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SUMÁRIO
PEÇAS JÁ COBRADAS
Apelação ............................................................................................................. 4
Memoriais.......................................................................................................... 13
Recurso em sentido estrito contra decisão de pronúncia.................................. 21
Resposta à acusação ........................................................................................ 28
Agravo em execução ........................................................................................ 34
Contrarrazões de Recurso de Apelação ........................................................... 41
Queixa-crime ..................................................................................................... 48
Revisão criminal ................................................................................................ 53
Relaxamento de prisão ..................................................................................... 58
Apelação do assistente de acusação no procedimento do júri ......................... 63
Memoriais do júri ............................................................................................... 74
PEÇAS INUSITADAS
Olá, aluno(a). Este material de apoio foi organizado com base nas aulas do curso preparatório para
a 2ª Fase do 36º Exame da OAB e deve ser utilizado como um roteiro para as respectivas aulas.
Além disso, recomenda-se que o aluno assista as aulas acompanhado da legislação pertinente.
Apelação
Enunciado
Carlos, primário e de bons antecedentes, 45 anos, foi denunciado como incurso nas sanções
penais dos artigos 302 da Lei nº 9.503/97, por duas vezes, e 303, do mesmo diploma legal, todos
eles em concurso material, porque, de acordo com a denúncia, “no dia 08 de julho de 2017, em
São Gonçalo, Rio de Janeiro, na direção de veículo automotor, com imprudência em razão do
excesso de velocidade, colidiu com o veículo em que estavam Júlio e Mário, este com 9 anos,
causando lesões que foram a causa eficiente da morte de ambos”. Consta, ainda, da inicial
acusatória que, “em decorrência da mesma colisão, ficou lesionado Pedro, que passava pelo
local com sua bicicleta e foi atingido pelo veículo em alta velocidade de Carlos”.
As mortes de Júlio e Mário foram atestadas por auto de exame cadavérico, enquanto Pedro foi
atendido em hospital público, de onde se retirou, sem ser notado, razão pela qual foi elaborado
laudo indireto de corpo de delito com base no boletim de atendimento médico. Pedro nunca
compareceu em sede policial para narrar o ocorrido e nem ao Instituto Médico Legal, apesar de
testemunhas presenciais confirmarem as lesões sofridas.
No curso da instrução, foram ouvidas testemunhas presenciais, não sendo Pedro localizado. Em
seu interrogatório, Carlos negou estar em excesso de velocidade, esclarecendo que perdeu o
controle do carro em razão de um buraco existente na pista. Foi acostado exame pericial
realizado nos automóveis e no local, concluindo que, realmente, não houve excesso de
velocidade por parte de Carlos e que havia o buraco mencionado na pista. O exame pericial,
todavia, apontou que possivelmente haveria imperícia de Carlos na condução do automóvel, o
que poderia ter contribuído para o resultado.
Após manifestação das partes, o juiz em atuação perante a 3ª Vara Criminal da Comarca de São
Gonçalo/RJ, em 10 de julho de 2019, julgou totalmente procedente a pretensão punitiva do
Estado e, apesar de afastar o excesso de velocidade, afirmou ser necessária a condenação de
Carlos em razão da imperícia do réu, conforme mencionado no exame pericial.
No momento da dosimetria, fixou a pena base de cada um dos crimes no mínimo legal e, com
relação à vítima Mário, na segunda fase, reconheceu a agravante prevista no Art. 61, inciso II,
alínea h, do CP, pelo fato de ser criança, aumentando a pena base em 3 meses. Não havendo
causas de aumento ou diminuição, reconhecido o concurso material, a pena final ficou
acomodada em 04 anos e 09 meses de detenção. Não houve substituição da pena privativa de
liberdade por restritiva de direitos em razão do quantum final, nos termos do Art. 44, inciso I, do
CP, sendo fixado regime inicial fechado de cumprimento da pena, com fundamento na gravidade
em concreto da conduta. O Ministério Público foi intimado e manteve-se inerte.
A defesa técnica de Carlos foi intimada em 18 de setembro de 2019, quarta-feira, para adoção
das medidas cabíveis.
Processo nº...
Nestes termos,
Pede deferimento.
Apelante: CARLOS
Apelado: MINISTÉRIO PÚBLICO
Processo nº...
I – DOS FATOS
O réu foi denunciado pela prática do delito do artigo 302, por duas vezes, e
artigo 303, ambos da Lei nº 9.503/97, na forma do artigo 69 do Código Penal.
Foram ouvidas as testemunhas da acusação e interrogado o réu. A vítima
Pedro não foi localizada para ser ouvida.
O juiz proferiu a sentença condenando o réu a pena privativa de liberdade
de 04 anos e 09 meses.
II – DO DIREITO
A) DA EXTINÇÃO DA PUNIBILIDADE
O réu foi condenado por ter praticado lesão corporal culposa na direção de
veículo automotor contra a vítima Pedro. Todavia, a vítima Pedro não realizou o exame de
corpo de delito e não compareceu em sede policial para narrar o ocorrido, inexistindo
manifestação quanto à representação, condição indispensável para o oferecimento da
denúncia por parte do Ministério Público, conforme prevê o artigo 88 da Lei 9.099/95 e artigo
291, §1º da Lei nº 9.503/97.
Assim, como houve a decadência do direito da representação, já que
passados mais de 06 meses desde a ciência da autoria do fato, incidiu a extinção da
punibilidade de Carlos no que tange ao delito de lesão corporal culposa na condução de
veículo automotor, com base no artigo 107, inciso IV do Código Penal OU artigo 38 do Código
de Processo Penal.
B) DA INEXISTÊNCIA DE IMPRUDÊNCIA
O juiz apesar de afastar o excesso de velocidade, afirmou ser necessária a
condenação de Carlos em razão da imperícia, conforme mencionado no exame pericial.
Todavia, o Magistrado não poderia ter condenado o réu em razão da imperícia, pois o
Ministério Público não narrou na denúncia este fato, violando o princípio da correlação.
De outro lado, foi acostado exame pericial realizado nos automóveis e no
local, concluindo que, realmente, não houve excesso de velocidade por parte de Carlos e
que havia o buraco mencionado na pista.
Assim, como não houve comprovação da imprudência e nem do excesso de
velocidade, pugna-se pela absolvição de Carlos, com base no artigo 386, inciso VII do Código
de Processo Penal.
C) DA AGRAVANTE
O juiz reconheceu a agravante prevista no artigo 61, inciso II, alínea “h” do
Código Penal, pelo fato da vítima ser criança. Todavia, tal agravante somente pode ser
aplicada aos crimes dolosos e, não ao crime culposo como é o caso, sob pena de
configuração de responsabilidade penal objetiva.
Além disso, não havia possibilidade de o réu saber que havia criança no
veículo que estavam Júlio e Mário.
Assim, requer seja afastada a agravante em razão da idade da vítima,
prevista no artigo 61, inciso II, alínea “h”, do Código Penal.
D) DO CONCURSO FORMAL
O Juiz reconheceu o concurso material, ficando a pena acomodada em 04
anos e 09 meses. Todavia, ocorreu concurso formal entre os delitos, já que com uma única
conduta o réu causou mais de um resultado.
Assim, requer seja afastado o concurso material de crimes, reconhecendo o
concurso formal dos delitos, devendo ser usado, se mantida a condenação, o critério da
exasperação da pena, com base no artigo 70 do Código Penal.
E) DO REGIME CARCERÁRIO
O Juiz fixou o regime inicial fechado de cumprimento de pena, com
fundamento na gravidade em concreto da conduta. Todavia, nos termos do artigo 33, “caput”,
do Código Penal não é possível fixar o regime inicial fechado ao agente condenado pela
prática de crime punido unicamente com pena de detenção.
Assim, requer o afastamento do regime fechado, aplicando-se o regime
aberto ou semiaberto.
Nestes termos,
Pede deferimento.
Pedidos
10. Conhecimento (0,10) e provimento do recurso (0,30). 0,00/0,10/0,30/0,40
11. Prazo: 23 de setembro de 2019 (0,10) 0,00/0,10
Fechamento
12. Local, data, advogado e OAB (0,10). 0,00/0,10
Memoriais
Enunciado
Na madrugada do dia 1º de janeiro de 2020, Luiz, nascido em 24 de abril de 1948, estava em
sua residência, em Porto Alegre, na companhia de seus três filhos e do irmão Igor, nascido em
29 de novembro de 1965, que também morava há dois anos no mesmo imóvel. Em determinado
momento, um dos filhos de Luiz acionou fogos de artifício, no quintal do imóvel, para comemorar
a chegada do novo ano. Ocorre que as faíscas atingiram o telhado da casa, que começou a
pegar fogo. Todos correram para sair pela única e pequena porta da casa, mas Luiz, em razão
de sua idade e pela dificuldade de locomoção, acabou ficando por último na fila para saída da
residência. Percebendo que o fogo estava dele se aproximando e que iria atingi-lo em segundos,
Luiz desferiu um forte soco na cabeça do irmão, que estava em sua frente, conseguindo deixar
o imóvel. Igor ficou caído por alguns momentos, mas conseguiu sair da casa da família,
sangrando em razão do golpe recebido.
Policiais chegaram ao local do ocorrido, sendo instaurado procedimento para investigar a autoria
do crime de incêndio e outro procedimento para apurar o crime de lesão corporal. Luiz,
verificando as consequências de seus atos, imediatamente levou o irmão para unidade de saúde
e pagou pelo tratamento médico necessário. Igor compareceu em sede policial após ser intimado,
narrando o ocorrido, apesar de destacar não ter interesse em ver o autor do fato responsabilizado
criminalmente.
Processo nº
I) DOS FATOS
O réu foi denunciado pela prática do crime de lesão corporal previsto no
artigo 129, § 9º, do Código Penal.
Durante a audiência de instrução, foi ouvida a vítima, a qual confirmou a
agressão, a ajuda posterior do irmão e o desinteresse em responsabilizá-lo. O réu
permaneceu em silêncio durante o interrogatório.
O Ministério Público requereu a condenação do réu nos termos da denúncia,
destacando a incidência do artigo 61, inciso I, do Código Penal.
A defesa foi intimada no dia 19 de janeiro de 2021.
II) DO DIREITO
A) DA EXTINÇÃO DA PUNIBILIDADE
Ministério Público ofereceu denúncia contra o réu pela prática do delito
previsto no artigo 129, § 9º, do Código Penal, perante a 5ª Vara Criminal da Comarca de
Porto Alegre/RS, mesmo sem a manifestação de vontade da vítima.
Todavia, conforme artigo 88 da Lei nº 9.099/95, o crime de lesão corporal
leve é de ação penal pública condicionada à representação. No caso, a vítima demonstrou
não ter interesse em ver o autor do fato responsabilizado criminalmente, não havendo, pois,
representação para o oferecimento da denúncia, condição de procedibilidade da ação penal
pública condicionada à representação.
Logo, incidiu a extinção da punibilidade, já que entre a data do fato e pelo
menos até a intimação para manifestação defensiva já teria passado mais de seis meses,
nos termos do artigo 38 do Código de Processo Penal e artigo 107, inciso IV, do Código
Penal, sem que tenha havido representação, ocorrendo, portanto, a decadência.
Além disso, a falta de representação enseja a nulidade do processo, nos
termos do artigo 564, inciso III, alínea “a”, ou inciso IV, do Código de Processo Penal.
C) DO ESTADO DE NECESSIDADE
O réu foi denunciado pela prática de lesão corporal leve empregada contra
seu irmão. Todavia, a casa estava pegando fogo e, em razão de sua idade e pela dificuldade
de locomoção, o réu acabou ficando por último na fila para a saída da residência.
Logo, diante do perigo atual para a sua integridade física, o réu agiu em
estado de necessidade, causa excludente de ilicitude, conforme artigo 24 e artigo 23, inciso
I, ambos do Código Penal, pois utilizou meios disponíveis para se defender, não sendo
razoável a exigência do sacrifício.
Assim, diante do afastamento da ilicitude da conduta, pugna-se pelo
reconhecimento do estado de necessidade, com a absolvição com base no artigo 386, inciso
VI, do Código de Processo Penal.
E) DA AGRAVANTE DA REINCIDÊNCIA
O Ministério Público requereu a condenação do réu nos termos da denúncia,
com a incidência do artigo 61, inciso I, do Código Penal, diante da condenação definitiva pela
prática de contravenção anterior.
Todavia, o réu foi condenado, com sentença transitada em julgado, pela
prática de contravenção penal, não se enquadrando no contexto do artigo 63 do Código
Penal, que prevê a reincidência quando o agente comete novo crime após o trânsito em
julgado da sentença condenatória pela prática de crime anterior.
Logo, deve ser afastada a agravante da reincidência, prevista no artigo 61,
inciso I, do Código Penal.
F) DA ATENUANTE DA IDADE
O réu era maior de 70 anos na data da sentença, razão pela qual deve ser
reconhecida a atenuante prevista no artigo 65, inciso I, do Código Penal.
H) DO REGIME ABERTO
O réu foi denunciado pelo crime de lesão corporal leve qualificada, nos
termos do artigo 129, § 9º, do Código Penal, que prevê pena de três meses a três anos.
Logo, na hipótese de eventual condenação, a pena não será superior a quatro anos.
Além disso, trata-se de crime apenado com detenção, não sendo possível a
fixação de regime fechado, nos termos do artigo 33, “caput”, do Código Penal.
Logo, o Magistrado deverá fixar o regime aberto para o início do
cumprimento da pena, nos termos do artigo 33, § 2º, alínea “c”, do Código Penal.
III) DO PEDIDO
Ante o exposto, requer:
a) A extinção da punibilidade, pela decadência, nos termos do artigo 107, inciso IV, do Código
Penal;
b) Nulidade do processo pela falta de representação, nos termos do artigo 564, III, “a”, e
inciso IV, do Código de Processo Penal;
c) Nulidade do processo pela falta de oferecimento de proposta de suspensão condicional
do processo;
d) Absolvição, na forma do artigo 386, inciso VI, do Código de Processo Penal;
e) Aplicação da pena-base no mínimo legal;
f) Reconhecimento das atenuantes do artigo 65, incisos I, e III, alínea “b”, do Código Penal;
g) Fixação do regime aberto nos termos do artigo 33, § 2º, alínea “c”, do Código Penal;
h) Concessão de suspensão condicional da pena.
Nestes termos,
Pede deferimento.
Enunciado
Rodrigo foi denunciado pelo crime de homicídio simples consumado, com a causa de aumento
prevista na primeira parte do Art. 121, § 4º, do CP, perante o Tribunal do Júri da Comarca de
São Paulo. De acordo com o que consta na denúncia, no dia 26 de dezembro de 2019, em uma
boate localizada na cidade de São Paulo, Rodrigo teria desferido um soco na barriga de João,
além de ter lhe dado um empurrão, que fez com que a vítima caísse em cima da garrafa de vidro
que segurava. O corte gerado foi a causa eficiente da morte de João, conforme consta do laudo
acostado ao procedimento. Rodrigo teria sido encaminhado por seus amigos ao hospital após os
fatos, pois se mostrava descontrolado, não tendo prestado socorro à vítima, por isso, sendo
imputada a causa de aumento da primeira parte do Art. 121, § 4º, do CP.
Diante da inicial acusatória, Rodrigo procurou seu (sua) advogado(a), narrando que, no dia dos
fatos, câmeras de segurança registraram o momento em que uma pessoa desconhecida, de
maneira furtiva, teria colocado substâncias entorpecentes em sua bebida, o que teria causado
uma embriaguez completa. Rodrigo teria ficado descontrolado e, em razão disso, sem motivação,
teria desferido um soco na barriga de João, empurrando-o em seguida apenas para que, dele,
se afastasse, nem mesmo percebendo que a vítima estaria com uma garrafa de cerveja nas
mãos. Destacou sequer saber por que quis lesionar João, mas assegurou que o resultado morte
não foi pretendido e nem aceito pelo mesmo, que precisou, inclusive, ser submetido a tratamento
psicológico em razão dos fatos. Apresentou laudo do hospital, elaborado logo após o ocorrido,
constatando que estaria completamente embriagado em razão da ingestão daquela substância
entorpecente que teria sido colocada em sua bebida, bem como que, naquele momento, era
inteiramente incapaz de entender o caráter ilícito dos fatos.
Processo nº
Nestes termos,
Pede deferimento
Advogado...
OAB...
EGRÉGIO TRIBUNAL DE JUSTIÇA DO ESTADO DE SÃO PAULO
Recorrente: RODRIGO
Recorrido: MINISTÉRIO PÚBLICO
Processo nº
RAZÕES DE RECURSO EM SENTIDO ESTRITO
I) DOS FATOS
O Ministério Público denunciou o recorrente pelo crime de homicídio
simples consumado, com a causa de aumento prevista na primeira parte do artigo 121, §4º,
do Código Penal.
Designada a audiência de instrução e julgamento para a oitiva das
testemunhas de acusação e defesa, além do interrogatório do réu.
Ao final, o réu foi interrogado. Encerrada a instrução, o Magistrado
proferiu decisão pronunciando o réu nos termos da denúncia.
A defesa foi intimada da decisão no dia 05 de abril de 2021, segunda-
feira.
