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DIREITO ADMINISTRATIVO

LICITAÇÕES
Trata-se se procedimento administrativo prévio às contratações públicas,
realizados através de uma série concatenada de atos que, legalmente distribuídos,
resultam na celebração de um contrato1.
A licitação busca afastar critérios e preferências pessoais do administrador,
quando da escolha das “pessoas” a serem contratadas pelo Poder Público.
A norma vazada no inciso XXI, do art. 37, da CRFB assim dispõe:
“ressalvados os casos especificados na legislação, as obras, serviços,
compras e alienações serão contratados mediante processo de
licitação pública que assegure igualdade de condições a todos os
concorrentes, com cláusulas que estabeleçam obrigações de
pagamento, mantidas as condições efetivas da proposta, nos termos
da lei, o qual somente permitirá as exigências de qualificação técnica
e econômica indispensáveis à garantia do cumprimento das
obrigações”.

Ainda no tocante à obrigatoriedade da licitação, tem-se o contido no art. 175


da Carta Magna, que impõe licitação prévia à celebração dos contratos de concessão e
permissão de serviço público.
A competência legislativa para a edição de normas gerais de licitações e
contratos administrativos é da União (art. 22, XXVII, da CRFB), que deve dispor sobre
os fundamentos da licitação, seus princípios e as diretrizes. Os entes federativos
poderão estabelecer normas específicas, desde que observadas as disposições genéricas
constantes na legislação federal.
As regras específicas constantes na legislação federal, no tocante às licitações
e contratos administrativos, são constitucionais quando aplicadas no âmbito federal,
todavia inconstitucionais para os entes federativos.
PRINCÍPIOS NORTEADORES
O art. 5º, da Lei nº. 14.133/21, menciona os princípios norteadores.
PRINCÍPIO DA VINCULAÇÃO AO EDITAL
Conforme lição de Hely Lopes, o edital é a “lei da licitação”. Não obstante o
edital não ser lei, essa afirmação diz respeito ao princípio da vinculação ao edital.
Quando da elaboração do edital, há discricionariedade em alguns aspectos (ex.: escolha
do critério a ser utilizado dentre aqueles previstos em lei). Entretanto, uma vez
publicado, cessa a discricionariedade, passando a ser imperativo o seu cumprimento.
PRINCÍPIO DO JULGAMENTO OBJETIVO
Quando da elaboração do edital de licitação, a Administração Pública deve
estabelecer, de modo claro e preciso, qual o critério a ser utilizado para a seleção da

