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MATERIAL DE

APOIO DA
CAPACITAÇÃO

NOVA LEI DE LICITAÇÕES E


CONTRATOS ADMINISTRATIVOS
(LEI 14.133/21)
VIANNA DE CARVALHOCURSOSE AULASLTDA- ME

MATERIAL COMPLEMENTAR 2023

Professor Matheus Carvalho.


@matheuscarvalhoprof

LICITAÇÃO

1. CONCEITO E NOÇÕES INICIAIS

Como conceito de licitação a definição do ilustre jurista Marçal Justen Filho, que assim
afirma: “A licitação é um procedimento administrativo disciplinado por lei e por um ato
administrativo prévio, que determina critérios objetivos de seleção de proposta da contratação
mais vantajosa, com observância do princípio da Isonomia, conduzido por um órgão dotado de
competência específica.”

O art. 37, XXI, da CRFB determina que os contratos administrativos sejam precedidos
de licitação pública, bem como o art. 175 da Carta Magna, ao tratar das outorgas de Concessões
e Permissões, também faz referência à obrigatoriedade de licitar, imposta ao ente estatal.

Quanto à competência para legislar, de acordo com o art. 22, da Constituição Federal,
compete privativamente à União legislar sobre: (...) XXVII – normas gerais de licitação e
contratação, em todas as modalidades, para as administrações públicas diretas, autárquicas e
fundacionais da União, Estados, Distrito Federal e Municípios, obedecido o disposto no art. 37,
XXI, e para as empresas públicas e sociedades de economia mista, nos termos do art. 173, §
1°, III.

ATENÇÃO! Os entes federativos poderão expedir normas específicas para


regulamentação de seus procedimentos licitatórios, desde que observadas as normas
genéricas trazidas na legislação federal.

Em obediência ao dispositivo constitucional, foi publicada em abril de 2021 e, em


substituição à legislação anterior, a Lei 14.133/21 traçando as modalidades e tipos de licitação,
bem como definindo seu procedimento, as hipóteses de dispensa e inexigibilidade e demais
procedimentos auxiliares para as contratações públicas.

No âmbito federal, a Nova Lei 14.133/21 convive com outras três legislações gerais de
licitações: Leis 8.666/93, Lei 10.520/02 (Lei do Pregão) e a lei 12462/11 que trata do Regime
Diferenciado de contratações.

A Licitação tem como finalidade viabilizar a melhor contratação possível para o poder
público, sempre buscando a proposta mais vantajosa ao Estado, evitar contratações com
sobrepreço ou com preços manifestamente inexequíveis e superfaturamento na execução dos
contratos, buscar incentivar inovações e o desenvolvimento nacional sustentável, bem como
permitir que qualquer pessoa tenha condições isonômicas de participar das contratações
públicas, desde que preencha os requisitos legais, consoante disposição do art. 11, da Lei
14.133/21.

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2. PRINCÍPIOS NORTEADORES DA LICITAÇÃO

O procedimento licitatório deve observar os princípios constitucionais aplicáveis à


Administração Pública, sejam os princípios expressos no art. 37, caput, e demais dispositivos da
Constituição Federal, sejam aqueles implícitos no ordenamento jurídico, além dos princípios
específicos que serão abordados doravante.

Dessa forma, todos os princípios aplicáveis à atuação do Estado – o chamado Regime


Jurídico Administrativo – devem ser observados na realização de licitações públicas.

Vejamos abaixo a análise dos princípios aplicáveis de forma direta às licitações públicas.

Vinculação ao Edital - O edital é a “lei” interna da licitação, e deve definir tudo o que
for importante para o certame, vinculando os licitantes e a Administração Pública à sua
observância.

A elaboração do edital pela Administração pública é livre e discricionária, na busca por


satisfazer os interesses da coletividade; todavia, após a sua publicação, a Administração fica
vinculada àquilo que foi publicado.

O edital deve estabelecer, de forma precisa e clara, qual critério será usado para seleção
da proposta vencedora.

Julgamento Objetivo - O ato convocatório tem de conter critérios objetivos de


julgamento que não se subsumem às escolhas dos julgadores. Portanto, o administrador não
se deve valer de critérios que não estejam previamente definidos no edital para definição do
vencedor do certame.

Sigilo das Propostas - As propostas apresentadas pelos licitantes são sigilosas até a
data da abertura dos envelopes, a ser feita em conjunto por todos os concorrentes, em sessão
pública. Até este momento, previamente determinado pelo edital, um licitante não pode saber
da proposta do outro, pois a violação do sigilo da proposta representa Improbidade
Administrativa e crime definido na própria Lei de Licitações.

ATENÇÃO! Não contradiz o princípio da publicidade que deve ser observado na


realização de licitações públicas.

Competitividade - A licitação nada mais é senão um processo por meio do qual todos
poderão participar em igualdade de condições, para a escolha da proposta que esteja em
consonância com os interesses da coletividade.

Economicidade - A atividade administrativa gera custos e, como os recursos públicos


são escassos, é necessário que a sua utilização produza os melhores resultados econômicos
possíveis à Administração Pública, tanto quantitativa quanto qualitativamente. O agente público
tem o dever de gerenciar os recursos públicos onerando o menos possível à Administração.

Isonomia - Em seu aspecto material, isto significa tratar igualmente os iguais e oferecer
tratamento desigual aos desiguais na medida de suas desigualdades. Neste sentido, o princípio
visa a igualar juridicamente aqueles que são desiguais faticamente, formando o que se
convencionou chamar de isonomia material.

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Está em conformidade com esse princípio o tratamento diferenciado dispensado a


microempresas e empresas de pequeno porte pela Lei Complementar 123/06, bem como a
possibilidade de criação de preferências para aquisição de produtos manufaturados ou serviços
nacionais que obedeçam às normas técnicas brasileiras, nos moldes da própria lei 14.133/21,
conforme disposto em seu art. 26.

Segregação de Funções – No âmbito de procedimentos licitatórios, deve-se observar


que cada etapa desse procedimento deve ser desempenhada por um agente público diverso.
O princípio de segregação de funções é princípio que tem como finalidade evitar a
ocorrência de equívocos, fraudes e utilização irregular de recursos públicos.

Segurança Jurídica - As modificações supervenientes de normas jurídicas não devem


retroagir para atingir situações pretéritas, sob pena de se tornar instável o sistema de regras
imposto pelo Poder Público, causando transtorno social.

3. TIPOS DE LICITAÇÃO

A priori, cumpre salientar que a expressão Tipos de licitação não pode ser confundida
com a expressão Modalidades de licitação por que esta se relaciona com a estrutura
procedimental da licitação, enquanto os Tipos de licitação se vinculam ao critério de julgamento
da licitação. Dessa forma, são modalidades de licitação a tomada de preços, a concorrência, o
convite, entre outros. Por sua vez, os tipos são divididos em licitação “menor preço”, “melhor
técnica”, “técnica e preço” e “maior lance”, consoante se analisará doravante.

Sendo assim, quatro critérios podem ser estabelecidos, no edital, como forma de
escolha do vencedor do certame. São os chamados tipos de licitação e estão definidos nos
artigos 33 e seguintes, da Lei 14.133/21.

Menor preço - A Administração é orientada a selecionar a proposta de preço mais baixo


entre os competidores.

ATENÇÃO! Este tipo é utilizado quando o produto pretendido pela Administração não
tiver nenhuma característica especial, ou quando as características especiais são definidas
como requisitos mínimos para contratação.

Maior desconto - Nesses casos, o julgamento terá como referência o preço global
fixado no edital de licitação, e o referido desconto deverá será estendido aos eventuais termos
aditivos.

Melhor técnica ou conteúdo artístico - Trata-se de licitação que tem por critério de
escolha a qualidade do produto a ser adquirido ou do serviço a ser prestado.

ATENÇÃO! Em razão do previsto no artigo 35, parágrafo único, da lei 14.133/21, este
tipo poderá ser utilizado para a contratação de projetos e trabalhos de natureza técnica,
científica ou artística.

Técnica e preço - Nas licitações deste tipo, a escolha do vencedor será adequada,
quando a variação de qualidade da prestação refletir na satisfação das necessidades do
Estado. Sendo assim, será feita uma análise de preço bem como de qualidade do bem ou
serviço a ser prestado pelo vencedor.

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Maior lance - A licitação do tipo maior lance se verifica para alienação pela
Administração Pública de bens e direitos, é apropriada para o leilão, que é modalidade licitatória
que utiliza sempre como critério de escolha do vencedor o maior lance, igual ou superior ao
valor da avaliação feita pelo ente público.

Maior retorno econômico - Deve ser utilizado exclusivamente para a celebração de


contrato de eficiência, considerará a maior economia para a Administração, e a remuneração
deverá ser fixada em percentual que incidirá de forma proporcional à economia efetivamente
obtida na execução do contrato.

Definido o critério de escolha do vencedor a ser utilizado no procedimento licitatório,


que deve estar estipulado no instrumento convocatório do certame, a Administração Pública
não pode se valer de nenhum outro critério para selecionar a proposta mais vantajosa.

Noutro giro, quanto ao desempate na licitação a lei estabelece critérios sucessivos


de desempate, na licitação, nas situações em que os critérios de escolha previamente
definidos no edital não são suficientes para a seleção de uma única proposta vencedora.

Assim, os critérios de desempates estão definidos legalmente e são critérios sucessivos


e não alternativos, ou seja, a Administração deve analisá-los na ordem em que foram
estipulados na lei, não podendo escolher quais pretende utilizar.

1 – Disputa final, com apresentação de novas propostas após a classificação.


2 – Avaliação de desempenho contratual prévio dos licitantes, analisando o cumprimento
de cláusulas e atendimento das necessidades da contratante em ajustes anteriores.
3 – Desenvolvimento de equidade entre gêneros no ambiente de trabalho.
4 – desenvolvimento de programa de integridade, conforme determinado pelos órgãos
de controle. Ressalte-0se que o programa de integridade é programa específico de “compliance”
com foco no respeito às regras gerais da Administração Pública, com intuito de evitar a prática
de atos ilícitos regulados pela lei 12.846/13.

Caso nenhum desses critérios seja idôneo a desempatar a licitação, a lei determina
que o desempate se dará com base em critérios de preferência, a seguir expostos:

1. empresas estabelecidas no território do órgão ou entidade da Administração Pública


estadual licitante ou no Estado em que se localiza o órgão ou entidade da Administração Pública
municipal licitante.
2. empresas brasileiras.
3. empresas que invistam em pesquisa e no desenvolvimento de tecnologia no País.
4. empresas que comprovem a prática de mitigação, por meio da utilização de
tecnologia que reduza a produção de gases poluentes, nos termos da Lei nº 12.187/09.

A Lei Complementar 123/06, em seu art. 45, I, estabelece que “a microempresa ou


empresa de pequeno porte mais bem classificada poderá apresentar proposta de preço inferior
àquela considerada vencedora do certame, situação em que será adjudicado em seu favor o
objeto licitado”.

Ademais, em igualdade de condições, caso a microempresa apresente uma proposta


até 10% superior à proposta vencedora, a lei considera ter havido empate na licitação. O art.
44, § 1º, da LC 123/06 dispõe: “Entende-se por empate aquelas situações em que as propostas
apresentadas pelas microempresas e empresas de pequeno porte sejam iguais ou até 10%

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(dez por cento) superiores à proposta mais bem classificada”.

Por fim, o art. 44, § 2º, da LC 123/06, dispõe “na modalidade de pregão, o intervalo
percentual estabelecido no § 1º deste artigo será de até 5% (cinco por cento) superior ao melhor
preço”.

Já em relação a quem deve licitar, o art. 1°, da Lei n. 14.133/21, estabelece a


obrigatoriedade de licitação para as contratações de todas as entidades que recebam dinheiro
público.

Os entes da Administração Direta – abrangendo a União, os Estados, os Municípios e


o Distrito Federal.

