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importante papel a ser garantido pelo Estado; Lei 8,0748 de 11 de setembro de 1990;
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Lei de Planos de Saúde (Lei n° 9656 de garantir Justiça Social, diminuindo os efeitos da
03/06/1998) desigualdade.
Art. 5º Todos são iguais perante a lei, sem distinção A presunção de vulnerabilidade pode ser notada
de qualquer natureza, garantindo-se aos brasileiros e na tendência de uso da contratação pelos
aos estrangeiros residentes no País a inviolabilidade consumidores em relação a muitos produtos e
do direito à vida, à liberdade, à igualdade, à segurança serviços. Essa necessidade de consumo afeta a
e à propriedade, nos termos seguintes: XXXII - o autonomia da vontade gerando um desequilíbrio
Estado promoverá, na forma da lei, a defesa do
natural, fazendo com que o legislador adote um
consumidor;
fundamento protetivo. A formula tradicional dos
Art. 170. A ordem econômica, fundada na contratos é voltada para regulação do equilíbrio e
valorização do trabalho humano e na livre iniciativa, não para a proteção de uma das partes celebrantes.
tem por fim assegurar a todos existência digna,
conforme os ditames da justiça social, observados os Elementos subjetivos:
seguintes princípios: V - defesa do consumidor;
Consumidor:
Principais características: Art. 2° Consumidor é toda pessoa física ou
jurídica que adquire ou utiliza produto ou serviço
Norma de ordem pública: conforma ordem como destinatário final.
econômica com interesse social de maneira
harmônica com os direitos dos Essa destinação final do produto ou serviço
consumidores; possui algumas teorias:
Dirigismo contratual: institui um sistema de o Finalista: as pessoas jurídicas do conceito
proteção ao consumidor, o Estado controla o seriam somente as sem fins econômicos
consumo buscando o equilíbrio entre ou ainda, as demais, teriam que adquirir
consumidor e fornecedor; o produto ou serviço dissociado de sua
Interesse social: minorar a desigualdade atividade econômica e produtiva.
entre consumidor e poder econômico o Maximalista: alcançaria pessoas físicas
consumo a toda a população como uma forma de somente os produtos e serviços na cadeia
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de transformação (produção, montagem, § 1° Produto é qualquer bem, móvel ou imóvel,
transformação ou revenda) material ou imaterial.
Produtos:
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determináveis ou não, expostas às Colaboração.
práticas nele previstas. Supressio: perda da prerrogativa
Vítimas do ato de consumo: contratual ou faculdade legal a
Art. 17. Para os efeitos desta Seção, revelar uma vontade do contratante
equiparam-se aos consumidores todas as
distinta daquela firmada no vínculo
vítimas do evento.
contratual.
o Ex.: tragédia do voo 3054 da TAM no Surrectio: surgimento de um direito
aeroporto de Congonhas que deixou 199 por meio de um costume
mortos, sendo 187 dentro do avião e 12 estabelecido entre os contratantes,
que foram atingidas pela colisão com um uma vez não previsto em contrato.
prédio na Av. Washington Luís. Tu quoque: um contratante, que
descumpre uma norma jurídica,
2.3. Princípios
não pode se valer da situação
Gerais do Direito Privado: alcançada para benefício próprio.
o Autonomia da vontade Venire contra factum proprium:
o Força vinculante ou obrigatória: impede que alguém tenha
imperatividade dos contratos comportamento contraditório,
o Função social: regular os interesses inesperado, causando surpresa na
particulares e se limitar contra excessos e outra parte, pois haveria quebra do
obedecer a valores sociais e coletivos, dever de lealdade e confiança.
não apenas das partes, mas a terceiros que Duty to mitigate the loss: quando
possam ser diretamente atingidos. um dos contratantes deixa de atuar
o Boa-fé: da maneira esperada, acarretando
Objetiva: dever primário de uma piora na situação de
adimplemento obrigacional e inadimplemento contratual para o
secundário, que envolve a eticidade outro contratante.
em torno do relacionamento Princípios típicos do Direito do Consumidor:
contratual.