II) DO DIREITO
A) DA NULIDADE DO PROCEDIMENTO
Na audiência de instrução e julgamento o magistrado determinou a
oitiva das testemunhas de defesa antes das de acusação, em virtude do atraso dos policiais
arrolados pelo Ministério Público. Todavia, conforme dispõe artigo 411 do Código de
Processo Penal, na audiência de instrução e julgamento deverão ser ouvidas as
testemunhas de acusação e defesa, nesta ordem.
A inversão da ordem de oitiva das testemunhas prejudicou o exercício da
ampla defesa e contraditório, previsto no artigo 5º, inciso LV, da Constituição Federal.
Logo, deve ser reconhecida a nulidade de todos os atos processuais
praticados a partir da audiência, tendo em vista a inversão da ordem de inquirição de
testemunhas.
C) DA DESCLASSIFICAÇÃO
Em que pese tenha ocorrido o resultado morte de João, o recorrente não
pretendia esse resultado e que nem o aceitava. No caso, Rodrigo teve a intenção (ainda que
afetada pela inimputabilidade momentânea) de praticar o crime de lesão corporal. Em relação
a morte, vislumbra-se a ocorrência de culpa, de modo que o delito em tese praticado seria o
de lesão corporal seguida de morte, previsto no artigo 129, § 3º, do Código Penal, o qual não
é um crime doloso contra a vida. Dessa forma, caso não seja reconhecida a absolvição
sumária, requer a desclassificação do crime imputado para o delito de lesão seguido de
morte, na forma do artigo 419 do Código de Processo Penal, encaminhando-se os autos ao
juízo singular.
D) DO AFASTAMENTO DA CAUSA DE AUMENTO
O réu foi pronunciado pelo crime de homicídio simples consumado, com a
causa de aumento prevista na primeira parte do artigo 121, §4º, do Código Penal.
Todavia, tal causa de aumento somente é aplicável ao crime de homicídio
culposo, conforme se extrai da primeira parte do artigo 121, § 4º, do Código Penal. No caso,
o delito imputado ao recorrente foi de homicídio doloso, sendo inaplicável a causa de
aumento de pena.
III) DO PEDIDO
Ante o exposto, requer seja CONHECIDO e PROVIDO o presente recurso,
com a reforma da decisão de 1º grau, para o fim de que:
a) Seja reconhecida a nulidade dos atos praticados desde a audiência de instrução e
julgamento;
b) Seja o réu absolvido sumariamente, com fundamento no artigo 415, inciso IV, do Código
de Processo Penal;
c) Seja desclassificado o delito de homicídio simples consumado para o crime de lesão
corporal seguida de morte, com a consequente remessa para o juízo comum, na forma do
artigo 419 do Código de Processo Penal;
d) Seja afastada a causa de aumento de pena, previsto no artigo 121, §4º, do Código Penal.
Nestes termos,
Pede deferimento.
Enunciado
Patrick, nascido em 04/06/1960, tio de Natália, jovem de 18 anos, estava na varanda de sua casa
em Araruama, em 05/03/2017, no interior do Estado do Rio de Janeiro, quando vê o namorado
de sua sobrinha, Lauro, agredindo-a de maneira violenta, em razão de ciúmes.
Verificando o risco que sua sobrinha corria com a agressão, Patrick gritou com Lauro, que não
parou de agredi-la. Patrick não tinha outra forma de intervir, porque estava com uma perna
enfaixada devido a um acidente de trânsito.
Ao ver que as agressões não cessavam, foi até o interior de sua residência e pegou uma arma
de fogo, de uso permitido, que mantinha no imóvel, devidamente registrada, tendo ele
autorização para tanto. Com intenção de causar lesão corporal que garantisse a debilidade
permanente de membro de Lauro, apertou o gatilho para efetuar disparo na direção de sua perna.
Por circunstâncias alheias à vontade de Patrick, a arma não funcionou, mas o barulho da arma
de fogo causou temor em Lauro, que empreendeu fuga e compareceu à Delegacia para narrar a
conduta de Patrick.
Após meses de investigações, com oitiva dos envolvidos e das testemunhas presenciais do fato,
quais sejam, Natália, Maria e José, estes dois últimos sendo vizinhos que conversavam no portão
da residência, o inquérito foi concluído, e o Ministério Público ofereceu denúncia, perante o juízo
competente, em face de Patrick como incurso nas sanções penais do Art. 129, § 1º, inciso III,
c/c. o Art. 14, inciso II, ambos do Código Penal. Juntamente com a denúncia, vieram as principais
peças que constavam do inquérito, inclusive a Folha de Antecedentes Criminais, na qual
constava outra anotação por ação penal em curso pela suposta prática do crime do Art. 168 do
Código Penal, bem como o laudo de exame pericial na arma de Patrick apreendida, o qual
concluiu pela total incapacidade de efetuar disparos.
Em busca do cumprimento do mandado de citação, o oficial de justiça comparece à residência
de Patrick e verifica que o imóvel se encontrava trancado. Apenas em razão desse único
comparecimento no dia 26/02/2018, certifica que o réu estava se ocultando para não ser citado
e realiza, no dia seguinte, citação por hora certa, juntando o resultado do mandado de citação e
intimação para defesa aos autos no mesmo dia. Maria, vizinha que presenciou a conduta do
oficial de justiça, se assusta e liga para o advogado de Patrick, informando o ocorrido e
esclarecendo que ele se encontra trabalhando e ficará embarcado por 15 dias. O advogado entra
em contato com Patrick por e-mail e este apenas consegue encaminhar uma procuração para
adoção das medidas cabíveis, fazendo uma pequena síntese do ocorrido por escrito.
Processo nº...
I) DOS FATOS
No dia 05/03/2017, o réu Patrick viu Lauro, namorado de sua sobrinha,
agredindo-a de maneira violenta, em razão de ciúmes.
Após conclusão do Inquérito Policial, o Ministério Público ofereceu denúncia
contra o réu como incurso nas sanções penais do artigo 129, § 1º, inciso III, c/c artigo 14,
inciso II, ambos do Código Penal.
Foi juntado laudo de exame pericial da arma apreendida, o qual concluiu pela
total incapacidade de efetuar disparos.
O oficial de justiça, considerando que o réu se ocultava para não ser citado,
procedeu à citação por hora certa.
II) DO DIREITO
A) DA NULIDADE DA CITAÇÃO
O oficial de justiça compareceu à residência do réu e, em razão do único
comparecimento realizado no dia 26/02/2018, certificou que réu estava se ocultando para
não ser citado, realizando, no dia seguinte, a citação por hora certa.
Todavia, Patrick não estava se ocultando para ser citado, pois sua residência
estava fechada porque ele estava trabalhando em embarcação e o oficial de justiça somente
compareceu em uma oportunidade.
Além disso, o oficial de justiça compareceu apenas uma vez na residência
do réu, sendo necessário procurar o réu duas vezes sem o encontrar para efetivar a citação
por hora certa, nos termos do artigo 362 do Código de Processo Penal c/c o artigo 252 do
Código de Processo Civil.
Assim, verifica-se a nulidade da citação, nos termos do artigo 564, inciso III,
alínea “e”, do Código de Processo Penal.
B) DO CRIME IMPOSSÍVEL
O réu foi denunciado pela prática do crime de lesão corporal grave tentado.
Todavia, a arma de fogo utilizada não era apta a efetuar disparos, conforme laudo pericial
acostado. Logo, o meio utilizado era absolutamente ineficaz para produzir qualquer
resultado.
Nos termos do artigo 17 do Código Penal, não se pune a tentativa quando,
por ineficácia absoluta do meio ou por absoluta impropriedade do objeto, é impossível
consumar-se o delito. Trata-se, portanto, de crime impossível.
O reconhecimento do crime impossível gera a atipicidade da conduta e,
consequentemente, cabível a absolvição sumária pelo fato evidentemente não constituir
crime, com base no artigo 397, inciso III, do Código de Processo Penal.
C) DA LEGÍTIMA DEFESA
O réu foi acusado de ter agredido a vítima, sendo-lhe imputado o crime de
lesão corporal grave tentado. Todavia, Patrick agiu amparado pela legítima defesa, prevista
nos artigos 25 e 23, inciso II, ambos do Código Penal.
No caso, o réu usou moderadamente dos meios que tinha à sua disposição,
já que estava com a perna enfaixada devido a um acidente de trânsito, para repelir injusta
agressão praticada contra a sua sobrinha.
Além disso, Patrick não pretendia matar Lauro, mas apenas lesionar,
buscando atingir a sua perna, para fazer cessar a agressão.
Assim, diante da legítima defesa, requer a absolvição sumária, tendo em
vista que há manifesta causa excludente da ilicitude, com fundamento no artigo 397, inciso
I, do Código de Processo Penal.
III) DO PEDIDO
Ante o exposto, requer:
a) Reconhecimento da nulidade do ato de citação, nos termos do artigo 564, inciso III, alínea
“e”, do Código de Processo Penal;
b) Absolvição sumária, com base no artigo 397, inciso I, do Código de Processo Penal.
c) Absolvição sumária, com base no artigo 397, inciso III, do Código de Processo Penal.
d) A produção de todas as provas admitidas em direito, principalmente prova testemunhal.
ROL DE TESTEMUNHAS:
1. Maria...;
2. José...;
3. Natália...
Nestes termos,
Pede deferimento.
10) Patrick utilizou dos meios necessários (0,10) para repelir injusta
agressão atual (0,15). 0,00/0,10/0,15/0,25
Enunciado
Gilberto, quando primário, apesar de portador de maus antecedentes, praticou um crime de roubo
simples, pois, quando tinha 20 anos de idade, subtraiu de Renata, mediante grave ameaça, um
aparelho celular. Apesar de o crime restar consumado, o telefone celular foi recuperado pela
vítima. Os fatos foram praticados em 12 de dezembro de 2011. Por tal conduta, foi Gilberto
denunciado e CONDENADO como incurso nas sanções penais do Art. 157, “caput”, do Código
Penal a uma pena privativa de liberdade de 04 anos e 06 meses de reclusão em regime inicial
fechado e 12 dias multa, tendo a sentença transitada em julgado para ambas as partes em 11
de setembro de 2013. Gilberto havia respondido ao processo em liberdade, mas, desde o dia 15
de setembro de 2013, vem cumprindo a sanção penal que lhe foi aplicada regularmente, inclusive
obtendo progressão de regime. Nunca foi punido pela prática de falta grave e preenchia os
requisitos subjetivos para obtenção dos benefícios da execução penal.
Processo nº...
Nestes termos,
Pede deferimento.
Advogado...
OAB...
EGRÉGIO TRIBUNAL DE JUSTIÇA DO ESTADO DO RIO DE JANEIRO
Recorrente: GILBERTO
Recorrido: MINISTÉRIO PÚBLICO
Processo nº...
I) DOS FATOS
O agravante foi denunciado e condenado como incurso nas sanções penais
do artigo 157, “caput”, do Código Penal, sendo-lhe aplicada pena privativa de liberdade de
04 anos e 06 meses de reclusão em regime inicial fechado e 12 dias multa, tendo a sentença
transitada em julgado para ambas as partes em 11 de setembro de 2013.
O agravante formulou pedido de obtenção de livramento condicional junto
ao Juízo da Vara de Execução Penal da comarca do Rio de Janeiro/RJ, que foi indeferido.
II) DO DIREITO
III – DO PEDIDO
Ante o exposto, requer seja CONHECIDO e PROVIDO o presente recurso, com
a reforma da decisão, a fim de que seja concedido o livramento condicional, com a
consequente expedição do alvará de soltura, já que o recorrente preenche os requisitos.
Nestes termos,
Pede deferimento.
Advogado...
OAB...
ITEM PONTUAÇÃO
PETIÇÃO DE INTERPOSIÇÃO
Item 1 - Endereçamento correto: Juízo da Vara de Execuções Penais do
Rio de Janeiro/RJ (0,10). 0,00/0,10
Enunciado
No dia 24 de dezembro de 2020, na cidade do Rio de Janeiro, Rodrigo e um amigo não
identificado foram para um bloco de rua que ocorria em razão do Natal, onde passaram a ingerir
bebida alcoólica em comemoração ao evento festivo. Na volta para casa, ainda em companhia
do amigo, já um pouco tonto em razão da quantidade de cerveja que havia bebido, subtraiu,
mediante grave ameaça, os pertences de uma moça desconhecida que caminhava
tranquilamente pela rua. A vítima era Maria, jovem de 24 anos que acabara de sair do médico e
saber que estava grávida de um mês. Em razão dos fatos, Rodrigo foi denunciado pela prática
de crime de roubo majorado, na forma do Art. 157, § 2º, incisos II e VII, do Código Penal.
Durante a instrução, foi juntada a Folha de Antecedentes Criminais de Rodrigo, onde constavam
anotações em relação a dois inquéritos policiais em que ele figurava como indiciado e três ações
penais que respondia na condição de réu, apesar de em nenhuma delas haver sentença com
trânsito em julgado. Foram, ainda, durante a Audiência de Instrução e Julgamento ouvidos a
vítima e os policiais que encontraram Rodrigo, horas após o crime, na posse dos bens subtraídos.
Durante seu interrogatório, Rodrigo permaneceu em silêncio. Ao final da instrução, após
alegações finais, a pretensão punitiva do Estado foi julgada procedente, com Rodrigo sendo
condenado a pena de 05 anos e 04 meses de reclusão, a ser cumprida em regime semiaberto,
e 13 dias-multa. O juiz aplicou a pena-base no mínimo legal, além de não reconhecer qualquer
agravante ou atenuante. Na terceira fase da aplicação da pena, reconheceu a majorante
mencionada na denúncia e realizou um aumento de 1/3 da pena imposta.
ii) O reconhecimento das agravantes previstas no Art. 61, inciso II, alíneas ‘h’ e ‘l’, do Código
Penal;
iii) A majoração do quantum de aumento em razão das causas de aumentos previstas no Art.
157, §2º, incisos II e VII, do Código Penal, exclusivamente pelo fato de serem duas as
majorantes;
iv) Fixação do regime inicial fechado de cumprimento de pena, pois o crime de roubo tem
assombrado a população do Rio de Janeiro, causando uma situação de insegurança em toda a
sociedade.
Processo nº...
Nestes termos,
Pede deferimento.
Advogado...
OAB...
EGRÉGIO TRIBUNAL DE JUSTIÇA DO ESTADO DO RIO DE JANEIRO
I) DOS FATOS
O réu foi denunciado pela prática do crime de roubo majorado, na forma do
artigo 157, §2º, inciso II e VII, do Código Penal.
Ao final da instrução, o Magistrado proferiu sentença condenatória,
aplicando a pena de 05 anos e 04 meses de reclusão, a ser cumprida em regime
semiaberto, e 13 dias-multa.
Inconformado, o Ministério Público interpôs recurso de apelação,
acompanhado das respectivas razões recursais, no dia 30 de setembro de 2021.
O Magistrado recebeu o recurso de apelação do Ministério Público e
intimou a defesa para apresentar a medida cabível.
II) DO DIREITO
A) DA INTEMPESTIVIDADE DA APELAÇÃO
O Ministério Público foi intimado da sentença no dia 13 de setembro de
2021 e interpôs o recurso de apelação no dia 30 de setembro de 2021. Todavia, nos termos
do artigo 593 do Código de Processo Penal, o prazo para interpor recurso de apelação é
de 05 dias.
Logo, considerando que entre a data da intimação da sentença e da
interposição do recurso de apelação passaram mais de 05 dias, conclui-se que o recurso
de apelação interposto pelo Ministério Público é intempestivo.
Diante disso, o recurso de apelação não deve ser conhecido.
B) DO AUMENTO DA PENA-BASE
O Ministério Público postula o aumento da pena-base, tendo em vista a
existência de diversas anotações na folha de antecedentes criminais do acusado. Todavia,
nos termos da Súmula 444 do Superior Tribunal de Justiça, inquéritos policiais, ações
penais em curso e condenações ainda não transitadas em julgado não autorizam o
reconhecimento de circunstância judicial desfavorável como maus antecedentes, sob pena
de violação do princípio da presunção de inocência, previsto no artigo 5º, inciso LVII, da
Constituição Federal/88.
Logo, não há maus antecedentes, devendo a pena-base ser mantida no
mínimo legal.
C) DA AGRAVANTE DA GRAVIDEZ
O Ministério Público busca o reconhecimento da agravante pela prática de
crime contra mulher grávida, prevista no artigo 61, inciso II, alínea “h”, do Código Penal.
Todavia, o réu não tinha conhecimento de que a vítima estava grávida. A própria vítima
recém tinha saído do médico e tomado conhecimento de que estava grávida de um mês,
não sendo, portanto, possível verificar sinais visíveis de gravidez da vítima.
Logo, não deve ser aplicada a agravante da gravidez, sob pena de
responsabilidade objetiva, já que o réu, em relação a essa circunstância, não agiu com
dolo ou culpa.
D) DA AGRAVANTE DA EMBRIAGUEZ PREORDENADA
O Ministério Público requer seja reconhecida a agravante da embriaguez
preordenada, prevista no artigo 61, inciso II, alínea “l”, do Código Penal. Todavia, o réu não
ingeriu bebida alcóolica com o objetivo de praticar crime ou para tomar coragem para
cometer delito, uma vez que bebeu em comemoração durante evento festivo.