1
Matheus Carvalho – Manual de Direito Administrativo (2022).
proposta vencedora. A norma contida no art. 33, da lei 14.133/21, estabelece os
possíveis critérios a serem utilizados, quais sejam:
Menor preço;
Maior desconto;
Melhor técnica ou conteúdo artístico;
Técnica e preço;
Maior lance (leilão);
Maior retorno econômico (contratos de performance);
Admite-se, ainda, a conjugação dos critérios da técnica e preço com o maior
retorno econômico. Senão os critérios mencionados, não se admite o emprego de outros
critérios.
A lei prevê, também, as hipóteses em que poderá ser indicada a marca ou
modelo, a saber:
Necessidade de padronização;
Para manter a compatibilidade com plataformas e padrões já adotados
pela Administração Pública;
Marca ou modelo que, comercializado por mais de um fornecedor, for
único capaz de atender às necessidades do certame; e
Quando a descrição do objeto puder ser mais bem compreendida pela
identificação de determinada marca ou modelo, que servirão apenas
como referência.
PRINCÍPIO DO SIGILO DAS PROPOSTAS
Em regra, os atos praticados no processo licitatório são públicos. As
informações cujo sigilo seja imprescindível à segurança da sociedade e do Estado, na
forma da lei, constituem exceções à publicidade (art. 13, da Lei nº. 14.133/21).
A publicidade será diferida:
Quanto ao conteúdo da proposta, até a respectiva abertura;
Quanto ao orçamento da Administração – desde que justificado, o
orçamento estimado da contratação poderá ter caráter sigiloso, sem
prejuízo da divulgação do detalhamento dos quantitativos e das demais
informações necessárias para a elaboração das propostas, e, nesse caso,
o sigilo não prevalecerá para os órgãos de controle interno e externo
(art. 13 c/c o art. 24, todos da Lei nº. 14.133/21).
A abertura dos envelopes deve ser realizada conjuntamente pelos concorrentes,
em sessão pública. Até o momento previsto no edital, deve-se resguardar o sigilo.
Sobre o tema, dentre os crimes contra a Administração Pública praticados por particular,
tem-se o crime de violação de sigilo em licitação (art. 337-J, do CP).
PRINCÍPIO DA COMPETITIVIDADE
PRINCÍPIO DA ECONOMICIDADE
PRINCÍPIO DA ISONOMIA
Este princípio aduz que é imprescindível garantir entre os licitantes um
tratamento isonômico, rechaçando-se diferenciações que objetivem beneficiar ou
prejudicar algum concorrente. Ademais, é inadmissível a adoção de critério não
previamente estabelecido pela lei, bem como são exigíveis apenas os indispensáveis à
realização do certame.
É importante destacar que o princípio da isonomia deve ser aplicado em sua
dimensão material, ou seja, aos que estão em contextos fáticos desiguais, busca-se
restabelecer o equilíbrio através do direito. Assim, justifica-se o tratamento desigual
conferido às microempresas e às empresas de pequeno porte, tal como o disposto no
art. 26 da Lei de Licitação: No processo de licitação, poderá ser estabelecida margem
de preferência para: I - bens manufaturados e serviços nacionais que atendam a
normas técnicas brasileiras; II - bens reciclados, recicláveis ou biodegradáveis,
conforme regulamento.
PRINCÍPIO DA SEGREGAÇÃO DAS FUNÇÕES
Cada etapa que compõe o procedimento licitatório deve ser desempenhada
por um agente público diferente, ou seja, as fases de autorização, de aprovação, de
execução, tal como o controle e a contabilização, serão, cada uma, responsabilidade de
um agente público diverso.
O princípio em apreço busca proporcionar maior segurança contra fraudes,
equívocos, entre outros modos de utilização irregular dos recursos públicos.
PRINCÍPIO DA SEGURANÇA JURÍDICA
Refere-se à irretroatividade das diversas modificações da norma jurídica diante
de situações pretéritas, e à vedação de aplicação retroativa de nova interpretação em
situações já consolidadas.
TIPOS DE LICITAÇÃO
Conforme seja o critério de seleção da melhor proposta, ter-se-á um tipo de
licitação. Não se deve confundir os tipos com as modalidades de licitação. A expressão
modalidade diz respeito à estrutura procedimental. Isso posto, são os tipos de
licitação:
a) Menor preço: a proposta a ser selecionada é a de preço mais baixo entre
os competidores. Geralmente, utilizado para a compra de produtos sem
indicação de características especiais ou quando tais informações já
são definidas como requisitos mínimos;
b) Maior desconto: o julgamento terá como referência o preço global
fixado no edital de licitação, devendo, o desconto, estender-se aos
eventuais termos aditivos.
c) Melhor técnica ou conteúdo artístico: é a licitação que tem por critério
a qualidade do produto a ser adquirido ou do serviço a ser prestado.
O valor da contratação é estipulado previamente, sendo considerado
apenas a proposta técnica a ser oferecida. Este critério deve ser
empregado para a contratação de projetos e trabalhos de natureza
técnica, científica ou artística.
d) Técnica e preço: para a seleção, é analisada a qualidade do bem ou
serviço a ser prestado, bem como do preço. Esse tipo é adequado
quando a variação da qualidade da prestação refletir na satisfação
das necessidades da Administração Pública.
A pontuação é obtida através da ponderação, através de fatores objetivos
constantes no instrumento convocatório, das notas atribuídas aos
aspectos técnicos e de preço da proposta.
Neste tipo de licitação, primeiro são analisadas as propostas técnicas,
depois as propostas de preço apresentadas. A proporção máxima é de
70% de valoração para a proposta técnica.
Por fim, é importante mencionar que a obtenção de pontuação devido à
capacitação técnico-profissional exigirá que a execução do respectivo
contrato tenha participação direta e pessoal do profissional
correspondente.
e) Maior lance: empregada para a alienação de bens e direitos, é
apropriada para a modalidade licitatória leilão.
f) Melhor retorno econômico: deve ser utilizado quando da celebração de
