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Teses da Defesa

 Ao minuto 15:17 do podcast, o Dr. Evandro versa sobre o passional, em


suas palavras “O passional tem um talento especial para o trágico”, se referindo
ao Doca Street, fazendo alusão a escola positivista italiana, onde o criminoso
passional é um cidadão de bem, onde nunca hávia de cometer algum delito
anteriormente e que age de forma impulsiva, incontrolável e imprevisivel,
seguindo esse raciocinio não seria necessário nenhuma medida restritiva de
liberdade, pois, por ser passional se trataria de algo isolado, já que nunca
aconteceu antes, não aconteceria novamente por se tratar de ações impulsivas e
não continuadas. Porem, da mesma forma o raciocinio é falho, já que o agir por
impulso pode acontecer diversas vezes e gerar resultados semelhantes. (Essa
parte se trata de entrevista, realizada antes do julgamento, onde a defesa já
instaurava de forma midiatica, pensamentos e possiveis motivos para inocentar o
réu).
 O ex-ministro Evandro Lins e Silva, em sua sustentação, foi incisivo,
descrevreu o réu como uma pessoa de extrema hombridade, trabalhador e
zeloso com suas ex-mulheres. De boa indole, porem, que agora arrependido por
ter cometido um “deslize”. Como se o mesmo ja estivesse sofrido o suficiente, ou
que nada poderia piorar sua situação já que o mesmo se considera imperdoavel,
algo do tipo. Evandro, tambem busca exteriorizar a origem do réu, apelando para
a influencia que sua familia tinha, para confirmar sua boa indole naquele
momento, dizendo que tem um passado ilibado e que é primário.
 Evandro Lins e Silva, após dizer tudo que era possivel, para limpar a
mancha que seu cliente havia criado em sua imagem de bom homem, começa a
“atacar” a vitima, de maneira quase que injusta, como se o passado da mesma
fosse criar motivos “justos” para o cometimento do assassinato em questão. Sua
desculpa aos jurados, era que os jurados precisavam conhecer o perfil dos
envolvidos ajudava a julgar melhor o caso. Em suas palavras :
“A sua vida, os seus antecedentes, a sua formação, para
então se poder tomar uma decisão justa, para verificar até
que ponto a participação da vítima contribuiu mais ou menos
fortemente para a deflagração da tragédia”.
 Um de seus argumentos, era de que a vitima se trataria de uma mãe
irresponsável, que abandonou os tres filhos, pois, havia se separado e o ex-
marido havia ficado com a guarda, julga Ângela como uma mulher depravada,
libertina, que não possui principios, dizendo entre linhas que a mesma buscou o
resultado em que a ela foi imposto por Doca Street, dentre outros argumentos,
frizou o uso de entorpecentes e tóxicos por Ângela, o que hoje se sabe ser uma
pequena quantidade de maconha que foi apreendida com a mesma em uma
outra passagem.
 Após todo o exposto, se chega na tese impossivel utilizada pelo
Evandro Lins e Silva no julgamento, a LEGITIMA DEFESA DA HONRA, a tese
tem fundamento nas ordenações filipinas, assim como foi descoberto pela
pesquisadora parceira do podcast Praia dos Ossos, essa era a lei que estava em
vigor no Brasil colônia e que versa exatamente o exposto:
“"Achando o homem casado sua mulher em adultério, licitamente
poderá matar assim a ela assim como o adúltero, salvo se o marido
for peão e o adúltero fidalgo ou nosso desembargador, ou pessoa de

maior qualidade."

