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Autor é quem pratica o crime. Por exemplo, no caso do homicidio, quem apertou o gatilho. Já os
participes recebem apenas pelos mesmos crimes que os praticados pelos autores, mas as penas
sao reduzidas entre 1/3 e 1/6, dependendo do que realmente participaram. Ou seja o participe tem
uma atividade acessóriapara a execucao do crime. Ele elabora com pratica de uma acao em si
mesma irrelevante ao direito penal, como emprestar o carro, de modo que sabendo da finalidade
para qual sua colaboracao será utilizada, este responderá pela pratica delitiva com pena
diminuida de 1/3 a 1/6.
Este capitulo estuda fundamentalmente os agentes do crime, no sentido em que se lhes refere o
codigo penal no artigo 19º, que diz: “os agentes do crime sao autores, cumplices ou
encobridores.
Hoje em dia parece razoavel entender que os encobridores nao sao propriamente agentes do
mesmo crime que a outra pessoa que eles encobrem praticou, e que neste sentido o encobrimento
será rigorosamente um crime autonomo e nao uma forma de participacao criminosa.
Mas o facto de eles ainda virem referidos no art. 19º, e de serem tratados pela lei na parte geral
junto aos outros agentes, no artigo 23º, faz com que normalmente haja uma referencia ao
encobrimento dentro da teoria da participacao criminosa.
O autor é todo aquele que pode ligar seus atos com finalidade criminosa consumada ou tentada.
A autoria poderá ser direta ou indireta, aquela se dará por quem realiza directamente a acao
tipica, no todo ou em parte, colaborando para o evento criminoso, enquanto esta se dará por
quem satisfaz o designio criminoso por meio de outrem, inimputável ou sem culpabilidade.
Doutrinamente falando, segundo a Teoria finalista da acao ou Teoria do dominio do fato existe
Autoria quando o agente praticou o tipo penal exactamente previsto na lei, agindo ainda com
pleno e consciente dominionsobre a sua funcao na execucao do ato criminoso.
A teoria extensiva, que tem fundamento na teoria da equivalencia dos antecendentes causais
(conditio sine qua non). Todos que concorrem para o delito sao autores. Ela, portanto, nao
distingue o autor do participe. Quem é condicao do resultado é autor. O autor é quem deseja o
resultado como algo pessoal, em outras palavras, autor é aquele que quer que o fato aconteca,
todos que atuam no crime sao autores, porem, nesta teoria os que participamde forma mais
branda podem receber penas diferentes.
A teoria unitaria (ou da associacao criminal): todos os que concorrem para o delito (todos os
socius sceleris) sao autores. Mesmo porque o delito é um fenomeno unitario. Ela determina que
todos que tiverem participacao no crime serao autores e receberao as mesmas penas.
A teoria do acordo prévio: o previo acordo entre todos os participantes é o suficiente para
concebe-los como autores, sem se distinguir a contribuicao de cada um.
Todas as teorias negativas devem ser refutadas porque nosso codigo penal, no art. 29 e seus
paragrafos, distinguiu com clareza a autoria da participacao. Tais teorias conflitam com o direito
penal patrio. Desconsideram, ademais, que cada um dos participantes deve ser punido na medida
da sua culpabilidade.
Nao foi por acaso que o nazismo adoptou a teoria unitaria. As teorias positivas (ou restritivas),
por conseguinte, sao as perferidas.
As teorias subjectivas: quem atua com animus auctoris é autor; diferentemente, que age com
animus socil é participe.
Importa para a distincao o aspecto subjectivo do agente. O problema dessa teoria é que para a
distincao entre o autor e participe temos que levar em conta obrigatoriamente tambem requisitos
objectivos (efectiva contribuicao) e valorativos.
As teorias objectivas formais: dizem que o autor é quem realiza o verbo nucleo do tipo;
participe é quem contribui de outra maneira para o delito.
O problema das teorias objectivas é que nao explicam, por exemplo, a autoria mediata (na qual o
autor mediato nao realiza o verbo nucleo do tipo nem concretiza materialmente a realizcao do
fato, porque se serve de terceira pessoa para isso).
Contudo, a teoria do dominio do fato foi efectivamente desenhada pela pena de Claus Roxin,
que, no seio de uma visao funcionalista (o que significa enxergar o direito penal a partir de sua
funcao).
Segundo essa teoria, é autor quem realiza uma contribuicao causal ao fato, seja qual for seu
conteudo, com “vontade de autor”, enquanto é participe quem, ao faze-lo, possui unicamente
“vontade de participe”.
