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EXMO. SR. DR.

JUIZ DE DIREITO DA 5ª VARA CRIMINAL DA COMARCA


DE ___. 

AUTOS Nº  

CAIO [SOBRENOME], já qualificado nos autos em epígrafe, vem


respeitosamente perante Vossa Excelência por intermédio de seu advogado infra-
assinado, Juntada da procuraçã o (doc. 1), apresentar RESPOSTA À ACUSAÇÃ O, com
fulcro nos arts. 396 e 396-A, ambos do CPP, pelos motivos que passa a expor: 

DOS FATOS: 

O acusado está sendo processado por ter, supostamente infringido as


normas do art. 158, §1º, CP. 

A vítima, para realizar a abertura do seu negó cio tomou empréstimo com o
acusado, no valor de R$20.000,00 (vinte mil reais) assinando por garantia uma
nota promissó ria no mesmo valor (anexa có pia). 

O vencimento para o pagamento da obrigaçã o foi em 20 de maio de 2019,


data na qual a vítima nã o tendo adimplido, recebeu um telefonema do acusado, que
educadamente ao cobrar o valor obteve, por resposta do devedor a promessa de
que em uma semana receberia a quantia ora reclamada. 

Findo o prazo dado por mera liberalidade do acusado, ao contatar


novamente o devedor foi informado, que ele estava sem recursos líquidos de
honrar com o pagamento, ante o mau desempenho da atividade comercial o nã o
alcance do lucro esperado. 
Indignado com a resposta compareceu o acusado, na data de 28 de maio de
2019 ao restaurante, e de posse de uma pistola que portava consigo, mostrou-
a para vítima reclamando a paga da dívida, que fosse imediatamente, senã o
cobraria ceifando sua vida. 

A vítima aterrorizada adentrou as cavidades do comércio e


efetuou um telefonema para a polícia, que ao chegar ao local nã o encontrou o
acusado. 

Os fatos foram levados ao conhecimento do delegado de polícia, que


instaurou inquérito policial. Ao final da investigaçã o o acusado confirmou a
ocorrência dos fatos, e foi denunciado pelo Ministério Pú blico pela prá tica do crime
de extorsã o qualificada com o emprego de arma de fogo, nos termos do art. 158,
§1º, CP. 

Recebida a inicial por este douto juízo, o réu foi citado na sexta-feira, dia
06 de março de 2020. 

DO DIREITO:  

O fato é atípico. 

Isto porque a vantagem do réu era devida. 

Logo, nã o se enquadra a conduta atípica no delito de extorsã o, expresso no


art. 158, caput e §1º, do CP., ante a vantagem do réu, que era devida, e o tipo penal
pelo qual foi denunciado versar em “vantagem indevida”. 

Caso tenha havido crime, admite-se apenas por amor ao debate, que o
acusado praticou exercício arbitrá rio pelas pró prias mã os. Pois, quem faz justiça
pelas pró prias mã os, ainda que para satisfazer pretensã o legítima ou que
erroneamente considere legítima, comete o crime de exercício arbitrá rio das
pró prias razõ es, previsto no art. 345 do Có digo Penal e tratando-se de crime contra
o pró prio Estado, ou mais precisamente contra a Administraçã o da Justiça, já que o
ato de fazer justiça diante de qualquer conflito é tarefa que incumbe
exclusivamente ao Estado, em conformidade com as leis. 

No mais, ocorre que no caso em tela se trata de crime de açã o penal


privada (art. 345, p. u., CP.), onde nã o houve emprego de violência, devendo ser
reclamado à autoridade competente através da queixa crime a ser oferecida em 06
(seis) meses, nos termos do art. 103, CP. e art. 38, CPP., em que pese, nã o ocorreu,
expirando-se, e ocasionando a decadência. 

 
DOS PEDIDOS: 

Face ao exposto, requer seja a presente açã o


julgada IMPROCEDENTE absolvendo-se sumariamente o réu, pelo fato narrado
evidentemente nã o se constituir em crime, com base no art. 397, III, CPP, tendo em
vista a atipicidade da conduta, ou que seja declarada extinta a punibilidade do
agente pela decadência, com fulcro no art. 397, IV, CPP. 

Requer, por fim, caso nã o acolhidas as teses mencionadas, a oitiva das


testemunhas abaixo arroladas, por ser medida de JUSTIÇA. 

ROL DE TESTEMUNHAS:

1 – Joaquim, (qualificaçã o), (endereço);

2 – Manoel, (qualificaçã o), (endereço)

Nestes Termos, 

Pede Deferimento. 

Local e 29 de janeiro de 2020. 

[ASSINATURA DO ADVOGADO] 

[NOME E SOBRENOME DO ADVOGADO] 

[NO. DE INSCRIÇÃ O NA OAB] 

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