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UNIVERSIDADE FEDERAL DO RIO GRANDE DO NORTE

CENTRO DE CIÊNCIAS SOCIAIS APLICADAS


PSICOLOGIA APLICADA AO DIREITO (PSI0986)
PROFESSOR DR. PITÁGORAS JOSÉ BINDE
ANDRESSA BARBOSA DE OLIVEIRA

ANÁLISE CRÍTICA SOBRE AS TESTEMUNHAS


NA SIMULAÇÃO DO JÚRI POPULAR DO “CASO
DE FABIANO KIPPER MAY

NATAL/RN
2023
INTRODUÇÃO

O Tribunal do Júri contempla um procedimento especial do Processo Penal,


que é destinado ao julgamento do agente que cometeu algum crime doloso contra a
vida. Esse julgamento será presidido por um juiz e terá a sentença proferida por um
corpo de jurados, que juntos formarão o conselho de sentença. No processo penal é
necessário o levantamento das provas para que se esclareça a verdade real dos
fatos. Entre tais provas, podemos destacar a testemunhal, que merece proteção
estatal, para sucesso do processo e de seu julgamento. Dessa forma, o presente
trabalho é uma análise crítica desse ator social presente no júri popular que foi
simulado em sala sobre Fabiano Kipper May que é acusado pela morte de três
crianças e duas professoras na creche Pró-Infância Aquarela, em Saudades, no
Oeste Catarinense.
Ao falar brevemente sobre o caso, No dia 4 de maio de 2021, Fabiano Kipper
May entrou na creche com uma adaga e golpeou duas professoras e três bebês,
resultando na morte de três crianças e de duas professoras. Outra criança, que
também foi ferida, foi socorrida a tempo de se recuperar. A justiça espera que o júri
popular traga mais esclarecimentos sobre o ocorrido e possa definir a punição de
Fabiano Kipper May pelos crimes cometidos. As vítimas foram a professora Keli
Adriane Aniecevski, 30 anos; a agente educadora Mirla Amanda Renner Costa, 20
anos; além dos bebês Sarah Luiza Mahle Sehn, de um ano e sete meses; Anna Bela
Fernandes de Barros, de um ano e oito meses; e Murilo Massing, de um ano e nove
meses. Recolhido no sistema prisional desde a época do crime, o réu foi denunciado
por 19 homicídios triplamente qualificados, sendo cinco homicídios consumados e 14
tentados.
Por tanto, o presente trabalho busca analisar de maneira crítica a função,
desempenho e importância da testemunha na simulação do júri popular do “caso de
Fabiano Kipper May” simulado em sala de aula. Assim, as testemunhas falaram em
juízo sobre o que presenciaram, sob o juramento de dizer a verdade sob pena de
serem processadas pelo crime de falso testemunho.

DESENVOLVIMENTO

Primeiramente, é importante pontuar que a testemunha é essencial no


desenvolver do processo, visto que poderá ser a prova crucial para chegar que os
jurados considerem o réu culpado ou inocente. Dessa forma, a função desse ator é
falar em juízo sobre o que presenciaram, sob o juramento de dizer a verdade sob pena
de serem processadas pelo crime de falso testemunho. Além disso, testemunhar
significa presenciar, atestar, comprovar a veracidade de determinado ato.
Em Direito, o testemunho é o meio de prova que consiste na declaração de
terceiro, ou seja, uma pessoa diferente das partes, a respeito de determinado fato
que soube ocasionalmente ou através dos sentidos, como, por exemplo, ver
determinado fato acontecer. A alegação de que presenciou determinado ato, aqui
tido ato como crime, pode ser de suma importância para o desencadear das
investigações, afim de resolver o caso e dá-se este por encerrado. Assim conceitua
testemunha, Guilherme de Souza Nucci: é a pessoa que toma conhecimento de algo
juridicamente relevante, podendo, pois, confirmar a veracidade do ocorrido, agindo
sob o compromisso de estar sendo imparcial e dizendo a verdade. A
responsabilidade atribuída a esse ator social é imensa, segundo o artigo 203, CPP, a
testemunha fará, sob palavra de honra, a promessa de dizer a verdade do que
souber e lhe for perguntado. É a maior credibilidade que o juiz deve dar a prova.
Nessa perspectiva, é fundamental pontuar o pensamento de um grande
observador do direito, Beccaria, vê nas testemunhas um importante maneira de
solucionarem-se os conflitos gerados entre as mais diversas condutas e seus
resultados, desde que esta testemunha não tenha nenhuma ligação com o autor ou
réu na ação.
“Todo homem razoável, vale dizer, todo
homem que puser ligação em suas ideias
e que experimentar as mesmas
sensações que os demais homens,
poderá ser recebido em testemunho.
Contudo, a confiança que se lhe depositar
deve ser medida pelo interesse que ele
tem em dizer ou não a verdade.”
(BECCARIA, p. 30).