Esta teoria aparece com o finalismo – lembremos que para os finalistas a actuacao humana em
geral, e em particular a relevante para o direito penal, consiste fundamentalmente em as pessoas
utilizarem o seu saber do mundo causale objectivo para desencadearem e conduzirem um certo
resultado. Uma pessoa sabe que um tiro de pistola mata e portantanto utiliza esse seu
conhecimento do mundo objectivo para alcancar um certo fim.
É claro que este criterio final-objectivo nao é totalmente oposto, nem ao criterio material-
objectivo, isto porque se pode dizer tambem que justamente a essencialdade ou nao da
participacao de uma certa pessoa, que é no fundo condicao de pessoa ter nas maos ou a nao
desenrolar de um certo processo. A pessoa que tem a bomba que é uma coisa dificil de arranjar,
se dá a bombao crime dá-se, se nao dá o crime nao se dá. (mas tendo-a dado, o dominioda
execucao pertence ao autor material do antentado).
Co-autoria
É a realizacao conjunta, por mais de uma pessoa, de uma mesma infracao penal.
Os co-autores podem ter o mesmo tipo de envolvimento (por exemplo, todos atiram na vitima)
ou podem ter participacoes distintas (por exemplo, um pode ter planejado – chamado de autor
intelectual – e o outro executado o homicidio). Já o participe é quem ajuda.
Ocorre co-autoria (no direito penal) quando varias pessoas participam da execucao do crime,
realizando ou nao o verbo nucleo do tipo. Todos os co-autores, entretanto, possuem o co-
dominio do fato .
Todos praticam fato proprio. Enquanto o co-autor participa de fato proprio, o participe contribui
para o fato alheio.
Pluralidade de condutas
Ou pelo menos de um dos co-autores, com anuencia ainda que tacita do outro ou dos co-
autores),.
A co-autoria, como se vê, conta com uma parte objectiva(concretizacao do fato) e outra subjetiva
(acordo explicito ou tacito entre os agentes).
Nao se confundem:
O co-autor intelectual: que tem o dominio organizacional do fato e, desse modo, organiza ou
planeja ou dirrige a atividade dos demais. É tambem chamado de co-autor de escritorio ou autor
escritorio;
O co-autor executor: é quem realiza o verbo nucleo do tipo (ou seja, quem realiza a acao descrita
no tipo legal).
O co-autor funcional: que participa na execucao do crime, sem realizar directamente o verbo
nucleo do tipo. É co-autor funcional tanto o participante do fato que tem seu co-dominio (quem
segura a vitima para que o co-autor executor venha a desferir o golpe com o punhal), como autor
qualificado nos crimes proprios (que exigem uma especial qualificacao do agente).
É que varias pessoas que em conjuntoplaneiam e executam um certo crime. Isto é, ha dois pontos
essenciais da coautoria. Por um lado, uma decisao conjunta, ou um plano conjunto, de levar a
cabo uma certa actividade; e por outro lado, uma execucao conjunta dessa mesma actividade. Ha
normalmente uma divisao de tarefas entre as pessoas, e na fase da execucao cada um presta a sua
contribuicao.
Nos dois textos isto aparece; no art. 20º , n o 1: “sao autores os que executam o crime ou tomam
parte directa na sua execucao”. “Tomam parte” é justamente a referencia a situacao de coautoria.
Tambem no art. 26º da proposta aparece a expressao...ou toma parte directa na sua execucao,
por acordao ou juntamente com outro ou outros. Tambem aqui aparece a referencia a uma
execucao e a um plano conjuntos.
4º A co-autoria exige que todos os co-autores tenham o mesmo comportamento? Nao. Cada um
da a sua contribuicao, podendo-se distribuir tarefas (alias, é isso que normalmente acontece
numa empreitada criminosa).
5º Para a adequacao tipica da autoria é dispensavel o art.29 do CP (quem, de qualquer modo,
concorre para o crime incide nas penas a este cominadas, na medida da sua culpabilidade)? No
que se relaciona com os co-autores executores sim.
6º Nos crimes de mao propria (falso testemunho) em regra nao se pode falar em co-autoria
porque o verbo nucleo to tipo exige atuacao pessoal do agente. Caso acao verbal possa ser
praticada pelo autor de mao propria e ainda por um terceiro, entao surge possibilidade de co-
autoria.