Logo, não se trata de embriaguez preordenada, mas voluntária ou, até
mesmo, culposa. Assim, não deve ser aplicada a agravante da embriaguez preordenada.
E) DO AUMENTO DA PENA
O Ministério Público postulou a majoração do quantum de aumento em razão
das causas de aumentos previstas no art. 157, §2º, incisos II e VII, do Código Penal,
exclusivamente pelo fato de serem duas as majorantes.
Todavia, não é possível elevar ainda mais a pena, uma vez que a elevação
da fração da pena exige motivação idônea, não sendo suficiente fundamentar o aumento
apenas com base no número de majorantes, conforme a Súmula 443 do Superior Tribunal
de Justiça.
Logo, deve ser mantida a majoração da pena.
F) DO REGIME CARCERÁRIO
O Ministério Público requer a fixação do regime inicial fechado de
cumprimento de pena, pois o roubo tem assombrado a população do Rio de Janeiro,
causando uma situação de insegurança em toda a sociedade.
Todavia, nos termos das Súmulas 718 e 719 do Supremo Tribunal Federal,
eventual gravidade em abstrato do delito não constitui motivação idônea para a fixação do
regime mais severo do que a pena aplicada permitir.
Além disso, o Magistrado fixou a pena-base no mínimo legal, sendo,
portanto, vedada a fixação do regime mais severo do que a pena imposta permite, com
base na gravidade em abstrato do delito, nos termos da Súmula 440 do Superior Tribunal
de Justiça.
Logo, considerando que o fato de roubo estar assombrando a população
do Rio de Janeiro não constitui motivação idônea para fixação de regime carcerário mais
severo, porque amparada na gravidade em abstrato de delito, deverá ser mantido o
regime carcerário semiaberto fixado na sentença.
III) DO PEDIDO
Nestes termos,
Pede deferimento.
Advogado...
OAB...
Queixa-crime
Enunciado
Enrico, engenheiro de uma renomada empresa da construção civil, possui um perfil em uma das
redes sociais existentes na Internet e o utiliza diariamente para entrar em contato com seus
amigos, parentes e colegas de trabalho. Enrico utiliza constantemente as ferramentas da Internet
para contatos profissionais e lazer, como o fazem milhares de pessoas no mundo
contemporâneo.
No dia 07/05/2021, Enrico comemora aniversário e planeja, para a ocasião, uma reunião à noite
com parentes e amigos para festejar a data em uma famosa churrascaria da cidade de Niterói,
no estado do Rio de Janeiro. Na manhã de seu aniversário, resolveu, então, enviar o convite por
meio da rede social, publicando postagem alusiva à comemoração em seu perfil pessoal, para
todos os seus contatos.
Helena, vizinha e ex-namorada de Enrico, que também possui perfil na referida rede social e está
adicionada nos contatos de seu ex, soube, assim, da festa e do motivo da comemoração. Então,
de seu computador pessoal, instalado em sua residência, um prédio na praia de Icaraí, em
Niterói, publicou na rede social uma mensagem no perfil pessoal de Enrico.
Enrico, mortificado, não sabia o que dizer aos amigos, em especial a Carlos, Miguel e Ramirez,
que estavam ao seu lado naquele instante. Muito envergonhado, Enrico tentou disfarçar o
constrangimento sofrido, mas perdeu todo o seu entusiasmo, e a festa comemorativa deixou de
ser realizada. No dia seguinte, Enrico procurou a Delegacia de Polícia Especializada em
Repressão aos Crimes de Informática e narrou os fatos à autoridade policial, entregando o
conteúdo impresso da mensagem ofensiva e a página da rede social na Internet onde ela poderia
ser visualizada. Passados cinco meses da data dos fatos, Enrico procurou seu escritório de
advocacia e narrou os fatos acima. Você, na qualidade de advogado de Enrico, deve assisti-lo.
Informa-se que a cidade de Niterói, no Estado do Rio de Janeiro, possui Varas Criminais e
Juizados Especiais Criminais.
Com base somente nas informações de que dispõe e nas que podem ser inferidas pelo caso
concreto acima, redija a peça cabível, excluindo a possibilidade de impetração de “habeas
corpus”, sustentando, para tanto, as teses jurídicas pertinentes, datando-a no último dia do prazo.
(Valor: 5,00 pontos)
A peça deve abranger todos os fundamentos de Direito que possam ser utilizados para dar
respaldo à pretensão.
EXCELENTÍSSIMO SENHOR DOUTOR JUIZ DE DIREITO DA ... VARA CRIMINAL DA
COMARCA DE NITERÓI/RJ
I – DOS FATOS
II – DO DIREITO
Ao afirmar que o querelante trabalha todo dia embriagado e que no dia 10
de março, ele cambaleava bêbado pelas ruas do Rio, inclusive, estava tão bêbado no
horário do expediente que a empresa em que trabalha teve que chamar uma ambulância
para socorrê-lo, a querelada praticou o crime de difamação, previsto no artigo 139 do
Código Penal.
Ao afirmar que o querelante não passa de um idiota, bêbado, irresponsável
e sem vergonha, a querelada praticou o crime de injúria, previsto no artigo 140 do Código
Penal.
Helena, ao utilizar o seu computador pessoal para inserir as expressões
injuriosas e difamantes, no perfil do querelante em sua rede social, usou meio que facilitou
a divulgação da difamação e injúria, por meio de rede mundial de computador, incidindo,
por isso, a causa de aumento de pena prevista no artigo 141, §2º, do Código Penal.
Helena praticou a injúria e a difamação no mesmo contexto, mediante única
publicação, com desígnios autônomos, em concurso formal imperfeito de crimes, nos
termos do artigo 70, 2ª parte, do Código Penal.
III – DO PEDIDO
Ante o exposto, o querelante requer:
a) a designação de audiência de reconciliação, prevista no artigo 520 do
Código de Processo Penal;
b) o recebimento da queixa-crime;
c) a citação da querelada;
d) a procedência do pedido, com a consequente condenação da querelada
pela prática dos crimes do artigo 139 e 140 c/c o artigo 141, §2º, e artigo 70, todos do
Código Penal;
e) a fixação do valor mínimo de indenizatório, nos termos do artigo 387,
inciso IV, do Código de Processo Penal;
f) a produção de provas, com a oitiva das testemunhas arroladas.
ROL DE TESTEMUNHAS:
1) CARLOS...;
2) MIGUEL...;
3) RAMIREZ...
ADVOGADO...
OAB...
Revisão criminal
Enunciado
Jane, no dia 18 de outubro de 2010, na cidade de Cuiabá – MT, subtraiu veículo automotor de
propriedade de Gabriela. Tal subtração ocorreu no momento em que a vítima saltou do carro
para buscar um pertence que havia esquecido em casa, deixando-o aberto e com a chave na
ignição. Jane, ao ver tal situação, aproveitou-se e subtraiu o bem, com o intuito de revendê-lo no
Paraguai. Imediatamente, a vítima chamou a polícia e esta empreendeu perseguição ininterrupta,
tendo prendido Jane em flagrante somente no dia seguinte, exatamente quando esta tentava
cruzar a fronteira para negociar a venda do bem, que estava guardado em local não revelado.
Em 30 de outubro de 2010, a denúncia foi recebida. No curso do processo, as testemunhas
arroladas afirmaram que a ré estava, realmente, negociando a venda do bem no país vizinho e
que havia um comprador, terceiro de boa-fé arrolado como testemunha, o qual, em suas
declarações, ratificou os fatos. Também ficou apurado que Jane possuía maus antecedentes e
reincidente específica nesse tipo de crime, bem como que Gabriela havia morrido no dia seguinte
à subtração, vítima de enfarte sofrido logo após os fatos, já que o veículo era essencial à sua
subsistência. A ré confessou o crime em seu interrogatório.
Ao cabo da instrução criminal, a ré foi condenada a cinco anos de reclusão no regime inicial
fechado para cumprimento da pena privativa de liberdade, tendo sido levada em consideração a
confissão, a reincidência específica, os maus antecedentes e as consequências do crime, quais
sejam, a morte da vítima e os danos decorrentes da subtração de bem essencial à sua
subsistência. A condenação transitou definitivamente em julgado, e a ré iniciou o cumprimento
da pena em 10 de novembro de 2012. No dia 5 de março de 2013, você, já na condição de
advogado(a) de Jane, recebe em seu escritório a mãe de Jane, acompanhada de Gabriel, único
parente vivo da vítima, que se identificou como sendo filho desta. Ele informou que, no dia 27 de
outubro de 2010, Jane, acolhendo os conselhos maternos, lhe telefonou, indicando o local onde
o veículo estava escondido. O filho da vítima, nunca mencionado no processo, informou que no
mesmo dia do telefonema, foi ao local e pegou o veículo de volta, sem nenhum embaraço, bem
como que tal veículo estava em seu poder desde então.
Com base somente nas informações de que dispõe e nas que podem ser inferidas pelo caso
concreto acima, redija a peça cabível, excluindo a possibilidade de impetração de “habeas
corpus”, sustentando, para tanto, as teses jurídicas pertinentes. (Valor: 5,0)
EXCELENTÍSSIMO SENHOR DOUTOR DESEMBARGADOR PRESIDENTE DO
TRIBUNAL DE JUSTIÇA DO ESTADO DO MATO GROSSO
I) DOS FATOS
II) DO DIREITO
A) DO ARREPENDIMENTO POSTERIOR
A requerente foi denunciada pela prática do crime de furto qualificado,
ocorrido no dia 18 de outubro de 2010, consistente no veículo automotor de propriedade de
Gabriela.
Todavia, não foi considerada na sentença condenatória a causa de
diminuição da pena consistente no arrependimento posterior, previsto no artigo 16 do
Código Penal.
O filho da vítima, que nunca fora mencionado no processo que deu origem
à condenação do requerente, informou que, no dia 27 de outubro de 2010, Jane, acolhendo
os conselhos maternos, lhe telefonou indicando o local onde o veículo estava escondido,
acrescentando que no mesmo dia do telefonema foi ao local e pegou o veículo de volta,
sem nenhum embaraço, bem como que tal veículo estava em seu poder desde então.
Logo, surgiu prova nova no sentido de que a requerente teria restituído o
veículo antes do recebimento da denúncia, razão pela qual deve ser considerada a causa
de diminuição da pena em face do arrependimento posterior, no se grau máximo, qual seja,
em 2/3, já que o bem subtraído foi devolvido na sua integralidade.
B) DA QUALIFICADORA
A requerente foi denunciada pela prática do crime de furto qualificado,
ocorrido no dia 18 de outubro de 2010, consistente no veículo automotor de propriedade de
Gabriela, sendo qualificado porque teria subtraído para transportar para o Paraguai.
Todavia, o fato novo, consistente nas declarações do filho da vítima,
comprova que o veículo não chegou a ser transportado para o exterior, já que teria sido
restituído à vítima.
Logo, não incidiu a qualificadora prevista no §5º do artigo 155 do Código
Penal. Por isso, cabível a desclassificação do furto qualificado para o furto simples (artigo
155, “caput”, do Código Penal).
C) DO REGIME FECHADO
A requerente foi denunciada pela prática do crime de furto qualificado,
ocorrido no dia 18 de outubro de 2010, consistente no veículo automotor de propriedade de
Gabriela, sendo condenada a cinco anos de reclusão, em regime fechado.
Todavia, considerando o afastamento da qualificadora e do
arrependimento posterior e a consequente diminuição em 2/3, a pena não será superior a
quatro anos. Além disso, a reparação do dano promovida pela requerente prepondera sobre
os maus antecedentes, sendo, portanto, as circunstâncias judiciais favoráveis.
Logo, nos termos da Súmula 269 do Superior Tribunal de Justiça, é
possível a fixação do regime semiaberto ao condenado à pena não superior a quaro anos,
com circunstâncias judiciais favoráveis.
III) DO PEDIDO
Ante o exposto, requer seja julgada procedente a ação de revisão criminal,
a fim de que seja, nos termos do artigo 626 do Código de Processo Penal:
a) Desclassificada a conduta de furto qualificado para o furto simples;
b) A diminuição da pena privativa de liberdade, em face do arrependimento posterior;
c) A fixação do regime semiaberto (ou a mudança para referido regime) para o
cumprimento da pena privativa de liberdade.
Nestes termos,
Pede deferimento.
Local..., data...
Advogado...
OAB...
Relaxamento de prisão
Enunciado
No dia 10 de março de 2020, após ingerir um litro de vinho na sede de sua fazenda, José Alves
pegou seu automóvel e passou a conduzi-lo ao longo da estrada que tangencia sua propriedade
rural. Após percorrer cerca de dois quilômetros na estrada absolutamente deserta, José Alves
foi surpreendido por uma equipe da Polícia Militar que lá estava a fim de procurar um indivíduo
foragido do presídio da localidade. Abordado pelos policiais, José Alves saiu de seu veículo
trôpego e exalando forte odor de álcool, oportunidade em que, de maneira incisiva, os policiais
lhe compeliram a realizar um teste de alcoolemia em aparelho de ar alveolar. Realizado o teste,
foi constatado que José Alves tinha concentração de álcool de um miligrama por litro de ar
expelido pelos pulmões, razão pela qual os policiais o conduziram à Unidade de Polícia
Judiciária, onde foi lavrado Auto de Prisão em Flagrante pela prática do crime previsto no artigo
306 da Lei 9.503/1997, sendo-lhe negado no referido Auto de Prisão em Flagrante o direito de
entrevistar-se com seus advogados ou com seus familiares.
Dois dias após a lavratura do Auto de Prisão em Flagrante, em razão de José Alves ter
permanecido encarcerado na Delegacia de Polícia, você é procurado pela família do preso, sob
protestos de que não conseguiam vê-lo e de que o delegado não comunicara o fato ao juízo
competente, tampouco à Defensoria Pública.
Com base somente nas informações de que dispõe e nas que podem ser inferidas pelo caso
concreto acima, na qualidade de advogado de José Alves, redija a peça cabível, exclusiva de
advogado, no que tange à liberdade de seu cliente, questionando, em juízo, eventuais
ilegalidades praticadas pela Autoridade Policial, alegando para tanto toda a matéria de direito
pertinente ao caso. (Valor 5,00)
EXCELENTÍSSIMO SENHOR DOUTOR JUIZ DE DIREITO DA... VARA CRIMINAL DA
COMARCA...
Autos nº...
I) DOS FATOS
II) DO DIREITO
A) DA PROVA ILÍCITA
O requerente foi compelido a realizar o teste de alcoolemia em aparelho de
ar alveolar. Todavia, trata-se de prova ilícita, porque violou o direito do requerente de não
produzir prova contra si mesmo, previsto no artigo 5º, inciso LXIII, da Constituição
Federal/88 e artigo 8º, § 2, alínea “g”, do Decreto 678/92.
Além disso, o requerente foi forçado a realizar o teste de alcoolemia. Logo,
trata-se de prova ilícita, nos termos do artigo 157 do Código de Processo Penal, e artigo 5º,
inciso LVI, da Constituição Federal/88.
D) DA NOTA DE CULPA
Após o decurso de dois dias da lavratura da prisão em flagrante, o Delegado
não havia comunicado e, portanto, encaminhado os autos ao juiz competente, não
entregando, pois, a nota de culpa.
Todavia, conforme o artigo 306, §2º, do Código de Processo Penal, no prazo
de 24 horas após a realização da prisão, deveria ser entregue a nota de culpa ao flagrado.
Logo, trata-se de prisão ilegal.
III) DO PEDIDO
Ante o exposto, requer:
a) O relaxamento da prisão em flagrante;
b) Expedição do alvará de soltura;
c) Vista ao Ministério Público.
Nestes termos,
Pede deferimento.
Local... e data...
Advogado...
OAB...
Distribuição dos Pontos
Item Pontuação
1 - Estrutura correta (divisão das partes / indicação de local, data,
0,00/0,25
assinatura).
2 - Indicação correta dos dispositivos legais que dão ensejo ao pedido
de relaxamento de prisão – art. 5º, LXV, da CRFB OU art. 310, I, do 0,00/0,50
CPP.
3 - Endereçamento correto – Juiz de Direito da XX Vara Criminal da
0,00/0,25
Comarca...
4.1 - Desenvolvimento jurídico acerca da nulidade do auto de prisão em
flagrante por violação ao direito a não produzir prova contra si (0,5) [art.
5º, LXIII, da CRFB OU art. 8º, 2, “g” do Decreto 678/92 (Pacto de San 0,00/0,50/0,75
José da Costa Rica)] (0,25)
Obs.: A mera indicação do artigo não é pontuada.
4.2 - em razão da colheita forçada do exame de teor alcoólico e
consequente ilicitude da prova (0,5) [art. 5º, LVI, OU art. 157 do CPP]
0,00/0,50/0,75
(0,25)
Obs.: A mera indicação do artigo não é pontuada.
5 - Desenvolvimento jurídico acerca da nulidade do auto de prisão em
flagrante por violação ao direito à comunicação entre o preso e o
advogado, bem como familiares (0,8), nos termos do art. 5º, LXIII, da 0,00/0,80/1,0
CRFB OU art 7º, III, do EOAB (0,2).
Obs.: A mera indicação do artigo não é pontuada.
