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EXCELENTÍSSIMO SENHOR DOUTOR JUIZ DE DIREITO DA ...

VARA CRIMINAL DO
TRIBUNAL DO JÚRI DA COMARCA DE PORTO ALEGRE, ESTADO DO RIO GRANDE
DO SUL

Autos nº

Túlio, já qualificado nos autos do processo em


referência, vem, respeitosamente, à presença de Vossa Excelência, por meio de sua
advogada, que esta subscreve, interpor o presente RECURSO EM SENTIDO ESTRITO,
com fundamento no artigo 581, IV do Código de Processo Penal.

Caso Vossa Excelência mantenha a respeitável


decisão recorrida, requer seja o presente recurso devidamente processado e
encaminhado ao Tribunal de Justiça do Rio Grande do Sul.

Termos em que,
Pede deferimento.

Local e data

__________________________
Advogada – OAB/UF nº
RAZÕES DE RECURSO EM SENTIDO
ESTRITO
Recorrente: Túlio
Origem: ...... Vara Criminal
Autos nº

Egrégio Tribunal de Justiça do Estado do Rio Grande do Sul


Colenda Câmara Criminal
Doutos Desembargadores.

I – DOS FATOS

Túlio foi denunciado pelo representante do Ministério


Público pelo crime de tentativa de aborto, conforme artigos 126, caput, c/c artigo 14,II,
ambos do Código Penal, pois comprara remédio abortivo para que a sua namorada o
consumisse.

Na audiência de instrução, foram ouvidas as


testemunhas e Joaquina, assim como interrogado o réu e todos confirmaram o ocorrido.
As partes apresentaram alegações finais orais e o juiz determinou a conclusão do feito
proferindo, após, a decisão de pronúncia. As partes foram intimadas da decisão em
18/06/2018.

II – DO DIREITO

a) DAS PRELIMINARES

DA PRESCRIÇÃO

Conforme exposto até aqui, Excelência, o recorrente foi


pronunciado com fundamento no artigo 126 c/c 14, II do CP; a pena máxima para este
delito seria de 04 anos que, com base no artigo 109, IV do CP, prescreve em 08 anos.
Túlio, que nasceu em 01/01/1996, na data dos fatos
em 03/01/2014, era menor de idade, por esse motivo, o prazo prescricional foi reduzido
pela metade, resultando em 04 anos, conforme artigo 115 do CP.

Passaram-se mais de 4 anos entre o recebimento da


denúncia, 22/01/2014 e a decisão confirmatória da pronuncia, 18/06/2018, por esse
motivo, é mister o reconhecimento da extinção da punibilidade do réu, conforme artigo
107, inciso IV do CP e art. 415, inciso IV do CPP, pois não há responsabilidade penal a
ser imputada ao recorrente.

b) DO MÉRITO

DO CRIME IMPOSSÍVEL POR IMPROPRIEDADE


ABSOLUTA DO OBJETO

Ante o exposto, no qual o recorrente foi denunciado


pelos crimes previstos nos artigos 126, caput c/c artigo 14, II, ambos do CP; acusado de
comprar substâncias abortivas ilegais a fim de que sua namorada as consumisse, com a
suposta intenção de matar o feto.

Entretanto, a equipe médica informou que Joaquina


nunca esteve grávida e que ela expeliu um cisto e não um feto. Diante desse argumento,
faz-se necessária a absolvição sumária prevista no artigo 415,III, do CPP, pois o fato não
constitui crime e é atípico.
De acordo com o artigo 17 do Código Penal, não se
pune tentativa quando por ineficácia absoluta do objeto, sendo, assim, um crime
impossível e, no caso exposto, não há que se falar em aborto, haja vista que não tinha
feto.

III – DO PEDIDO

Ante o exposto, requer a Vossa Excelência a


Absolvição Sumária Art. 415, inciso III, CPP, pelo crime impossível Art. 17, CP, pois o fato
é atípico.
Termos em que,
Pede deferimento.

Rio Grande do Sul, 25/06/2018

__________________________
Advogada – OAB/UF nº

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