Os entes da Administração indireta – Autarquias, Fundações, Empresas públicas e


Sociedades de Economia Mista prestadoras de serviços públicos ou exploradoras de atividades
econômicas.

Fundos especiais – O Fundo é objeto de direito e não sujeito. Trata-se de um equívoco


legislativo, uma vez que tais fundos representam normalmente mera destinação de verbas
públicas. Excepcionalmente, tais fundos podem ser regulamentados por lei como órgãos
integrantes da Administração Direta ou Fundações Públicas de direito público, o que já os
colocaria nas hipóteses anteriores.

Demais entidades controladas, direta ou indiretamente, pelo Poder Público – Isso inclui
todas as entidades que recebem dinheiro público para custeio ou para manutenção de pessoal.

Atenção! Quanto às Empresas Públicas e Sociedades de Economia Mista exploradoras


de atividade econômica, o art. 173, § 1º, inciso III, da CF dispõe que é possível a criação de uma
lei específica para reger a licitação dessas empresas.

Em 2016, foi editada a lei 13.303/16 que trata do Estatuto das empresas estatais,
inclusive, regulamentando novo procedimento licitatório para essas entidades. Enquanto esse
novo procedimento estiver em fase de vacância legal, lhes é aplicada a Lei 8.666/93, em sua
integralidade, devendo ser respeitado o art. 37, XXI, da Constituição Federal, independente da
finalidade da empresa estatal.

O TCU entende que, de fato, as empresas estatais precisam licitar, mas deve-se admitir
exceção. Quando a empresa estatal exploradora de atividade econômica licita para
contratações referentes à sua atividade-fim, está sendo impedida de concorrer com igualdade
no mercado. Isso porque a rapidez do mercado não se coaduna com a burocracia da licitação
e a realização de procedimento licitatório. Nestes casos, iria de encontro ao interesse público.

Assim, o Tribunal entende que não precisam realizar procedimento licitatório, por
motivo de inexigibilidade, uma vez que não há interesse público na licitação.

Os Conselhos de Classe, por atuarem no exercício do Poder de Polícia, ostentam


qualidade de autarquias, compondo, desta forma, a Administração Indireta da União e, por isso,
devem licitar para contratar. Encontra-se ressalvada deste entendimento a Ordem dos
Advogados do Brasil que, por entendimento do Supremo Tribunal Federal, estampado na ADI
n. 3.026, configura-se um caso à parte e não tem natureza jurídica de autarquia. Dessa forma,
a OAB é uma entidade privada, não sujeita ao controle da Administração Pública, configurando-
se um serviço independente.

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Já os Convênios, a princípio, não dependem de prévia licitação, uma vez que os


interesses dos conveniados são convergentes, diferentemente dos contratos, em que as
vontades são divergentes, haja vista o particular contratar com o Poder Público na busca pelo
lucro, discrepando da finalidade pública inerente à atuação administrativa.

No que diz respeito ao intervalo mínimo, este representa o prazo mínimo definido em
lei que deve ser respeitado entre a publicação do instrumento convocatório e a data da
abertura dos envelopes de documentação e de propostas. Se este prazo mínimo não for
observado pelo ente público, a licitação poderá ser considerada fraudulenta.

O prazo só começa a contar a partir da data da última publicação ou da data em que


for disponibilizado o edital.

ATENÇÃO! Observe-se que o prazo previsto na lei é “mínimo”. Dessa forma, pode ser
concedido um prazo maior aos licitantes, a critério do Administrador Público, que deve buscar,
sempre, fixar um prazo suficiente para participação dos interessados.

Qualquer alteração no edital que modifique as obrigações da licitação ou a formulação


das propostas exige a reabertura do prazo de intervalo mínimo, para que os licitantes de
adequem às novas regras.

Sendo assim, vejamos os prazos de intervalo mínimo.

Objeto PRAZO DE INTERVALO MÍNIMO

8 dias úteis – licitação tipo menor preço


Aquisição de
bens ou maior desconto.
15 dias úteis – outros casos

10 dias úteis – licitação tipo menor


preço ou maior desconto para obras e serviços
comuns.
25 dias úteis – licitação tipo menor
preço ou maior desconto para obras e serviços
Serviços e
obras
especiais.
60 dias úteis – contratos sob regime de
contratação integrada
35 dias úteis - contratos sob regime de
contratação semi- integrada e outras hipóteses
não abrangidas anteriormente

Alienação de 15 dias úteis – quando se tratar de maior


bens lance

35 dias úteis – nos casos de licitações


Contratações
especiais
do tipo melhor ténica ou conteúdo artístico ou
técnica e preço

Agentes de licitação - A necessidade de agentes de contrato existe porque a


autoridade máxima do órgão não realiza o procedimento licitatório, apesar de ser responsável

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pela elaboração do edital e exposição de motivos da contratação. Logo, normalmente, quem


procede à licitação é um servidor público especialmente designado por essa autoridade,
responsável pela realização dos trâmites do procedimento.

A legislação anterior previa a necessidade de uma comissão de licitação que, no


regramento atual não é necessária, em regra, sendo suficiente a designação do agente de
contratação.

Ficará a cargo do agente de contratação, portanto, a condução de todo o procedimento


licitatório. Ele será auxiliado por equipe de apoio e responderá individualmente pelos atos que
praticar, salvo quando induzido a erro pela atuação da equipe.

ATENÇÃO! Em se tratando de licitação na modalidade pregão, o agente de contratação


será designado pregoeiro.

4. MODALIDADES LICITATÓRIAS

A lei prevê 5 modalidades licitatórias: pregão, concorrência, concurso, leilão e diálogo


competitivo.

A lei expressamente veda a criação de novas modalidades licitatórias e a combinação


das modalidades existentes.

Atente-se para o fato de que a nova legislação suprimiu as modalidades licitatórias do


convite e da tomada de preço que eram definidas para contratações de valores baixos e médios
respectivamente, não sendo mais o valor um critério de definição da modalidade licitatória.

O Regime Diferenciado de Contratações (RDC) também configurava modalidade


autônoma regulada pela lei 12.462/11, específica para determinados contratos, com
procedimento próprio estabelecido nessa lei. Essa modalidade também deixa de existir com a
nova legislação.

Por fim, foi criado o diálogo competitivo como nova modalidade de licitação, mais
moderna e que permite a discussão de técnicas de prestação e tecnologia entre a Administração
Pública e os particulares interessados na contratação.

A Concorrência é a modalidade de licitação a contratação de bens e serviços especiais


e de obras e serviços comuns e especiais de engenharia e é considerada uma modalidade
genérica em que podem participar quaisquer interessados.

Nessa modalidade, se admite que sejam usados como critério de escolha do vencedor
o menor preço, a melhor técnica ou conteúdo artístico, técnica e preço, maior retorno econômico
ou maior desconto. Assim, se caracteriza como uma modalidade mais ampla, abarcando quase
todos os tipos de licitação.

Cabe ressaltar que a legislação anterior exigia a concorrência para obras e compras de
valores mais altos, todavia, o novo regramento das licitações não faz distinção entre as
modalidades licitatórias em razão do valor.

Em razão da natureza do objeto, a concorrência se faz obrigatória na celebração de


determinados contratos, em razão da importância conferida a essas avenças. Nesses casos, a

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lei limita a modalidade licitatória à concorrência ou ao diálogo competitivo.

A modalidade licitatória concurso demonstra o interesse da Administração Pública em


selecionar trabalhos técnicos, científicos ou artísticos com certas capacidades personalíssimas
para incentivar o desenvolvimento cultural. Nesta modalidade, há instituição de prêmios ou
remuneração aos vencedores, nos moldes definidos pelo art. 30, da lei 14.133/21.

A licitação na modalidade concurso observará as regras e condições previstas em


edital, que indicará a qualificação exigida dos participantes, as diretrizes e formas de
apresentação do trabalho e as condições de realização e o prêmio ou remuneração a ser
concedida ao vencedor.

Nos concursos destinados à elaboração de projeto, o vencedor deverá ceder à


Administração Pública todos os direitos patrimoniais relativos ao projeto e autorizar sua
execução conforme juízo de conveniência e oportunidade das autoridades competentes.

O Leilão, por sua vez, é a modalidade licitatória destinada para alienação de bens
pelo poder público àquele que ofertar o maior preço, seja ele igual ou superior ao valor da
avaliação. Nesse sentido, o art. 6º, XL da lei 14.133/21 dispõe que o leilão é “modalidade de
licitação para alienação de bens imóveis ou de bens móveis inservíveis ou legalmente
apreendidos a quem oferecer o maior lance”.

O leilão é realizado pelo leiloeiro, que pode ser o leiloeiro oficial ou um servidor
designado pela Administração Pública para cumprir a função de leiloeiro. Se optar pela
realização de leilão por intermédio de leiloeiro oficial, a Administração deverá selecioná-lo
mediante credenciamento ou licitação na modalidade pregão e adotar o critério de julgamento
de maior desconto para as comissões a serem cobradas, utilizados como parâmetro máximo
os percentuais definidos na lei que regula a referida profissão e observados os valores dos bens
a serem leiloados.

Ademais, conforme disposição legal, o leilão será sempre do tipo MAIOR LANCE, sendo
que a administração somente pode alienar o bem para lance vencedor que seja igual ou superior
ao valor da avaliação.

Pregão é a modalidade licitatória utilizada para a aquisição de bens e serviços


comuns, cujos padrões mínimos de qualidade serão previamente estipulados no instrumento
convocatório. A licitação, neste modalidade, será sempre do tipo menor preço ou maior
desconto.

Não há designação de comissão licitante, sendo o pregoeiro o responsável pela


realização do pregão, que será um servidor efetivo designado a esta função.

ATENÇÃO! Serviços e bens comuns são aqueles que podem ser designados no edital
com expressão usual de mercado.

Não pode ser utilizado para execução de obras públicas, mas tem sido aceito, até
mesmo, para contratação de serviços de engenharia.

A lei ainda prevê a designação de equipe de apoio, que não se trata de comissão
licitante e serve apenas para auxiliar o pregoeiro na realização do certame.

O Diálogo Competitivo é a modalidade de licitação que foi criada com a edição da Lei

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14.133/21, utilizada para contratação de obras, serviços e compras em que a Administração


Pública realiza diálogos com licitantes previamente selecionados mediante critérios objetivos,
com o intuito de desenvolver uma ou mais alternativas capazes de atender às suas
necessidades, devendo os licitantes apresentar proposta final após o encerramento dos
diálogos.

Nesses casos, a Administração Pública reconhece a importância de contratação de um


determinado objeto, mas não sabe a melhor forma de suprir essa necessidade da forma mais
adequada, dada a sua complexidade, e, para tanto, precisa de auxílio dos particulares. Assim,
essa modalidade permite que seja implementado um diálogo entre o ente estatal e seus
fornecedores para encontrarem a melhor solução para atender às necessidades do poder
público. Isso ocorre porque, muitas vezes, os produtos ou serviços disponíveis no mercado não
atendem à necessidade da Administração e precisam ser adaptados caso a caso.

A Licitação para registro de preços ocorre quando o poder público licita com a
finalidade de registrar os preços, para o caso de eventual contratação posterior. Acontece
quando a administração entende que um bem ou serviço é adquirido com muita frequência e,
por isso, tem interesse em deixar um registro, no órgão, com o eventual fornecedor deste bem
ou serviço.

A ata de registro de preço terá validade de 1 (um) ano, prorrogável por igual período,
devendo ser realizado um novo procedimento licitatório, após este período.

ATENÇÃO! Durante o período de vigência da ata, a proposta selecionada fica à


disposição da Administração Pública, que poderá adquirir o bem selecionado quantas vezes
ela precisar, desde que não ultrapasse o quantitativo licitado.

Nesse sentido, o art. 83, da lei 14.133/21, dispõe que “A existência de preços registrados
implicará compromisso de fornecimento nas condições estabelecidas, mas não obrigará a
Administração a contratar, facultada a realização de licitação específica para a aquisição
pretendida, desde que devidamente motivada”.