Exemplo: no infaticidio, o ato de matar o proprio filho é necessariamente da mae (porque se trata
de crimede mao propria). Mas um terceiro pode segurar a crianca, por exemplo (e sera co-autor
funcional).
A instigacao
É acao ou efeito de instigar; ato de induzir ou estimular; incitacao ou estimulo: algumas atitudes
instigam a violencia.
A norma impoe maior severidade na punicao daquele que se aproveita de sua autoridade ou de
alguem penalmente incapaz para a pratica de um delito.
Determinar é dar ordem. É o caso do patrao que ordena a seu empregado que cometa um delito.
Instigar é fomentar ideia ja existente. É o caso do namorado que, sabendo que a namorada ja tem
a ideia de matar os pais para poder ficar com a heranca, incentiva-se a cometer o homicidio.
Exigi-se que o autor do crime esteja sob a autoridade de quem instiga ou determina. A lei se
refere a qualquer tipo de relacao de subordinacao, de natureza publica, privada, religiosa,
profissional ou domestica, desde que apta a influir no animo psicologico do agente. O agente
atua por instigacao ou por determinacao, aproveitando-se da subordinacao do executor ou em
virtude de sua impuniblidade (menoridade, insanidade, etc).
Instiga quem estimula ideia criminosa ja existente em outrem; determina quem a ordena. Sao
duas as hipoteses aqui previstas. Na primeira, o agente instiga ou determina a praticar o crime,
valendo-se de sua autoridade, que pode ser publica ou privada (servico, emprego, parentesco,
religiao, etc). Na segunda, o agente se aproveita da inimputabilidade de outrem (menor, louco,
etc).
O suicidio é a deliberada destruicao da propria vida. Sendo, por isso, uma forma de autolesao,
motivo pelo qual se faz impunivel pelo direito penal.
Mas algumas circunstancias que cercam o suicidio importam ao direito penal, quais sejam:
Art. 122 – induzir ou instigar alguem a suicidar-se ou prestar-lhe auxilio para que o faca:
Pena – reclusao, de dois a seis anos, se o suicidio se consuma; ou reclusao, de um a tres anos, se
da tentativa de suicidio resulta lesao corporal de natureza grave.
A cumplicidade (participacao)
Cumplice, em direito penal, é quem por qualquer meionauxilia o autor ou toma parte na
execucao de um fato ilicito tipificado na lei penal; e que assim é tambem a pessoa responsavel
penal pelo crime ou falta, nao por haver sido o autor do mesmo, mas por ter apoiado ou
colaborado na execucao do fato criminoso com atos anteriores ou simultaneos a sua pratica.
Hoje, nao prevalece a distincao entre autor e cumplice, no sentido de colaboracao principal e
secundaria, respectivamente. Todos os que concorrem paea a infracao penal sao autores, vale
dizer coautores.
A figura do cumplice aparece em todos os ordenamentos juridicos, embora possa ser tratada de
forma diferenciada e pode haver variacoes sobre as diversas formas de cumplicidade. Neste
sentido, tem-se por vezes uma distincao entre:
Colaborador necessario: aquele que colabora com a execucao do crime com um ato sem o qual
este nao se realiza.
Cumplice propriamente dito: aquele que colabora com a execucao do crime, e mesmo sem a sua
colaboracao o crime poderia ter sido concretizado de qualquer maneira.
As vezes, as penas para cada um destes tipos de cumplice sao distintas, assimilando-se a
colaboracao necessaria a figura do autor. O autor cumplice, entretanto, muitas vezws tem uma
pena atenuada.
Encobrimento
É o ato ou efeito de encobrir, ocultar, esconder, acobertar. Conduta de quem procura que algo
se mantenha em segredo.
O artigo 24 no 2 do codigo penal diz: nao sao encobridores o conjuge, os que vivem em uniao
de facto, ascendentes, descendentes, adptantes, adoptados, e os colaterais ou afins do agente
do crime ate ao terceiro grau por direito civil, que praticarem qualquer dos factos designados
nas alineas a), b) e f) do numero 1 deste artigo.
1º exemplo: se o pai, mae ou tio, souberem que o seu familiar raptou alguem, podem mentir a
policia, esconder ou fazer desaparecer provas que o incriminem, sem serem acusados de
encobridores.
3º exemplo: se a mae, o pai, ou o primo souberem que algum familiar viola sexualmente uma
crianca em casa, nao sao obrigados a denunciar. Mais di que isso, se forem interrogados pela
policia podem contar falsidades e ate destruir provas do crime. Isto ja acontece muito hoje em
dia.