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Sob esse entendimento é claro que em caso de crime de morte, a prova presente de um corpo, gera
diante das circunstâncias de prova a materialidade direta de um crime. Cabendo à investigação
determinar a autoria desse crime com os elementos de custódia coletados na cena do crime.
A ligação de culpa entre o fato e o acusado, deve se basear nas provas. Havendo confissão sem
provas contundentes, nossa legislação evolui de certa maneira para que injustiças como essa do
irmão Naves, em que a dúvida da materialidade da ocorrência de um crime de fato sempre esteve
presente, não venham a ocorrer.
É claro que também em crimes, onde não aparece um corpo, e há um indício e presunção de que
realmente houve um assassinato ou morte, diante de uma ação dolosa ou culposa, não se deve
exaurir a culpabilidade do agente suspeito do ato criminoso.
O valor da prova deve caminhar lado a lado com a cognição e lógica dos fatos. O exemplo podemos
traçar de um mecânico de aeronave, que provada a sua negligência na manutenção de uma aeronave
bimotor de um cliente, essa aeronave veio a desaparecer no mar, e o corpo do piloto nunca mais ser
encontrado.
Houve uma presunção de morte, causada por uma ação culposa, ou dolosa, claro, a depender da
investigação e da intenção do agente.
Nesse caso, o valor da prova vai ter maior peso na imputação da responsabilidade e aplicação da
dosimetria da pena do que o aparecimento da prova do crime, que no caso a presença do corpo da
vítima. Podendo assim haver uma imputação indireta do crime ao agente causador do mesmo.
Mas no caso do aparecimento de um corpo, e as provas não estabelecem uma conexão contundente
do acusado com o crime?
A luz do Art 158, ainda estamos será diante de um fato de acusação indireta. Acredito que não. A luz
do artigo Art. 197 do CPP:
Acreditamos que não há acusação, se as provas não estabelecem um nexo de culpa entre o agente e
o crime.
No art 197, se estivesse vigente na época do caso dos irmãos Naves, e fosse respeitado a lei, jamais
tamanha injustiça teria ocorrida. Pois o valor da confissão deve estar conexo com o valor também
das provas; entendo assim, que não basta a simples confissão sem o valor real e concreto da prova.
Será também que se houver a não confissão, e as provas são contundentes na condenação do
acusado?
Sobre isso nossa jurisprudência, pela pesquisa que fiz tendem a absolvição, como exemplos abaixo:
Diante desse pequeno resumo acredito, que a Constituição de 1988 trouxe uma evolução no
tratamento das garantias democráticas e humanas, e que o Estado brasileiro, está em uma constante
evolução, apesar de muito considerarem a passos lentos, na busca de um estado de direito justo para
todos.