• Considerações iniciais
A titularidade para o exercício da ação penal pública pertence ao Ministério Público, nos
termos do artigo 129, inciso I, da Constituição Federal/88. Todavia, é facultado à vítima ou seu
representante legal, ou, na sua falta, qualquer das pessoas mencionadas no artigo 31 do Código
de Processo Penal (cônjuge, ascendente, descendente ou irmão), intervir na ação penal,
conforme o disposto no artigo 268 do Código de Processo Penal.
Para intervir na ação penal pública o ofendido deverá, por intermédio de seu advogado,
requerer a sua habilitação. O Ministério Público será ouvido previamente sobre a admissão,
conforme artigo 272 do Código de Processo Penal, mas só será indeferido o pedido em caso de
ilegitimidade ou falta de procuração. Dessa decisão, não caberá recurso, conforme determina o
artigo 273 do Código de Processo Penal, mas admite-se a impetração de Mandado de
Segurança, conforme o caso.
O assistente de acusação será admitido até o trânsito em julgado, sendo possível que o
assistente venha ao processo só para recorrer, sendo tratado como assistente não habilitado.
Em se tratando de processo por crime de competência do tribunal do júri, na 2ª fase do Júri,
deve-se atentar para a regra do artigo 430 do Código de Processo Penal, que informa que
somente será admitido o assistente que tenha requerido a sua habilitação até 5 (cinco) dias antes
da data da sessão na qual pretenda atuar.
Destaca-se que não cabe assistência de acusação na fase do inquérito policial, eis que
não se tem ação penal, porém nada impede que a vítima ou seu representante constitua um
advogado para acompanhar o procedimento, podendo, inclusive, nos termos do artigo 14 do
Código de Processo Penal requerer diligências.
A participação do assistente encontra amparo no artigo 271 do Código de Processo Penal,
podendo propor meios de provas, requerer perguntas às testemunhas, participar do debate oral
e arrazoar os recursos interpostos pelo Ministério Público, ou por ele próprio, nos casos dos
artigos 584, §1º, e 598, ambos do Código de Processo Penal.
No tocante à legitimidade recursal a atuação do assistente de acusação é restrita e
subsidiária (supletiva). De acordo com a lei, a legitimação recursal é restrita à impugnação das
seguintes decisões: a) impronúncia; b) sentença; c) da decisão que declara extinta a punibilidade
(artigos 584, §1º, e 598, ambos do Código de Processo Penal). O STF ampliou a possibilidade
nos termos da súmula 210, sendo possível a interposição de recurso extraordinário e especial.
Frise-se: o recurso do assistente de acusação será sempre subsidiário ao do Ministério Público,
isso significa que o assistente somente poderá recorrer se a promotoria não fizer.
Por fim, a possibilidade de assistência à acusação é muito criticada por parte da doutrina, por
exemplo, para Aury Lopes o sentimento de vingança gera uma contaminação que em nada
contribui para o processo, além do interesse na vingança, há nítido interesse na condenação a
fim de reforçar o dever de indenizar.
• Procedimento
O assistente de acusação poderá em regra arrazoar os recursos interpostos pelo
Ministério Público (Art. 271 do CPP).
Caso não seja interposto o recurso pelo Ministério Público, poderá nas hipóteses dos
artigos 584, §1º, e 598, ambos do Código de Processo Penal, o assistente recorrer.
No que se refere ao Tribunal do Júri, é possível que, diante da inércia de recurso por parte
do Ministério Público, o assistente de acusação recorra nos casos de:
a) Impronúncia
b) Absolvição Sumária1
c) Sentenças da 2ª Fase
Das decisões listadas, o recurso cabível é o de Apelação, nos termos dos artigos 416 e
593, inciso III, ambos do Código de Processo Penal.
Prazo para o Assistente de Acusação interpor Apelação das decisões no Tribunal do Júri:
art. 598, CPP
• Prazo de 5 dias para apelar, se já habilitado nos autos.
• Prazo de 15 dias, se não habilitado, contados a partir do escoamento do prazo do MP
(artigo 598 do Código de Processo Penal e Súmula 448 do STF).
¹Embora não tenha previsão expressa, há entendimento jurisprudencial e doutrinário neste sentido (Norberto
Avena).
• Caso o assistente de acusação já tenha se habilitado, deverá ser observada a Súmula
448 do STF - O prazo para o assistente recorrer, supletivamente, começa a correr imediatamente
após o transcurso do prazo do Ministério Público.
OBSERVAÇÃO
Embora não se trate de recurso, é importante registrar que o assistente de acusação
é legitimado a requerer o Desaforamento no procedimento do Tribunal do Júri,
conforme o artigo 427 do Código de Processo Penal.
Peça de interposição de recurso com pedido de habilitação
Processo nº...
Nestes termos,
Pede deferimento.
Local..., data...
Advogado...
OAB...
Juiz da Execução adotar essa opção, artigo 146, alínea “c”, parágrafo único, da Lei de Execução
Penal.
PEÇA PRÁTICO-PROFISSIONAL – VII Exame (Adaptada)
Apelação do Assistente de Acusação no Procedimento do Júri
Enunciado
Grávida de nove meses, Ana entra em trabalho de parto, vindo dar à luz um menino saudável, o
qual é imediatamente colocado em seu colo. Ao ter o recém-nascido em suas mãos, Ana é
tomada por extremo furor, bradando aos gritos que seu filho era um “monstro horrível que não
saiu de mim” e bate por seguidas vezes a cabeça da criança na parede do quarto do hospital,
vitimando-a fatalmente. Após ser dominada pelos funcionários do hospital, Ana é presa em
flagrante delito.
Durante a fase de inquérito policial, foi realizado exame médico-legal, o qual atestou que Ana
agira sob influência de estado puerperal. Posteriormente, foi denunciada, com base nas provas
colhidas na fase inquisitorial, sobretudo o laudo do expert, perante a 1ª Vara Criminal/Tribunal
do Júri pela prática do crime de homicídio triplamente qualificado, haja vista ter sustentado o
Parquet que Ana fora movida por motivo fútil, empregara meio cruel para a consecução do ato
criminoso, além de se utilizar de recurso que tornou impossível a defesa da vítima. Em sede de
Alegações Finais Orais, o Promotor de Justiça reiterou os argumentos da denúncia, sustentando
que Ana teria agido impelida por motivo fútil ao decidir matar seu filho em razão de tê-lo achado
feio e teria empregado meio cruel ao bater a cabeça do bebê repetidas vezes contra a parede,
além de impossibilitar a defesa da vítima, incapaz, em razão da idade, de defender-se.
A Defensoria Pública, por sua vez, alegou que a ré não teria praticado o fato e, alternativamente,
se o tivesse feito, não possuiria plena capacidade de autodeterminação, sendo inimputável. Ao
proferir a sentença, o magistrado competente entendeu por bem absolver sumariamente a ré em
razão de inimputabilidade, pois, ao tempo da ação, não seria ela inteiramente capaz de se
autodeterminar em consequência da influência do estado puerperal. Tendo sido intimado o
Ministério Público da decisão, em 11 de janeiro de 2011, o prazo recursal transcorreu in albis
sem manifestação do Parquet.
Em relação ao caso acima, você, na condição de advogado(a), é procurado pelo pai da vítima,
Wilson, em 20 de janeiro de 2011, para habilitar-se como assistente da acusação e impugnar a
decisão. Com base somente nas informações de que dispõe e nas que podem ser inferidas pelo
caso concreto acima, redija a peça cabível, sustentando, para tanto, as teses jurídicas
pertinentes, datando do último dia do prazo. (valor: 5,00)
EXCELENTÍSSIMO SENHOR DOUTOR JUIZ DE DIREITO DA 1ª VARA
CRIMINAL/TRIBUNAL DO JÚRI DA COMARCA... (0,25)
Processo n.
Nestes termos,
Pede deferimento.
Advogado...
OAB...
EGRÉGIO TRIBUNAL DE JUSTIÇA DO ESTADO...
Apelante: Wilson
Apelada: Ana
Processo nº
I – DOS FATOS
Ana foi denunciada pela prática do delito de homicídio triplamente
qualificado pelo motivo fútil, emprego de meio cruel e recurso que tornou impossível a
defesa da vítima.
Ao proferir sentença, o Magistrado absolveu sumariamente a ré, sob o
fundamento de que seria inimputável por conta do seu estado puerperal.
Intimado da decisão no dia 11 de janeiro de 2011, o Ministério Público
deixou transcorrer o prazo recursal.
Em 20 de janeiro de 2011, o pai da vítima procurou o advogado para se
habilitar como assistente da acusação e impugnar a decisão.
II – DO DIREITO
DA ABSOLVIÇÃO SUMÁRIA
O Magistrado proferiu sentença de absolvição sumária, considerando a ré
inimputável. Todavia, nos termos do artigo 415, parágrafo único, do Código de Processo
Penal (0,30), somente seria
possível a absolvição sumária pela inimputabilidade se fosse a única tese defensiva. No
caso, além da inimputabilidade, a defesa apresentou a tese de negativa de autoria, ao
alegar que a ré não praticou o fato imputado a ela (0,95).
Logo, não poderia o Magistrado absolver sumariamente a ré, mas deveria
proferir sentença de pronúncia, encaminhando-a para julgamento pelo Tribunal do Júri pela
prática do crime de homicídio triplamente qualificado ou, alternativamente, pelo delito de
infanticídio.
DA INIMPUTABILIDADE
O Magistrado proferiu sentença de absolvição sumária, considerando a ré
inimputável, pois, ao tempo da ação, não seria ela inteiramente capaz de se autodeterminar
em consequência da influência do estado puerperal. Todavia, o estado puerperal não
constitui causa de inimputabilidade, ou seja, causa excludente de culpabilidade (0,95),
sendo, portanto, elementar do crime de infanticídio, previsto no artigo 123 do Código Penal
(0,30).
Logo, não cabia ao Magistrado absolver sumariamente a ré pela
inimputabilidade, mas proferir decisão de pronúncia pela prática do delito de homicídio
triplamente qualificado, pelo motivo fútil, emprego de meio cruel e recurso que impossibilitou
a defesa da vítima, ou alternativamente, pelo delito de infanticídio, previsto no artigo 123 do
Código Penal.
III – DO PEDIDO
Ante o exposto, requer seja CONHECIDO O RECURSO E REFORMADA
A DECISÃO RECORRIDA (0,40), com o PROVIMENTO, a fim de que:
Seja a ré pronunciada, encaminhando-a a julgamento pelo Tribunal do Júri
pela prática do crime de homicídio triplamente
qualificado, pelo motivo fútil, emprego do meio cruel e recurso que impossibilitou a defesa
da vítima, nos termos do artigo 121, §2º, incisos II, III e IV, do Código Penal, ou,
alternativamente, pelo delito de infanticídio, previsto no artigo 123 do Código Penal (0,40).
Nestes termos,
Pede deferimento.
Advogado...
OAB...
Quesito Avaliado Faixa de valores
Item 1 - Estrutura correta (divisão das partes / indicação de local,
assinatura). Obs.: a falta de legitimidade para requerer a habilitação 0,00 / 0,25
implicará na não atribuição de pontos nesse item.
Item 2 - Indicação correta dos dispositivos legais que dão ensejo à
0,00 / 0,20 /0,30 /
apelação (art. 593, I, do CPP OU art. 416 do CPP (0,20) E art. 598 do
0,50
CPP (0,30)
Item 3 - Endereçamento correto da interposição (1ª Vara Criminal
0,00 / 0,25
/Tribunal do Júri)
Item 4 - Endereçamento correto das razões (Tribunal de Justiça). 0,00 / 0,25
Item 5 - Pedido de habilitação, na interposição, do pai da vítima como
assistente de acusação. Obs.: não será pontuado o pedido de 0,00 / 0,25
habilitação feito nas razões do recurso.
Item 6 - Desenvolvimento jurídico acerca da impossibilidade de se
absolver sumariamente pela inimputabilidade por não ser a única tese
defensiva alegada na primeira fase do júri (0,95) e consequente violação 0,00 / 0,95 /1,25
ao art. 415, parágrafo único, do CPP (0,30). Obs.: a mera indicação do
artigo não pontua
Item 7 - Desenvolvimento jurídico acerca da impossibilidade de se
absolver sumariamente pela inimputabilidade por não ser o estado
0,00 / 0,95 /1,25
puerperal considerado como tal (0,95), já que é elemento do tipo no art.
123 do CP.(0,30). Obs.: a mera indicação do artigo não pontua.
Item 8 - Pedidos: 8.1) Reforma da sentença de absolvição sumária
0,00 / 0,40
(0,40);
8.2) Pronúncia da ré nos exatos termos da denúncia OU pronúncia por
homicídio triplamente qualificado OU pronúncia da ré por infanticídio 0,00/ 0,40
(0,40)
Item 9 - Indicação do prazo (art. 598, parágrafo único, do CPP). Obs.:
somente será atribuída pontuação se houver indicação correta do prazo 0,00/0,20
nas duas peças (interposição e razões recursais).
PEÇAS INUSITADAS
Memoriais do júri
Enunciado
Jerusa, atrasada para importante compromisso profissional, dirige seu carro bastante
preocupada, mas respeitando os limites de velocidade. Em uma via de mão dupla, Jerusa decide
ultrapassar o carro à sua frente, o qual estava abaixo da velocidade permitida. Para realizar a
referida manobra, entretanto, Jerusa não liga a respectiva seta luminosa sinalizadora do veículo
e, no momento da ultrapassagem, vem a atingir Diogo, motociclista que, em alta velocidade,
conduzia sua moto no sentido oposto da via. Não obstante a presteza no socorro que veio após
o chamado da própria Jerusa e das demais testemunhas, Diogo falece em razão dos ferimentos
sofridos pela colisão.
Instaurado o respectivo inquérito policial, após o curso das investigações, o Ministério Público
decide oferecer denúncia contra Jerusa, imputando-lhe a prática do delito de homicídio doloso
simples, na modalidade dolo eventual (Art. 121 c/c Art. 18, I parte final, ambos do CP).
Argumentou o ilustre membro do Parquet a imprevisão de Jerusa acerca do resultado que
poderia causar ao não ligar a seta do veículo para realizar a ultrapassagem, além de não atentar
para o trânsito em sentido contrário. A denúncia foi recebida pelo juiz competente e todos os atos
processuais exigidos em lei foram regularmente praticados. Finda a instrução probatória, o
Ministério Público pugnou pela pronúncia da acusada, nos termos da denúncia. O advogado de
Jerusa é intimado da referida decisão em 02 de agosto de 2013 (sexta-feira).
Processo nº ...
I – DOS FATOS
A ré dirigia seu carro quando atingiu a motocicleta de Diogo. Não obstante
a presteza do socorro, Diogo faleceu em razão dos ferimentos sofridos pela colisão.
Após o encerramento do respectivo inquérito policial, o Ministério Público
ofereceu denúncia contra Jerusa, imputando-lhe a prática do delito de homicídio doloso
simples, na modalidade dolo eventual (Art. 121 c/c Art. 18, inciso I, parte final, ambos do
Código Penal).
Após o encerramento da instrução, o Ministério Público pugnou pela
pronúncia.
A defesa foi intimada no dia 02 de agosto de 2013.
II – DO DIREITO
DA DESCLASSIFICAÇÃO
A ré foi acusada de, na condução do seu veículo, ter causado a morte de
Diogo, que conduzia sua motocicleta em alta velocidade, sendo denunciada pela prática do
delito de homicídio doloso simples, na modalidade dolo eventual (Art. 121 c/c Art. 18, inciso
I, parte final, ambos do Código Penal).
Todavia, a ré em nenhum momento assumiu o risco de causar a morte de
Diogo, nem aceitou o resultado morte da vítima. Ou seja, a ré não agiu com dolo, uma vez
que não assumiu o risco nem aceitou o resultado morte, conforme prevê o artigo 18, inciso
I (parte final), do Código Penal, que adotou, em relação ao dolo eventual, a teoria do
consentimento. Logo, a ré teria agido, em tese, com culpa.
Nesse sentido, a conduta da ré se enquadra, em tese, no artigo 302 do
Código de Trânsito Brasileiro, definido como homicídio culposo na condução de veículo
automotor.
Em consequência, não havendo crime doloso contra a vida, o Tribunal do
Júri não é competente para julgar o processo, razão pela qual deve ocorrer a
desclassificação do delito, nos termos do artigo 419 do Código de Processo Penal,
remetendo-se os autos ao Juízo competente.
III) DO PEDIDO
Ante o exposto, requer:
Seja desclassificado o delito de homicídio simples doloso para o delito de
homicídio culposo na condução de veículo automotor, previsto no artigo 302 da Lei 9.503/97
(Código de Trânsito Brasileiro), remetendo-se os autos para o Juízo competente, nos
termos do artigo 419 do Código de Processo Penal.
Nestes termos,
Pede deferimento.