5. PROCEDIMENTO COMUM (CONCORRÊNCIA e PREGÃO)

O Procedimento Comum é o mais extenso e o seu estudo serve de apoio para os


demais.

Fase preparatória

A lei 14.133/21 aponta no sentido de que o início da licitação se dá com o ato que
instaura o procedimento administrativo, dando início ao que se convencionou chamar de fase
preparatória da licitação. Nesse momento, o procedimento licitatório já está formalmente
iniciado, tendo sido atribuído um número ao processo administrativo.

Nesta fase, a Administração Pública está, internamente, se organizando para licitar, com
a abertura do processo administrativo respectivo e com a realização dos atos preparatórios que
justifiquem a realização do certame. O texto legal define requisitos a serem observados para
início do procedimento.

Primeiramente, deverá ser formulada a exposição de motivos da contratação,


justificando a necessidade da celebração do contrato e sua importância às atividades do ente

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estatal e à persecução do interesse público.

Também o ente estatal deve apresentar a definição do objeto para o atendimento da


necessidade, por meio de termo de referência, anteprojeto, projeto básico ou projeto executivo,
conforme o caso, inclusive com a definição das condições de execução e pagamento, das
garantias exigidas e ofertadas e das condições de recebimento.

Ademais, a lei estabelece a necessidade de declaração de adequação orçamentária


para a celebração do contrato que advirá do certame, inclusive em consonância com o disposto
na Lei Complementar 101/00 (Lei de Responsabilidade Fiscal).

ATENÇÃO! A jurisprudência do Superior Tribunal de Justiça vem se formando no


sentido de que a lei não exige a real disponibilidade financeira antes do início da licitação, mas
tão somente a previsão de recursos orçamentários.

Ademais, o poder público deve ter um orçamento, definindo o valor máximo que está
disposto a pagar pela aquisição do bem ou serviço ou pela execução da obra a ser contratada
(art. 18, IV, da Lei 14.133/21).

Despesas de caráter continuado - são hipóteses em que os gastos com o contrato a


ser celebrado devam ultrapassar um exercício financeiro, devendo haver contemplação do
produto ou serviço nas metas estipuladas na lei do Plano Plurianual (no art. 165 da Constituição
Federal e no art. 165, da Lei 14.133/21).

Em casos de contratação para execução de obras, a lei exige ainda a realização de um


projeto básico aprovado pela autoridade competente e disponível para que os interessados em
participar da licitação tenham amplo conhecimento (art. 6º, XXV, da lei 14.133/21).

A lei prevê pessoa jurídica poderá participar de licitação em consórcio, salvo


vedação expressa e justificada no próprio edital. Nesses casos, para que seja lícita a
participação em consórcio, devem ser observados os requisitos previstos na legislação.

O art. 21, da lei 14.133/21 prevê a possibilidade de convocação de audiência pública,


com antecedência mínima de 8 (oito) dias úteis, que poderá ser realizada presencialmente ou
a distância – por meio eletrônico - com disponibilização prévia de informações pertinentes,
inclusive de estudo técnico preliminar, elementos do edital de licitação e outros, permitindo a
manifestação de todos os interessados.

Também, é possível que a Administração submeta a licitação a consulta pública.


Neste caso, não haverá uma audiência com a participação dos interessados, mas serão
disponibilizados a eles o acesso aos elementos da futura contratação, permitindo que enviem
sugestões em prazo fixado.

O edital ainda poderá contemplar matriz de alocação de riscos entre o contratante e


o contratado, estabelecendo as responsabilidades de cada uma das partes do acordo, assim
como buscando encontrar e estipular medidas que reduzam as possibilidades de desequilíbrio
financeiro ao longo da relação contratual.

Orçamento da Administração Pública - O poder público deverá, na fase interna,


apresentar o valor estimado da contratação, compatível com os valores praticados pelo
mercado, considerados os preços constantes de bancos de dados públicos e as quantidades a
serem contratadas, observadas a potencial economia de escala e as peculiaridades do local de

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execução do objeto.

Além disso, ainda nesta fase interna, o Poder Público elabora a minuta do edital de
licitação que será encaminhado ao órgão de consultoria jurídica para aprovação.

O edital é o instrumento convocatório das licitações na modalidade concorrência e


configura uma convocação a todos os interessados em contratar com a Administração Pública,
desde que atendam às exigências nele contidas.

O edital pode prever margem de preferência para aquisição de:

a) bens manufaturados e serviços nacionais que atendam a normas técnicas


brasileiras.
b) bens reciclados, recicláveis ou biodegradáveis, conforme regulamento.

Em casos de execução de obras ou atividades administrativas, o Poder Público pode


adotar o regime de execução direta ou indireta.

A execução direta, como se percebe pela nomenclatura utilizada, ocorre todas as


vezes que o objeto do contrato é executado pela própria Administração Pública por meio de
seus órgãos e agentes públicos.

A execução indireta está presente sempre que o órgão ou ente da Administração


Pública celebra contrato com terceiro para realização do objeto do contrato, conforme previsão
expressa do instrumento convocatório. Admite-se seis hipóteses de contratação para execução
indireta de obras, quais sejam: a) empreitada por preço global; b) empreitada por preço
unitário; c) empreitada por tarefa; d) empreitada integral; e) contratação integrada; f)
contratação semi-integrada.

Respeitadas todas as normas previamente estabelecidas, o procedimento será


encaminhado para órgão de consultoria jurídica para emissão de parecer (art. 53, §1º, da lei
14.133/21).

Fase externa

Inicia-se essa fase mostrando aos interessados como participarão da disputa, através
da publicação do edital.

Dispõe a lei 14.133/21:

O processo de licitação observará as seguintes fases, em sequência:

I – preparatória; II – de divulgação do edital de licitação; III – de apresentação de


propostas e lances, quando for o caso; IV – de julgamento; V – de habilitação; VI – recursal; VII
– de homologação.

Verifique-se que o procedimento licitatório geral se desenvolve com a fase externa tendo
início com a divulgação do edital. Posteriormente, serão abertos os envelopes de propostas e
será feita a seleção da proposta vencedora. Somente após o julgamento das propostas, o poder

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público irá proceder à habilitação do licitante vencedor.

Todavia, mediante justificativa do ente estatal, as fases podem ser invertidas por
determinação do edital, quando, então, serão habilitados os licitantes e, somente depois, será
feita a classificação das propostas.

Ademais, as licitações serão realizadas preferencialmente sob a forma eletrônica,


admitida a utilização da forma presencial, desde que motivada, devendo a sessão pública ser
registrada em ata e gravada mediante utilização de recursos tecnológicos de áudio e vídeo e,
em casos de licitação por meio eletrônico, o ente público pode exigir que os atos dos licitantes
também sejam praticados nesse formato.

Divulgação do edital de licitação

A divulgação do edital é feita obrigatoriamente no sítio eletrônico oficial do Portal


Nacional de Contratações Públicas (PNCP) e facultativamente no sítio eletrônico oficial do órgão
ou entidade responsável pelo certame, sendo que a lei determina que o inteiro teor do instrumento
convocatório esteja disponível no mesmo local a quaisquer interessados. Ainda é facultada ao ente
público a divulgação direta a interessados devidamente cadastrados para esse fim.

Com a publicação, a Administração Pública marca uma data para que sejam abertos os
envelopes de propostas e documentação dos licitantes, respeitado o prazo de intervalo mínimo
exigido para cada modalidade de licitação. Nesse mesmo momento, se inicia a contagem do
prazo para a impugnação administrativa do edital.

Conforme a lei, qualquer cidadão pode impugnar o edital por irregularidade na aplicação
desta Lei ou para solicitar esclarecimento sobre os seus termos, devendo protocolar o pedido
até 3 (três) dias úteis antes da data de abertura das propostas.

O poder público deverá responder à impugnação ou ao pedido de esclarecimento com


a divulgação em sítio eletrônico oficial também no prazo de 3 (três) dias úteis. Se nenhum
interessado impugnar dentro do prazo estabelecido, precluirá o direito de fazê-lo na via
administrativa, o que não impede de fazê-lo judicialmente, por meio da propositura da ação
judicial cabível, dependendo do caso concreto.

Apresentação de propostas e lances

Nesse momento, o poder público irá receber as propostas apresentadas pelos


licitantes. A lei permite que o edital do certame preveja modo de disputa fechado ou aberto.
Assim, caso opte pelo modo de disputa aberto, os licitantes deverão apresentar suas propostas
por meio de lances sucessivos e, caso se determine a utilização do sistema fechado, as
propostas serão entregues em envelope lacrado e permanecerão em sigilo até a data marcada
para a abertura de todas em conjunto.

Ressalte-se que o sistema pode ser fechado e aberto, quando, então, se apresentarão
as propostas fechadas e, posteriormente, serão selecionadas aquelas que seguirão na
apresentação dos lances sucessivos.

Não será permitida a utilização do modo de disputa aberto, quando se tratar de licitação
cujo critério de julgamento seja técnica e preço, assim como não se pode utilizar o modo
fechado para licitações do tipo menor preço e maior desconto.

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Julgamento

A primeira etapa da atividade do julgamento consiste na avaliação da regularidade


formal e material das propostas. Os envelopes das propostas dos licitantes serão abertos em
sessão pública e os interessados têm que verificar se os envelopes não foram violados, pois,
caso haja violação, há nulidade do procedimento e a licitação deverá ser anulada.

Na fase de classificação, serão aplicados os critérios de julgamento que foram


previamente estipulados no instrumento convocatório.

Habilitação

Concluído o julgamento, o agente de contratação passará ao recebimento do


envelope de documentação do licitante vencedor. Nessa fase, então, a Administração Pública
deve proceder à abertura do envelope que contém as documentações do licitante classificado
em primeiro lugar, com a finalidade de analisar se está apto e idôneo a contratar com o Poder
Público. A habilitação poderá ser realizada por processo eletrônico de comunicação a distância,
nos termos dispostos em regulamento.

Essa fase é também conhecida como fase de qualificação, quando devem ser
analisados os requisitos e documentos pessoais dos licitantes. É a fase de análise da
documentação dos licitantes a fim de verificar se têm idoneidade para contratar com o Poder
Público.

É importante frisar que o edital não pode estabelecer critérios não previstos em lei, mais
especificamente no art. 62, da lei 14.133/21, evitando assim restringir a licitação de forma
desarrazoada. Para cumprimento desses requisitos, basta que se realize a apresentação de
documentos enumerados pela própria lei, que podem ser originais ou cópias do cartório
competente. Vejamos um elenco legal dos requisitos de habilitação.

A – Habilitação jurídica: para parte da doutrina, essa exigência, assim como a


exigência de regularidade fiscal e respeito ao art. 7º, XXXIII, da CF são inconstitucionais, por
estarem previstos em lei, sem que haja disposição similar no art. 37, XXI, da Carta Magna,
ensejando burocratização indevida da licitação. Porém, este entendimento não prevalece, por
se tratar de posição minoritária.

A habilitação jurídica visa a demonstrar a capacidade de o licitante exercer direitos e


assumir obrigações, e a documentação a ser apresentada por ele limita-se à comprovação de
existência jurídica da pessoa e, quando cabível, de autorização para o exercício da atividade a
ser contratada.

B – Qualificação técnica: trata-se de demonstração de que a empresa tem condições


técnicas de cumprir o contrato celebrado em conformidade com as exigências de qualidade e
celeridade impostas pela Administração Pública.

C – Qualificação econômico-financeira: é a demonstração de idoneidade financeira


da entidade a ser contratada. Considerando-se que, como regra, o Poder Público não realiza o
pagamento antes da disponibilização do objeto do contrato, a empresa deve ter qualificação
para arcar com todos os custos da contratação.

D – Regularidade fiscal, social e trabalhista: configura demonstração de que a

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entidade que pretende participar da licitação não possui débitos em atraso com a Fazenda
Pública ou com a justiça do trabalho e que não viola disposições constitucionais que vedam a
exploração de trabalho infantil.