contrato de eficiência, hipótese em que será considerado a proposta que
proporcionar maior economia à Administração. Conforme Matheus
Carvalho (2022), a remuneração será fixada em percentual que
incidirá de forma proporcional à economia efetivamente obtida na
execução do contrato. Assim, tem-se que a proposta de preço
apresentada corresponderá a percentual sobre a economia que se estima
gerar em um dado período, expressa em unidade monetária.
DESEMPATE NA LICITAÇÃO
A norma veiculada no art. 60 da Lei 14.133/21 estabelece os critérios de
desempate, que deverão ser utilizados sucessivamente, ou seja, estão listados em uma
ordem de preferência, não podendo, a Administração Pública, fugir da ordem de
preferência legalmente estabelecida. São critérios sucessivos de desempate:
Art. 60. Em caso de empate entre duas ou mais propostas, serão utilizados os seguintes
critérios de desempate, nesta ordem:
I - disputa final, hipótese em que os licitantes empatados poderão apresentar nova
proposta em ato contínuo à classificação;
II - avaliação do desempenho contratual prévio dos licitantes, para a qual deverão
preferencialmente ser utilizados registros cadastrais para efeito de atesto de
cumprimento de obrigações previstos nesta Lei;
III - desenvolvimento pelo licitante de ações de equidade entre homens e mulheres
no ambiente de trabalho, conforme regulamento;
IV - desenvolvimento pelo licitante de programa de integridade, conforme
orientações dos órgãos de controle.
Obs.: Conforme lição de Matheus Carvalho, trata-se de um programa específico de
“compliance” (conformidade com...), voltados para as normas gerais da Administração
Pública, evitando-se a prática de atos ilícitos constantes na Lei nº. 12.846/13.
§ 1º Em igualdade de condições, se não houver desempate, será assegurada
preferência, sucessivamente, aos bens e serviços produzidos ou prestados por:
I - empresas estabelecidas no território do Estado ou do Distrito Federal do órgão
ou entidade da Administração Pública estadual ou distrital licitante ou, no caso de
licitação realizada por órgão ou entidade de Município, no território do Estado em que
este se localize;
II - empresas brasileiras;
III - empresas que invistam em pesquisa e no desenvolvimento de tecnologia no
País;
IV - empresas que comprovem a prática de mitigação, nos termos da Lei nº 12.187, de
29 de dezembro de 2009 (institui a Política Nacional sobre Mudança do Clima -
PNMC e dá outras providências).
Obs.: refere-se ao emprego de tecnologia que reduza a emissão de poluentes.
§ 2º As regras previstas no caput deste artigo não prejudicarão a aplicação do disposto
no art. 44 da Lei Complementar nº 123, de 14 de dezembro de 2006.
Obs.: esse dispositivo trata das Microempresas (ME) e Empresas de Pequeno Porte
(EPP). A norma mencionada no §2º preconiza o que segue:
LC nº 123/06, art. 44. Nas licitações será assegurada, como critério de desempate,
preferência de contratação para as microempresas e empresas de pequeno porte.
(Vide Lei nº 14.133, de 2021)
§ 1º Entende-se por empate aquelas situações em que as propostas apresentadas pelas
microempresas e empresas de pequeno porte sejam iguais ou até 10% (dez por
cento) superiores à proposta mais bem classificada.
§ 2º Na modalidade de pregão, o intervalo percentual estabelecido no § 1o deste artigo
será de até 5% (cinco por cento) superior ao melhor preço.
QUEM DEVE LICITAR
O art. 1º da Lei nº 14.133/21 traz que suas normas gerais de licitação e
contratação são aplicáveis à Administração Pública direta e indireta da União, dos
Estados-membros, dos Municípios e do DF, com exceção das estatais e suas
subsidiárias, cujas normas de licitação e contratos aplicáveis estão vazadas na Lei nº
13.303/16.
O inciso I, do artigo mencionado, quando no desempenho da função
administrativa, esta norma abrange os órgãos do Poder Legislativo e Judiciário. No
tocante aos Fundos Especiais, trata-se de recursos destinados, não configurando um
sujeito, todavia objeto de direito.
PRAZO MÍNIMO PARA A APRESENTAÇÃO DE PROPOSTAS E LANCES
(ART. 55, DA LEI Nº 14.133/21)
Art. 55. Os prazos mínimos para apresentação de propostas e lances, contados a partir
da data de divulgação do edital de licitação, são de:
I - para aquisição de bens:
a) 8 (oito) dias úteis, quando adotados os critérios de julgamento de menor preço ou
de maior desconto;
b) 15 (quinze) dias úteis, nas hipóteses não abrangidas pela alínea “a” deste inciso;
II - no caso de serviços e obras:
a) 10 (dez) dias úteis, quando adotados os critérios de julgamento de menor preço ou
de maior desconto, no caso de serviços comuns e de obras e serviços comuns de
engenharia;
b) 25 (vinte e cinco) dias úteis, quando adotados os critérios de julgamento de menor
preço ou de maior desconto, no caso de serviços especiais e de obras e serviços
especiais de engenharia;
c) 60 (sessenta) dias úteis, quando o regime de execução for de contratação
integrada;
d) 35 (trinta e cinco) dias úteis, quando o regime de execução for o de contratação
semi-integrada ou nas hipóteses não abrangidas pelas alíneas “a”, “b” e “c” deste
inciso;
III - para licitação em que se adote o critério de julgamento de maior lance, 15 (quinze)
dias úteis;
IV - para licitação em que se adote o critério de julgamento de técnica e preço ou de
melhor técnica ou conteúdo artístico, 35 (trinta e cinco) dias úteis.
§ 1º Eventuais modificações no edital implicarão nova divulgação na mesma forma de
sua divulgação inicial, além do cumprimento dos mesmos prazos dos atos e
procedimentos originais, exceto quando a alteração não comprometer a formulação das
propostas.
§ 2º Os prazos previstos neste artigo poderão, mediante decisão fundamentada, ser
reduzidos até a metade nas licitações realizadas pelo Ministério da Saúde, no
âmbito do Sistema Único de Saúde (SUS).
Esquematizando
Técnica e preço e Melhor Bens
técnica ou conteúdo
artístico

