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Sujeitos:
Segundo Arruda Alvim, Thereza Alvim, Eduardo Alvim, e James Marins propugnam que: “... a
pessoa jurídica - empresa - que adquire ou utiliza o produto como destinatária final, não o
incorporando em outro, nem revendendo-o, terá a proteção deste Código inclusive para as
hipóteses de vício do produto” (“Código do Consumidor Comentado”, 2aedição, Revista dos
Tribunais, 1995, p.30)
Com efeito, TOSHIO MUKAI sustenta que “(...) a pessoa jurídica só é considerada consumidor,
pela Lei, quando adquirir ou utilizar produto ou serviço como destinatário final, não, assim,
quando o faça na condição de empresário de bens e serviços com a finalidade de intermediação
ou mesmo como insumos ou matérias-primas para transformação ou aperfeiçoamento com fins
lucrativos (com o fim de integrá-los em processo de produção, transformação, comercialização
ou prestação a terceiros)”.("Comentários ao Código de Proteção ao Consumidor”, Editora Saraiva,
1991, p. 6)
Em jurisprudências recentes, conforme se segue: “Indenização.
Responsabilidade civil. Ajuizamento por pessoa jurídica. Fundamento
no Código de Defesa do Consumidor. Inadmissibilidade. Bem adquirido
para ser utilizado na sua atividade empresarial. Qualidade de
consumidor inexistente. Interpretação do art.2º da Lei Federal nº 8.078,
de 1990, Sentença confirmada” (TJSP, 16ª Câmara Cível, AC nº 243.878-
2, j. em 11.4.00, rel. Dês. Pereira Calças, v.u., JTJ - Lex 173/96-103).
Princípios do Direito do Consumidor
Princípio do Protecionismo:
Encontra-se no Art. 1º do CDC - O presente código estabelece normas de
proteção e defesa do consumidor, de ordem pública e interesse social, nos
termos dos arts. 5°, inciso XXXII, 170, inciso V, da Constituição Federal e
art. 48 de suas Disposições Transitórias.
Princípio da Precaução:
Procura defender de risco desconhecidos.
Difere-se do princípio da prevenção, pois este visa prevenir dano certo, muito
provável.
No princípio da precaução, o dano não é provável, mas é possível.
Relação Jurídica do Direito do Consumidor
Elementos subjetivo:
• Fornecedor de produtos e prestador de serviços
O Art. 3º CDC amplia as possibilidades de um fornecedor e prestador de
serviços, podendo ser publico ou privado, como serviços públicos
abrangidos pelo ART. 22 CDC, ou grandes empresas privadas do
mercado econômico. Natural ou física, tendo serviço de habitualidade
com fins financeiros.
Art. 22. Os órgãos públicos, por si ou suas empresas, concessionárias, permissionárias ou
sob qualquer outra forma de empreendimento, são obrigados a fornecer serviços
adequados, eficientes, seguros e, quanto aos essenciais, contínuos.
Parágrafo único. Nos casos de descumprimento, total ou parcial, das obrigações referidas
neste artigo, serão as pessoas jurídicas compelidas a cumpri-las e a reparar os danos
causados, na forma prevista neste código.
O que interessa mesmo na caracterização do fornecedor ou prestador é o fato de ele
desenvolver uma atividade, que vem a ser a soma de atos coordenados para uma
finalidade específica, como bem pontua Antônio Junqueira de Azevedo:
“‘Atividade’, noção pouco trabalhada pela doutrina, não é ato, e sim conjunto de atos.
‘Atividade’ foi definida por Túlio Ascarelli como a ‘série de atos coordenáveis entre si,
em relação a uma finalidade comum’ (Corso di diritto commerciale. 3. ed. Milano:
Giuffrè, 1962. p. 147). Para que haja atividade, há necessidade: (i) de uma pluralidade de
atos; (ii) de uma finalidade comum que dirige e coordena os atos; (iii) de uma dimensão
temporal, já que a atividade necessariamente se prolonga no tempo. A atividade, ao
contrário do ato, não possui destinatário específico, mas se dirige ad incertam personam
(ao mercado ou à coletividade, por exemplo), e sua apreciação é autônoma em relação aos
atos que a compõem”.
Se alguém atuar de forma isolada, em um ato único, não poderá se enquadrar
como fornecedor ou prestador?