Art. 4º A Política Nacional das Relações de
Assistência à outra parte;
Consumo tem por objetivo o atendimento das
Confidencialidade;
necessidades dos consumidores, o respeito à
Respeito; sua dignidade, saúde e segurança, a proteção
Informação quanto ao objeto de seus interesses econômicos, a melhoria da
do negócio; sua qualidade de vida, bem como a
Atuação conforme a confiança transparência e harmonia das relações de
Lealdade; o Vulnerabilidade:
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I - Reconhecimento da a) por iniciativa direta; (criação
vulnerabilidade do consumidor no mercado de órgãos públicos destinados à
de consumo; proteção do consumidor, por
Sentindo amplo: proteção e exemplo, PROCON)
melhoria da qualidade de vida; b) por incentivos à criação e
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tecnológico, de modo a viabilizar os desenfreado e estímulo ao consumo
princípios nos quais se funda a ordem seguro.
econômica (art. 170, da Constituição Tornar as regras e valores de
Federal), sempre com base na boa-fé e
consumo conhecidas,
equilíbrio nas relações entre
possibilitando maior consciência
consumidores e fornecedores;
em torno de seus direitos.
V - Incentivo à criação pelos
o Melhoria constante do serviço de origem
fornecedores de meios eficientes de
pública:
controle de qualidade e segurança de
produtos e serviços, assim como de VII - racionalização e melhoria dos
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Como instrumentos elencados pelos incisos do fornecimento de produtos e serviços
art. 5°, temos: considerados perigosos ou nocivos;
A. Juizados especiais cíveis: democratização do Menor risco contra os maiores valores pessoais,
com finalidade preventiva e valorativa.
acesso e facilitação da defesa dos direitos,
com soluções rápidas; II - A educação e divulgação sobre o consumo
B. Assistência jurídica gratuita; adequado dos produtos e serviços, asseguradas a
2.5. Sistema nacional de defesa do consumidor III - a informação adequada e clara sobre os
diferentes produtos e serviços, com especificação
Para formar este sistema nacional, o poder correta de quantidade, características,
público e a sociedade devem atuar em conjunto em composição, qualidade, tributos incidentes e
todos os níveis. preço, bem como sobre os riscos que apresentem;
Art. 105. Integram o Sistema Nacional de Defesa Prevenção de danos e maior satisfação através do
do Consumidor (SNDC), os órgãos federais, consumo.
estaduais, do Distrito Federal e municipais e as
IV - a proteção contra a publicidade enganosa e
entidades privadas de defesa do consumidor.
abusiva, métodos comerciais coercitivos ou
No âmbito: desleais, bem como contra práticas e cláusulas
abusivas ou impostas no fornecimento de
Federal: Ministério da Justiça e Segurança
produtos e serviços;
Pública através da SENACON.
Contra abuso de fornecimento.
o SENACON: planeja, elabora,
coordena e executa esta política. V - a modificação das cláusulas contratuais que
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Mecanismo de responsabilização diferente do XIII - a informação acerca dos preços dos
presente no Código Civil. produtos por unidade de medida, tal como por
quilo, por litro, por metro ou por outra unidade,
VII - o acesso aos órgãos judiciários e
conforme o caso. Regras gerais de direito
administrativos com vistas à prevenção ou
material
reparação de danos patrimoniais e morais,
individuais, coletivos ou difusos, assegurada a 2.7. Regras gerais de direito material
proteção Jurídica, administrativa e técnica aos
Preliminarmente, o CDC como norma de
necessitados;
ordem público firma conceitualmente a relação
Direito programático entrelaçado e decorrente
jurídica de consumo, estabelecendo linhas
dos instrumentos de juizados especiais e
fundamentais de uma política nacional com
assistência jurídica, junto com o sistema
princípios, instrumentos e um rol de direitos
administrativo de proteção.
materiais essenciais, individuais e coletivos dos
VIII - a facilitação da defesa de seus direitos, consumidores.
inclusive com a inversão do ônus da prova, a seu
favor, no processo civil, quando, a critério do Art. 7° Os direitos previstos neste código não
juiz, for verossímil a alegação ou quando for ele excluem outros decorrentes de tratados ou
XII - a preservação do mínimo existencial, nos Esta regra geral de extensão, para a proteção
termos da regulamentação, na repactuação de total do consumidor, assim, será aplicada as normas
dívidas e na concessão de crédito; de maior proteção mesmo que posterior ao CDC.