a. Menor preço ou maior


desconto: 8 (oito) dias úteis;
35 (trinta e cinco) dias úteis.
b. Demais tipos de licitação: 15
(quinze) dias úteis

a. Comuns: 10 dias úteis - menor


preço ou maior desconto;
b. Especiais: 25 dias úteis - menor
preço ou maior desconto;
15 (quinze) dias úteis c. Regime de execução:
c.1. Contratação integrada: 60
dias úteis;
Maior lance Serviços e obras
c.2. Contratação semi-integrada e
as hipóteses acima previstas,
desde que empregados outros
critérios que não o menor preço e
maior desconto: 35 dias úteis.

Sempre que o prazo for contado em dias úteis, deve haver menção expressa no
edital, caso contrário, serão considerados os dias corridos. Quando da contagem, exclui-
se o primeiro dia e inclui o último. Caso o início e/ou o fim do prazo estabelecido ocorra
em dia não útil, prorrogar-se-á para o dia útil subsequente.
AGENTES DA LICITAÇÃO
A legislação anterior estabelecia a necessidade de uma comissão de licitação.
Hoje, é necessária apenas a designação de um agente de contratos.
A autoridade máxima do órgão licitante é responsável pela elaboração do
edital e exposição de motivos da contratação. A designação é formalizada por meio
de um decreto, portaria, resolução ou ato da diretoria, conforme seja a natureza da
entidade licitante.
Os requisitos para a escolha do agente mencionado constam no art. 7º, da lei
14.133/2021:

