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RESPOSTA À ACUSAÇÃO
Dos fatos
Ocorre que o acusado, é conhecido da vítima, José, que pretendia abrir um restaurante e
para tanto, encontrando-se sem dinheiro para realizar seu desejo, pediu para o acusado lhe
emprestasse os valores necessários para abrir o restaurante.
O acusado aceitou emprestar o valor, contanto que fosse feito uma nota promissória como
garantia, o que foi aceito pela vítima, firmando-se assim, ambas as partes, uma nota
promissória no valor de R$ 20.000,00 (vinte mil reais), com as devidas assinaturas feitas, fez
o acusado o empréstimo com o vencimento da nota para o dia 15 de maio de 2022.
Contudo ao chegar na data aludida, a vítima deixou de realizar o pagamento, levando o
acusado a ligar para a vítima para verificar o que havia acontecido, e tendo como resposta
que o valor seria pago dentro de uma semana, durante toda a ligação o acusado manteve a
calma e a cortesia, aceitando o recebimento para a próxima semana.
Deu-se o prazo de uma semana, e novamente sem o pagamento dos valores, o acusado liga
para a vítima, que lhe diz que o restaurante, motivo do empréstimo, não estava dando lucro, o
que estava impossibilitando o pagamento dos valores.Indignado, no dia de 04 de julho
comparece ao restaurante o acusado para receber os valores devidos, armado, e cobra a dívida
do empréstimo para a vítima que aterrorizada corre e chama a polícia.
Quando a polícia chegou já não estava mais o acusado no local, e instalou-se o inquérito
policial, posteriormente o acusado vai até a polícia e confirma os acontecimentos ocorridos.
O MP ao fim do inquérito instaurado denúncia o acusado pela prática de extorsão
qualificada pelo emprego de arma de fogo.
Sendo recebida a denúncia na data de 14 de Março de 2022, e devidamente citado o
acusado.
Sendo estes os fatos expostos.
Do mérito
A denúncia feita pelo MP tipificou a conduta do acusado com o crime previsto no art. 158,
o crime de estelionato, que é a conduta do agente que constrange alguém, mediante grave
ameaça ou violência, buscando obter vantagem econômica indevida.
Caracterizado o tipo, e com os fatos expostos, infere-se que não houve em momento
algum a ocorrência do crime de estelionato posto que não se verifica no presente caso, o
elemento de vantagem econômica indevida, posto que o valor cobrado pelo acusado era
devido e legítimo.
Houve de fato o empréstimo, comprovado pelos fatos, atestado pela existência da nota
promissória e de testemunhas que ouviram a cobrança da dívida feita pelo acusado. Havendo
a relação negocial, e o justo crédito do acusado não pode haver a configuração do crime de
estelionato, pois haveria falta de um elemento da conduta impossibilitando a tipificação do
crime.
Ocorreu, entretanto, a conduta prevista no artigo 345 do Código Penal, que é o exercício
arbitrário das próprias razões, posto que o acusado pretendia satisfazer sua pretensão
legítima.
Preliminar
Dos pedidos
Testemunhas arroladas
Joaquim
Manoel