Microempresas e empresas de pequeno porte

A LC 123/06 estabelece que essas empresas poderão participar da licitação ainda


que não tenham regularidade fiscal e trabalhista. Ao final da licitação, se forem declaradas
vencedoras, terão o prazo de 5 (cinco) dias úteis, prorrogável por igual período, cujo termo
inicial corresponderá ao momento em que o proponente for declarado o vencedor do certame,
prorrogável por igual período, a critério da Administração Pública, para a regularização da
documentação, pagamento ou parcelamento do débito e emissão de eventuais certidões
negativas ou positivas com efeito de certidão negativa, ou seja, para fazer o saneamento do
débito. Essa regra está disposta nos arts. 42 e 43 da referida lei complementar, alterados,
inclusive pela LC 155/16.

Divulgada a decisão final acerca da habilitação e inabilitação de licitantes, o prazo para


que os interessados interponham Recurso com a intenção de modificar o quanto decidido é de
3 (três) dias úteis, a contar da lavratura da ata, conforme disposto expressamente no art. 165
da lei 14.133/21.

Lavrada a ata de habilitação do licitante, será aberto o prazo para a interposição de


recurso administrativo. Se o recurso disser respeito à fase anterior (de julgamento das
propostas), a intenção de recorrer já foi apresentada aos autos, sob pena de preclusão, e o
interessado deverá apresentar as razões recursais.

Os atos da Administração praticados no bojo do procedimento licitatório podem ser


impugnados por meio de recurso ou através de pedido de reconsideração.

O recurso deve ser interposto no prazo de 3 (três) dias úteis, contado da data de
intimação ou de lavratura da ata, em face do julgamento das propostas, do ato de habilitação
ou inabilitação de licitante, ou ainda do ato que determine a anulação ou revogação da licitação

A lei estabelece o cabimento de pedido de reconsideração, também no prazo de 3


(três) dias úteis, contado da data de intimação, relativamente a ato do qual não caiba recurso
hierárquico.

Encerramento - Concluídas as fases de julgamento e habilitação, e exauridos os


recursos administrativos, está encerrado o trabalho do agente de contratação, que encaminhará
o procedimento à autoridade do órgão para verificação e encerramento do feito. Assim, o
processo será enviado à autoridade superior, a quem compete verificar os atos anteriores
praticados pelo agente de contratação ou comissão de contratação, analisando sua adequação
às normas legais e princípios constitucionais pertinentes.

6. PROCEDIMENTO LICITATÓRIO DO DIÁLOGO COMPETITIVO

É o procedimento pelo qual o poder público realiza diálogo prévio com os particulares
como forma de encontrara a melhor solução para as suas necessidades e é restrita a

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contratações em que a Administração:

I – vise a contratar objeto que envolva as seguintes condições:

a) inovação tecnológica ou técnica; b) impossibilidade de o órgão ou entidade ter sua


necessidade satisfeita sem a adaptação de soluções disponíveis no mercado; e c)
impossibilidade de as especificações técnicas serem definidas com precisão suficiente pela
Administração.

II – verifique a necessidade de definir e identificar os meios e as alternativas que


possam satisfazer suas necessidades, com destaque para os seguintes aspectos:

a) a solução técnica mais adequada; b) os requisitos técnicos aptos a concretizar a


solução já definida; c) a estrutura jurídica ou financeira do contrato.

O Procedimento dever seguir as seguintes fases: preparatória, de divulgação do edital,


de diálogo, de apresentação das propostas e julgamento, do recurso e do encerramento.

7. Tratamento diferenciado para Microempresas e Empresas de Pequeno Porte

A Lei Complementar 123/06 dispõe que, nas licitações públicas, a comprovação de


regularidade fiscal e a regularidade trabalhista das microempresas e empresas de pequeno porte
somente será exigida para efeito de assinatura do contrato.

Ademais, a LC 123/06 define que a Administração Pública deverá realizar processo


licitatório destinado exclusivamente à participação de microempresas e empresas de pequeno
porte nos itens de contratação cujo valor seja de até R$ 80.000,00.

Em casos de licitações para celebração de contratos para aquisição de bens de natureza


divisível acima de R$ 80.000,00, o ente público deverá estabelecer, cota de até 25% do objeto
para a contratação de microempresas e empresas de pequeno porte.

ATENÇÃO! As Microempresas e Empresas de Pequeno Porte poderão participar de


ambos os itens da licitação, sendo classificadas dentro da ampla concorrência para a
contratação de 75% do objeto e se submetendo a outra classificação, somente com empresas
de mesmo porte, em relação aos 25% (vinte e cinco por cento) restantes.

A Administração Pública poderá, nas licitações destinadas à aquisição de obras e


serviços, exigir dos licitantes a subcontratação de microempresa ou empresa de pequeno porte.
O art. 4º, da lei 14.133/21, manteve as regras de benefícios de microempresas e
empresas de pequeno porte de forma expressa.

7. DISPENSA E INEXIGIBILIDADE DE LICITAÇÃO

A inexigibilidade de licitação ocorre sempre que a competição for impossível, a


licitação será inexigível.

As hipóteses não são taxativas, mas meramente exemplificativas. Mesmo que a

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circunstância não esteja disposta expressamente no texto legal, a licitação será inexigível
quando for inviável a realização de competição entre interessados.

Nas situações de dispensa, o Poder Público encontra-se diante de situação em que é


plenamente possível a realização do procedimento licitatório mediante a competição, no entanto,
a lei dispõe que é desnecessária a execução do certame (art. 75, da Lei 14.133/21). Somente a
Lei de Licitações pode definir as hipóteses de dispensa, não podendo haver definição de novas
hipóteses por atos administrativos específicos ou decretos.

Inexigibilidade: art. 74 Dispensa: arts. 75

Sempre que a competição Nas situações de dispensa é


for impossível, a licitação será plenamente possível competir, mas a lei
inexigível. diz que é dispensada a licitação.
As hipóteses dispostas na lei Somente a lei pode trazer as hipóteses
não são taxativas, mas meramente de dispensa, não podendo haver
exemplificativas. Mesmo que a definição de novas hipóteses por atos
circunstância não esteja disposta administrativos específicos ou decretos.
expressamente no texto legal, a licitação As hipóteses da Lei são
será inexigível quando for inviável a taxativas/exaustivas.
realização de competição entre
interessados.
A doutrina majoritária costuma
apontar pressupostos da licitação e
estabelece que a ausência de qualquer
um deles torna o procedimento licitatório
inexigível. Vejamos os pressupostos:
a) Pressuposto lógico:
pluralidade de bens e de fornecedores do
bem ou do serviço.
b) Pressuposto jurídico:
interesse público. A licitação não é um
fim em si mesmo, é um meio para atingir
o interesse público. Se a licitação for de
encontro ao interesse público, não será
exigível licitar.
c) Pressuposto fático:
desnecessidade de contratação
específica. Nos casos em que há
necessidade de contratação específica, a
licitação será inexigível.
Ex.: o Estado precisa
contratar o melhor tributarista do Brasil
para defendê-lo em uma demanda que
envolve milhões de reais. Não se pode
fazer contratação direta para qualquer
causa.
É VEDADA inexigibilidade
de licitação para serviços de
divulgação e serviços de publicidade.

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CONTRATOS ADMINISTRATIVOS

1. INTRODUÇÃO E NOÇÕES INICIAIS.

Inicialmente devemos ter em mente que a legislação, por diversas vezes, confunde
contratos administrativos com contratos da Administração, onde este é gênero do qual aquele é
espécie, pois a expressão “contratos da administração” (sentido amplo) engloba os contratos
administrativos e os contratos de direito privado celebrados pelo Poder Público.

Saliente-se que, mesmo nos contratos administrativos, a aplicação subsidiária do direito


privado se faz necessária, pois é na teoria geral dos contratos que os contratos administrativos
vão buscar seus elementos essenciais, aos quais vão agregar suas prerrogativas.

Em resumo: a Administração Pública pode celebrar contratos regidos pelo Direito


Público (ex: concessão de uso de bens públicos, permissão de serviços públicos) bem como
pelo Direito Privado (ex: contratos de locação, de compra e venda).

ATENÇÃO! Os contratos da administração, ainda que privados, estão sujeitos ao


controle do Tribunal de Contas, por se tratar de avenças travadas com o dinheiro público, além
de dependerem da realização de procedimento licitatório regular e obediência a todas as
restrições impostas à Administração, como o prazo determinado e a previsão orçamentária.

A primeira grande característica, utilizada para definição dos contratos administrativos


é o fato de que estas avenças, regidas pelo direito público, apresentam-se com uma
característica singular, qual seja, a possibilidade de haver tratamento desigual entre a
Administração (que atua com prerrogativas públicas) e o contratado, a exemplo de haver a
possibilidade de a Administração extinguir o contrato unilateralmente.

Com efeito, os contratos administrativos são as manifestações de vontade entre duas


ou mais pessoas visando à celebração de negócio jurídico, havendo a participação do Poder
Público, atuando com todas as prerrogativas decorrentes da supremacia do interesse público,
visando sempre à persecução de um fim coletivo. Este contrato é regido pelo direito público,
sendo inerentes a ele todas as prerrogativas e limitações de Estado.

Essas prerrogativas ensejam a existência das chamadas cláusulas exorbitantes,


previstas no art. 104, da lei 14.133/21, e presentes, implicitamente, em todos os contratos
administrativos. Estas cláusulas só excepcionalmente se aplicam aos contratos privados
celebrados pelo Poder Público, devendo estar expressamente definidas no instrumento do
acordo.

Sendo assim, pode-se apontar a verticalidade como característica inerente aos


contratos administrativos, haja vista a atuação do Poder Público com supremacia em face do
particular contratado.

Quanto à competência legislativa, a União deve proceder à legislação acerca das


normas gerais aplicáveis à matéria (art. 22, XXVII, da CF/88).

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Cabe aos estados e municípios a edição de normas suplementares, em obediência às


regras estipuladas na legislação federal.

Não havendo lei local ou estadual acerca do tema, a legislação federal será aplicada
integralmente a todos os contratos administrativos celebrados por aquele ente.

2. CARACTERÍSTICAS DOS CONTRATOS ADMINISTRATIVOS.

No que tange às características dos contratos administrativos, além da busca


incessante pelo interesse público, outras características estão presentes. Vejamos no quadro
abaixo:

Gera direitos e deveres previamente estabelecidos


para ambas as partes.
Comutativo
ATENÇÃO! A indefinição de obrigações para uma
das partes do acordo é característica que não pode estar
presente nos contratos públicos.

Não se faz necessária a transferência do bem para


ele se tornar perfeito.

Consensual ATENÇÃO! No Direito Administrativo, o consenso


do particular manifestar-se-á no momento da abertura dos
envelopes de documentação. Por sua vez, o consenso da
Administração depende da celebração do contrato.

As cláusulas são impostas por uma das partes


De Adesão (poder público) e à outra parte (particular) cabe apenas aderir
ou não à avença.

Oneroso
Como regra, não são admitidos contratos gratuitos
firmados com o poder público.

As obrigações das partes são recíprocas, ou seja, a


Sinalagmático execução da atividade de uma das partes enseja o
adimplemento contratual pela outra.

Nesse sentido, o contrato tem natureza intuito


personae e a possibilidade de subcontratação do objeto do
acordo fica limitada às hipóteses legalmente admitidas.
Personalíssimo
ATENÇÃO! O art. 122, da Lei n. 14.133/21 traz que
só ocorrerá subcontratação se houver previsão no edital ou
no contrato e desde que haja a concordância da
Administração, sob pena de haver a rescisão contratual.

Todo contrato administrativo tem uma forma


definida na lei, indispensável à sua regularidade.
Formal
A Lei 14.133²1, em seu artigo 92, prevê todas as
cláusulas necessárias à validade do contrato administrativo e
a sua ausência gera o vício de forma.