Art. 7º - Caberá à autoridade máxima do órgão ou da entidade, ou a quem as


normas de organização administrativa indicarem, promover gestão por competências e
designar agentes públicos para o desempenho das funções essenciais à execução desta
Lei que preencham os seguintes requisitos:
I - sejam, preferencialmente, servidor efetivo ou empregado público dos
quadros permanentes da Administração Pública;
II - tenham atribuições relacionadas a licitações e contratos ou possuam
formação compatível ou qualificação atestada por certificação profissional emitida
por escola de governo criada e mantida pelo poder público; e
III - não sejam cônjuge ou companheiro de licitantes ou contratados
habituais da Administração nem tenham com eles vínculo de parentesco, colateral
ou por afinidade, até o terceiro grau, ou de natureza técnica, comercial, econômica,
financeira, trabalhista e civil.

No pregão, esse agente é denominado pregoeiro.


A função do agente de contratação é analisar os pedidos de inscrição em
registros cadastrais, e sua alteração ou cancelamento, a habilitação para a
participação no certame e a análise e julgamento das propostas, conforme seja o
tipo de licitação.
O agente receberá auxílio de uma equipe de apoio, respondendo individualmente
pelos atos praticados, exceto se induzido a erro provocado pela equipe.
Licitações envolvendo bens ou serviços especiais
Nessas hipóteses, a figura do agente poderá ser substituída por uma comissão de
licitação. Os atos por ela praticados estão passíveis de fiscalização por parte de
qualquer cidadão, da autoridade designadora ou pelos órgãos de controle, internos e
externos.
Defesa de agentes públicos atuantes em processos licitatórios e gestão de
contratos administrativos pela advocacia pública
No tocante à defesa dos agentes, a lei estabelece que a advocacia pública poderá
proceder à defesa, em havendo interesse por parte do agente, diante da prática de atos
em estrita observância de orientação constante em parecer jurídico. Existindo
prova da prática dolosa de atos ilícitos, seja em processo administrativo ou
judicial, não será aplicada essa norma.

