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Universidade Veiga de Almeida - UVA

Flávia Regina De Oliveira - 20221307955

Jonathas Douglas Nunes Lima - 20221307343

Luana Cristina Pinho da silva- 20221307256

Maria Eduarda Silva Braga - 20221311861

Yuri Queiroz dos Santos Fidelis - 20221310660

Filme “No limite da traição”

Avaliação da Disciplina de Design de Carreira Jurídica

Prof. M.e Leonardo Campos Paulistano de Santana

Rio de Janeiro -RJ

2022
O filme No Limite da Traição, conta a história de Grace Waters, acusada de
assassinar o marido, Shannon Delong, encontra-se decidida a se declarar culpada. Para
defendê-la foi escolhida Jasmine Bryant, uma advogada, que trabalha no escritório da
Defensoria Pública, recém-formada e descrente com a profissão. Designada a apenas
fazer um acordo visando conseguir benefícios para sua cliente mediante a declaração
da culpa, junto a promotoria no caso de repercussão mediática. Porém, Jasmine quando
decide se aprofundar no caso não se encontra tão certa da culpa de sua cliente.

A concepção de justiça e Direito adotadas neste trabalho partem do


Desembargador Sergio Cavalieri Filho, publicada na Revista da EMERJ, v.5, n.18,
2002. Versando que o conceito de justiça traduz tudo o que é inerente, essencialmente,
ao ser humano, como igualdade, liberdade, honestidade, dignidade, moralidade e tudo
que se advém do direito natural. Já o Direito é um fenômeno histórico e cultural, criado
pelo homem, entendido como técnica para a realização da justiça por meio de um
conjunto de princípios e regras.

Os atores jurídicos presentes na trama são: a defensora pública que defende a


ré, o chefe do escritório da defensoria que aponta que o melhor para a cliente é o acordo
com a promotoria tendo em vista a declaração de culpa da ré. Outros dois defensores
que auxiliam Jasmine, uma dupla de promotores e o juiz encarregado.

No filme a ré, acusada de assassinar o namorado, é apresentada pelo chefe do


escritório da defensoria à defensora do caso como uma mulher que se declara culpada,
mas gostaria de um acordo com a promotoria para ficar em um presídio próximo de
onde mora seu filho. Tornando-se o objetivo da defensora, garantir o melhor acordo
para sua cliente. Contudo, conversando com a ré, a defensora percebe que a história
não é tão simplista como a forma que a mídia e seu chefe apresentam.

Quanto ao tribunal, observa-se que a inexperiência da defensora, por vezes


lhe prejudica durante a sessão, ficando expressivo quando ela não vê uma prova
apresentada pela promotoria que já estava anexada ao processo, só que antes dela
assumir o caso. Por vezes o juiz e os promotores a desmerecem, levando certa
vantagem. Claro que devemos ressaltar as questões de gênero e raça, que o filme
permite vislumbrar, visto que o juiz e o procurador são os únicos brancos, que
compõem os atores jurídicos.

Quanto ao conceito de justiça e Direito, vimos como a mídia influenciou na


imagem da ré, “julgando-a” pelo fato, de forma sensacionalista. Identificar-se a
importância de conhecer a estrutura processual de um tribunal do júri, exemplificando
quando a defensora convocou uma testemunha no momento das considerações finais.
Findando na defensora presa por desacato. Outro momento que nos permite debater a
ética do advogado, é quando a defensora pergunta à ré se pode convocar a sua amiga
para testemunhar, com a intenção de mostrar que o crime não ocorreu. Frente a recusa
da ré, mesmo entendendo ser essencial para provar sua inocência, a defensora respeitou
e não convocou. No que tange a atuação da promotoria, percebe-se que ocorre com
base nos fatos levantados na história do crime, entendendo-a como culpada por
assassinato, seguindo a forma positivista da lei.

Durante o julgamento a ré foi declarada culpada. Entretanto a defensora não


aceitando o desfecho, descobre que o então namorado assassinado está vivo e em união
com a então amiga da ré, aplicavam golpe para roubar dinheiro de mulheres. Assim, o
processo contra a ré foi anulado e a ré saiu em liberdade.

Observamos que o júri atribuiu uma sentença com base no fato ocorrido, de
acordo com a lei. O juiz por sua vez conduziu a sessão seguindo fielmente ao modelo
positivista do direito, concomitante a presença da impressa trazendo fatos sem
respeitar o benefício da dúvida, induzindo as pessoas a conhecer a história com base
sob uma única perspectiva sensacionalista e acusatória. Culminou em uma sentença
injusta.

O filme nos traz como centro da discussão o paradoxo da justiça e do Direito,


mostrando que o que é legal não necessariamente é justo. E o que é justo em alguns
momentos pode estar afastado do que é legal. Paradoxo, esse, que acompanha a
sociedade, em especial, ao jurista por toda sua carreira.

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