Adotando regras diferentes para favorecer o
consumidor, não existindo conflito de normas, visto
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que se aplica o art. 7° do CDC conjuntamente a Art. 8° Os produtos e serviços colocados no
norma utilizada. mercado de consumo não acarretarão riscos à
saúde ou segurança dos consumidores, exceto os
Parágrafo único. Tendo mais de um autor a
considerados normais e previsíveis em
ofensa, todos responderão solidariamente pela
decorrência de sua natureza e fruição, obrigando-
reparação dos danos previstos nas normas de
se os fornecedores, em qualquer hipótese, a dar as
consumo.
informações necessárias e adequadas a seu
No mesmo disposto, tem a regra geral de respeito.
solidariedade passiva na cadeia de fornecimento em Há, portanto, os deveres dos fornecedores
caso de danos ao consumidor, se mais de um quanto a informação destes perigos.
fornecedor contribuir para o surgimento da ofensa
§ 1º Em se tratando de produto industrial, ao
em qualquer grau. Respondem solidariamente pelos
fabricante cabe prestar as informações a que se
danos.
refere este artigo, através de impressos
2.8. Detalhamento do direito básico de apropriados que devam acompanhar o produto.
proteção dos consumidores contra riscos à (Redação dada pela Lei nº 13.486, de 2017)
Estendendo a previsão dos direitos básicos, nocividade potencial, ou seja, um risco que não está
estabelece regras a respeito das situações possíveis presente, mas que pode se evidenciar eventualmente,
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Esta periculosidade deve ser informada de Estados, o Distrito Federal e os Municípios
maneira ostensiva (evidente) e adequada (com todas deverão informá-los a respeito.
em que há a vedação da colocação destes produtos controle governamental, será pelo fornecedor.
c) Despesas: as despesas com publicidade, retirada ou
no mercado que apresentem um alto grau de
recall serão suportadas pelo fornecedor.
periculosidade.
d) Poder público: por segurança assume o dever jurídico
Art. 10. O fornecedor não poderá colocar no de informar sobre a futura periculosidade e
mercado de consumo produto ou serviço que sabe nocividade.
ou deveria saber apresentar alto grau de
2.9. Responsabilidade do fornecedor pelo fato
nocividade ou periculosidade à saúde ou
do produto
segurança.
exclusivamente temporal, ou seja, ao tempo em que (mora, adimplemento e vício) e extracontratual (ato
conhecimento geral. Assim, não importa o grau ou objetiva, fundada na teoria do risco, isto é, ao invés
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vício de segurança ou defeito. Em suma, é Em razão de sua utilização para que seja apurado
um vício que se propaga, é um resultado. o grau de insegurança.
Tratamento legal específico pelo fato: III - a época em que foi colocado em circulação.
de culpa, pela reparação dos danos causados aos § 2º O produto não é considerado defeituoso pelo
consumidores por defeitos decorrentes de fato de outro de melhor qualidade ter sido
projeto, fabricação, construção, montagem, colocado no mercado.
fórmulas, manipulação, apresentação ou
Eventuais avanços tecnológicos não produzem
acondicionamento de seus produtos, bem como
defeitos.
por informações insuficientes ou inadequadas
sobre sua utilização e riscos. § 3° O fabricante, o construtor, o produtor ou
importador só não será responsabilizado quando
É o responsável mesmo que não seja o causador.
provar:
Fabricante: fornecedor de produtos
Tanto os incisos I e II tratam de defesa direta de
industrializados;
mérito.
Produtor: fornecedor de produtos de origem
I - Que não colocou o produto no mercado;
natural ou “in natura”
Comprovação de não colocação do produto no
Construtor: fornecedor de gêneros imobiliários
mercado
Importador: fornecedor presumido, que responde
II - Que, embora haja colocado o produto no
pelos danos ou defeitos dos produtos por ele
mercado, o defeito inexiste;
importado.
Comprovação da inexistência
A decisão do legislador se dá pela presunção de
maior capacidade economica para suportar a III - a culpa exclusiva do consumidor ou de
responsabilização. terceiro.
§ 1° O produto é defeituoso quando não oferece Aqui de fato se trata de excludentes legais da
a segurança que dele legitimamente se espera, responsabilização pelo fato do produto
levando-se em consideração as circunstâncias
A culpa deve ser exclusiva e não concorrente, se
relevantes, entre as quais:
houver parcialidade, não irá excluir a reparação
I - Sua apresentação; do fornecedor, podendo apenas atingir a
totalidade da responsabilização.
Conteúdo informacional (publicidade ou rótulo).
Art. 13. O comerciante é igualmente responsável,
II - o uso e os riscos que razoavelmente dele se
nos termos do artigo anterior, quando:
esperam; *
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I - o fabricante, o construtor, o produtor ou o Quanto aos danos morais, uma vez que o bem
importador não puderem ser identificados; jurídico é imaterial sem um valor exato, tem por
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III - a época em que foi fornecido. bilateral, o alienante também tem a obrigação de
§ 2º O serviço não é considerado defeituoso pela garantir seu estado, pela teoria do vício (princípio da
3.1. Responsabilidade do fornecedor pelo vício do OBS.: caso a pessoa jurídica seja o destinatário final
produto do bem, como consumidora do produto, irá figurar
no polo ativo.