MODALIDADES LICITATÓRIAS
Ao passo que os tipos de licitação dizem respeito ao critério empregado para a
avaliação das propostas, as modalidades são estabelecidas em razão da estrutura
procedimental adotada.
As modalidades são:
1. Pregão;
2. Concorrência;
3. Concurso;
4. Leilão; e
5. Diálogo competitivo.
Observações gerais:
É vedada a combinação de modalidades;
A Lei nº. 14.133/21 suprimiu o convite e a tomada de preço;
O valor da contratação não é mais um critério de escolha da modalidade a ser
adotada; e
Instituiu o Diálogo Competitivo enquanto modalidade licitatória.
CONCORRÊNCIA
É considerada uma modalidade genérica, em que podem participar quaisquer
interessados;
Contratação de bens e serviços especiais e de obras e serviços comuns e
especiais de engenharia;
Critérios de escolhas admitidos nesta modalidade:
 Menor preço;
 Melhor técnica ou conteúdo artístico;
 Técnica e preço;
 Maior retorno econômico; ou
 Maior desconto.
Obrigatoriedade da Concorrência (ou diálogo competitivo):
 Contratos de concessão;
 Parcerias Público-privadas.
CONCURSO
Visa à escolha de trabalho técnico, artístico ou científico, mediante pagamento
de prêmio ao vencedor;
Exemplos: concurso para a escolha de melhor projeto arquitetônico para a
revitalização do centro de uma cidade, ou concurso de monografias em
determinada área do conhecimento de interesse do órgão público (Matheus
Carvalho);
Edital:
o Indicação da qualificação exigida dos participantes;
o As diretrizes e formas de apresentação dos trabalhos e as condições de
realização;
o Prêmio ou remuneração a ser concedida ao vencedor.
Concursos destinador à elaboração de projeto:
o Vencedor deverá ceder à Administração todos os direitos patrimoniais
relativos ao projeto;
o Autorizar a execução do projeto conforme conveniência e
oportunidade das autoridades competentes;
o Tipos de licitação: melhor técnica ou conteúdo artístico.
LEILÃO
Modalidade de licitação para alienação de bens imóveis ou de bens móveis
inservíveis ou legalmente apreendidos a quem oferecer o maior lance;
Bens imóveis:
 A alienação depende de uma declaração de interesse público na
venda;
 Avaliação prévia do bem;
 Autorização legislativa específica; e
 Licitação na modalidade leilão;
 Bens adquiridos mediante dação em pagamento ou decisão judicial:
autorização legislativa dispensada.
Bens móveis:
 A alienação depende de justificativa de interesse público, avaliação
prévia e modalidade leilão;
 Bens inservíveis: bens que não têm mais serventia pública. São bens
desafetados, que não estão sendo destinados à utilidade pública;
 Bens apreendidos: confiscados pelo Poder Público, por estarem sendo
utilizados ilicitamente por particulares (ex.: bens apreendidos pela
alfândega, que entrariam no país mediante descaminho).
 Bens empenhados pelo particular ao ente público: por
exemplo, empréstimo de dinheiro efetivado pela CEF a um
particular, que entrega joias como garantia. Em vencido o
contrato sem a respectiva contraprestação, poderá ser realizado
leilão para a alienação de bens objetos de penhor.
 Leiloeiro: pode ser oficial ou um servidor designado para tal. Caso seja
um leiloeiro oficial, deverá ser selecionado mediante credenciamento ou
licitação na modalidade pregão, devendo ser do tipo maior desconto
para as comissões a serem cobradas.
 O edital deverá ser publicado em sítio eletrônico oficial, sendo afixado,
também, em local de grande circulação de pessoas;
 O leilão será SEMPRE do tipo maior lance, com o intervalo mínimo de
15 dias úteis.
PREGÃO
Lei nº. 10.520/02;
É modalidade mais célere (aspectos de desburocratização), visa à busca pelas
contratações de preços mais baixos – agilidade e redução de gastos;
Tal como a concorrência, admite lances verbais, permitindo contratações de
menor custo, respeitados os limites mínimos de qualidade;
Aquisição de bens e serviços comuns – os padrões mínimos de qualidades
são definidos no instrumento convocatório;
Sempre do tipo menor preço ou maior desconto;
Agente: pregoeiro (a lei prevê a designação de uma equipe de apoio).
DIÁLOGO COMPETITIVO
Criada pela Lei nº. 14.133/21;
Através desta modalidade, a Administração realiza diálogos com licitantes
previamente selecionados mediante critérios objetivos, visando à contratação de
obras, serviços e compras. O fim é o desenvolvimento de uma ou mais
alternativas capazes de atender suas necessidades. Após o encerramento dos
diálogos, os licitantes devem apresentar as suas respectivas propostas;
Foi baseada nos procedimentos licitatórios europeus (Diretiva 2014/24/UE);
Há o reconhecimento por parte da Administração Pública da importância da contratação
de determinado objeto, todavia não se sabe a melhor forma de suprir tal necessidade.
Diante disso, é estabelecido um diálogo com os particulares, com vistas para a melhor
solução do problema.
Após os diálogos, com a construção da solução de forma conjunta, todos
participam de procedimento com critérios objetivos para a execução do serviço,
sem novos diálogos. Existe negociação apenas na fase inicial de definição do
objeto, e não no procedimento de contratação propriamente dito.

LICITAÇÃO PARA REGISTRO DE PREÇOS


Art. 82 da Lei nº. 14.133/21;
Licitação sem fim imediato de contratação;
Objetiva registrar preço para eventual contratação posterior;
Não vincula a Administração Pública a contratar com o vencedor – o vencedor
não tem garantia de que o Estado irá contratar com ele.
O licitante deve apresentar o valor unitário do produto ou serviço, haja vista não
existir quantitativo exato a ser adquirido;
A Administração, no certame, deve informar a quantidade máxima que poderá
adquirir por meio da ata decorrente do certame;
Ao fim da licitação, os valores serão registrados no sistema de cadastro do ente
(ata de registro de preços);
A ata terá validade de 1 ano, prorrogável por mais 1 ano;
Art. 83. A existência de preços registrados implicará compromisso de
fornecimento nas condições estabelecidas, mas não obrigará a Administração
a contratar, facultada a realização de licitação específica para a aquisição
pretendida, desde que devidamente motivada.
Art. 84. O prazo de vigência da ata de registro de preços será de 1 (um) ano e
poderá ser prorrogado, por igual período, desde que comprovado o preço
vantajoso;