Formalismo – A primeira exigência é a realização de procedimento licitatório, conforme

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determinação do próprio texto constitucional (art. 37, XXI da Carta Magna), não obstante, tal
exigência também atinja os contratos celebrados pela Administração Pública, regidos pelo direito
privado.

Como regra geral, o contrato deve ser escrito, sendo que o termo de contrato ou
instrumento de contrato é o meio para a sua formalização, respeitando o art. 92, da Lei
14.133/21, que traz as cláusulas obrigatórias.

A lei permite a celebração de contrato, em determinadas situações, por meio de carta-


contrato, nota de empenho da despesa, autorização de compra ou ordem de serviço.

Com efeito, a lei diz que o instrumento de contrato será dispensado, quando se tratar de
contratos cujo valor enseje dispensa de licitação. Assim, o instrumento de contrato não se faz
necessário para obras e serviços de engenharia de até R$ 100.000,00 (cem mil reais) e para
aquisição de bens e outros serviços no valor de até R$ 50.000,00 (cinquenta mil reais).

ATENÇÃO! A legislação estabelece como regra que NÃO é possível contrato verbal
celebrado pela administração, dispondo ser nulo e de nenhum efeito qualquer contrato verbal
realizado pelo ente estatal.

Contudo, excepcionalmente, admite-se contrato verbal, nas compras e serviços que não
ultrapassam R$ 10.000,00 (dez mil reais) – desde que se trate de compra de pronta entrega e
pronto pagamento. Isso significa que este contrato não gera nenhuma espécie de obrigação futura
(art. 95, §, 2º da lei 14.133/21).

Nestas hipóteses, também não há necessidade de realização de procedimento


licitatório, em conformidade com as regras de dispensa previstas na lei.

Não obstante a ausência de previsão legal, a doutrina admite a celebração de contratos


verbalmente, para posterior formalização por escrito, em casos emergenciais. Neste caso, a
formalização poderá ser realizada posteriormente à existência de contrato e início da prestação
do serviço pelo contratado.

A administração pública deve providenciar a publicação do contrato até o quinto dia útil
do mês seguinte ao da sua celebração, sendo que essa publicação deve acontecer, após as
providências, no prazo máximo de vinte dias corridos. Ou seja, o prazo de vinte dias só terá
início após o quinto dia útil do mês seguinte ao que o contrato foi celebrado.

Além da formalização, a divulgação é requisito indispensável à eficácia do contrato


administrativo, decorrente do princípio da publicidade, o qual garante o conhecimento acerca do
contrato a toda a sociedade. A divulgação deve ser feita no Portal Nacional de Contratações
Públicas (PNCP). A divulgação deve abranger o inteiro teor do contrato, bem como todos os
aditamentos que forem feitos posteriormente, que ficarão disponíveis para quaisquer
interessados.

A lei dispõe que essa divulgação deve se dar nos seguintes prazos, contados da sua
assinatura pelas partes:

• 20 (vinte) dias úteis, no caso de licitação


• 10 (dez) dias úteis, no caso de contratação direta.

Caso a administração deixe de publicar o contrato, ele é válido e perfeito, somente, não

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sendo eficaz. Não produz efeito, uma vez que a eficácia fica dependendo da publicidade do
contrato administrativo celebrado. Todavia, cabe ressaltar que os contratos firmados em caso
de urgência produzem efeitos desde a data da sua assinatura, devendo ser publicado nos prazos
apresentados acima, sob pena de nulidade.

3. GARANTIA

A exigência de garantia é uma cláusula necessária dos contratos administrativos (art.


96 da Lei 14.133/21).

A Lei prevê a caução que poderá ser prestada em dinheiro, títulos da dívida pública, a
fiança bancária ou seguro garantia, a critério do contratado privado.

O valor dessa garantia é definido, no bojo do contrato, e determinado pela administração


pública. A lei estabelece o limite máximo de 5% do valor do contrato, sendo que, em
observância a este limite, o poder público deve, discricionariamente, dispor acerca do valor a ser
cobrado em cada contratação específica.

Ocorre que, nos contratos que envolvam alta complexidade técnica ou riscos financeiros
consideráveis, definido por meio de parecer tecnicamente aprovado pela autoridade
competente, a garantia pode chegar a 10% do valor inicial do contrato, sempre mantida a regra
que o ente estatal é quem define o valor da caução.

Lembre-se, ainda, que, quando o contrato for de fornecimento contínuo com vigência
superior a 1 (um) ano, assim como nas subsequentes prorrogações, será utilizado o valor anual
do contrato para definição e aplicação dos percentuais da garantia

Em relação ao valor da garantia contratual, a legislação ainda dispõe que, em caso de


contratos que importem na entrega de bens pela Administração, dos quais o contratado ficará
depositário, ao valor da garantia deverá ser acrescido o valor desses bens.

Em caso de cumprimento do contrato e adimplemento de todos os seus termos pelo


particular, a garantia deverá ser devolvida e, se foi prestada em dinheiro, deve haver a correção
do valor, no momento da devolução.

Em caso de descumprimento contratual, a garantia pode ser utilizada pelo Estado como
mínimo indenizatório, ou seja, o ente público pode executar a garantia e cobrar indenização
excedente em caso de o prejuízo ultrapassar o valor da caução.

Cláusula de retomada - Na contratação de obras e serviços de engenharia, o edital


poderá exigir a prestação da garantia na modalidade seguro-garantia do tipo “performance
bond”, com clausula de retomada, assim considerado o contrato no qual a seguradora se torna
responsável pelo cumprimento do contrato na forma como foi concebido. Assim, essa empresa
seguradora ficará responsável e apta por fiscalizar a execução do contrato –
independentemente da fiscalização do poder público – como forma de evitar inadimplemento
contratual.

Nesses casos, o contrato de seguro poderá determinar a obrigação de seguradora, em


caso de inadimplemento pelo contratado, assumir a execução e concluir o objeto do contrato,
hipótese em que a emissão de empenho se dará em nome da seguradora, ou a quem ela indicar
para a conclusão do contrato, será autorizada desde que demonstrada sua regularidade fiscal,

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sendo possível que essa empresa subcontrate a conclusão do contrato, total ou parcialmente.

Assim, temos a seguinte situação, na hipótese de inadimplemento do contratado:

 caso a seguradora execute e conclua o objeto do contrato, estará isenta da


obrigação de pagar a importância segurada indicada na apólice, ficando quite com suas
obrigações.
 caso a seguradora não assuma a execução do contrato, pagará a integralidade da
importância segurada indicada na apólice.

4. CLÁUSULAS EXORBITANTES

As cláusulas exorbitantes decorrem da supremacia do interesse público sobre o


interesse privado e coloca o Estado em posição de superioridade jurídica na avença.

São implícitas em todos os contratos administrativos, não dependendo de previsão


expressa no acordo, pois decorrem diretamente da Lei (art. 104, da Lei 14.133/21).

Vejamos abaixo cada uma destas cláusulas, sob a ótica da supremacia do interesse
público sobre o privado.

a) Alteração unilateral do contrato - É possível quando houver modificação do projeto


ou das especificações, para melhor adequação técnica aos seus objetivos e quando necessária
a modificação do valor contratual em decorrência de acréscimo ou diminuição quantitativa de
seu objeto.

A administração NÃO pode alterar o OBJETO do contrato, porque seria burla à licitação.

Alteração de projeto - Alteração qualitativa (o projeto originalmente apresentado pelo


Estado não atende mais aos fins desejados pela Administração).

Alteração atinente ao valor da contração - Alteração quantitativa e, por sua vez, tem
limites definidos na lei, que prevê que o particular deve aceitar as modificações feitas
unilateralmente pela Administração Pública em até 25%, do valor original do contrato, para
acréscimos ou supressões. Nesses casos, a alteração não depende de concordância do
particular contratado.

ATENÇÃO! A Regra determina que a alteração unilateral é de até 25% – acréscimos


ou supressões. Contudo, se o contrato for celebrado para reforma de equipamentos ou de
edifícios, a alteração unilateral, para ACRÉSCIMOS contratuais, pode chegar a 50% do valor
original do contrato. As supressões contratuais continuam respeitando o limite de 25%.

A margem de lucro inicialmente contratada jamais poderá ser alterada pela


Administração Pública de forma unilateral.

A alteração deve decorrer de interesse público superveniente devidamente justificado,


ou seja, o contratante deverá demonstrar a ocorrência de fato posterior à contratação que dá
ensejo à necessidade de modificação das cláusulas contratuais, para que se evite um prejuízo
maior ao interesse da coletividade, que é a finalidade maior dos contratos administrativos.

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b) rescisão unilateral do contrato é prerrogativa dada ao ente público contratante de


por fim à avença, independentemente, de consentimento do particular e sem depender de
decisão judicial (art. 137 e seguintes da lei 14.133/21).

Pode se dar em razão do inadimplemento do particular ou pelo interesse público


devidamente justificado.

No caso de Interesse público devidamente justificado, a administração deve


indenizar o particular se houver dano, bem como indenizar os investimentos não amortizados
do contratado em razão da extinção antecipada do acordo.

O particular contratado terá direito à devolução da garantia prestada, aos pagamentos


devidos pela execução do contrato até a data da rescisão e ao pagamento do custo da
desmobilização.

Por outro lado, como a lei prevê expressamente os valores devidos ao particular em
casos de rescisão unilateral por motivo de interesse público e excluiu, não por acaso, a
obrigação de pagar lucros cessantes, por se tratar de mera expectativa de direito, não passível
de indenização, nesses casos.

Por outro lado, inadimplente o particular contratado, o Poder Público deverá assumir
imediatamente o objeto do contrato, no estado e local em que se encontrar, ocupar e utilizar o
local, instalações, equipamentos, material e pessoal empregados na execução do contrato,
necessários à sua continuidade, executar a garantia contratual, para ressarcimento da
Administração, e dos valores das multas e indenizações a ela devidos e reter os créditos
decorrentes do contrato até o limite dos prejuízos causados à Administração. Todas essas
medidas independem da aplicação das penalidades cabíveis em virtude do descumprimento
contratual.

Nos contratos de concessão de serviços públicos (regulamentados pela Lei


8.987/95), a rescisão por inadimplemento do particular é chamada de caducidade, já por motivo
de interesse público chama-se encampação.

Se o ente estatal determinar suspensão de execução do contrato por prazo superior a


3 (três) meses ou se ocorrerem repetidas suspensões que totalizem 90 (noventa) dias úteis,
independentemente do pagamento obrigatório de indenização pelas sucessivas e
contratualmente imprevistas desmobilizações e mobilizações ou ainda, em casos de atraso
superior a 2 (dois) meses, contado da emissão da nota fiscal, dos pagamentos ou de parcelas
de pagamentos devidos pela Administração por despesas de obras, serviços ou fornecimentos,
o particular pode SUSPENDER A EXECUÇÃO do contrato (exceção de contrato não cumprido),
conforme disposição do art. 137, §3º, II, da lei 14.133/21.

Nesse sentido, resta claro que o particular não pode determinar a rescisão unilateral,
no entanto, poderá suspender a execução do contrato pela exceção de contrato não
cumprido ou exceptio non adimplenti contractus.

c) Fiscalização da execução do contrato - A Administração Pública deve designar


um ou mais agentes públicos que ficarão responsáveis pela fiscalização na execução
contratual, aplicando penalidades e exigindo o cumprimento das obrigações pela parte
contratada (art. 117, da Lei 14.133).
d)
Poder-dever da Administração, que não exclui a responsabilidade do particular

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contratado que continua sendo responsável pelos danos causados diretamente à


Administração ou a terceiros, decorrentes de sua culpa ou dolo na execução do contrato, não
havendo redução ou exclusão da responsabilidade em virtude da fiscalização ou o
acompanhamento pelo órgão interessado.

