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A. PRESSUPOSTOS GENÉRICOS:
Além dos pressupostos específicos da acção executiva, tem nela de se verificar os
pressupostos gerais do processo civil, nomeadamente:
A legitimidade das partes na acção executiva é determinada com muito mais simplicidade
do que na acção declarativa.
Se o título for ao portador (p. ex. cheque ao portador) a execução será promovida pelo
respectivo portador (art. 55.º/2).
Tendo havido sucessão no título (mortis causa ou inter vivos) entre o momento da
emissão do título e o da propositura da acção (e não depois), a acção vai correr contra
outras pessoas que no título não figuram como credor ou devedor.
Se for sucessão mortis causa, deverá juntar a certidão de óbito do credor, certidão dos
sucessores, etc.
3. O patrocínio judiciário:
O art. 60.º estabelece, como regra, a obrigatoriedade de constituição de advogado na
acção executiva.
4. Competência executiva:
Na acção executiva, a determinação da competência do tribunal faz-se com muito mais
facilidade do que na acção declarativa.
REGRA GERAL:
É competente para a execução o tribunal do lugar onde a obrigação deva ser cumprida
(art. 94.º, n.º 1).
Esta regra só se aplica caso não haja nenhuma disposição especial de determinação da
competência executiva, como as que resultam dos arts. 90.º a 93 e 94º nºs 2 e 3.
B. PRESSUPOSTOS ESPECÍFICOS:
Para que possa ter lugar a realização coactiva duma prestação devida há que satisfazer 2
tipos de condições ou pressupostos específicos, dos quais depende a exequibilidade do
direito a prestação:
i. a existência de título executivo;
ii. a certeza, exigibilidade e liquidez da prestação/ obrigação.
Assim, não é certa a obrigação que ainda não foi determinada, escolhida por
exemplo, no caso das obrigações alternativas e das obrigações genéricas.
Cfr. art. 803º - regime das obrigações alternativas.
A exigibilidade da obrigação não se confunde com mora do devedor, pois aquela pode ser
exigível sem que o devedor se encontre em mora. Por exemplo: quando o credor se
encontrar em mora, nos casos que não aceita a prestação feita pelo devedor ou não cria
condições necessárias ao seu cumprimento (art. 813 CC).
- Liquidez da obrigação:
Uma obrigação dir-se-á que é líquida – quando tenha por objecto uma prestação cujo
quantitativo se encontre numericamente apurado em face do título.
Exemplos:
1000 Mt + juros;
Lucros cessantes;
Prejuízos por apurar [por exemplo, na hipótese do art. 471º/1 al. b)]
LIQUIDAÇÃO DE OBRIGAÇÕES ILÍQUIDAS
Os mecanismos de liquidação das obrigações ilíquidas constam dos artigos:
art. 805º - quando a liquidação dependa de simples cálculo aritmético [é feita pelo
exequente];
Tem lugar quando temos por exemplo a obrigação de pagar um preço a determinar de
acordo com a cotação (duma moeda ou mercadoria) verificada num determinado dia.
“Dólar, preço de transporte no dia X etc”. Aqui, facilmente ele pode saber qual é o valor
daquele dia e calcular, então torna já liquida a obrigação.
art. 806º - quando a liquidação não depender de simples cálculo aritmético [é feita
pelo tribunal];
Se não responder, fica a sanção de aceitar, concordar com que está lá escrito, e a
execução segue normalmente. Porém nem sempre a sanção da revelia do executado tem
como consequência a confissão, assim, nos casos do artigo 485°/ 1 e 2 por força do artigo
808° não há confissão, ou quando a modalidade de citação usada não tenha sido a pessoal
ou quase pessoal.
1. E como acontece, se não contestar e for revelia operante, segue-se com outros
termos da execução. (art. 806/2, 807/1);
2. Se não existir contestação e não for revelia operante, o juiz decide liquidar de
acordo com o que foi dito pelo exequente, mas se entender que o pedido é muito
exorbitante, manda proceder-se a arbitragem (art. 808/1 e 3);
Os embargos podem não ser recebidos, quando foi proposta dentro do prazo, quando
usa fundamentos que não convém, etc.
Aqui tem lugar quando a liquidação deva ser feita por árbitros, no caso de uma lei
especial determinar, ou as partes terem estipulado que a liquidação se faça por árbitros, o
juiz feita a arbitragem, limita-se a homologar o laudo dos árbitros.