PEÇA PRÁTICO-PROFISSIONAL
Recurso Ordinário Constitucional
Enunciado
Durante investigação para apurar a prática de roubos a agências bancárias ocorridos em Volta
Redonda/RJ, agentes da polícia civil, embora desconfiados que Pedro Rocha estivesse
envolvido nos crimes, não conseguiram reunir provas suficientes para apontá-lo como um dos
assaltantes de banco. Diante disso, o Delegado de Polícia orientou um dos policiais a passar a
frequentar os mesmos lugares do investigado Pedro Rocha para com ele estabelecer relação de
confiança. Ao manter reiterados contatos com Pedro Rocha, o agente policial disfarçado
convence o investigado a com ele praticar um roubo em determinada agência bancária. Diante
disso, no dia 15 de outubro de 2021, previamente engendrados, o policial disfarçado e o
investigado dirigem-se ao banco e, no instante em que ingressaram na agência bancária e
anunciaram o assalto, diversos policiais, que monitoravam toda a ação, prenderam Pedro Rocha
em flagrante, sob a acusação da prática do crime de roubo majorado tentado. Ao final, o
Delegado de Polícia lavrou o auto de prisão em flagrante, observando todas as formalidades
legais, e encaminhou à autoridade judiciária. Durante a audiência de custódia, após ouvir o
flagrado, o Magistrado, acolhendo requerimento do Ministério Público, converteu a prisão em
flagrante em prisão preventiva, com base no artigo 310, inciso II, do Código de Processo Penal.
Irresignado, Pedro Rocha, por meio do seu advogado(a), impetrou Habeas corpus, que foi
denegado, por maioria dos votos, pelo Tribunal de Justiça do Rio de Janeiro.
Com base somente nas informações de que dispõe e nas que podem ser inferidas pelo caso
concreto acima, na qualidade de advogado(a) de Pedro Rocha, redija a peça cabível, exclusiva
de advogado(a), no que tange à liberdade de seu cliente. (Valor: 5,0)
EXCELENTÍSSIMO SENHOR DOUTOR DESEMBARGADOR PRESIDENTE DO
EGRÉGIO TRIBUNAL DE JUSTIÇA DO ESTADO DO RIO DE JANEIRO
Nestes termos,
pede deferimento.
Local... e data...
Advogado...
OAB...
COLENDO SUPERIOR TRIBUNAL DE JUSTIÇA
I) DOS FATOS
O requerente foi preso em flagrante, acusado de ter praticado, em tese, o
delito de roubo majorado tentado.
O auto de prisão em flagrante foi lavrado e encaminhado à autoridade
judiciária, que converteu em prisão preventiva.
O recorrente impetrou habeas corpus, que, por maioria, foi denegado pelo
Tribunal de Justiça do Rio de Janeiro.
II) DO DIREITO
A) DO FLAGRANTE PREPARADO/PROVOCADO
III – DO PEDIDO
Nestes termos,
Pede deferimento.
Local... e data...
ADVOGADO...
OAB...
Apelação no Tribunal do Júri
PEÇA PRÁTICO-PROFISSIONAL
Apelação no Tribunal do Júri
Enunciado
Fernando foi pronunciado pela prática de um crime de homicídio doloso consumado que teve
como vítima Henrique. No dia 07 de julho de 2015, numa terça-feira, em sessão plenária do
Tribunal do Júri, todas as testemunhas asseguraram que Henrique iniciou agressões contra
Fernando e que este agiu em legítima defesa. No momento do julgamento, os jurados
reconheceram a autoria e materialidade e optaram por condenar Fernando pela prática do delito
de homicídio doloso. Após a prolação da sentença condenatória, que impôs ao réu a pena de 06
(seis) anos, em regime semiaberto, a família de Fernando toma conhecimento de que dois dos
jurados que atuaram no julgamento eram irmãos. A intimação da sentença ocorreu na sessão
plenária. Com base nas informações acima expostas e naquelas que podem ser inferidas do
caso concreto, redija a peça cabível, excluída a possibilidade de Habeas Corpus, no último dia
do prazo para interposição, sustentando todas as teses jurídicas pertinentes. (Valor: 5.00
pontos)
Obs.: o examinando deve fundamentar suas respostas. A mera citação do dispositivo legal não
confere pontuação.
Excelentíssimo Senhor Doutor Juiz de Direito da ... Vara Criminal do Tribunal do Júri da
Comarca ...
Processo nº ...
Nestes termos,
Pede deferimento
Advogado...
OAB...
EGRÉGIO TRIBUNAL DE JUSTIÇA DO ESTADO ...
Apelante: Fernando
Apelado: Ministério Público
Processo nº
I – DOS FATOS
III – DO PEDIDO
Ante o exposto, requer seja conhecido e provido o recurso,
com a reforma da decisão, a fim de que:
Seja anulada a sessão do plenário do Júri, nos termos do
artigo 593, III, “a”, do Código de Processo Penal;
Seja o réu submetido a novo julgamento pelo plenário da
Sessão do Júri, nos termos do artigo 593, § 3º, do Código de Processo Penal.
Nestes termos,
Pede deferimento.
Local..., 13 de julho de 2015.
Advogado...
OAB...
Defesa Preliminar – Funcionário Público
PEÇA PRÁTICO-PROFISSIONAL
Defesa Preliminar – Funcionário Público
Enunciado
Dilson Ferdinando, funcionário público municipal, que exerce a função de motorista, após o
encerramento do expediente, resolveu utilizar o carro da Prefeitura para levar a esposa até o
Posto de Saúde do Município vizinho, distante 15 Km do município onde trabalha. Duas horas
depois, após encher o tanque de gasolina, Wilson devolve o automóvel no mesmo lugar em que
o havia retirado. Ao analisarem as câmeras de segurança do Prédio Municipal, guardas
municipais perceberam a ação de Wilson, relatando o fato e dando ensejo a instauração de
procedimento administrativo disciplinar. O acusado foi interrogado, confessando que, de fato,
utilizou o veículo sem autorização, mas que sua intenção era devolvê-lo logo em seguida, como
demonstraram as imagens constantes no procedimento. Ao final da instrução do procedimento
administrativo, concluiu-se que Wilson praticou falta disciplinar, sendo encaminhada cópia dos
autos ao Ministério Público. O Ministério Público ofereceu denúncia contra Wilson pela prática
do delito de peculato, previsto no artigo 312, “caput”, do Código Penal. Wilson foi notificado no
dia 03 de junho de 2016, sexta-feira.
Com base nas informações acima expostas e naquelas que podem ser inferidas do caso
concreto, redija a peça cabível, excluída a possibilidade de habeas corpus, no último dia do prazo
para oferecimento, sustentando todas as teses jurídicas pertinentes. (Valor: 5,00)
EXCELENTÍSSIMO SENHOR DOUTOR JUIZ DE DIREITO DA ...VARA CRIMINAL DA
COMARCA....
I) DOS FATOS
O réu foi denunciado pela prática do crime de peculato, previsto
no artigo 312, “caput”, do Código Penal, porque teria utilizado, sem autorização, o veículo
do Município.
O réu foi notificado no dia 03 de junho de 2016.
II) DO DIREITO
III) DO PEDIDO
Advogado...
OAB...
Defesa Preliminar – Lei de Drogas
PEÇA PRÁTICO-PROFISSIONAL
Defesa Preliminar – Lei de Drogas
Enunciado
No dia 25 de janeiro de 2015, Roniquito Vieira foi abordado por policiais, acusado de estar
portando 02 gramas de maconha. Após constatar por sua experiência profissional que
efetivamente se tratava de cannabis sativa, o policial deu voz de prisão em flagrante,
encaminhando Roniquito à Delegacia de Polícia. Durante a lavratura da prisão em flagrante,
verificou-se que Roniquito não registrava procedimento policial em seu desfavor. Ao final, a
autoridade policial indiciou Roniquito como incurso no crime tráfico ilícito de entorpecentes,
previsto no artigo 33 da Lei nº 11.343/2006. Ao longo do procedimento policial, Roniquito negou
ser traficante, reconhecendo, contudo, ser dependente químico, já tendo sido, inclusive,
internado para tratamento, o que foi confirmado por Joaquim e Manuel, responsáveis pela Clínica
de Tratamento. Após o encerramento do procedimento policial, o Ministério Público ofereceu
denúncia contra Roniquito, imputando-lhe a prática do delito do artigo 33, “caput”, da Lei nº
11.343/2006. O Magistrado determinou a notificação de Roniquito, que ocorreu no dia 03 de
junho de 2016, que caiu numa sexta-feira.
Com base somente nas informações de que dispõe e nas que podem ser inferidas pelo caso
concreto acima, na qualidade de advogado(a) de Roniquito, redija a peça cabível, exclusiva de
advogado, invocando todos os argumentos em favor de seu constituinte, datando a peça no
último dia do prazo. (valor: 5,0)
EXCELENTÍSSIMO SENHOR DOUTOR JUIZ DE DIREITO DA ...VARA CRIMINAL DA
COMARCA....
Processo nº
I) DOS FATOS
II) DO DIREITO
A) DO PRINCÍPIO DA INSIGNIFICÂNCIA
O réu foi flagrado portando 02 gramas de maconha, sendo
acusado de tráfico de drogas. Todavia, o fato é materialmente atípico, incidindo, no
caso, o princípio da insignificância, já que a pequena quantidade de droga apreendida
em poder do réu não é capaz de ofender à coletividade ou a saúde pública.
Logo, deve ser rejeitada a denúncia, com base no artigo 395,
incisos II e III, do Código de Processo Penal.
B) DA AUSÊNCIA DE MATERIALIDADE
ROL DE TESTEMUNHAS:
a) Joaquim
b) Manuel
Nestes termos,
Pede deferimento.
Advogado...
Embargos Infringentes
Enunciado
Jerusa, atrasada para importante compromisso profissional, dirige seu carro bastante
preocupada, mas respeitando os limites de velocidade. Em uma via de mão dupla, Jerusa decide
ultrapassar o carro à sua frente, o qual estava abaixo da velocidade permitida. Para realizar a
referida manobra, entretanto, Jerusa não liga a respectiva seta luminosa sinalizadora do veículo
e, no momento da ultrapassagem, vem a atingir Diogo, motociclista que, em alta velocidade,
conduzia sua moto no sentido oposto da via. Não obstante a presteza no socorro que veio após
o chamado da própria Jerusa e das demais testemunhas, Diogo falece em razão dos ferimentos
sofridos pela colisão.
Instaurado o respectivo inquérito policial, após o curso das investigações, o Ministério Público
decide oferecer denúncia contra Jerusa, imputando-lhe a prática do delito de homicídio doloso
simples, na modalidade dolo eventual (Art. 121 c/c Art. 18, I parte final, ambos do CP).
Argumentou o ilustre membro do Parquet a imprevisão de Jerusa acerca do resultado que
poderia causar ao não ligar a seta do veículo para realizar a ultrapassagem, além de não atentar
para o trânsito em sentido contrário. A denúncia foi recebida pelo juiz competente e todos os atos
processuais exigidos em lei foram regularmente praticados. Finda a instrução probatória, o juiz
competente, em decisão devidamente fundamentada, decidiu pronunciar Jerusa pelo crime
apontado na inicial acusatória. Contra essa decisão, a defesa interpôs recurso em sentido estrito,
ao qual, por maioria, foi julgado improvido pela 2ª Câmara Criminal do Tribunal de Justiça,
mantendo a decisão de pronúncia, tendo um desembargador proferido voto pela
desclassificação. Atento ao caso apresentado e tendo como base apenas os elementos
fornecidos, elabore a peça cabível, adotando os argumentos pertinentes.
Processo nº
Nestes termos,
Pede deferimento.
Local... e data...
Advogado...
OAB...
EGRÉGIO TRIBUNAL DE JUSTIÇA DO ESTADO...
Embargante: Jerusa
Embargado: Ministério Público
Processo nº
I) DOS FATOS
II) DO DIREITO
A recorrente foi acusada de, na condução do seu veículo, ter
causado a morte de Diogo, que conduzia sua motocicleta em alta
velocidade, sendo denunciada e pronunciada pela prática do crime de homicídio doloso
simples, na modalidade dolo eventual. A 2ª Câmara Criminal, por maioria, manteve a
decisão recorrida.
Todavia, a recorrente em nenhum momento assumiu o risco de
causar a morte de Diogo, nem aceitou o resultado morte da vítima, tanto que conduzia o
seu veículo respeitando o limite de velocidade.
Nesse sentido, a conduta da recorrente se enquadra, em tese,
no artigo 302 do Código de Trânsito Brasileiro, razão pela qual deve responder pela prática,
em tese, de homicídio culposo na condução de veículo automotor, devendo haver, portanto,
a desclassificação e remessa do presente feito ao juízo competente, nos termos do artigo
419 do Código de Processo Penal.
III) DO PEDIDO
Nestes termos,
Pede deferimento.
Local..., data...
Advogado ...
OAB...
Liberdade provisória
PEÇA PRÁTICO-PROFISSIONAL
Liberdade provisória
Enunciado
No dia 15 de janeiro de 2022, por volta das 14 horas, na Rua das Mocas, nº 2000, São Paulo/SP,
Josué da Silva foi preso em flagrante pela prática do delito de receptação, previsto no artigo 180,
“caput”, do Código Penal, acusado de estar conduzindo veículo automotor que sabia ser produto
de crime. Ao ser interrogado, Josué disse que era trabalhador e que tinha carteira de trabalho,
embora estivesse, na ocasião, desempregado. Ao analisar a folha de antecedentes criminais de
Josué, a autoridade policial constatou que o flagrado respondia a processo pelo delito de furto.
Diante dessa anotação na Folha de Antecedentes Criminais de Josué, a autoridade policial
representou pela conversão da prisão em flagrante em preventiva, afirmando que existiria risco
concreto para a ordem pública, pois o indiciado possuía outros envolvimentos com o aparato
judicial.
Com base somente nas informações de que dispõe e nas que podem ser inferidas pelo caso
concreto acima, na qualidade de advogado(a) de Josué, redija a peça cabível, exclusiva de
advogado, em favor do seu cliente, apontando os argumentos e fundamentos jurídicos
pertinentes ao caso. (Valor: 5,0)
EXCELENTÍSSIMO SENHOR DOUTOR JUIZ DE DIREITO DA ...VARA CRIMINAL DA
COMARCA DE SÃO PAULO/SP
Autos nº
I) DOS FATOS
II) DO DIREITO
A) Da impossibilidade de conversão da prisão em flagrante em prisão preventiva
III) DO PEDIDO
Ante o exposto, requer:
a) a concessão da liberdade provisória, a fim de que possa
responder eventual processo em liberdade;
b) Subsidiariamente, requer seja concedida a fiança ou outra
medida cautelar diversa da prisão;
c) Expedição de alvará de soltura;
d) Vista ao Ministério Público.
Nestes termos,
Pede deferimento.
Local... e data...
Advogado...
OAB...
Revogação de prisão preventiva
PEÇA PRÁTICO-PROFISSIONAL
Revogação da prisão preventiva
Enunciado
No dia 29 de setembro de 2014, Paulo Dantas foi encontrado morto na sua residência, localizada
no Município de Petrópolis/RJ. Ao longo da investigação, a partir das declarações da testemunha
Marieta Lemos, a autoridade policial passou a suspeitar que Cláudio Valentino tenha sido o autor
do delito. Na ocasião, Marieta Lemos disse ter recebido mensagem de texto enviada por Cláudio,
em tom ameaçador, no sentido de que seria melhor ela não testemunhar, para evitar problemas
a ela e à sua família. Em razão disso, a autoridade policial representou pela prisão preventiva de
Cláudio, anexando na representação as mensagens enviadas pelo acusado. O Magistrado
decretou a prisão preventiva, em despacho motivado, aduzindo, como razão de decidir, a
conveniência da instrução criminal, sendo o mandado de prisão cumprido. Após a conclusão do
inquérito policial, o Ministério Público ofereceu denúncia contra Cláudio, imputando-lhe a prática
de crime de homicídio, previsto no art. 121, “caput”, do Código Penal. Durante a audiência de
instrução, após ser ouvida sobre os fatos relacionados à morte de Paulo, Marieta disse que a
ameaça sofrida foi a única proferida por Cláudio. Diante do avançado da hora, o Magistrado
suspendeu a audiência e designou outra data para oitiva de uma testemunha de defesa faltante
e interrogatório do réu. Insatisfeito com a atuação do seu antigo defensor, já que ainda estava
preso, Cláudio contrata você para defendê-lo.
Com base somente nas informações de que dispõe e nas que podem ser inferidas pelo caso
concreto acima, na qualidade de advogado (a) de Cláudio Valentino, redija a peça cabível,
exclusiva de advogado, no que tange à liberdade de seu cliente, alegando para tanto toda a
matéria de direito pertinente ao caso. (Valor: 5,0)
EXCELENTÍSSIMO SENHOR DOUTOR JUIZ DE DIREITO DA ... VARA CRIMINAL DO
TRIBUNAL DO JÚRI DA COMARCA DE PETRÓPOLIS/RJ
Autos nº
I) DOS FATOS
III) DO PEDIDO
Nestes termos,
Pede deferimento.
Local... e data...
Advogado...
OAB...
Razões de Apelação
• Introdução
Em todas as oportunidades em que cobrou a peça recurso apelação, a FGV exigiu que o
candidato fizesse a interposição e, de forma concomitante, já apresentasse as razões de
apelação.
Todavia, se considerado o procedimento previsto para interposição do recurso de
apelação, pode-se aventar a possibilidade de a FGV cobrar do candidato a peça RAZÕES DE
APELAÇÃO.