O contratado deverá manter preposto, aceito pela Administração, no local da obra ou


serviço, para representá-lo na execução do contrato.

e) Ocupação temporária de bens;

Nos casos de serviços essenciais, a Administração Pública poderá ocupar


provisoriamente bens móveis, imóveis, pessoal e serviços vinculados ao objeto do contrato, na
hipótese da necessidade de acautelar apuração administrativa de faltas contratuais pelo
contratado, bem como na hipótese de rescisão do contrato administrativo.

ATENÇÃO! A ocupação temporária deve ser precedida de processo administrativo.

f) Aplicação de penalidades – aos particulares contratados em decorrência de


descumprimento do acordo, ainda que se trate de inexecução parcial.

As penalidades a serem aplicadas estão previstas na legislação e se dividem em quatro


hipóteses, de acordo com a gravidade da infração cometida, quais sejam: a) advertência; b)
multa; c) impedimento de licitar e contratar; d) declaração de inidoneidade para licitar ou
contratar.

As punições serão aplicadas em consonância ao princípio da proporcionalidade, não


sendo admitida a aplicação de penalidade mais intensa ou mais extensa do que o necessário a
sancionar a infração praticada.

ATENÇÃO! Todos os agentes públicos que praticarem atos que possam prejudicar
a licitação ou frustrar seu caráter competitivo ficarão sujeitos às sanções administrativas, penais
e civis cabíveis, nos moldes das legislações pertinentes.

Impedimento Indireto

O Impedimento Indireto ainda é algo muito novo, com pouca jurisprudência, mas deve
ser analisado com bastante cuidado pelos gestores que atuam no setor de licitações. A intenção
do instituto é coibir o abuso da Pessoa Jurídica.

De fato, a intenção é evitar que o particular se valha da personalidade jurídica de uma


empresa como escudo para burlar proibições de contratação, como condenações ocorridas
anteriormente.

Alguns indícios devem ser observados para a configuração do impedimento indireto, tais
como:

(i) a completa identidade dos sócios-proprietários de empresa sucedida e


sucessora,
(ii) a atuação no mesmo ramo de atividades e
(iii) a transferência integral do acervo técnico e humano de empresa
sucedida para a sucessora.

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Nestes casos, será possível a desconsideração da personalidade jurídica, para estender


a penalidade aplicada à outra empresa.

5. ALTERAÇÃO CONTATUAL POR VONTADE DAS PARTES

Em determinadas situações, o contrato administrativo poderá ser alterado de forma


bilateral, nas quatro hipóteses a seguir:

a) Quando o particular julgar conveniente a substituição da garantia de execução do


contrato e desde que essa modificação não enseje prejuízos ao ente público.
b) Quando necessária a modificação do regime de execução da obra ou serviço, bem
como do modo de fornecimento, em face de verificação técnica da inaplicabilidade dos termos
contratuais originários.
c) Quando necessária a modificação da forma de pagamento, por imposição de
circunstâncias supervenientes, mantido o valor inicial atualizado, vedada a antecipação do
pagamento, com relação ao cronograma financeiro fixado, sem a correspondente
contraprestação de fornecimento de bens ou execução de obra ou serviço.
d) Para restabelecer a relação que as partes pactuaram inicialmente entre os encargos
do contratado e a retribuição da Administração (manutenção do equilíbrio econômico-
financeiro). São as hipóteses de teoria da imprevisão, que ensejam a necessidade de revisão
contratual, como forma de se evitar prejuízos ao particular contratado.

6. EQUILÍBRIO ECONÔMICO-FINANCEIRO DO CONTRATO

É garantia do particular contratado a manutenção da margem de lucro inicialmente


pactuada. A manutenção deste equilíbrio deve se dar mediante a alteração de valores a serem
pagos ou modificação e ampliação de prazos de execução, sempre que a situação previamente
estabelecida for alterada no bojo da execução do contrato.

O particular contratado não pode sofrer prejuízos de situações não causados por ele,
durante a relação contratual, sob pena de se frustrar a garantia da proposta apresentada.

Pagamentos feitos ao particular – É cláusula necessária do contrato administrativo a


regulamentação acerca do preço e das formas de pagamento. Assim, além do pagamento da
fatura, propriamente dita, como forma de manutenção do equilíbrio econômico-financeiro,
alguns pagamentos são feitos ao particular contratado pela Administração Pública. Analisemos,
no quadro abaixo, cada uma dessas formas de pagamento.

Atualização da margem de
Correção
monetária lucro inicialmente acordada,
mantendo o valor real do contrato.
Reajuste em face do
PAGAMENTOS
FEITOS AO
Reajustamento aumento ordinário e regular do
de preços
PARTICULAR custo dos insumos necessários ao
cumprimento do acordo.
Manutenção do equilíbrio
Repactuação econômico-financeiro de contrato
utilizada para serviços contínuos

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com regime de dedicação


exclusiva de mão de obra ou
predominância de mão de obra,
por meio da análise da variação
dos custos contratuais, devendo
estar prevista no edital com data
vinculada à apresentação das
propostas, para os custos
decorrentes do mercado, e com
data vinculada ao acordo, à
convenção coletiva ou ao dissídio
coletivo ao qual o orçamento esteja
vinculado, para os custos
decorrentes da mão de obra.
Quando o reajustamento
de preços não consegue fazer face
ao real aumento do preço dos
insumos, em virtude de uma
situação excepcional (não prevista
no contrato), a Administração
Recomposição
de preços Pública, como forma de
ou revisão
de preços reequilibrar o contrato, precisa
fazer a recomposição de preços.
Isso ocorre porque a previsão
contratual de reajuste não foi
suficiente para suprir a efetiva
modificação nos custos do
contrato celebrado.

7. TEORIA DA IMPREVISÃO

Ocorre nos casos em que há uma situação fática não prevista quando da celebração do
contrato, portanto imprevisível, que venha a alterar o equilíbrio econômico-financeiro do contrato,
com reflexos em sua execução. Em virtude desta situação, se faz necessária a recomposição
dos preços.

Decorre da denominada Cláusula rebus sic stantibus: situações nas quais há


desequilíbrio contratual e a administração precisa, a fim de manter o equilíbrio do contrato,
proceder à revisão dos preços e prazos previamente pactuados.

As hipóteses de teoria da imprevisão são:

Caso fortuito e força maior

Pode decorrer de fatos humanos, desde que não sejam provocados por nenhuma das
partes do acordo, ou podem ser causados por fatos da natureza, em relação aos quais nenhuma
medida pode ser tomada para obstar sua precipitação

Interferências imprevistas (sujeições imprevistas)

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São situações preexistentes à celebração do contrato, mas que só vêm à tona durante
sua execução.

Fato da administração

O desequilíbrio contratual é causado por uma atuação específica da Administração


(enquanto parte no contrato) que incide sobre o contrato e impede a sua execução.

Fato do príncipe

O desequilíbrio contratual também é causado pelo poder público e, por esta atuação,
haverá necessidade de recomposição do preço. Ocorre que, neste caso, há uma atuação
extracontratual (geral e abstrata) do ente estatal que termina por atingir diretamente a relação
contratual.

ATENÇÃO! Para que seja configurado o fato do princípe relevante que o agente que
pratica a conduta onerosa seja da mesma esfera de governo daquele que celebrou o contrato
administrativo atingido. Ente federativo diverso caracteriza caso fortuito.

ATENÇÃO! Em algumas situações, a teoria da imprevisão gera a impossibilidade de


manter o contrato. Nestes casos, a situação imprevista enseja a rescisão contratual (rescisão
de pleno direito), ocorrida por situação alheia à vontade das partes.

8. ALOCAÇÃO DE RISCOS

Como forma de reduzir a responsabilidade do poder público pela manutenção do


equilíbrio financeiro do contrato administrativo, a lei dispõe que o edital poderá contemplar
matriz de alocação de riscos entre o contratante e o contratado. Nesses casos, o cálculo do
valor estimado da contratação poderá considerar taxa de risco compatível com o objeto da
licitação e os riscos atribuídos ao contratado, de acordo com metodologia predefinida pelo ente
federativo.
Verifique que a lei inclui a matriz de alocação de riscos como faculdade da
Administração Pública, ressalvados os casos de contratação de a obras e serviços de grande
vulto ou forem adotados os regimes de contratação integrada e semi-integrada, uma vez que,
nesses casos, a previsão editalícia dessa matriz se torna obrigatória.

Assim, será apresentada uma matriz que deve dividir os riscos de cada contrato entre
cada uma das partes, bem como deve buscar mecanismos que afastem a ocorrência do sinistro
e mitiguem os seus efeitos, caso ocorra durante a execução contratual. Atente-se para o fato
de que a previsão da matriz de alocação de riscos deve estar posta no instrumento convocatório
da licitação.

9. SUBCONTRATAÇÃO NOS CONTRATOS DA ADMINISTRAÇÃO

A princípio, se houver a subcontratação do objeto integral do contrato, resta clara a


fraude ao procedimento licitatório e pode ser considerado inadimplemento contratual.

Nesse sentido, a lei 14.133/21 dispõe acerca da possibilidade de subcontratação parcial


do objeto do contrato, desde que cumpridos alguns requisitos definidos na legislação, restando
clara a impossibilidade de subcontratar integralmente o objeto acordado, inclusive em

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observância à impessoalidade e isonomia, princípios arraigados no conceito da licitação,


enquanto procedimento administrativo.

Nesses casos, o particular que pretender subcontratar parte de suas atividades deve
apresentar à Administração documentação que comprove a capacidade técnica do
subcontratado, que será avaliada e juntada aos autos do processo correspondente.

10. DURAÇÃO

A duração dos contratos regidos pela lei 14.133/21 ficará adstrita à vigência dos
respectivos créditos orçamentários que, no direito brasileiro, são definidos pela lei orçamentária
anual, à qual cabe prever todas as despesas e receitas da entidade no período de um exercício.
Desse modo, os contratos administrativos devem ter duração máxima de um ano, para atender
à previsão orçamentária.

Com efeito, a lei orçamentária define as despesas que podem ser contraídas pelo ente
público naquele exercício, limitando toda atuação ou ajuste firmado pelo Estado durante a
vigência dos respectivos créditos.

A Lei 14.133/21 define algumas situações excepcionais, nas quais se admite a


contratação além do prazo de um exercício. Vejamos no quadro abaixo as exceções à vigência
máxima de um ano.

A avença terá duração de


Projetos
contemplados até quatro anos, para cumprimento
na lei do Plano
Plurianual das metas e execução de seu
objeto.
Além do prazo original de 5
(cinco) anos, a lei permite que sejam
feitas prorrogações posteriores no
referido contrato, desde que, ao
final, ele não ultrapasse o prazo de
Prestação de 10 (dez) anos. Nesses casos, a
serviços a
serem
possibilidade de prorrogação deve
executados de ter previsão em edital e a autoridade
forma contínua
competente deve atestar que as
condições e os preços permanecem
vantajosos para a Administração,
permitida a negociação com o
contratado ou a extinção contratual
sem ônus para qualquer das partes.
segue as mesmas regras
Aluguel de dos contratos de prestação de
equipamentos
e utilização de
serviços contínuos, podendo ser
programas de firmado por até 5 (cinco) anos,
informática
cumpridas as exigências previstas
em lei.

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Os contratos poderão ter


Contratações
previstas nas
vigência por até 10 (dez) anos, caso
alíneas “f” e haja interesse da administração.
“g” do inciso
IV e nos Analisemos cada uma das hipóteses
incisos V, VI,
XII e XVI do que se caracterizam como situações
caput do art.
75, da Lei
de dispensa de licitação, ensejando,
14.133/21. portanto, a possibilidade de
contratação direta.
Contratos de
operação Esses contratos podem ser
continuada de
sistemas
firmados com vigência máxima de
estruturantes 15 (quinze) anos, nos termos da lei.
de tecnologia
da informação.

