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PEÇA PROCESSUAL
CONTRARRAZÕES DE APELAÇÃO
Belo Horizonte
2023
Ana Luisa Rodrigues Silva
Hugo Henrique de Souza
Maria Luiza Silva Souza
Pâmela Roberta dos Santos
Pammela Suelen Castilho Cruz
Polyana Pereira dos Reis
CONTRARRAZÕES DE APELAÇÃO
Belo Horizonte
2023
MINISTÉRIO PÚBLICO DO ESTADO DE MINAS GERAIS
12ª PROMOTORIA DE JUSTIÇA DA COMARCA DE BELO HORIZONTE
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Proc. n° 0164594.53.2022.8.13.0024
Termos em que,
Pede deferimento.
Belo horizonte, 25/05/2023.
Promotor(a) de Justiça XXX.
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MINISTÉRIO PÚBLICO DO ESTADO DE MINAS GERAIS
12ª PROMOTORIA DE JUSTIÇA DA COMARCA DE BELO HORIZONTE
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CONTRARRAZÕES DE APELAÇÃO
Colenda Câmara,
Senhores Desembargadores,
I- DOS FATOS
O Apelante foi condenado pela prática do crime de furto, onde a conduta foi
consumada na noite de 12/02/2022, na Avenida Presidente Antônio Carlos, n° 48,
Bairro Lagoinha, Belo Horizonte, tendo como vítima a prefeitura de Belo Horizonte.
O fato foi noticiado a polícia que o acusado estava depredando a cabine do BRT move.
Foram apresentadas as características do acusado por uma denúncia anônima. Nesta
ocasião a guarda municipal de Belo Horizonte realizou a abordagem e a identificação
do acusado, onde foi encontrada em sua mochila 1 (unidade) facão e 16 (unidades)
pedaços de alumínio. O acusado confessou o crime, desta forma, foi levado preso em
auto de prisão em flagrante delito e foram apreendidos os materiais que encontravam
com o acusado.
Diante da prova produzida, o Apelante foi condenado à pena privativa de liberdade,
fixada em 01 (um) ano, 6 (seis) meses de reclusão e 15 (quinze) dias-multa, em regime
semiaberto.
Código Penal, e que não valorou uma atenuante, que seria a confissão do acusado
da autoria do crime, presente no Auto de Prisão em Flagrante Delito.
Preliminarmente, é fundamental explanar que a autoria e materialidade do crime são
inquestionáveis, tendo em vista que o acusado subtraiu, para si, 16 (dezesseis)
pedaços de alumínio pertencentes ao BRT Move São Francisco Metropolitano
baseando-se no inquérito policial, onde no Auto de Prisão em Flagrante Delito o
acusado ao ser abordado havia dentro da mochila um facão de cabo preto,
equipamento usufruído para a retirada do material em questão, e diversos alumínios;
baseando-se nas testemunhas dos guardas municipais ouvidas em juízo, o Sr. André
Marcos Silva de Oliveira afirma que “Ao chegar no local, se deparou com o acusado
já do lado de fora da cabine com as barras de ferro em mãos e colocando algumas
em sua mochila”, e o Sr. Ricardo Cardoso da Silva afirma que “O réu foi abordado
com a res furtiva e uma faca que utilizou para cortar e subtrair as barras de ferro”; e
baseando-se em uma imagem de segurança do COP.
Ademais, o delito deu-se em sua forma consumada, pois consuma-se o furto quando
o autor do fato retira a coisa da esfera de disponibilidade da vítima, logo a sentença
onde condena o acusado pelo crime do art. 155 do Código Penal deve ser mantida.
A sentença que fixou a pena valorou os antecedentes criminais negativos e deve ser
mantida, tendo em vista que o art. 59 do Código Penal cita que o magistrado deve
fixar a pena levando em consideração os antecedentes do agente. Dito isto, o Sr.
Everton possui antecedentes criminais e está comprovado nos autos pelo documento
Certidão de Antecedentes Criminais juntados nas páginas 302 á 314, onde consta, de
forma resumida, que em sentenças transitadas em julgado decidiram pela
condenação do réu nos processos 2982032-06.2014.8.13.0024, 0124127-
08.2017.8.13.0024, 0746208-62.2018.8.13.0024, 0416655-77.2017.8.13.0024,
0936508-83.2015.8.13.0024 e 1187277-72.2019.8.13.0024. Logo, verifica-se que o
réu possui uma certidão de antecedentes criminais extensa e que não pode ser
desconsiderada, devendo manter a sentença proferida inalterável.
provisória (com monitoração eletrônica) quando foi preso por este feito,
conforme ressaltado pelas instâncias antecedentes, o que configura a sua
habitualidade delitiva e obsta a incidência do princípio da bagatela.
3. Agravo regimental não provido.
É sustentado pela defensoria do acusado, o que foi reiterado nas Razões de Apelação,
a aplicabilidade do princípio da Insignificância, haja vista o possível impacto a ser
relacionado a pena cabível já decretada em sede de sentença.
A defesa é pertinaz na alegação de que os comportamentos reincidentes do acusado
“[…] produzem lesões insignificantes aos objetos jurídicos tutelados pela norma penal
devem ser considerados penalmente irrelevante.” (Página 6 R.A.)
Contudo, corrobora-se com a sentença previamente estabelecida, o Dano Qualificado,
normatizado pelo Inciso III do Art. 163 do Código Penal, onde caberá a pena de 01 a
06 meses caso haja a destruição ou deterioração de coisa alheia, contra o patrimônio
da União, de Estado, do Distrito Federal e de Município.
Insta salientar, que a depredação de patrimônio público não causa apenas dano ao
Estado, mas a toda sociedade, uma vez que os bens disponibilizados para utilização
pública são de extrema necessidade de todos, dentro de sua devida função e
funcionamento.
Passo contínuo, é importante destacar que o princípio da insignificância preza, como
já dito em sentença, “[…] pressupõe que a ofensividade da conduta do agente deve
ser mínima, inexpressividade da lesão jurídica provocada, ausência de periculosidade
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III – DO PEDIDO
Termos em que,
Pede deferimento.
Belo horizonte, 25/05/2023.
Promotor(a) de Justiça XXX.