Isso porque, conforme dispõe o artigo 593 do CPP, se não concordar com a sentença
proferida, a parte irresignada deverá apresentar a petição de interposição da apelação no prazo
de 05 dias, perante o juízo de 1º grau, que fará o primeiro juízo de admissibilidade, recebendo
ou não a apelação. Na sequência, conforme dispõe o artigo 600 do CPP, se recebida a apelação,
intima-se o apelante para apresentar suas RAZÕES DO RECURSO DE APELAÇÃO, visando à
reforma da decisão recorrida.
Ou seja, poderá constar no enunciado que o juiz proferiu sentença e que a parte já interpôs
recurso de apelação, exigindo, após, que o candidato apresente a peça correspondente, qual
seja, RAZÕES DE RECURSO DE APELAÇÃO.
E, nas razões de apelação, deve-se apresentar, no caso, a petição de juntada e depois as
razões de apelação propriamente dita.
• Identificação
O Recurso de apelação é interposto pelo apelante, sendo, na sequência, o apelante
intimado para oferecer as razões de apelação.
PEDIU PRA PARAR
Expressão mágica:
Peça:
“Interposição do recurso e
intimação para apresentar Razões de Apelação
a peça...”
PAROU!
Razões de recurso
Recebimento do de apelação
Interposição pela recurso e intimação •Petição de juntada
Sentença defesa do recurso para apresentar a
+ Razões de
de apelação peça
correspondente recurso de
apelação
• Base legal
• Prazo
Conforme o artigo 600 do CPP, o prazo para razões de apelação é de 08 dias.
• Conteúdo
O recurso de apelação pode exigir do candidato desenvolver teses relacionadas a
preliminares e/ou matérias de mérito (MATICS), conforme visto acima.
• Pedido
No campo destinado aos pedidos, deve-se formular pedido específico para cada uma das
teses desenvolvidas ao longo da peça.
Exemplo:
Exemplo:
Processo nº ...
Nestes termos,
Pede deferimento
Local..., data...
Advogado...
OAB...
2As razões de recurso de apelação também são compostas de petição de juntada e de razões para manutenção
da decisão.
RAZÕES DE RECURSO DE APELAÇÃO: Endereçamento ao Tribunal Competente
EGRÉGIO TRIBUNAL DE JUSTIÇA DO ESTADO ... (se da competência da Justiça
Estadual);
EGRÉGIO TRIBUNAL REGIONAL FEDERAL DA ... REGIÃO (se da competência da
Justiça Federal).
Apelante: Fulano de Tal
Apelado: Ministério Público
Processo nº
I) DOS FATOS3
II) DO DIREITO4
A) DAS PRELIMINARES
B) DO MÉRITO5
C) SUBSIDIARIAMENTE6
3 Fazer breve relato dos fatos ocorridos, conforme os dados do enunciado (não inventar nada nem simplesmente transcrever o
enunciado).
4 Aqui também sugere-se dividir os fundamentos jurídicos em preliminares e mérito.
5 No mérito, busca-se afastar a materialidade e autoria do delito, bem como arguir uma das causas excludentes do crime:
CP.
Art. 59 - O juiz, atendendo à culpabilidade, aos antecedentes, à conduta social, à personalidade do agente, aos motivos, às
circunstâncias e consequências do crime, bem como ao comportamento da vítima, estabelecerá, conforme seja necessário e
suficiente para reprovação e prevenção do crime:
I - as penas aplicáveis dentre as cominadas;
II - a quantidade de pena aplicável, dentro dos limites previstos [buscar atenuantes (arts. 65 e 66 CP) e causas de diminuição da
pena - tentativa, por exemplo, art. 14, II CP); b) afastar causas de aumento da pena e qualificadoras];
III - o regime inicial de cumprimento da pena privativa de liberdade (art. 33 CP);
IV - a substituição da pena privativa da liberdade aplicada, por outra espécie de pena, se cabível (art. 44 CP).
ART. 77 CP (SURSIS)
III) DO PEDIDO
Ante o exposto, requer seja REFORMADA A DECISÃO DE 1º
GRAU, com o consequente PROVIMENTO do presente recurso, para o fim ...:
I) preliminares (nulidades, incompetência, prescrição, etc – acompanhar a ordem das
preliminares)
II) absolvição, com base no artigo 386, inciso ..., do CPP
III) diminuição da pena, regime carcerário, substituição da pena privativa de liberdade
por restritiva de direitos, “sursis” (se não cabível a restritiva de direitos),
Local... e data...
ADVOGADO...
OAB...
PEÇA PRÁTICO-PROFISSIONAL
Razões de Apelação
Enunciado
Desejando comprar um novo carro, Leonardo, jovem com 19 anos, decidiu praticar um crime de
roubo em um estabelecimento comercial, com a intenção de subtrair o dinheiro constante do
caixa. Narrou o plano criminoso para Roberto, seu vizinho, mas este se recusou a contribuir.
Leonardo decidiu, então, praticar o delito sozinho. Dirigiu-se ao estabelecimento comercial, nele
ingressou e, no momento em que restava apenas um cliente, simulou portar arma de fogo e o
ameaçou de morte, o que fez com ele saísse, já que a intenção de Leonardo era apenas a de
subtrair bens do estabelecimento. Leonardo, em seguida, consegue acesso ao caixa onde fica
guardado o dinheiro, mas, antes de subtrair qualquer quantia, verifica que o único funcionário
que estava trabalhando no horário era um senhor que utilizava cadeiras de rodas. Arrependido,
antes mesmo de ser notada sua presença pelo funcionário, deixa o local sem nada subtrair, mas,
já do lado de fora da loja, é surpreendido por policiais militares. Estes realizam a abordagem,
verificam que não havia qualquer arma com Leonardo e esclarecem que Roberto narrara o plano
criminoso do vizinho para a Polícia. Tomando conhecimento dos fatos, o Ministério Público
requereu a conversão da prisão em flagrante em preventiva e denunciou Leonardo como incurso
nas sanções penais do art. 157, § 2º-A, inciso I, c/c o art. 14, inciso II, ambos do Código Penal.
Após decisão do magistrado competente, qual seja, o da 1ª Vara Criminal de Belo Horizonte/MG,
de conversão da prisão e recebimento da denúncia, o processo teve seu prosseguimento regular.
O homem que fora ameaçado nunca foi ouvido em juízo, pois não foi localizado, e, na data dos
fatos, demonstrou não ter interesse em ver Leonardo responsabilizado. Em seu interrogatório,
Leonardo confirma integralmente os fatos, inclusive destacando que se arrependeu do crime que
pretendia praticar. Constavam no processo a Folha de Antecedentes Criminais do acusado sem
qualquer anotação e a Folha de Antecedentes Infracionais, ostentando uma representação pela
prática de ato infracional análogo ao crime de tráfico, com decisão definitiva de procedência da
ação socioeducativa. O magistrado concedeu prazo para as partes se manifestarem em
alegações finais por memoriais. O Ministério Público requereu a condenação nos termos da
denúncia. O advogado de Leonardo, contudo, renunciou aos poderes, razão pela qual, de
imediato, o magistrado abriu vista para a Defensoria Pública apresentar alegações finais.
Em sentença, o juiz julgou procedente a pretensão punitiva estatal. No momento de fixar a pena-
base, reconheceu a existência de maus antecedentes em razão da representação julgada
procedente em face de Leonardo enquanto era inimputável, aumentando a pena em 06 (seis)
meses de reclusão. Não foram reconhecidas agravantes ou atenuantes. Na terceira fase,
incrementou o magistrado em 2/3 (dois terços) a pena, justificando ser desnecessária a
apreensão de arma de fogo, bastando a simulação de porte do material diante do temor causado
à vítima. Com a redução de 1/3 (um terço) pela modalidade tentada, a pena final ficou
acomodada em 5 (cinco) anos de reclusão. O regime inicial de cumprimento de pena foi o
fechado, justificando o magistrado que o crime de roubo é extremamente grave e que atemoriza
os cidadãos de Belo Horizonte todos os dias. Intimado, o Ministério Público apenas tomou ciência
da decisão. A irmã de Leonardo o procura para, na condição de advogado, adotar as medidas
cabíveis. Constituída nos autos, a defesa interpôs o recurso cabível. O Magistrado recebeu o
recurso, sendo a defesa intimada no dia 06 de maio de 2019, segunda-feira, sendo terça-feira
dia útil em todo o país.
Com base nas informações expostas acima e naquelas que podem ser inferidas do caso
concreto, redija a peça cabível, excluída a possibilidade de habeas corpus, no último dia do
prazo, sustentando todas as teses jurídicas pertinentes.
E XCELENTÍSSIMO SENHOR DOUTOR JUIZ DE DIREITO DA 1ª VARA CRIMINAL DA
COMARCA DE BELO HORIZONTE/MG
Processo nº
Nestes termos,
Pede deferimento
Advogado...
OAB...
EGRÉGIO TRIBUNAL DE JUSTIÇA DO ESTADO DE MINAS GERAIS
Apelante: Leonardo
Apelado: Ministério Público
Processo nº ...
RAZÕES DE RECURSO DE APELAÇÃO
Egrégio Tribunal de Justiça do Estado de Minas Gerais
Colenda Câmara Criminal
I) DOS FATOS
O réu foi denunciado pela prática do crime de roubo majorado tentado,
previsto no art. 157, § 2º-A, inciso I, c/c o art. 14, inciso II, ambos do Código Penal.
O réu foi interrogado. Encerrada a instrução, o Ministério Público requereu
a condenação. O advogado do réu renunciou aos poderes, razão pela qual, de imediato, o
magistrado abriu vista para a Defensoria Pública apresentar alegações finais.
Em sentença, o juiz julgou procedente a pretensão punitiva estatal, fixando
a pena de 05 (cinco) anos de reclusão, em regime fechado.
Intimada da sentença, a defesa interpôs o recurso cabível, que foi recebido
pelo Magistrado. Após, a defesa foi intimada para apresentar a peça correspondente no dia
06 de maio de 2019, segunda-feira, sendo terça-feira dia útil em todo o país.
II) DO DIREITO
A) DA NULIDADE
O advogado do réu renunciou aos poderes, tendo o Magistrado, de
imediato, concedido vista para a Defensoria Pública apresentar alegações finais. Todavia,
o processo deve ser anulado a partir da apresentação das alegações finais pela Defensoria
Pública, uma vez que deveria o Magistrado intimar o réu, que estava preso, para se
manifestar acerca do interesse de constituir novo advogado ou ser defendido pela
Defensoria Pública. A abertura, de imediato, de vista dos autos à Defensoria Pública violou
princípio da ampla defesa, previsto no art. 5º, inciso LV, da Constituição Federal/1988, uma
vez que as alegações finais foram apresentadas sem nenhum contato com o réu,
acarretando-lhe prejuízo, já que restou condenado.
B) DA DESISTÊNCIA VOLUNTÁRIA
O réu foi denunciado pela prática de crime de roubo majorado tentado.
Todavia, ao verificar que o único funcionário que estava trabalhando no local era um
senhor que utilizava cadeiras de rodas, o réu, mesmo antes de ser notado, desistiu de
prosseguir a subtração, deixando o local sem nada subtrair.
Logo, não poderia ter sido imputado ao réu a prática de roubo na
modalidade tentada, uma vez que, incidindo hipótese de desistência voluntária, o agente
responde pelos atos praticados, nos termos do artigo 15 do Código Penal, afastando a
possibilidade de tentativa. No caso, restou a ameaça em relação a um cliente que estava
no local. Todavia, o crime de ameaça, previsto no art. 147 do Código Penal, é de ação
penal pública condicionada à representação. Como o cliente ameaçado demonstrou não
ter interesse em ver o réu responsabilizado, operou-se, no caso, a decadência do direito
de representação. Logo, os fatos até então praticados não constituem crime, ensejando a
absolvição, com base no artigo 386, III, do Código de Processo Penal.
C) DOS MAUS ANTECEDENTES
O Juiz aumentou a pena-base em razão da representação julgada
procedente em face do réu enquanto era inimputável. Todavia, não poderia o Magistrado
elevar a pena-base, porque a existência de representação pela prática de ato infracional,
ainda que com decisão definitiva, não enseja maus antecedentes, já que decisão
reconhecendo a prática de ato infracional não constitui fundamento idôneo a elevar a
pena- base. Logo, na eventualidade de ser mantida a condenação, deve ser afastado o
aumento da pena pelos maus antecedentes, devendo a pena-base ficar no mínimo legal.
D) DA ATENUANTE DA MENORIDADE
O Juiz não reconheceu a atenuante da menoridade. Todavia, o réu era menor de
21 (vinte e um) anos na data dos fatos. Logo, incide a atenuante da menoridade relativa,
prevista no art. 65, inciso I, do Código Penal. Assim, requer seja reconhecida a atenuante
da menoridade relativa.
E) DA CONFISSÃO ESPONTÂNEA
o ser interrogado, o réu confessou os fatos, confirmando integralmente os fatos, inclusive
destacando que se arrependeu do crime que pretendia praticar.
Logo, incide a atenuante da confissão espontânea, prevista no art. 65,
inciso III, alínea d, do Código Penal.
F) DO AFASTAMENTO DO AUMENTO DE PENA PELO EMPREGO DE ARMA
O magistrado aplicou o aumento de 2/3 (dois terços) da pena, sob o
fundamento de ser desnecessária a apreensão da arma de fogo, sendo suficiente a
simulação do porte da arma para ensejar a causa de aumento de pena. Todavia, não há
prova de que o réu empregou arma de fogo, devendo, portanto, ser afastada a causa de
aumento de pena, já que violou o princípio da legalidade.
Todavia, nos termos do art. 157, § 2º-A, inciso I, do Código Penal, a pena
do delito de roubo aumenta-se até 2/3 (dois terços) se a violência ou ameaça é exercida
com emprego de arma. No caso, não há provas do emprego de arma de fogo, já que
nenhuma arma foi apreendida. Além disso, a simulação do uso de arma de fogo, por si só,
não autoriza a incidência da causa de aumento de pena, uma vez que não gera risco à
integridade física da vítima. Assim, deve ser afastada a majorante do art. 157, § 2º-A,
inciso I, do Código Penal.
G) DA DIMINUIÇÃO DA PENA PELA TENTATIVA E SURSIS
O Magistrado reduziu a pena em 1/3 (um terço), restando a pena definitiva
em cinco anos. Todavia, nos termos do art. 14, parágrafo único, do Código Penal, a pena
pela tentativa pode ser reduzida de um a dois terços. No caso, o réu ficou distante da
consumação do delito, tanto que desistiu da empreitada delituosa antes mesmo de ser
visto pelo funcionário do estabelecimento comercial. Logo, a diminuição da pena pela
tentativa deveria ser considerada pela redução máxima, ou seja, em 2/3 (dois terços), o
que levaria a pena definitiva a ficar abaixo de 02 (dois) anos. Assim, considerando a pena
abaixo de 02 (dois) anos, bem como o fato de o réu ser primário e não ser cabível a
substituição da
pena privativa de liberdade por restritiva de direitos, cabe, no caso, o sursis, ou seja a
suspensão condicional da pena, nos termos do art. 77 do Código Penal.
H) DO REGIME CARCERÁRIO
Juiz fixou o regime inicial fechado, justificando que o crime de roubo é
extremamente grave e que atemoriza os cidadãos de Belo Horizonte todos os dias. Todavia,
a opinião do julgador sobre a gravidade em abstrato do delito não constitui motivação
idônea para a imposição de regime mais severo do que permitia a pena aplicada, nos
termos das Súmula nº 718 e 719, ambas do Supremo Tribunal Federal, e Súmula nº 440
do Superior Tribunal de Justiça.
Assim, considerando que a pena não supera 04 anos, deveria ser fixado o regime
carcerário aberto, nos termos do art. 33, § 2º, alínea c, do Código Penal.
III) DO PEDIDO
Ante o exposto, requer seja conhecido e provido o recurso, com a reforma da
decisão recorrida, para o fim de que:
a) Seja declarada a nulidade do processo a partir das alegações finais pela Defensoria
Pública;
b) Seja o réu absolvido, com base no art. 386, inciso III, do Código de Processo Penal;
c) Seja afastado o aumento pelos maus antecedentes, fixando a pena-base no mínimo legal;
d) Seja reconhecida a atenuante da menoridade relativa, nos termos do art. 65, inciso I, do
Código Penal;
e) Seja reconhecida a atenuante da confissão espontânea, nos termos do art. 65, inciso III,
alínea d, do Código Penal;
f) Seja afastado o aumento da pena pelo emprego de arma de fogo, fixando a pena no
mínimo legal;
g) Seja considerada a redução máxima pela tentativa, ou seja, em 2/3 (dois terços) da pena;
h) Seja concedido o sursis, nos termos do art. 77 do Código Penal;
i) Seja fixado o regime inicial aberto de cumprimento de pena, nos termos do art. 33, § 2º,
alínea c, do Código Penal;
j) Seja expedido o alvará de soltura do réu.
Nestes termos, pede deferimento.
Local..., 14 de maio de 2019.
Advogado....
OAB...
