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Caso Eloá Pimentel

Eloá Cristina Pimentel, nascida em 05 de maio de 1993, morava em Santo


André, no abc paulista, com seus pais, o Ex-Cabo da PM Everaldo Pereira
dos Santos e Ana Cristina Pimentel, assim como seus dois irmãos, Ewerton
Douglas Pimentel e Ronickson Pimentel. Ana e Everaldo descreviam sua filha
como alegre, amorosa e cheia de vida. Era uma menina que sonhava em ser
Medica Veterinária e tinha uma vida inteira pela frente. Mas por um infortúnio,
a vida de sua família mudaria completamente. Tudo isso acompanhado pela
televisão, transmitido diretamente para a casa de milhões de Brasileiros. Não.
Não era mais um reality show como o Big Brother ou coisas do tipo. Era a
realidade do sofrimento de um grupo de adolescentes, sendo sangrada para
o mundo todo.

Relacionamento conturbado.

Em março de 2006 com apenas 12 anos, Eloá inicia um relacionamento com


um homem de 20 anos chamado Lindemberg Alvez Fernandes, que por sinal
era 8 anos mais velho que ela. Apesar da disparidade de idades seus pais
não intervêm no relacionamento, pelo contrário, segundo algumas
informações, os pais de Eloá se afeiçoavam bastante ao jovem.
Com muitas idas e vindas, diversas brigas, e muitos rompimentos depois de 2
anos e 7 meses, os dois terminam definitivamente. Desesperado, Lindemberg
tenta reatar, mas Eloá nega várias vezes. Durante um mês ele tenta voltar
para a vida da jovem, mas é frustrado.

Sequestro

Na tarde de 13 de outubro de 2008, depois da escol vão para casa para fazer
um trabalho, em um dia comum, sem nada de diferente. Tudo ia
perfeitamente bem, o trabalho estava ficando perfeito, nada podia dar errado.
Era o que pensavam, mas isso iria mudar mais rápido do que todos queriam.
Por volta das 13h, enquanto a garota fazia o trabalho escolar com seus três
amigos Nayara Rodrigues da Silva, Iago Vilera e Victor Campos, Lindemberg,
armado, invade o apartamento da família Pimentel.
Inconformado com o rompimento com Eloá, decide sequestrar a ela e a seus
amigos. Mas, por decisão do próprio Lindemberg, Iago e Victor são soltos no
mesmo dia, pela noite.

101 horas

Na manhã de 14 de outubro, Nayara é finalmente liberada, mas, por pedido


de Lindemberg e por decisão da polícia para facilitar as negociações,
inesperadamente, a amiga de Eloá volta ao cativeiro horas depois. Uma
decisão extremamente conflituosa e que causa opiniões encontradas até o
dia de hoje.
Na manhã de 15 de outubro, um procurador chega no local com um
documento que assegurava a segurança de Lindemberg, informa que a
família do jovem já tinha contratado um advogado para ele, e isso era uma
das suas exigências. O documento foi subido por uma corda, sendo entregue
pela janela onde Eloá normalmente dava sinais de vida e pedia por calma.
Durante todo o Sequestro Lindemberg estava visivelmente transtornado,
falava muito que se a polícia fizesse qualquer coisa ele mataria as duas
garotas e depois se mataria. E inclusive maltratava as garotas em diversas
situações, psicológicas e físicas como os disparos com arma de fogo em
situações aleatórias, ou elas dormirem amaradas, coisas extremamente
insalubres.
A polícia em certo momento ainda do primeiro dia cortam a água e a luz, isso
deixa Lindemberg com mais raiva, Nayara comenta do episódio ela fala que
ele, fala a seguinte frase “Eles fazem isso para me enfraquecer, mas não
vão.”

Apesar de todas essas ameaças as jovens acreditam que iriam sair de lá.
Nayara chega a falar que, “está tudo acertado, e somente esperar o tempo
dele”.

4 dias haviam se passado, e as negociações foram todas frustradas.


