar, quanto para a administração.

Razoabilidade: este princípio busca coibir excessos e exageros por parte do Agente Público,
resguardando a compatibilidade entre os objetivos com a conduta praticada a fim de atingi-los,
evitando assim abusos e prejuízos ao erário.

Competitividade: relacionado à isonomia, este princípio propõe tratamento igual a todos, gerando o
maior número de concorrentes interessados e sem pender por preferências. Com isso, surgem mais
oportunidades aos licitantes e por consequência, a competição proporciona a maior vantagem ao
poder público.

Proporcionalidade: neste princípio, os atos administrativos devem ser equilibrados. Executados à


medida da necessidade, sendo assim semelhante ao princípio da razoabilidade que busca evitar abusos
e excessos.

Celeridade: o processo de licitação deve ser célere, eficaz e objetivo. Neste ponto, a administração
deve sempre se aliar à agilidade, de forma que suas ações produzam os efeitos pretendidos o mais
rápido possível, sem se travar em burocracia, morosidade ou até mesmo não produzir resultados.
Importante ressaltar aqui a importância de obedecer ao estabelecido na lei durante todo o processo.

Economicidade: princípio jurídico que determina sempre o maior corte de custos possíveis, porém
sem comprometer a qualidade, buscando sempre as melhores propostas e o gasto responsável do
dinheiro público.

Desenvolvimento Nacional Sustentável: aa licitações devem prezar, indiscutivelmente, pelo zelo ao


meio ambiente e preservação de recursos naturais. Buscando exigir de seus licitantes as boas práticas
ambientais em suas atividades, promovendo a preservação do meio ambiente de maneira sustentável,
uso consciente de recursos e cumprimentos das legislações ambientais vigentes no Brasil.

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