No momento da aquisição do produto, gera
um contrato translativo. Além do adimplemento
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O vício do produto quando a qualidade, diz complementação ou restituição de
respeito a uma má funcionalidade por exemplo, eventual diferença de preço, sem prejuízo
porém, mesmo apresentando uma falha, inexiste do disposto nos incisos II e III do § 1°
deste artigo.
potencialidade danosa (isto diz respeito ao fato).
II - A restituição imediata da quantia paga,
Art. 18. Os fornecedores de produtos de
monetariamente atualizada, sem prejuízo de
consumo duráveis ou não duráveis respondem
eventuais perdas e danos;
solidariamente pelos vícios de qualidade ou
quantidade que os tornem impróprios ou III - o abatimento proporcional do preço.
inadequados ao consumo a que se destinam ou
Quem deve notificar ou informar o
lhes diminuam o valor, assim como por aqueles
fornecedor é o consumidor, assim, uma vez
decorrentes da disparidade, com a indicações
constantes do recipiente, da embalagem, cientificado, todos respondem igualmente.
A segunda parte trata do vício de quantidade, não adesão, a cláusula de prazo deverá ser
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imediato responderá. Por exemplo: uma couve III - a substituição do produto por outro da mesma
com pontinhos azuis de agrotóxico, o fornecedor espécie, marca ou modelo, sem os aludidos
direto será responsabilizado, exceto se for vícios;
identificado o produtor.
IV - A restituição imediata da quantia paga,
§ 6° São impróprios ao uso e consumo: monetariamente atualizada, sem prejuízo de
eventuais perdas e danos.
I - Os produtos cujos prazos de validade estejam
vencidos; § 1° Aplica-se a este artigo o disposto no § 4° do
artigo anterior.
II - Os produtos deteriorados, alterados,
adulterados, avariados, falsificados, Não sendo possível um, pode optar por outra
corrompidos, fraudados, nocivos à vida ou à alternativa de reparação.
saúde, perigosos ou, ainda, aqueles em desacordo
§ 2° O fornecedor imediato será responsável
com as normas regulamentares de fabricação,
quando fizer a pesagem ou a medição e o
distribuição ou apresentação;
instrumento utilizado não estiver aferido segundo
III - os produtos que, por qualquer motivo, se os padrões oficiais.
revelem inadequados ao fim a que se destinam.
3.2. Responsabilidade do fornecedor pelo vício do
Já o vício do produto quanto sua quantidade, serviço
são aqueles decorrentes da disparidade entre o
Como já destacado, quando se tratar de vício
conteúdo líquido e aquele apresentado na
o dano será intrínseco, acarretando uma
embalagem, ressalvadas as variações decorrentes da
responsabilidade objetiva e solidária. No caso do
própria natureza, por exemplo, o alho em pacote de
vício no serviço, quando este não atinge a finalidade
plástico, que pela desidratação, apresenta variação
pretendida, não haverá prazo de 30 dias.
na quantidade. Porém, essas variações naturais do
produto devem estar constadas também na Há vícios de inadequação, quando afeta a
embalagem. prestabilidade do produto, prejudicando o uso e
fruição. O CDC estabelece três tipos de vício por
Art. 19. Os fornecedores respondem
inadequação: de impropriedade, de diminuição do
solidariamente pelos vícios de quantidade do
valor e de disparidade informativa (tanto para
produto sempre que, respeitadas as variações
decorrentes de sua natureza, seu conteúdo líquido produto quanto serviço). Este último, denomina-se
for inferior às indicações constantes do vício de informação, estes, muitas vezes, só podem
recipiente, da embalagem, rotulagem ou de ser sanados pelos fabricantes.
mensagem publicitária, podendo o consumidor
Art. 20. O fornecedor de serviços responde pelos
exigir, alternativamente e à sua escolha:
vícios de qualidade que os tornem impróprios
I - O abatimento proporcional do preço; ao consumo ou lhes diminuam o valor, assim
como por aqueles decorrentes da disparidade
II - Complementação do peso ou medida;
com as indicações constantes da oferta ou
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mensagem publicitária, podendo o consumidor podendo reclamar depois, já que é facultativo
exigir, alternativamente e à sua escolha: aceitar ou não.