Contrarrazões de Agravo em Execução
• Introdução
Como visto no tópico anterior, das decisões proferidas pelo Juízo da Execução Penal,
cabe agravo em execução. Na sequência, intima-se o recorrido para oferecer suas
Contrarrazões de recurso de Agravo em Execução ou Razões do Agravado para a
manutenção da decisão recorrida, no prazo de 02 (dois) dias.
• Identificação
Contrarrazões de
Recurso de Agravo
Recebimento do em Execução
Agravo em recurso e intimação •Petição de juntada
Decisão Juízo da
Execução Penal Execução pelo da defesa para + Contrarrazões
Ministério Público apresentar a peça de recurso de
correspondente agravo em
execução
• Prazo
Considerando que segue o rito do recurso em sentido estrito, o prazo para contrarrazões
é de 02 (dois) dias, conforme o artigo 588 do Código de Processo Penal.
• Conteúdo
Deve-se buscar no enunciado informações que permitem desenvolver teses voltadas à
manutenção da decisão recorrida, bem como refutar os argumentos lançados pelo Ministério
Público.
• Pedido
O pedido deve corresponder ao não conhecimento do recurso, improvimento e
manutenção da decisão recorrida.
Enunciado
Gilberto, quando primário, apesar de portador de maus antecedentes, praticou um crime de roubo
simples, pois, quando tinha 20 anos de idade, subtraiu de Renata, mediante grave ameaça, um
aparelho celular. Apesar de o crime restar consumado, o telefone celular foi recuperado pela
vítima. Os fatos foram praticados em 12 de dezembro de 2011. Por tal conduta, foi Gilberto
denunciado e condenado como incurso nas sanções penais do Art. 157, caput, do Código Penal
a uma pena privativa de liberdade de 04 anos e 06 meses de reclusão em regime inicial fechado
e 12 dias multa, tendo a sentença transitada em julgado para ambas as partes em 11 de setembro
de 2013. Gilberto havia respondido ao processo em liberdade, mas, desde o dia 15 de setembro
de 2013, vem cumprindo a sanção penal que lhe foi aplicada regularmente, inclusive obtendo
progressão de regime. Nunca foi punido pela prática de falta grave e preenchia os requisitos
subjetivos para obtenção dos benefícios da execução penal. No dia 25 de agosto de 2015, você,
advogado(a) de Gilberto, formulou pedido de obtenção de livramento condicional junto ao Juízo
da Vara de Execução Penal da comarca do Rio de Janeiro/RJ, órgão efetivamente competente.
O pedido foi deferido pelo Magistrado. O Ministério Público foi intimado da decisão em 14 de
setembro de 2015, uma segunda-feira, sendo terça-feira dia útil. Inconformado, o Ministério
Público apresentou recurso de agravo em execução perante o juízo competente, acompanhado
das respectivas razões recursais, no dia 30 de setembro de 2015, alegando:
a) o crime de roubo é crime hediondo, não tendo sido cumpridos, até o momento do
requerimento, 2/3 da pena privativa de liberdade;
b) ainda que não fosse hediondo, não estariam preenchidos os requisitos objetivos para o
benefício, tendo em vista que Gilberto, por ser portador de maus antecedentes, deveria cumprir
metade da pena imposta para obtenção do livramento condicional;
Processo nº ...
Nestes termos,
Pede deferimento.
Advogado...
OAB...
EGRÉGIO TRIBUNAL DE JUSTIÇA DO ESTADO DO RIO DE JANEIRO
Processo nº...
I) DOS FATOS
II) DO DIREITO
A) DA INTEMPESTIVIDADE DO AGRAVO EM EXECUÇÃO
Advogado...
OAB...
Contrarrazões de Recurso em Sentido Estrito
• Introdução
Nos termos do artigo 586 do CPP, se não concordar com a decisão proferida, a parte
irresignada deverá apresentar a petição de interposição de recurso em sentido estrito no prazo
de 05 dias. Após, o juízo a quo fará o primeiro juízo de admissibilidade, recebendo ou não recurso
em sentido estrito, intimando-se o recorrente para apresentar, no prazo de 02 dias, as respectivas
razões de recurso em sentido estrito, se não apresentadas simultaneamente à interposição.
• Identificação
O recurso em sentido estrito é interposto e arrazoado pelo recorrente, sendo, na
sequência, o recorrido intimado para oferecer as contrarrazões.
PAROU!
• Prazo
Conforme o artigo 588 do Código de Processo Penal, o prazo para apresentar as
contrarrazões de recurso em sentido estrito é de 02 (dois) dias.
• Conteúdo
Deve-se buscar no enunciado informações que permitem desenvolver teses voltadas à
manutenção da decisão recorrida, bem como refutar os argumentos lançados pelo Ministério
Público.
• Pedido
No campo dos pedidos, deve-se formular requerimento de não conhecimento e
improvimento do recurso, e a manutenção da decisão recorrida.
Estruturação: petição de juntada endereçada ao juízo de 1º grau:
EXCELENTÍSSIMO SENHOR DOUTOR JUIZ DE DIREITO DA... VARA CRIMINAL DO
TRIBUNAL DO JÚRI DA COMARCA DE... (se crime doloso contra a vida da competência
da justiça estadual)
Processo nº...
Nestes termos,
pede deferimento.
Local..., data...
Advogado...
OAB...
Estruturação: peça de razões endereçada ao tribunal competente:
Processo nº
I) DOS FATOS
II) DO DIREITO
III) DO PEDIDO
Ante o exposto, requer o NÃO CONHECIMENTO do recurso e, no mérito,
seja IMPROVIDO o recurso em sentido estrito interposto, MANTENDO-SE, por
conseguinte, a decisão recorrida nos seus exatos termos.
Local..., data...
Advogado...
OAB...
Observações:
• As contrarrazões de recurso em sentido estrito também são compostas de petição de juntada e
outra de razões para manutenção da decisão;
• Fazer um breve relato dos fatos ocorridos, conforme os dados do enunciado (não inventar nada
nem simplesmente transcrever o enunciado);
• Pode-se dividir em preliminares e mérito. Em preliminar, buscar, invariavelmente, informações
no enunciado para desenvolver tese para o não conhecimento do recurso (Exemplo:
intempestividade do recurso interposto). No mérito, buscar informações para desenvolver teses
voltadas a expor argumentos contrários aos invocados nas razões de RESE (informados no
enunciado da questão), defendo, em síntese, a manutenção da decisão recorrida;
• Requerer o não conhecimento, improvimento do recurso em sentido estrito e a manutenção da
decisão recorrida.
MUITO CUIDADO!
Se o recurso interposto pelo MP foi contra decisão de impronúncia ou absolvição
sumária, a peça será contrarrazões do recurso de apelação, uma vez que o recurso
cabível contra aquelas decisões é o de apelação, conforme art. 416, CPP.
PEÇA PRÁTICO-PROFISSIONAL
Enunciado
No dia 25 de janeiro de 2015, Roniquito Vieira foi flagrado vendendo razoável quantidade de
cocaína. Ao consultar os registros policiais, a autoridade policial verificou que não havia nenhum
procedimento policial ainda instaurado contra Roniquito. Não obstante isso, deu início à lavratura
do auto de prisão em flagrante pela prática do delito de tráfico ilícito de entorpecentes, previsto no
art. 33 da Lei nº 11.343/2006. Ao tomar vista dos autos, o Ministério Público requereu a conversão
da prisão em flagrante em preventiva. O Magistrado proferiu decisão indeferindo o pedido e
concedeu a liberdade provisória a Roniquito. O Ministério Público foi intimado da decisão no dia
04 de maio de 2016, quarta-feira, e apresentou recurso em sentido estrito perante o juízo de
primeira instância, acompanhado das respectivas razões, no dia 19 de maio de 2016 (quinta-feira),
argumentando que: a) o crime de tráfico de drogas é insuscetível de liberdade provisória, nos
termos do art. 44 da Lei nº 11.343/2006; b) estão presentes os requisitos da prisão preventiva,
sobretudo a garantia da ordem pública, já que o crime de tráfico de drogas é grave, pois fomenta
a existência de um Estado paralelo e a prática de outros delitos. O Magistrado, então, recebeu o
recurso em sentido estrito interposto pelo Ministério Público e intimou, no dia 09 de junho de 2016
(quinta-feira), você, advogado(a) de Roniquito, para apresentar a medida cabível. Com base nas
informações expostas na situação hipotética e naquelas que podem ser inferidas do caso
concreto, redija a peça cabível, excluída a possibilidade de habeas corpus, no último dia do prazo,
sustentando todas as teses jurídicas pertinentes. Considerando apenas as informações narradas,
na condição de advogado(a) de Roniquito, redija a peça jurídica cabível, diferente de habeas
corpus, apresentando todas as teses jurídicas pertinentes. A peça deverá ser datada no último dia
do prazo para interposição, considerando-se que todos os dias de segunda a sexta-feira são úteis
em todo o país. (Valor: 5,00)
Obs.: a peça deve abranger todos os fundamentos de Direito que possam ser utilizados para dar
respaldo à pretensão. A simples menção ou transcrição do dispositivo legal não confere
pontuação.
EXCELENTÍSSIMO SENHOR DOUTOR JUIZ DE DIREITO DA... VARA CRIMINAL DA
COMARCA...
Autos nº...
Nestes termos,
Pede deferimento.
Advogado...
OAB...
EGRÉGIO TRIBUNAL DE JUSTIÇA DO ESTADO....
I) DOS FATOS
O recorrido foi preso em flagrante, acusado de ter praticado, em tese, o
delito de tráfico de drogas, previsto no art. 33 da Lei nº 11.343/2006.
O Ministério Público requereu a conversão da prisão em flagrante em prisão
preventiva.
O Magistrado proferiu decisão indeferindo o pedido e concedeu a liberdade
provisória.
Inconformado, o Ministério Público interpôs Recurso em Sentido Estrito. O
recurso foi recebido e a defesa intimada para apresentar a medida cabível.
II) DO DIREITO
A) DA INTEMPESTIVIDADE DO RECURSO EM SENTIDO ESTRITO
C) DA GRAVIDADE EM ABSTRATO
III) DO PEDIDO
Nestes termos,
Pede deferimento.
Advogado...
OAB...
Queixa-crime subsidiária
A ação penal privada subsidiária é proposta nos crimes de ação pública, condicionada ou
incondicionada, quando o Ministério Público deixar de requisitar diligências, promover pelo
arquivamento ou oferecer denúncia no prazo legal. O MP, via de regra, tem o prazo de 05 dias,
réu preso, e 15 dias, réu solto, para oferecer a denúncia, conforme art. 46 CPP.
É a única exceção prevista no próprio art. 5º, LIX, da CF, à regra da titularidade exclusiva
do MP sobre a ação penal pública.
Não tem cabimento nos casos de arquivamento do Inquérito Policial ou das peças de
informação ou, ainda, quando o Promotor Público requerer a devolução dos autos à autoridade
policial, requisitando a realização de diligências imprescindíveis para o oferecimento da
denúncia.
Portanto, a ação privada subsidiária só pode ser intentada no caso de inércia do órgão do
Ministério Público, ou seja, quando o Promotor de Justiça ou Procurador da República (se Justiça
Federal) não oferece denúncia no prazo legal, não promove pelo arquivamento do inquérito
policial ou não requisita diligências.
• Identificação
PAROU!
• Base legal
Art. 29, 41 e 44, do CPP e art. 100, §3º do CP, e artigo 5º, inciso LIX, da CF/88
• Prazo
O ofendido ou seu representante legal tem o prazo de 06 (seis) meses para intentar a
ação penal subsidiária por meio de queixa substitutiva, contados a partir do dia em que se
esgotou o prazo para o Promotor de Justiça iniciar a ação penal pública (art. 38, parte final do
CPP, e art. 103, in fine, CP).
I) DOS FATOS7
1º parágrafo: localizar (data, hora, local) e verbo nuclear do tipo;
2º parágrafo: descrever como foi praticado o delito;
3º parágrafo: eventuais agravantes, causas de aumento de pena ou qualificadoras;
II) DO DIREITO
Mencionar o fato e atribuir o respectivo tipo penal.
ADVOGADO...
OAB...
Carta testemunhável
• Conceito
É o recurso que tem por fim provocar o reexame da decisão que denegar ou impedir o
seguimento de recurso em sentido estrito e do agravo em execução.
• Base legal
• Identificação
PEDIU PRA PARAR
PAROU!
• Cabimento/conteúdo
A carta testemunhável é recurso de caráter residual ou subsidiário, sendo cabível,
portanto, somente quando não houver previsão de outro recurso específico.
Assim, por exemplo, com relação ao não recebimento da apelação, cabe recurso em
sentido estrito (Art. 581, inciso XV, do CPP), não sendo cabível, nesse caso, carta
testemunhável.
Assim, a carta testemunhável tem cabimento nas seguintes hipóteses:
• Processamento
O artigo 641 faz referência ao prazo de 60 dias quando se tratar de recurso extraordinário.
Todavia, encontra-se revogado nesta parte, visto que do indeferimento desse recurso cabe
agravo instrumento.
Conforme o artigo 643 do Código de Processo Penal, a carta testemunhável segue o
processamento do recurso em sentido estrito. Diante disso, o prazo para o oferecimento das
razões da carta testemunhável é de 02 dias. Além disso, deve-se requerer o juízo de retratação
por parte do juiz que denegou o recurso.
Na instância superior, o recurso seguirá o rito do recurso denegado. O tribunal mandará
processar o recurso, ou, se a carta estiver suficientemente instruída, julgará diretamente o
recurso.
• Prazo
A carta testemunhável deve ser requerida dentro de 48 horas, após a ciência do despacho
que denegar o recurso ou da decisão que obstar o seu seguimento (Art. 640 do CPP). Não
constando, no ato de intimação, o horário que em foi realizada, deve-se considerar o prazo de
02 dias.
• Possibilidade de analisar o mérito do recurso denegado – Art. 644 do CPP
Nos termos do artigo 644 do Código de Processo Penal, uma vez sendo conhecida a carta
testemunhável e a ela seja dado provimento, poderá o Tribunal, se a carta estiver suficientemente
instruída, decidir a própria matéria que gerou a interposição do recurso denegado/não recebido.
Em outras palavras, uma vez denegado seguimento ao recurso em sentido estrito,
interpõe-se o recurso carta testemunhável, buscando junto ao Tribunal seja dado seguimento ao
recurso em sentido estrito e, se suficientemente instruído o recurso (enunciado informando, por
exemplo, que a carta testemunhável foi instruída com a cópia integral do processo), o Tribunal
poderá julgar o próprio mérito do recurso denegado (mérito do recurso em sentido estrito, por
exemplo).
Ou seja, além de dar provimento à carta testemunhável para o fim de receber o recurso
em sentido estrito ou agravo em execução, o Tribunal poderá julgar o próprio mérito do recurso
denegado, dando provimento para, por exemplo no caso do Recurso em sentido estrito contra
decisão de pronúncia, impronunciar, absolver sumariamente ou desclassificar o delito para outro
não doloso contra vida.
c) parte final (Nesses termos, requer o traslado das peças abaixo relacionadas e o
processamento do presente recurso. Pede deferimento, data, advogado e OAB)
d) Rol das peças: indicar as peças para o traslado (se informado no enunciado).
B) RAZÕES
a) Endereçamento: Ao Tribunal
c) saudação:
d) corpo da peça: I) DOS FATOS: breve relato; II) DO DIREITO: demonstrar as razões pelas
quais o recurso denegado deve ser recebido.
Nestes termos,
Pede deferimento.
Local..., data...
Advogado...
OAB...
EGRÉGIO TRIBUNAL DE JUSTIÇA DO ESTADO ... (se da competência da Justiça
Estadual)
EGRÉGIO TRIBUNAL REGIONAL FEDERAL ... (se da competência da Justiça Federal)
I) DOS FATOS
II) DO DIREITO8
III) DO PEDIDO
Ante o exposto, requer seja REFORMADA A DECISÃO DE 1º GRAU,
determinando-se o processamento do recurso denegado (recurso em sentido estrito ou
agravo em execução), ou, considerando estar suficientemente instruída a carta
testemunhável, seja, desde logo, dado provimento ao recurso em sentido estrito
(EXEMPLO), para:
I) preliminares (nulidades, incompetência, prescrição, etc – acompanhar a ordem das
preliminares)
II) impronúncia com base no artigo 414 do Código de Processo Penal;
Absolvição sumária, com base no artigo 415 do Código de Processo Penal
8 OBS: Estando suficientemente instruída a carta, apontar os fundamentos para provimento do recurso denegado
(impronúncia, desclassificação ou absolvição sumária, no recurso em sentido estrito denegado, por exemplo),
invocando, nesse caso, eventuais preliminares e mérito (ART. 644 CPP).
Desclassificação, com base no artigo 419 do Código de Processo Penal.
Nestes termos,
Local... e data...
ADVOGADO...
OAB...
PEÇA PRÁTICO-PROFISSIONAL
Jerusa, atrasada para importante compromisso profissional, dirige seu carro bastante
preocupada, mas respeitando os limites de velocidade. Em uma via de mão dupla, Jerusa decide
ultrapassar o carro à sua frente, o qual estava abaixo da velocidade permitida. Para realizar a
referida manobra, entretanto, Jerusa não liga a respectiva seta luminosa sinalizadora do veículo
e, no momento da ultrapassagem, vem a atingir Diogo, motociclista que, em alta velocidade,
conduzia sua moto no sentido oposto da via. Não obstante a presteza no socorro que veio após
o chamado da própria Jerusa e das demais testemunhas, Diogo falece em razão dos ferimentos
sofridos pela colisão.
