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18/04/2002 - 29/03/2008

Isabella Nardoni

O caso Isabella Nardoni refere-se à morte da menina brasileira Isabella de Oliveira


Nardoni (nascida em 18 de abril de 2002), de cinco anos de idade, jogada do sexto andar
do Edifício London, situado à Rua Santa Leocádia, nº 138, no distrito da Vila Guilherme, em
São Paulo, na noite de 29 de março de 2008.

O caso gerou grande repercussão no Brasil, e Alexandre Nardoni e Anna Carolina Jatobá,
respectivamente pai e madrasta da criança, foram condenados por homicídio
doloso qualificado.

O CRIME

Na noite do dia 29 de março de 2008, a menina Isabella Nardoni, de apenas 5 anos de


idade, foi arremessada pela janela do sexto andar do Edifício London localizado na Zona
Norte da cidade de São Paulo. Após a queda, enquanto agonizada, tentou-se presta
socorro a menina, que morreu tragicamente a caminho do hospital

No telefonema, os oficiais foram avisados de um suposto roubo, cujo responsável teria


atirado uma garota do sexto andar do prédio. Ao chegarem no local, os oficiais
encontraram Isabella estirada no gramado e, ao seu lado, Alexandre parecia inconsolável. A
menina foi levada ao hospital infantil, mas morreu no caminho.

De volta ao edifício, os investigadores perguntaram à Alexandre e Anna Carolina o que teria


acontecido. Em seu primeiro testemunho, o casal, que não chamou a polícia em nenhum
momento, confirmou a versão de que um assaltante teria matado Isabella.

Guiados até a delegacia, os dois responsáveis pela menina foram interrogados por cerca de
24 horas. Segundo o casal, ao voltarem de um compromisso, Alexandre teria subido
com Isabella no colo, enquanto Anna Carolina esperava na garagem com os dois meninos.
Em seguida, o pai teria retornado ao carro, para pegar mais uma das crianças.

Quando chegaram ao apartamento, no entanto, encontraram a porta aberta e a tela de


proteção do quarto dos pequenos cortada. Do lado de fora, seis andares abaixo
deles, Isabella já estava no gramado. Ainda em depoimento, o casal apontou alguns
suspeitos.
De acordo com Alexandre e Anna Carolina, cerca de 23 pessoas, entre funcionários e
conhecidos, poderiam ter machucado Isabella. Todos foram interrogados, mas nenhum foi
considerado suspeito. Logo em seguida, a hipótese de que a menina teria cortado a rede foi
descartada, já que os fios resistentes demais para uma criança de cinco anos.

Investigação

Durante as investigações, os testemunhos do casal começaram a contar com diversas


incoerências, enquanto ambos eram desmentidos por vizinhos e registros telefônicos.
Descobriu-se inclusive, que Alexandre e Anna Carolina tinham brigas constantes.

Mais e mais pistas foram aparecendo: a casa não tinha sinais de arrombamento, o
apartamento estava muito bagunçado, não existiam sinais de luta corporal e a polícia
encontrou pingos de sangue de Isabella logo na entrada da sala. Ainda
mais, Alexandre e Anna Carolina nunca chegaram a perguntar sobre a menina.

Resquícios do sangue de Isabella tamém foram encontrados no carro da família. Durante a


autópsia, legistas determinaram que a pequena foi asfixiada antes mesmo de ser jogada
pela janela e identificaram um corte em sua testa — a fonte das gotas de sangue.

A partir das pistas e dos depoimentos, então, os investigadores reconstruíram o que teria
acontecido naquela noite. No final, determinou-se que, entre o desligamento do motor do
carro e a queda da menina, 12 minutos se passaram — sendo que a versão dada
por Alexandre e Anna Carolina somava 19 minutos, um período pouco provável.

Segundo os policiais, a ferida na testa de Isabella foi causada por Anna Carolina, ainda


dentro do carro. Ao chegar no prédio, Alexandre levou a menina até o apartamento,
acompanhado da esposa e dos dois filhos ainda dormindo, e atirou Isabella no chão. A
pequena tentou se proteger da queda e fraturou o braço.

Ela ficou alguns minutos acordada, encostada no sofá, até que Anna Carolina
Jatobá agarrou Isabella mais uma vez e a asfixiou. Enquanto isso, Alexandre foi até a janela
do quarto dos filhos e cortou a rede de proteção com uma tesoura. Ele, então, ergueu a filha
já desacordada e atirou seu corpo pela janela, soltando uma mão de cada vez.

Fim da linha

No dia 3 de abril de 2008, depois de uma cobertura incessante da mídia, o casal foi preso
preventivamente. No dia 18, Alexandre Nardoni e Anna Carolina Jatobá foram indiciados
pelo homicídio de Isabella. Pouco tempo depois, em maio de 2008, o juiz aceitou a
denúncia do Ministério Público e decretou a prisão preventiva dos dois mais uma vez.

Logo no início de 2009, o casal foi condenado por homicídio triplamente qualificado e fraude
processual. Pelos crimes, Alexandre foi sentenciado a 31 anos de cárcere, enquanto Anna
Carolina recebeu 26 anos, ainda que os dois nunca tenham se declarado culpados por um
dos crimes que mais marcou a História recente do Brasil.
O pai de Isabella Nardoni segue preso em regime fechado até hoje e Anna Carolina, em
regime semi-aberto. A madrasta da menina pode sair em datas comemorativas e,
atualmente, cumpre sua pena em Tremembé, mesma prisão que Suzane Von Richthofen.

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