I - A reexecução dos serviços, sem custo Art. 22. Os órgãos públicos, por si ou suas
adicional e quando cabível; empresas, concessionárias, permissionárias ou
sob qualquer outra forma de empreendimento,
II - A restituição imediata da quantia paga,
são obrigados a fornecer serviços adequados,
monetariamente atualizada, sem prejuízo de
eficientes, seguros e, quanto aos essenciais,
eventuais perdas e danos;
contínuos.
III - o abatimento proporcional do preço.
Adequação quanto ao fim esperado; segurança
§ 1° A reexecução dos serviços poderá ser esperada; eficiência, pelo recurso público
confiada a terceiros devidamente capacitados, otimizado e; continuidade, quanto à oferta.
por conta e risco do fornecedor.
Parágrafo único. Nos casos de descumprimento,
§ 2° São impróprios os serviços que se mostrem total ou parcial, das obrigações referidas neste
inadequados para os fins que razoavelmente deles artigo, serão as pessoas jurídicas compelidas a
se esperam, bem como aqueles que não atendam cumpri-las e a reparar os danos causados, na
as normas regulamentares de prestabilidade. forma prevista neste código.
Porém, mesmo o legislador não explicitando, Art. 23. A ignorância do fornecedor sobre os
o vício do serviço também pode ser por quantidade. vícios de qualidade por inadequação dos produtos
Ou seja, assim como o consumidor tem o direito de e serviços não o exime de responsabilidade.
receber o serviço na qualidade que pagou, também Até porque a responsabilidade do fornecedor é
receberá pela quantidade contrata. Por exemplo, objetivo, independe de culpa, e pouco importa
contrata um pedreiro para pintar a casa, mas este sua ciência.
deixa de pintar uma parede. Assim, aplica-se por
Art. 24. A garantia legal de adequação do produto
analogia, a previsão do artigo 19.
ou serviço independe de termo expresso, vedada
Art. 21. No fornecimento de serviços que tenham a exoneração contratual do fornecedor.
por objetivo a reparação de qualquer produto Não pode haver renúncia à garantia legal de
considerar-se-á implícita a obrigação do produtos e serviços, exceto no caso do art. 51, I
fornecedor de empregar componentes de do CDC.
reposição originais adequados e novos, ou que
Art. 25. É vedada a estipulação contratual de
mantenham as especificações técnicas do
cláusula que impossibilite, exonere ou atenue a
fabricante, salvo, quanto a estes últimos,
obrigação de indenizar prevista nesta e nas seções
autorização em contrário do consumidor.
anteriores.
A excludente da obrigação de trocar por um
Salvo quando tratar de contratação paritária entre
produto original ou novo é o próprio
pessoas jurídicas (art. 51, I).
consentimento expresso do consumidor que
permite peça usada ou recondicionada. Não
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§ 1° Havendo mais de um responsável pela produtos e serviços até a resposta negativa
causação do dano, todos responderão correspondente, que deve ser transmitida de
solidariamente pela reparação prevista nesta e forma inequívoca;
nas seções anteriores.
II - (Vetado).
§ 2° Sendo o dano causado por componente ou
III - a instauração de inquérito civil, até seu
peça incorporada ao produto ou serviço, são
encerramento.
responsáveis solidários seu fabricante,
construtor ou importador e o que realizou a § 3° Tratando-se de vício oculto, o prazo
incorporação. decadencial inicia-se no momento em que ficar
evidenciado o defeito.
3.3. Garantia Legal
Os prazos são os mesmos dos produtos/serviços
Esta garantia é referente a responsabilidade duráveis e não duráveis.
pelo vício seja pelo produto ou serviço. O prazo varia
Quanto a prescrição do exercício do direito
de acordo com a duração, ou seja, para os produtos
de indenização do consumidor ante a
duráveis que não se esgotam com o uso e, não
responsabilidade do fornecedor pelo fato do produto
duráveis, que se esgota no primeiro uso.
ou serviço, o prazo fixado é de 5 anos para exigir a
Os prazos nos vícios são decadenciais, ou reparação dos danos sofridos.
seja, aqueles que não se suspendem ou se
Art. 27. Prescreve em cinco anos a pretensão
interrompem. Ademais esses prazos, no Direito do
à reparação pelos danos causados por fato do
Consumidor, podem ser obstados, isso significa que
produto ou do serviço prevista na Seção II
pode dificultar o decurso do prazo até a resposta
deste Capítulo, iniciando-se a contagem do
negativa e inequívoca ou instauração de inquérito e
prazo a partir do conhecimento do dano e
seu fim.
de sua autoria.
Art. 26. O direito de reclamar pelos vícios
aparentes ou de fácil constatação caduca em:
§ 2° Obstam a decadência:
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