Art. 82. O edital de licitação para registro de preços observará as regras gerais desta
Lei e deverá dispor sobre:
I - as especificidades da licitação e de seu objeto, inclusive a quantidade máxima de
cada item que poderá ser adquirida;
II - a quantidade mínima a ser cotada de unidades de bens ou, no caso de serviços,
de unidades de medida;
III - a possibilidade de prever preços diferentes:
a) quando o objeto for realizado ou entregue em locais diferentes;
b) em razão da forma e do local de acondicionamento;
c) quando admitida cotação variável em razão do tamanho do lote;
d) por outros motivos justificados no processo;
IV - a possibilidade de o licitante oferecer ou não proposta em quantitativo inferior ao
máximo previsto no edital, obrigando-se nos limites dela;
V - o critério de julgamento da licitação, que será o de menor preço ou o de maior
desconto sobre tabela de preços praticada no mercado;
VI - as condições para alteração de preços registrados;
VII - o registro de mais de um fornecedor ou prestador de serviço, desde que
aceitem cotar o objeto em preço igual ao do licitante vencedor, assegurada a
preferência de contratação de acordo com a ordem de classificação;
VIII - a vedação à participação do órgão ou entidade em mais de uma ata de
registro de preços com o mesmo objeto no prazo de validade daquela de que já
tiver participado, salvo na ocorrência de ata que tenha registrado quantitativo
inferior ao máximo previsto no edital;
IX - as hipóteses de cancelamento da ata de registro de preços e suas consequências.
§ 1º O critério de julgamento de menor preço por grupo de itens somente poderá ser
adotado quando for demonstrada a inviabilidade de se promover a adjudicação
por item e for evidenciada a sua vantagem técnica e econômica, e o critério de
aceitabilidade de preços unitários máximos deverá ser indicado no edital.
§ 2º Na hipótese de que trata o § 1º deste artigo, observados os parâmetros estabelecidos
nos §§ 1º, 2º e 3º do art. 23 desta Lei, a contratação posterior de item específico
constante de grupo de itens exigirá prévia pesquisa de mercado e demonstração de sua
vantagem para o órgão ou entidade.
§ 3º É permitido registro de preços com indicação limitada a unidades de
contratação, sem indicação do total a ser adquirido, apenas nas seguintes situações:
I - quando for a primeira licitação para o objeto e o órgão ou entidade não tiver registro
de demandas anteriores;
II - no caso de alimento perecível;
III - no caso em que o serviço estiver integrado ao fornecimento de bens.
§ 4º Nas situações referidas no § 3º deste artigo, é obrigatória a indicação do valor
máximo da despesa e é vedada a participação de outro órgão ou entidade na ata.
§ 5º O sistema de registro de preços poderá ser usado para a contratação de bens e
serviços, inclusive de obras e serviços de engenharia, observadas as seguintes
condições:
I - realização prévia de ampla pesquisa de mercado;
II - seleção de acordo com os procedimentos previstos em regulamento;
III - desenvolvimento obrigatório de rotina de controle;
IV - atualização periódica dos preços registrados
V - definição do período de validade do registro de preços;
VI - inclusão, em ata de registro de preços, do licitante que aceitar cotar os bens ou
serviços em preços iguais aos do licitante vencedor na sequência de classificação da
licitação e inclusão do licitante que mantiver sua proposta original.
§ 6º O sistema de registro de preços poderá, na forma de regulamento, ser utilizado
nas hipóteses de inexigibilidade e de dispensa de licitação para a aquisição de bens ou
para a contratação de serviços por mais de um órgão ou entidade.

Art. 86. O órgão ou entidade gerenciadora deverá, na fase preparatória do


processo licitatório, para fins de registro de preços, realizar procedimento
público de intenção de registro de preços para, nos termos de regulamento,
possibilitar, pelo prazo mínimo de 8 (oito) dias úteis, a participação de
outros órgãos ou entidades na respectiva ata e determinar a estimativa total de
quantidades da contratação;

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