Lindemberg a cada dia estava mais transtornado e afoito, os veículos de
notícias, estavam dando muito destaque a esse caso, chegando inclusive a
fazer uma entrevista ao vivo com ele por telefone, coisa que não é
corriqueira, pois a polícia tenta manter o sigilo para preservar as negociações
e as vítimas.
No início da Noite do dia 17, a polícia invade o apartamento, sob o pretexto
de ouvir uma explosão. Demoraram 15 segundos para abrir a porta, devido a
uma barricada improvisada com uma mesa. Infelizmente esse tempo, que
parece tão pouco, foi muito. Em apenas 4 segundos, acuado, Lindemberg
efetua 2 tiros em Eloá, um na cabeça e outro na virilha, e um tiro em Nayara,
que foi ferida no rosto.
O Jovem é detido, Eloá é retirada inconsciente do quarto, Nayara ainda
estava andando. Nayara passou por uma cirurgia para a retirada da bala e no
mesmo dia estava bem.
Eloá não teve a mesma sorte. Infelizmente a jovem teve a morte cerebral
anunciada um dia depois, em 18 de outubro de 2008.

Jornalismo

O caso Eloá é marcado pelas matérias sensacionalistas, pelo extremo


televisionamento do caso, que até mesmo, como dissemos anteriormente,
entrevistou o sequestrador.

E toda a toxicidade da mídia fica clara quando a apresentadora de tv Sonia


Abrão, entrevista Lindemberg ao vivo, durante o sequestro, por vezes
deixando o jovem mais transtornado que antes.

Muito também se falou, de como a mídia noticiou o caso, como algo


romântico. Era, supostamente, um crime passional em todos os sentidos. A
noção de que o crime foi cometido por amor, quando na verdade sabemos
que foi por pura obsessão..

Polícia

A forma que a polícia agiu no caso Eloá, levando a Nayara de volta para o
cativeiro, invadindo sem nenhuma preparação ou motivo aparente para isso,
também é alvo de reclamações.

Segundo o Promotor Antônio Nobre Folgado; “Esse foi o grande erro da


polícia, a volta da Nayara. Se trata de uma menina de 15 anos, uma menor,
foi trazida ao palco dos acontecimentos sem autorização da mãe e foi
convencida a subir sozinha no apartamento. O acordo, feito na presença dos
policiais, era ela chegar próximo à porta, estender a mão e trazer Lindemberg
e Eloá para fora. Uma menina de 15 anos de idade ia resolver um caso que o
Brasil inteiro estava assistindo e que a própria polícia não conseguia
resolver?

Nayara foi recebida na porta da casa com a imagem de Lindemberg


apontando uma arma na cabeça de sua melhor amiga, ameaçando fazer o
pior se ela não entrasse. Ela não teve escolha.

Julgamento

Após pouco mais de 3 anos, em 16/02/2012, o julgamento de Lindemberg


começa. Muito se discutia sobre o que aconteceria com o assassino de Eloá.
Todos no momento do julgamento estavam perplexos, pois ele não
demonstrava nenhum arrependimento ou remorso.
Em uma entrevista à Record TV, Lindemberg fala; “Eu não estava pensando
que a polícia iria lá, nem nada. Só estava pensando em curtir cada minuto ao
lado dela.” Também fala como atirou em Eloá e em que local; “Eu atirei na
Eloá foi no sofá né? Na hora que virei de costas eu atirei no sofá”
A Juíza responsável pelo caso Eloá, Juíza Milena Dias fala algumas coisas
importantes durante o julgamento, dentre elas está; “A sociedade,
atualmente, espera que o juiz se liberte do fetichismo da pena mínima” e “As
circunstâncias delineadas nos autos demonstram que o réu agiu com frieza,
premeditadamente, em razão de orgulho e egoísmo, sob a premissa de que
Eloá não poderia, por vontade própria, terminar o relacionamento amoroso.”

Lindenberg foi julgado a 98 anos e 10 meses, depois de um recurso ó tribunal


de Justiça de São Paulo, reduz a pena para 39 anos em Reclusão, segundo
Fábio Tofic Simantob, responsável pelo recurso, a condenação foi exagerada,
uma vez que Lindemberg não tinha antecedentes criminais.

Considerações Finais.
- Sobre o papel da mídia, se teria sido diferente ou não caso não houvesse
essa cobertura toda
- Sobre a população em si que tratou tudo como um reality show, assistindo
desde casa o desenrolar do caso
- Sobre a família que não teve direito a chorar sua perda em meio a tanta
publicidade sobre o caso
- O que poderia ter sido feito para evitar (na nossa opinião)
- Sobre Nayara, o trauma ao qual foi submetida e que poderia ter sido evitado
- Sobre os rapazes e o que pode tê-lo levado a liberá-los (talvez medo de que
eles sendo 2 e ele 1 pudessem decidir atacar?)

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