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FACULDADE ESTÁCIO DE FLORIANÓPOLIS

PROCESSO PENAL – PARTE GERAL


Prof. Marlom Formigheri
NOVA CHANCE AV2 – 22/11/2022
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Aluno: GABARITO
XXXX
Nota:
INSTRUÇÕES PARA A AVALIAÇÃO:
a) Leia atentamente todas as questões antes de iniciar, a interpretação das questões faz parte da
avaliação;
b) Esta avaliação valerá 10 pontos.
c) A avaliação é individual;
d) A avaliação deverá ser entregue pelo TEAMS até 21h40min do dia 22/11/2022.

1. (2 pontos) No dia 12/12/2021, LUCIANA cometeu o crime de estelionato (art. 171 do CP) contra

CLAUDIOMAR. No mesmo dia, CLAUDIOMAR já sabia que LUCIANA era a autora do crime.
Inicialmente, CLAUDIOMAR ficou com medo de ir à delegacia e registrar um B.O. sobre o fato, pois
LUCIANA era uma traficante conhecida no local. Porém, após consultar um advogado, no dia
10/05/2022, CLAUDIOMAR resolve comparecer à Delegacia de Polícia e registra a ocorrência,
representando conta o autor do fato. O Delegado, contudo, não instaura inquérito policial,
afirmando que transcorreu o prazo para CLAUDIOMAR representar.
Diante desse fato, indique se está correta a conduta do Delegado, fundamentando a sua
resposta.
RESPOSTA: A conduta do delegado está correta, pois o prazo para a vítima representar se esgotou
no dia 11/06/2021, já que transcorridos mais de 06 meses contados da data em que a vítima soube
quem é o autor do crime.

2. (1 pontos cada – total 8 pontos) Assinale verdadeiro (V) ou falso (F) e fundamente todas as respostas:

(F) Não existe contraditório no inquérito policial.


Fundamento: Existe contraditório, muito embora seja restrito. Tanto é que o investigado tem direito
ao acesso integral dos autos do inquérito, que devem constar todas as diligências já concluídas
(Súmula vinculante 14 do STF). Além disso, pode requerer diligências para produzir elementos em
seu favor e contradizer algum elemento já produzido no inquérito (art. 14 do CPP).

(F) Segundo a jurisprudência das cortes superiores, a presunção de inocência impede a prisão
cautelar, uma vez que antecipa a culpa;
Fundamento: A jurisprudência admite a prisão cautelar e afirma que ela não é incompatível com a
presunção de inocência, já que não serve e não pode servir como antecipação de culpa.
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PROCESSO PENAL – PARTE GERAL
Prof. Marlom Formigheri
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(F) O inquérito policial tem como função principal angariar provas para a condenação do
investigado.
Fundamento: Umas das principais funções do inquérito é produzir elementos para a formação da
opinio delicti do acusador, para justificar um processo ou não processo, formando um juízo de
probabilidade.

(F) As causas de extinção da punibilidade são leis processuais penais puras e jamais podem retroagir,
de acordo com o art. 2º do Código de Processo Penal.
Fundamento: As causas de extinção da punibilidade são leis mistas (conteúdo material e
processual), de forma que podem retroagir para beneficiar o réu sempre.

(F) O Delegado de Polícia tem o dever de instaurar inquérito policial de ofício quando presenciar
uma pessoa comum sendo vítima do crime de calúnia.
Fundamento: O crime de calúnia se processo mediante ação penal privada, sendo necessário o
requerimento do ofendido para a instauração do I.P (art. 5º, §5º, do CPP).

(V) A falta de representação da vítima impede a instauração de inquérito policial.


Fundamento: De acordo com o art. 5º, §4º, do CPP, o inquérito, nos crimes em que a ação pública
depender de representação, não poderá sem ela ser iniciado.

(F) A prisão cautelar é cabível para qualquer crime, desde que haja indícios suficientes de autoria e
materialidade delitiva.
Fundamento: Além dos requisitos do art. 312 do CPP, a prisão cautelar somente pode ser aplicada
nas hipóteses previstas no art. 313 do CPP (incisos I, II, ou III).

(F) A prisão cautelar pode ser decretada de ofício pelo juiz, desde que presentes os requisitos legais.
Fundamento: Nenhuma prisão cautelar pode ser decretada de ofício pelo juiz (art. 282, §2º, do CPP).

OBS: Será atribuído grau zero à questão que não for fundamentada ou conter fundamento
incorreto, ainda que o aluno tenha marcado V ou F de forma correta.

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