Alguns contratos
administrativos podem ser
celebrados, sem ensejar gastos ao
poder público. Nesses casos, pode-
se dizer que, além das exceções
mencionadas, os contratos que
Exceções não
previstas não geram despesas à
diretamente na
lei. Administração Pública não precisam
estar previstos na lei orçamentária,
logo, não precisam respeitar o limite
de vigência definido, no art. 105, da
lei 14.133/21, que condiciona a
vigência à adequação orçamentária.

ATENÇÃO! Contratos que não geram despesas à Administração Pública não


precisam estar previstos na lei orçamentária, logo, não precisam respeitar o limite de vigência
definido, no art. 105, da lei 14.133/21.

Além disso, no que tange à possibilidade de prorrogação, a legislação determina que o


contrato administrativo pode ser prorrogado, desde que seja feito dentro do prazo de vigência
do contrato e decorra, cumulativamente, de previsão no edital e no contrato e autorização do
poder público, mantidas as demais disposições contratuais.

Por fim, vale esclarecer que toda prorrogação de prazo contratual deverá ser justificada
por escrito e previamente autorizada pela autoridade competente para celebrar o contrato.
Importante salientar, ainda, que, para que haja prorrogação, é indispensável que haja previsão
orçamentária e que a empresa mantenha todas as condições necessárias à sua habilitação
para contratar com o poder público, além do respeito ao disposto no art. 7º, XXXIII, da
Constituição Federal.

11. RESPONSABILIDADES DECORRENTES DO CONTRATO

Uma vez celebrado o contrato, as partes que firmaram o pacto têm o dever de cumprir

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fielmente as obrigações assumidas, em consonância com a legislação vigente e com as


cláusulas previstas no acordo, sendo que cada uma das partes será responsabilizada por
qualquer descumprimento contratual.

O particular responde diretamente pelo serviço prestado ou bem entregue à


Administração, ou ainda pela obra por ele executada.

Além disso, quaisquer prejuízos causados pelo particular, seja à Administração Pública
ou a terceiros, na execução da obra, ou prestação do serviço ensejam sua responsabilização e,
conforme já previamente estipulado, não excluem ou reduzem essa responsabilidade à
fiscalização ou ao acompanhamento pelo órgão interessado.

Noutro giro, o STF se manifestou no sentido de que é válida a aplicação da nova redação
da Súmula 331 do TST, no entanto, deixando claro que o empregado terá o ônus de provar que
houve a má fiscalização do gestor público.

De fato, no julgamento do RE 760931/DF, em 2017, o plenário da Suprema Corte, por 6


votos a 5 “Anotou que a imputação da culpa “in vigilando” ou “in elegendo” à Administração
Pública, por suposta deficiência na fiscalização da fiel observância das normas trabalhistas pela
empresa contratada, somente pode acontecer nos casos em que se tenha a efetiva
comprovação da ausência de fiscalização. Nesse ponto, asseverou que a alegada ausência de
comprovação em juízo da efetiva fiscalização do contrato não substitui a necessidade de prova
taxativa do nexo de causalidade entre a conduta da Administração e o dano sofrido”.

12. FORMAS DE EXTINÇÃO DO CONTRATO ADMINISTRATIVO

As hipóteses de extinção decorrem de lei ou da própria execução do contrato e são


situações que dão fim à avença celebrada entre o poder público e o particular contratado.
Vejamos abaixo estas formas de extinção.

• Extinção natural - Conclusão do objeto ou advento do termo do contrato.


• Anulação – extinção contratual decorrente de vício de ilegalidade no contrato ou no
procedimento licitatório de que resultou sua assinatura, com efeitos retroativos à data de início
de vigência do acordo, impedindo os efeitos jurídicos que ele, ordinariamente, deveria produzir,
além de desconstituir os já produzidos.

ATENÇÃO! Em casos de irregularidade na celebração do contrato, a extinção pode


decorrer de anulação. Vale destacar que mesmo que o contrato seja nulo, o particular
contratado deve ser remunerado pelos serviços prestados de boa-fé ou de má-fé, caso
contrário, estaria se admitindo o enriquecimento sem causa do ente público.

• Extinção Unilateral – ocorre por razões de interesse público ou por inadimplemento


total ou parcial do contrato pelo particular. A rescisão unilateral configura cláusula exorbitante
do contrato e, por isso, somente pode ser determinada por vontade administração pública, não
sendo possível ao particular se valer desta prerrogativa.

• Extinção arbitral ou judicial – se dá por provocação do particular, quando o ente


público é inadimplente, haja vista o contratado não poder se utilizar da rescisão unilateral.
Nesses casos, se existir o compromisso arbitral, no contrato firmado, a extinção pode ser feita

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por esse meio, caso contrário, o particular deverá propor ação judicial pleiteando a rescisão
contratual.

• Extinção bilateral (distrato) – trata-se de rescisão amigável, realizada por ambas


as partes. Estas hipóteses dependem de prévia autorização escrita e fundamentada da
autoridade competente e podem ser efetivadas por meio de mediação ou comitê de resolução
de disputas.

• Extinção de pleno direito – por situações alheias à vontade das partes, em casos
excepcionais que impedem a manutenção do contrato e nas quais não seja possível a revisão
de preços.

13. SOLUÇÃO ALTERNATIVA DE CONTROVÉRSIAS

A lei 14.133/21, em seu art. 151, prevê a possibilidade de utilização de meios


alternativos de prevenção e resolução de controvérsias, notadamente a conciliação, a
mediação, o comitê de resolução de disputas e a arbitragem, para tratar de disputas ocorridas
no bojo de contratos administrativos, acrescentando que somente serão admitidos os meios
alternativos às controvérsias relacionadas a direitos patrimoniais disponíveis, como as questões
relacionadas ao restabelecimento do equilíbrio econômico-financeiro do contrato, ao
inadimplemento de obrigações contratuais por quaisquer das partes e ao cálculo de
indenizações.

14. PLANO CONTRATUAL ANUAL

Os órgãos responsáveis pelo planejamento de cada ente federativo podem se utilizar


dos documentos de demanda recebidos e elaborar plano de contratações anual, com o objetivo
de racionalizar as contratações dos órgãos e entidades sob sua competência, garantir o
alinhamento com o seu planejamento estratégico e subsidiar a elaboração das respectivas leis
orçamentárias.

15. PORTAL NACIONAL DE CONTRATAÇÕES PÚBLICAS (PNCP)

A lei determina a criação do Portal Nacional de Contratações Públicas (PNCP), que


configura o sítio eletrônico oficial destinado à divulgação centralizada e obrigatória dos atos
exigidos por esta Lei e à realização facultativa das contratações pelos órgãos e entidades dos
Poderes Executivo, Legislativo e Judiciário de todos os entes federativos.

Assim, o referido portal ficará responsável por dar publicidade aos procedimentos
licitatórios e ainda pode realizar os contratos firmados pelos entes públicos.

16. DISPOSIÇÕES PENAIS DA LEI 14.133/21

A partir do art. 179, a Lei 14.133/21 trata acerca dos crimes que podem ser cometidos
na execução dos procedimentos licitatórios e dos contratos administrativos, por meio de inserção
de tipos penais no Código Penal, no capítulo atinente aos Crimes contra a Administração
Pública.

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17. DOS CONSTRATOS ADMINISTRATIVOS EM ESPÉCIE

A lei 14.133/21 regulamenta algumas espécies de contratos administrativos. O art. 2º


prevê que as suas disposições são aplicáveis a alienação e concessão de direito real de uso de
bens, compra, inclusive por encomenda, locação, concessão e permissão de uso de bens
públicos, prestação de serviços, inclusive os técnico-profissionais especializados, além de
contratos de obras e serviços de arquitetura e engenharia, abrangendo as contratações
integrada e semi-integrada.

Além destes contratos regulamentados pela lei geral de licitações e contratos, a


legislação pertinente e a doutrina costumam apontar a existência ainda de contratos de
concessão, contratos de permissão de serviços públicos e os contratos de gestão. Vejamos:

• Contratos de execução de obras; são contratos celebrados pela administração


pública para que o particular, em um prazo máximo, fixado na avença, execute obra pública
para utilização do próprio ente estatal ou da coletividade em geral. Nos termos da legislação,
pode ser conceituada como obra toda construção, reforma, fabricação, recuperação ou
ampliação, realizada por execução direta ou indireta.

Sendo assim, caso a obra não seja executada diretamente pelo poder público, poderá
ser contratada para execução por instrumentos definidos na lei, quais sejam: a) empreitada por
preço global; b) empreitada por preço unitário; c) tarefa; d) empreitada integral

ATENÇÃO! Deve haver a elaboração do projeto básico, bem como do projeto


executivo.

A contratação de obra deve ser realizada, seguindo o cronograma de elaboração do


projeto básico, primeiramente, para posterior contratação do projeto executivo e, por fim, a
celebração do ajuste para execução da obra.

• Contratação integrada e contratação semi-integrada; a Lei dispõe que, em


algumas situações, é possível a contratação semi-integrada, ou seja, contratação que envolve
a elaboração e o desenvolvimento do projeto executivo, a execução de obras e serviços de
engenharia, a montagem, a realização de testes, a pré-operação e as demais operações
necessárias e suficientes para a entrega final do objeto.

Por sua vez, a contratação integrada se configura uma espécie de contratação que
envolve a elaboração e o desenvolvimento dos projetos básico e executivo, a execução de obras
e serviços de engenharia, a montagem, a realização de testes, a pré-operação e as demais
operações necessárias e suficientes para a entrega final do objeto. Enfim, todas as etapas ficam
englobadas em uma única contratação, exigindo-se do ente estatal somente a elaboração de
um anteprojeto antes da realização do certame licitatório.

• Contratos de prestação de serviços; trata-se de contratação de atividade


destinada a obter determinada utilidade de interesse para a Administração, tais como:
demolição, conserto, instalação, montagem, operação, conservação, reparação, adaptação,
manutenção, transporte, locação de bens, publicidade, seguro ou trabalhos técnico-
profissionais.

Não se confundem com os contratos de concessão de serviços públicos, já que neste

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há a cobrança de tarifas dos usuários do serviço prestado.

• Contratos de fornecimento de bens; contratação para aquisição de bens


necessários à execução das atividades do órgão público, seja mediante pagamento à vista ou
parcelado, nos moldes definidos na proposta vencedora da licitação.

• Contrato de concessão de serviços públicos; trata-se de contratação


regulamentada pela lei 8.987/95, por meio da qual a Administração transfere, mediante
procedimento licitatório na modalidade concorrência ou diálogo competitivo, a prestação de um
determinado serviço público ao particular que deverá prestá-lo por sua conta e risco, por prazo
determinado, mediante a remuneração por meio de cobrança de tarifas dos usuários do serviço.

A concessão de serviço público poderá ser simples ou precedida de obra.

Precedida de obra (mediante concorrência) - A concessionária executa a obra, por


sua conta e risco, sendo-lhe transferida, posteriormente, a possibilidade de explorar o serviço
decorrente da obra executada, como forma de remuneração.

Ademais, a lei 11.079/04 criou duas novas espécies de concessões de serviços


públicos, designadas, pela própria lei, como Parceria Público-Privada. Tais parcerias se dividem
em duas novas espécies de ajustes, quais sejam a concessão patrocinada e a concessão
administrativa.

Concessão patrocinada - Tarifas pagas pelos usuários + contraprestação pecuniária


do poder público = remuneração

Concessão administrativa - Administração Pública a usuária, direta ou indireta, do


serviço público prestado, sendo a responsável pelo pagamento das tarifas.

• Permissão de serviços públicos – o art. 175 da Constituição Federal trata a


permissão de serviço público como contrato administrativo e, seguindo esta orientação, a lei
8.987/95, em seu art. 40, conceitua a permissão de serviços públicos como contrato de adesão
(característica comum a todos os contratos administrativos) por meio do qual se transfere a
particular a prestação de serviços públicos, por sua conta e risco, mediante remuneração por
tarifas dos usuários, a título precário. Por óbvio, a precariedade é afastada pela natureza
contratual do instituto.