Nesse sentido, na simulação em sala sobre o caso em questão, as


testemunhas conseguiram desenvolver bem esse papel, uma vez que se
apresentaram de forma clara e coesa com o caso, mediante uma brilhante atuação em
que expressou convicção em todo depoimento coletado com conhecimento relevante
sobre o fato de quem assistiu, ouviu, ou até mesmo sobre sua percepção por meio dos
outros sentidos. Desse modo, foram de suma importância as partes que testemunharam,
pois corroboraram com suas alegações e trouxerem a juíza subsídios para fundamentar sua
decisão.
No caso em questão, o acusado foi citado como uma pessoa com problemas
psicológicos. Sua tia que foi uma das testemunhas afirmou que ele é uma pessoa
amorosa, porém retraído e de poucos amigos. Segundo ela, ele não demostrava
nenhum tipo de problemas e por isso nunca se preocupou em leva-lo ao médico.
Contudo, ela se recorda que na infância, o pai do acusado se matou na sua frente,
ele era alcoólatra e com isso, Fabiano teve uma infância conturbada e aos 15 anos
ele foi morar com ela. Além da tia, foi ouvida também a tia do portão como era
conhecida a funcionária com mais de 15 anos de trabalho na creche Pró-Infância
Aquarela. Ela afirma que não viu quando Fabiano entrou na escola, todavia, já tinha
visto Fabiano umas três vezes próximo a escola, porém, pensava que era algum
familiar a espera de algum aluno. Ao recordar o que aconteceu, a tia do portão se
emociona e diz que ouviu apenas gritos e gritos, quando correu para ver o que
estava acontecendo já tinha acontecido a tragedia. E por fim, posso citar Fatima que
vendia lanches em frente a creche, ela também afirmou que já tinha visto ele próximo
a escola algumas vezes e que no dia do ocorrido, Fatima viu quando ele entrou no
local com um objeto com tamanho médio, mas que não conseguiu distinguir o que
era, porém tinha um formato de uma espada, faca ou adaga, nomes citados por dona
Fatima.
Portanto, A prova testemunhal é um meio de prova previsto nos
artigos. 202 a 225 do CPP. O Juiz, tendo em vista o sistema do livre convencimento,
pode valorá-lo livremente à luz das demais provas produzidas. Mediante a simulação
do caso, a juíza, decidiu por adiar o júri para que possa ser feito um novo julgamento
com o laudo psicológico do paciente. Uma vez que segundo sua tia nunca tinha feito
nenhum tipo de exame ou consulta psicológica no acusado, desse modo, divergindo
do argumento que Fabiano tinha problemas psicológico.

CONCLUSÃO
Em síntese, inegável reconhecer a importância da prova testemunhal para o
esclarecimento dos detalhes do crime. Desse modo, as testemunhas do júri simulado
demonstraram de fato a importância de uma pessoa que de alguma maneira
conheceu os fatos ocorridos, sabendo descrever o que aconteceu quem estava na
cena do crime, ou ainda quem poderá ser o autor e os motivos que o levaram a
cometer tal conduta. Além de pessoas que sabem sobre o acusado, sobre sua vida
regressa e fatos que possam definir seu caráter.
Além disso, é de vital importância para a busca da verdade real, e objeto
probatório necessário para o convencimento do juiz. Certo que as impressões
humanas quanto ao fato criminoso não devem ser desprezadas, ou descredenciadas
ante os demais meios de prova. Portanto, a testemunha desempenha um papel de
cidadania, ajudando no combate de crimes, pois, ao prestar testemunho, esta
esclarece pontos obscuros que a investigação não consegue explanar, desse modo, é
um importante meio de prova a ser utilizado no direito processual penal e os
advogados devem estar plenamente preparados para esmiuçar ao máximo esses
testemunhos a favor do seu cliente.
AUTOAVALIAÇÃO

A materia de psicologia aplicada ao direito é uma vertente de estudo da


Psicologia que busca aplicar conhecimentos e conceitos teóricos da área às situações
com as quais o Direito se preocupa, em geral ilegalidades e infrações. Porém, acredito
que a referida materia, dada pelo DR. PITÁGORAS JOSÉ BINDE vai além dessa
definição e paradgma. Durante a unidade II foram realizados dois júris simulados, o
primeiro sobre a chacina de Saudades e o segundo sobre o caso "Marylinda".

É importante pontuar minha dedicação e participação nas referidas aulas e


cumpromentimento com os grupos em que eu fiz parte. Dessa forma, no primeiro,
atuei como julgadora, mas por decisão da juíza, acabei não votando, pois o juri foi
adiado e assim, me impossibilitou de ter uma atuação mais efetiva no caso. Porém,
não deixei de obsrvar ativamente cada posicionamento e argumentos dos meus
colegas, pois, sou ciente do quanto é importante para nos estudantes de direito
vivenciar na pratica uma simulação de um juri.

Somando a isso, no segundo caso atuei como promotoria (acusação) que é o


representante do Ministério Público. É ele quem possui a titularidade da ação penal,
ou seja, é ele quem possui o poder para acusar. Todavia, o promotor não possui a
obrigação de manter a acusação, abrange também a guarda e a promoção da
democracia, da cidadania, da justiça e da moralidade. Além disso, cuida dos
interesses da sociedade de uma maneira geral, principalmente nos setores mais
vulneráveis e mais necessitados de amparo, como as etnias oprimidas, o meio
ambiente, o patrimônio público e os direitos humanos, entre outros. Nesse caso, o
meu grupo foi divido em subgrupo para uma melhor atuação das funções, e eu fiquei
responsáveis pela parte da pesquisa, trazendo jurisprudências, leis e doutrinas que
colaborassem para atuação dos meus colegas.

Portanto, reafirmo minha atuação efetiva em cada função que a mim foram
destinadas durante a segunda unidade da referida matéria. Além disso, sempre
estive presente nas aulas e disposta a entregar com êxito os trabalhos exigidos pelo
ilustríssimo professor DR. PITÁGORAS JOSÉ BINDE. Desse modo, acho justa e
coerente uma pontuação máxima (10), uma vez que sou uma aluna dedicada e
esforçada.

Nota: 10

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