Instaurado o respectivo inquérito policial, após o curso das investigações, o Ministério Público
decide oferecer denúncia contra Jerusa, imputando-lhe a prática do delito de homicídio doloso
simples, na modalidade dolo eventual (Art. 121 c/c Art. 18, I parte final, ambos do CP).
Argumentou o ilustre membro do Parquet a imprevisão de Jerusa acerca do resultado que
poderia causar ao não ligar a seta do veículo para realizar a ultrapassagem, além de não atentar
para o trânsito em sentido contrário. A denúncia foi recebida pelo juiz competente e todos os atos
processuais exigidos em lei foram regularmente praticados. Finda a instrução probatória, o juiz
competente, em decisão devidamente fundamentada, decidiu pronunciar Jerusa pelo crime
apontado na inicial acusatória. O advogado de Jerusa é intimado da referida decisão em 02 de
agosto de 2013 (sexta-feira). Contra essa decisão, a defesa interpôs, no dia 09 de agosto de
2013, recurso em sentido estrito. Ao proceder ao juízo de admissibilidade, o Magistrado não
recebeu o recurso, sob o fundamento de que foi interposto de forma intempestiva, já que,
considerando o dia de início 02 de agosto de 2013, o prazo venceu no dia 06 de agosto de 2013.
Atento ao caso apresentado e tendo como base apenas os elementos fornecidos, elabore o
recurso cabível, instruindo-o com a cópia integral do processo.
Processo nº ...
Nestes termos,
Pede deferimento.
Local... data...
Advogado...
OAB...
EGRÉGIO TRIBUNAL DE JUSTIÇA DO ESTADO...
Testemunhante/recorrente: Jerusa
Testemunhado/recorrido: Ministério Público
Processo nº ...
I) DOS FATOS
B) DA DESCLASSIFICAÇÃO
Estando o presente recurso suficientemente instruído, verifica-se a
possibilidade de analisar o mérito do recurso denegado, nos termos do artigo 644 do Código
de Processo Penal.
A recorrente foi acusada de, na condução do seu veículo, ter causado a
morte de Diogo, que conduzia sua motocicleta em alta velocidade, sendo denunciada e
pronunciada pela prática do delito de homicídio doloso simples, na modalidade dolo
eventual (Art. 121 c/c Art. 18, I parte final, ambos do CP).
Todavia, a recorrente em nenhum momento assumiu o risco de causar a morte de Diogo,
nem aceitou o resultado morte da vítima. Ou seja, a recorrente não agiu com dolo, uma vez
que não assumiu o risco nem aceitou o resultado morte, conforme prevê o artigo 18, I (parte
final), do Código Penal, que adotou, em relação ao dolo eventual, a teoria do consentimento.
Nesse sentido, o fato atribuído à recorrente deveria, em tese,
ser classificado como homicídio culposo na condução de veículo automotor, previsto no
artigo 302 do Código de Trânsito Brasileiro.
Em consequência, não havendo crime doloso contra a vida, o Tribunal do
Júri não é competente para julgar o processo, razão pela qual deve ocorrer a
desclassificação do delito, nos termos do artigo 419 do Código de Processo Penal,
remetendo-se os autos ao juízo competente.
III) DO PEDIDO
Ante o exposto, requer seja conhecido o recurso, reformada a decisão e
provido o presente recurso, para o fim de que:
a) seja recebido o recurso em sentido estrito denegado;
b) seja desclassificado o delito de homicídio simples doloso, para o delito
de homicídio culposo na condução de veículo automotor (Art. 302 do Código de Trânsito
Brasileiro), remetendo-se os autos para o Juízo Competente, nos termos do artigo 419 do
Código de Processo Penal.
Nestes termos,
Pede deferimento.
Local..., data...
Advogado...
OAB...
Recurso Especial
PEÇA PRÁTICO-PROFISSIONAL
Enunciado
Daniel foi denunciado, processado e condenado pela prática do delito de roubo simples em sua
modalidade tentada. A pena fixada pelo magistrado foi de dois anos de reclusão em regime aberto.
Todavia, atento às particularidades do caso concreto, o referido magistrado concedeu-lhe o
benefício da suspensão condicional da execução da pena, sendo certo que, na sentença, não
fixou nenhuma condição. Somente a defesa interpôs recurso de apelação, pleiteando a absolvição
de Daniel com base na tese de negativa de autoria e, subsidiariamente, a substituição do benefício
concedido por uma pena restritiva de direitos. O Tribunal de Justiça, por sua vez, no julgamento
da apelação, de forma unânime, negou provimento aos dois pedidos da defesa e, no acórdão,
fixou as condições do sursis, haja vista o fato de que o magistrado a quo deixou de fazê-lo na
sentença condenatória. Atento ao caso apresentado e tendo como base apenas os elementos
fornecidos, você, advogado(a) de Daniel foi intimado, para apresentar a medida cabível. Com base
nas informações expostas na situação hipotética e naquelas que podem ser inferidas do caso
concreto, redija a peça cabível, excluída a possibilidade de habeas corpus. (Valor: 5,00)
Obs.: a peça deve abranger todos os fundamentos de Direito que possam ser utilizados para dar
respaldo à pretensão. A simples menção ou transcrição do dispositivo legal não confere
pontuação.
EXCELENTÍSSIMO SENHOR DOUTOR DESEMBARGADOR PRESIDENTE DO EGRÉGIO
TRIBUNAL DE JUSTIÇA DO ESTADO ...
Nestes termos,
Pede deferimento.
Local..., data...
Advogado...
OAB...
COLENDO SUPERIOR TRIBUNAL DE JUSTIÇA
Recorrente: DANIEL
Recorrido: MINISTÉRIO PÚBLICO
Recurso nº ...
I) DOS FATOS
Daniel foi denunciado, processado e condenado pela prática do
delito de roubo simples em sua modalidade tentada. A pena fixada pelo magistrado foi de
dois anos de reclusão em regime aberto, concedendo-lhe o benefício da suspensão
condicional da execução da pena, não fixando nenhuma condição.
Somente a defesa interpôs recurso de apelação, pleiteando a
absolvição de Daniel com base na tese de negativa de autoria e, subsidiariamente, a
substituição do benefício concedido por uma pena restritiva de direitos.
O Tribunal de Justiça, por sua vez, no julgamento da apelação,
de forma unânime, negou provimento aos dois pedidos da defesa e, no acórdão, fixou as
condições do sursis, haja vista o fato de que o magistrado a quo deixou de fazê-lo na
sentença condenatória.
II) DO DIREITO
O recorrente foi condenado pela prática do delito de roubo
simples tentado, sendo-lhe concedido o benefício da suspensão condicional da pena, sem,
no entanto, terem sido fixadas condições. Todavia, em recurso exclusivo da defesa, o
Tribunal de Justiça negou provimento ao pedido formulado e, ainda, fixou as condições do
sursis, violando o disposto no art. 617 do Código de Processo Penal, já que a fixação das
condições cabia ao juiz de 1º grau.
Como não houve impugnação por parte do Ministério Público,
a decisão proferida pelo Tribunal configura verdadeira reformatio in pejus, vedada pelo art.
617 do Código de Processo Penal.
III) DO PEDIDO
Ante o exposto, requer seja conhecido e provido o presente
recurso especial, para o fim de que seja REFORMADO O ACÓRDÃO e, consequentemente,
mantida a decisão que concedeu o sursis, sem estabelecer as condições do benefício.
Nestes temos,
Pede deferimento.
Local..., data...
Advogado...
OAB...
Contrarrazões de Apelação do Júri
PEÇA PRÁTICO-PROFISSIONAL
Carlos foi pronunciado pela prática do delito de homicídio qualificado pelo motivo fútil (art. 121,
§2º, II, do CP). No dia 25 de junho de 2021 foram designados para comparecerem na sessão em
Plenário, 25 jurados, porém somente compareceram 16 jurados daqueles convocados, tendo o
juiz Presidente do Tribunal do Júri da Comarca de Porto Alegre/RS realizado o sorteio para
formação do Conselho de Sentença. Na ocasião, o Ministério Público se insurgiu consignando
em ata a ausência da formação do número necessário à composição do júri, nos termos do artigo
447 do CPP, o que não foi considerado pelo magistrado. Após a devida formação do Conselho
de Sentença, foi iniciada a instrução. A tese da acusação consistia em reforçar a prática de
homicídio qualificado nos termos trazidos pela pronúncia, enquanto à defesa insistiu na tese de
absolvição em face da ocorrência de legítima defesa. A alegação defensiva foi construída em
plenário com base no relato das testemunhas defesa. Encerrados os debates orais, sem que o
Ministério Público postulasse pela réplica, os jurados dirigiram-se para a votação, ocasião em
que absolveram Carlos da imputação, reconhecendo a incidência da legítima defesa. Após a
votação o magistrado proferiu a sentença absolutória, inconformado o Ministério Público interpôs
recurso com base no art. 593, III, alíneas “a” e “d”, do CPP, apresentando suas razões recursais
no sentido da ocorrência de nulidade na formação do Conselho de Sentença, por não estarem
presentes os 25 jurados, bem como o julgamento dos jurados ter sido manifestamente contrário
à prova dos autos, visto que estava provada a prática de homicídio qualificado. O magistrado
recebeu o recurso da acusação e determinou a sua intimação, no dia 20 de julho de 2021 (terça-
feira), para manifestar-se na condição de advogado de Carlos. Elabore a peça processual,
privativa de advogado, utilizando o último dia do respectivo prazo.
EXCELENTÍSSIMO SENHOR DOUTOR JUIZ PRESIDENTE DA VARA DO TRIBUNAL DO
JÚRI DA COMARCA DE PORTO ALEGRE/RS.
Processo nº...
Nestes termos.
Pede deferimento.
Advogado...
OAB...
EGRÉGIO TRIBUNAL DE JUSTIÇA DO ESTADO DO RIO GRANDE DO SUL
I) DOS FATOS
Carlos foi pronunciado pela prática do delito de homicídio qualificado pelo
motivo fútil (art. 121, §2º, II, do CP).
No dia 25 de junho de 2021 foi submetido a julgamento perante o Plenário
do Júri da Comarca de Porto Alegre, tendo sido absolvido pelos jurados.
Inconformado, o Ministério Público interpôs recurso de apelação, com
fundamento nas alíneas “a” e “d”, do CPP.
O Magistrado recebeu o recurso ministerial e determinou a intimação da
defesa para apresentar a medida cabível. Por tal razão, neste momento a defesa apresenta
as presentes Contrarrazões.
II) DO DIREITO
Nestes termos.
Pede deferimento.
Advogado...
OAB...
Mandado de Segurança Criminal
• Conceito
Embora seja ação constitucional de caráter mais civilista, o mandado de segurança pode
ser utilizado, em determinadas hipóteses, contra ato jurisdicional penal.
Coadunando-se com o disposto no artigo 5º, inciso LXIX, da Constituição Federal/88, o
artigo 1º da Lei nº 12.016/2009 dispõe que o Mandado de Segurança visa proteger direito líquido
e certo, não amparado por habeas corpus ou habeas data, sempre que, ilegalmente ou com
abuso de poder, qualquer pessoa física ou jurídica sofrer violação ou houver justo receio de
sofrê-la por parte de autoridade, seja de que categoria for e sejam quais forem as funções que
exerça.
Considera-se direito líquido e certo aquele destituído de qualquer dúvida, comprovado de
plano, sem a necessidade, portanto, de dilação probatória, sendo ônus do impetrante comprovar,
já na dedução em juízo, por documentos os fatos relacionados à violação do direito líquido e
certo que alega.
Ao contrário do habeas corpus, que é cabível contra ato particular ou autoridade, no caso
do mandado do segurança, o coator deverá ser, necessariamente, uma autoridade pública (Art.
6º, § 3º, da Lei 12.016/2009).
• Identificação
Deve-se verificar no enunciado a informação no sentido de que foi violado direito líquido
e certo não amparado por habeas corpus ou habeas data. Automaticamente, estar-se-á diante
do Mandado de Segurança.
Não cabe mandado de segurança se cabível recurso contra despacho ou decisão
proferida pelo apenado.
Também não cabe Mandado de Segurança contra: a) ato do qual caiba recurso
administrativo com efeito suspensivo, independentemente de caução; b) de decisão judicial da
qual caiba recurso com efeito suspensivo; c) de decisão judicial transitada em julgado.
• Base Legal
• Competência
A competência para o julgamento do mandado de segurança é definida de acordo com a
categoria da autoridade coatora, bem assim em razão de sua sede funcional.
O juiz de direito é competente para o julgamento do mandado de segurança contra ato de
autoridade sujeita à sua jurisdição.
Os Tribunais de Justiça dos Estados e os Tribunais Regionais Federais para o julgamento
contra ato dos juízes de direito ou dos juízes federais
As Turmas Recursais para o julgamento do mandado de segurança contra ato dos juízes
dos Juizados Especiais Criminais (Súmula 376 do STJ).
• Prazo
Nos termos do artigo 23 da Lei nº 12.016/2009, o prazo para a impetração do mandado
de segurança é de 120 dias, contados da ciência acerca do teor do ato a ser impugnado. A
contagem obedece a regra processual, excluindo-se, pois, o dia inicial. Tal prazo tem natureza
decadencial, não sendo possível a interrupção ou suspensão de tal prazo.
Autos nº...
FULANO DE TAL, nacionalidade..., estado civil..., profissão..., RG nº..., por seu procurador
infra-assinado com poderes especiais, vem respeitosamente, à presença de Vossa
Excelência impetrar MANDADO DE SEGURANÇA com pedido liminar, com base no
artigo 5º, inciso LXIX, do Constituição Federal/88 e na Lei 12.016/2009, contra ato
ilegal praticado pelo (apontar autoridade coautora), em virtude das razões de fato e de
direito a seguir expostos.
I) DOS FATOS
II) DO DIREITO
(I – Identificar o direito líquido e certo violado; II – Fundamentação jurídica no sentido de
qual foi o dispositivo legal violado; III – Argumentar o cabimento do Mandado de
Segurança; IV – Ao final da exposição deverá concluir a argumentação).
III) DA LIMINAR
(Demonstrar os requisitos como FBI e PM)
IV) DO PEDIDO
Ante o exposto, é a presente impetração para requerer seja oficiada
a autoridade coatora, a fim de que esta preste informações, nos termos do artigo 7º, inciso
I, da Lei 12.016/2009, assim como a concessão da segurança em favor de (impetrante),
mantendo-se a liminar anteriormente concedida, com o fim de que seja (mencionar a
finalidade da impetração).
Fica o valor da causa fixado em ...
Local..., data...
ADVOGADO...
OAB....
PEÇA PRÁTICO-PROFISSIONAL
Mandado de Segurança Criminal (peça adaptada)
Enunciado
Jurema, atrasada para um encontro pessoal, dirige seu carro sem observar o limite de velocidade
exigida para o local. Em uma via de mão dupla, Jurema atravessou a via preferencial e, de forma
imprudente, acabou atingindo a motocicleta conduzida por Francisco. Não obstante o socorro
rápido, Francisco vem a falecer em decorrência dos ferimentos sofridos pela colisão provocada
por Jurema. Instaurado o respectivo inquérito policial, após o curso das investigações, o
Ministério Público decide oferecer denúncia contra Jurema, imputando-lhe a prática do delito de
homicídio culposo na condução de veículo automotor, previsto no artigo 302 do Código de
Trânsito Brasileiro, sendo a peça acusatória recebida pelo juiz da 5ª Vara Criminal da Comarca
de Niterói/RJ. Ao longo da ação penal, Maria, companheira de Francisco, formula pedido de
habilitação na condição de assistente à acusação, acompanhado do respectivo contrato de união
estável. O Magistrado indeferiu o pedido, sob o argumento de que o artigo 268 do Código de
Processo Penal não prevê legitimidade à companheira para intervir como assistente à acusação.
Atento ao caso apresentado e tendo como base apenas os elementos fornecidos, elabore, na
condição de advogado de Maria, a peça cabível, adotando os argumentos pertinentes.
EXCELENTÍSSIMO SENHOR DOUTOR DESEMBARGADOR PRESIDENTE DO
EGRÉGIO TRIBUNAL DE JUSTIÇA DO ESTADO DO RIO DE JANEIRO
I) DOS FATOS
II) DO DIREITO
III) DA LIMINAR
Como se vê, estão presentes o fumus boni juris e o periculum in mora,
pressupostos autorizadores da concessão liminar do mandado de segurança postulado.
A impetrante juntou aos autos o contrato de união estável, demonstrando
sua condição de companheira da vítima e parte legítima para figurar como assistente da
acusação.
Além disso, a liminar se faz necessária dada a impossibilidade de
reversão do ato da autoridade judiciária, já que a impetrante não poderá se manifestar
nos atos processuais produzidos ao longo do procedimento criminal em que seu
companheiro figura como vítima.
IV) DO PEDIDO
Nestes termos,
Pede deferimento.
Local... e data...
Advogado...
OAB...