• Contrato de concessão de uso de bens públicos - consentimento da utilização


de um determinado bem público, de forma especial, anormal ou privativa, com finalidade
específica, mediante pagamento de remuneração ou gratuitamente.

• Contrato de gestão – tradicionalmente, tratava-se de avença firmada entre


entidades públicas, com a intenção de conferir maior eficiência na execução das atividades, não
sendo possível a assinatura do acordo com pessoas privadas. Com a Reforma Administrativa
ocorrida, no Brasil, a partir de 1995, culminando com a edição da Emenda Constitucional n.
19/98, os contratos de gestão passaram a ter ampla previsão legal e constitucional, abarcando,
sob o mesmo título jurídico, várias espécies de ajustes, de naturezas jurídicas diversas.

Sendo assim, a lei 9649/98 regulamenta o contrato de gestão firmado entre entes da
Administração Direta e suas autarquias ou fundações públicas, ao mesmo tempo que a lei
9637/98 designa com o mesmo título, o acordo celebrado entre o Estado e entidades privadas
sem fins lucrativos que atuam na execução de serviços de utilidade pública, em um rol definido

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na própria lei. Por sua vez, o art. 37, §8º, da Constituição Federal, por meio de regulamentação
muito criticada pela doutrina brasileira, admite a celebração de contratos de gestão entre órgãos
e, até mesmo, entre órgãos públicos e seus administradores, pessoas físicas, configurando
verdadeira aberração jurídica, de impossível realização prática.

• Contrato de eficiência – A lei 14.133/21 dispõe que o contrato de eficiência é aquele


“cujo objeto é a prestação de serviços, que pode incluir a realização de obras e o fornecimento
de bens, com o objetivo de proporcionar economia ao contratante, na forma de redução de
despesas correntes, remunerado o contratado com base em percentual da economia”.

18. CONVÊNIOS

Ajustes firmados entre a Administração Pública e entidades que possuam vontades


convergentes, mediante a celebração de acordo para melhor execução das atividades de
interesse comum dos conveniados.

A legislação exige prévia aprovação de competente plano de trabalho proposto pela


organização interessada, o qual deverá conter, ao menos, algumas informações definidas na
lei, quais sejam: identificação e definição do objeto a ser executado, de interesse comum entre
os entes conveniados; metas a serem atingidas; etapas ou fases de execução; plano de
aplicação dos recursos financeiros; cronograma de desembolso de valores pela entidade
conveniada, com definição de prazos e metas; previsão de início e fim da execução do objeto,
bem assim da conclusão das etapas ou fases programadas; comprovação de que os recursos
próprios para complementar a execução do objeto estão devidamente assegurados, caso o
convênio compreenda execução de obra ou serviço de engenharia, salvo se o custo total do
empreendimento recair sobre a entidade ou órgão descentralizador.

Por fim, a doutrina e jurisprudência entendem que celebração de convênios, em


decorrência da convergência de vontades não devem ser precedidos de procedimento
licitatório.

19. CONSÓRCIOS PÚBLICOS

Os consórcios públicos foram criados com a edição da lei 11.107/05 e consistem na


gestão associada de entes federativos para prestação de serviços de interesse comum a todos
eles. Somente se admite a participação de entes políticos no acordo, ou seja, União Federal,
estados, municípios e Distrito Federal podem se associar para formação deste ajuste.

A previsão desta gestão associada tem base constitucional, haja vista a previsão no
art. 241 da Carta Magna e apresenta uma formalização jurídica estável, na qual, entidades
federativas firmam acordo para prestação de serviços públicos de forma associada,
garantindo maior eficiência e destinação de recursos mais consistentes para executar a
atividade pretendida.

Sendo assim, os entes federativos podem se associar para a formação do Consórcio


Público, criando, por meio do ajuste uma nova entidade com personalidade jurídica de direito
público ou de direito privado, consoante disposto no próprio termo do consórcio.

Na formação do ajuste, o contrato de rateio é firmado para definir com que montante
cada uma destas entidades participará na formação de manutenção da nova pessoa jurídica

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criada.

20. LICITAÇÕES E CONTRATOS DAS EMPRESAS ESTATAIS

Neste tópico serão apontados alguns pontos referentes à lei 13.303/16, a qual dispõe
sobre o estatuto jurídico da empresa pública, da sociedade de economia mista e de suas
subsidiárias, no âmbito da União, dos Estados, do Distrito Federal e dos Municípios.

Dispensa e inexigibilidade

Inicialmente, cumpre ressaltar que a Lei 13.303/16 estabelece situações de


contratações diretas por meio de dispensa e inexigibilidade de licitação.

As hipóteses de dispensa estão taxativamente expostas no art. 29 da referida lei.


Verifica-se, desta forma, que as situações de dispensa de licitações tratadas na lei 13.303/16,
seguindo as regras aplicáveis às licitações públicas em geral, abarcam hipóteses em que seria
plenamente viável a competição, mas não se faz necessária por expressa dicção legal.

Trata-se, portanto, de rol taxativo ou exaustivo, não podendo ser ampliado por
entendimento da Administração Pública ou doutrina.

Por seu turno, a inexigibilidade de licitação estará presente sempre que se demonstrar
a inviabilidade de competição. Neste sentido, o art. 30 da lei 13.303/16 dispõe acerca de
algumas hipóteses em que se configura a contratação direta com base neste entendimento.
Lembrando-se que se trata de um rol meramente exemplificativo.

Modalidade e regras aplicáveis

O art. 32, IV, da Lei 13.303/16 prevê que o pregão deverá ser a modalidade licitatória
preferencialmente utilizada nas contratações realizadas pelas empresas públicas e sociedades
de economia mista. Saliente-se que a lei deixa claro o caráter preferencial – e não exclusivo –
desta modalidade licitatória, que somente será escolhida quando for cabível, nos moldes da
legislação vigente, ou seja, para aquisição de bens e serviços comuns. Com efeito, não se pode
utilizar o pregão para a execução de obras ou alienação de bens pelas empresas estatais.
Trata-se de uma normatização equivocada e incongruente. O dispositivo legal dispõe
que o pregão é a modalidade preferencial, no entanto, trata de um procedimento licitatório
totalmente novo, não se compatibilizando com a sua estrutura.

Com efeito, mais correto seria imaginar que se trata de nova modalidade licitatória, haja
vista o procedimento totalmente inovador criado pela lei. Sendo assim, pode-se considerar que
se trata de NOVO pregão e não aquele apresentado pela lei 10.520/02.

Ademais, as licitações deverão atentar para a sustentabilidade ambiental e


acessibilidade para pessoas com deficiência ou com mobilidade reduzida.

O procedimento da licitação se desenvolve em 10 fases, quais sejam: 1) preparação; 2)


divulgação; 3) apresentação de lances ou propostas; 4) julgamento; 5) verificação da efetividade
dos lances ou propostas; 6) negociação; 7) habilitação; 8) recurso; 9) adjudicação do objeto; 10)
homologação ou revogação.

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Pré-qualificação permanente

A Pré-qualificação permanente configura uma decisão administrativa que informa que


interessados cumprem requisitos genéricos para participação de licitações no órgão público que
a está realizando. O procedimento para a pré-qualificação é público, permanente e aberto para
quaisquer interessados (art. 64, da Lei 13.303/16).

Cadastramento

A lei ainda prevê a possibilidade de cadastramento de licitantes, sendo que os registros


cadastrais poderão ser mantidos para efeito de habilitação dos inscritos em procedimentos
licitatórios e serão válidos por 1 (um) ano, no máximo, também sendo admitida a atualização a
qualquer tempo. Da mesma forma que acontece na pré-qualificação, o art. 65, § 1º, dispõe que
“Os registros cadastrais serão amplamente divulgados e ficarão permanentemente abertos para
a inscrição de interessados.”

Não se confunde com a pré-qualificação, uma vez que o cadastro se apresenta como
um conjunto de informações armazenadas no órgão público, ou seja, não há qualquer
provimento de caráter decisório proferido pelo órgão.

Prazos de implementação

A lei entrou 13.303 em vigor na data de sua publicação, ou seja, no dia 01 de julho de
2016, no entanto, algumas exigências definidas na legislação tiveram previsão de prazo para
implementação.

Contratos firmados com as empresas estatais

Inicialmente, é importante salientar que, haja vista a natureza jurídica inerente às


empresas estatais, os seus contratos não ostentam a qualidade de contratos administrativos,
razão pela qual a lei não prevê cláusulas exorbitantes como a possibilidade de alteração
unilateral da avença por determinação do contratante.

Inclusive, nesse sentido, o art. 173, II, da Constituição da República dispõe que essas
entidades devem se sujeitar ao regime jurídico próprio das empresas privadas, quanto aos
direitos e obrigações civis, comerciais, trabalhistas e tributários.

Todavia, a lei estabelece algumas peculiaridades em relação aos contratos a serem


firmados por essas empresas com particulares, inclusive a possibilidade de aplicação de multa
e exigência de garantia.

Sanções

A lei prevê que o descumprimento do contrato pelo particular, seja ele total ou parcial,
poderá, garantida a prévia defesa, aplicar ao contratado as seguintes sanções: a) advertência;
b) multa; c) suspensão temporária de participação em licitação e impedimento de contratar com
a Administração

Subcontratação

A subcontratação é admitida, desde que seja parcial e mediante autorização da empresa


estatal, desde que a empresa subcontratada atenda a todas as exigências de qualificação

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técnica impostas ao contratado no bojo do procedimento licitatório (art. 78, da Lei 13.303/16).

21. CONVÊNIOS E CONTRATOS DE REPASSE COM O PODER PÚBLICO

A legislação dispõe que a celebração de convênio, acordo ou ajuste pelos órgãos ou


entidades da Administração Pública depende de prévia aprovação de competente plano de
trabalho proposto pela organização interessada, o qual deverá conter, no mínimo,
a identificação do objeto a ser executado, as metas a serem atingidas, as etapas ou fases de
execução, o plano de aplicação dos recursos financeiros, o cronograma de desembolso, a
previsão de início e fim da execução do objeto, bem assim da conclusão das etapas ou fases
programadas e, caso o ajuste compreenda obra ou serviço de engenharia, comprovação de
que os recursos próprios para complementar a execução do objeto estão devidamente
assegurados, salvo se o custo total do empreendimento recair sobre a entidade ou órgão
descentralizador.

Enfim, pode-se verificar que, diferentemente do que ocorre com os contratos


administrativos, na celebração de convênios, as partes que firmam o ajuste possuem vontades
convergentes, não sendo necessária a realização de licitação antes de firmado o acordo.

Vedações para celabração de covênios

Não se admite a celebração de convênios com órgãos e entidades da administração


pública direta e indireta dos Estados, Distrito Federal e Municípios cujo valor seja inferior a valor
definido em ato conjunto o Ministério do Planejamento, do Ministério da Economia e da CGU.

Trata-se de vedação decorrente de baixo valor do objeto.

Da mesma forma, não é possível que se firme este tipo de ajuste com entidades privadas
sem fins lucrativos que tenham como dirigente agente político de Poder ou do Ministério Público,
dirigente de órgão ou entidade da administração pública de qualquer esfera governamental, ou
respectivo cônjuge ou companheiro, bem como parente em linha reta, colateral ou por afinidade,
até o segundo grau. Neste caso, se busca vedar o favorecimento de agentes públicos e
seus parentes com o repasse de verbas públicas.

O decreto dispõe ainda que o convênio não pode ser firmado entre órgãos e entidades
da administração pública federal. O acordo não é permitido com entidades privadas sem fins
lucrativos que não comprovem ter desenvolvido, durante os últimos três anos, atividades
referentes à matéria objeto do convênio ou contrato de repasse ou com entidades privadas sem
fins lucrativos que tenham, em suas relações anteriores com a União, cometido algumas das
infrações reguladas no Decreto.

Por fim, é vedada a celebração de convênios cuja vigência se encerre no último ou no


primeiro trimestre de mandato dos Chefes do Poder Executivo dos entes federativos.

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