 A tese de defesa, era que o comportamento da vitima era uma ameaça


para a honra do réu, por ela ter dado em cima de uma mulher na frente de todo
mundo, ter terminado com ele e por ter ofendido ele e chamado de “corno”. A
reputação dela de “pantera” era de conhecimento geral e devido a isso, ele não
teve culpa de nada.
 Inexigibilidade de outra conduta, a defesa queria convencer os jurados
de que a unica atitude que ele poderia ter, era a de assasinar a Ângela,
demonstrando que o autor do crime estava desesperado, fora de si, inventando
motivos palpáveis para que a ação fosse “perdoada” e o mesmo absolvido.
 Evandro Lins e Silva, de forma perversa, utiliza do passado da vitima,
onde a mesma utilizou maconha devido a uma possivel depressão, para afirmar
categoricamente que a mesma queria morrer, devido a uma tentativa de suicidio
nesse periodo de sua vida. Um extremo absurdo, onde diz que o que aconteceu
com a vitima foi de um suicidio assistido, onde o Doca seria a arma do crime,
mas não o autor. Sendo assim, Ângela ameaçava a honra do Doca, e tambem
queria que o mesmo a matasse.
 Após a réplica de acusação, Evandro Lins e Silva, elenca a
possibilidade do juri, de que caso não queiram absolver o réu, considerem o
excesso culposo da legitima defesa, se tratando então de uma pena de
advertencia como o mesmo nomeou. Assim da mesma forma, confirmando que a
defesa da honra era legitima e que a atitude que o réu tomou, foi apenas um
excesso.

Teses da Acusação

 Ao minuto 19:00 do podcast, se ouve o já falecido Promotor Sebastião


Fador Sampaio, esse que de certa forma “acusa” o réu de ser sustentado pelas
ex mulheres, sendo que, antes da finada Ângela Diniz, o mesmo era sustentado
de igual maneira pela Adelita Scarpa, mulher que Doca abandonou juntamente
com o filho de 3 anos para viver com Ângela Diniz. O mesmo promotor, acusou o
réu de ser traficante e que matou a vitima para ficar com o seu dinheiro, tudo
sem prova alguma de que essas suposições fossem verdadeiras. Tambem
tentou apelar mostrando fotos da vitima morta aos jurados, sendo impedido pelo
advogado de defesa rapidamente, esse que entrou na frente.
 Sucessivamente, o proximo foi o advogado da região de cabo frio,
Éden Teixeira de Mello, no minuto 21:50 do episódio, onde o mesmo lê uma
carta da filha de Ângela, Cristiana. O mesmo foi rechassado pela plateia aos
risos, o que talvez demonstrasse o sentimento desses a respeito da vitima, essa
que a esse ponto já praticamente perderia o posto de vitima, e na cabeça dos
que estavam presentes deveria ser o próprio réu.
 O proximo, foi o assistente de acusação, George Tavares, esse
argumentava de forma á desqualificar o depoimento da Gabriele, a alemã que
seria supostamente o pivo da briga entre o casal. O tempo da acusação se
esgotou e o Evaristo a principal peça na acusação não conseguiu exteriorizar sua
tese. A defesa tomou a palavra.
 Agora ná réplica da acusação, Evaristo de Moraes Filhos inicia com a
sustentação. Sua defesa buscou alimentar as pessoas com os acontecimentos
ocorridos naquele dia, explicitou passo a passo da maneira em que foi possivel,
devido ao tempo, e explicitou a real intenção do réu de executar a vitima,
inclusive manipulando a arma de tal forma a resolver a falha em que a mesma
apresentou em um dos disparos, efetuando a manobra no ferrolho para efetuar
os proximos disparos com ela já atingida em área não fatal, Ângela ainda estava
viva depois do primeiro disparo, e antes da falha na arma, o que demonstra que
tudo isso levou tempo e que o mesmo poderia ter mudado de ideia, mas toda a
argumentação não foi suficiente, e infelizmente o juri teve o desfecho que já
conhecemos.

DECISÃO DO JURI

O Réu foi condenado pelo excesso culposo dos limites da legitima defesa,
tendo o réu fugido da cena do crime, evitando a prisão em flagrante, foi estipulado
pena de um ano e seis meses, aumentada para dois anos de detenção, condenado
tambem ao pagamento dos custos do processo, em resumo, pena de dezoito meses
pelo crime e seis meses pela fuga da justiça.

O Réu ao cumprir 1/3 da pena, saiu livre e respondeu o resto da pena em


liberdade.

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