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TERESINA
2022
AMANDA DO CARMO SILVA LIMA
The Evandro Caetano case, which occurred in April 1992 in the city of Guaratuba in
the State of Paraná, resulted in the longest jury court in the history of the Brazilian
judiciary. The crime would have been motivated by political rivalry in an alleged
religious ritual. The boy of only 06 years disappeared on the way home and 7 people
were charged, 5 of them confessed to the crime. Almost 30 years later, remnants of
new evidence have emerged that could change the history of the case and open up
legal errors and human rights violations. Confessed and convicted defendants and
the tapes of the recordings of their confessions without cuts and without editing that
may suggest the practice of torture to obtain confession. The Brazilian criminal
procedural system is governed by the principle of the presumption of innocence and
the legal certainty of its decisions. The media repercussion was huge, pressuring the
authorities in solving the case. That said, the article analyzes the Evandro Caetano
case and the confession obtained through torture to give rise to criminal review. The
perspective here is to verify the doctrinal particularities regarding the above-
mentioned theme. We discuss the effects of a confession full of illegality, confession
as a means of proof in criminal proceedings and the possibility of criminal review in
cases of judicial errors and the emergence of new evidence.
1 INTRODUÇÃO...........................................................................................................5
2 PRINCÍPIO DA PRESUNÇÃO DE INOCÊNCIA.......................................................7
3 CONFISSÃO COMO MEIO DE PROVA.................................................................15
4 REVISÃO CRIMINAL E O CASO EVANDRO........................................................22
5 CONSIDERAÇÕES FINAIS....................................................................................25
REFERÊNCIAS..........................................................................................................28
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1 INTRODUÇÃO
o texto apenas não admite a proposta de emenda (PEC) que tenda a abolir o
direito e garantia individual. Isso não significa, como já interpretou o STF,
que a matéria não possa ser modificada. O que não se admite é reforma que
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(...) é o conjunto de atos praticados pelas partes, pelo juiz (CPP, arts. 156, I
e II, 209 e 234) e por terceiros (p. ex., peritos), destinados a levar ao
magistrado a convicção acerca da existência ou inexistência de um fato, da
falsidade ou veracidade de uma afirmação. Trata-se, portanto, de todo e
qualquer meio de percepção empregado pelo homem com a finalidade de
comprovar a verdade de uma alegação (CAPEZ, 2016, p. 370).
Desse modo, um dos elementos mais importantes a ser valorado pelo julgador
na análise dos fatos e documentos é a confissão, pois a confissão reverbera sobre
várias perspectivas. O ato de confessar não é habitual na maioria dos casos, levando
em conta que além do receio do julgamento da sociedade, prevalece a
autopreservação, que é uma característica inerente ao ser humano.
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(...) ser vista com reservas: primeiro porque a prova colhida na fase
extrajudicial tem caráter eminentemente informativo, servindo ao titular da
ação penal e não e destinando por via direta ao Estado-juiz; em segundo
lugar, porque o material foi colhido sem qualquer amparo nos direitos
individuais, tais como ampla defesa e contraditório (NUCCI, 2015, p. 185).
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Uma vez que, a confissão produzida no inquérito policial não é tida como
prova no processo penal, mas apenas como elemento de convicção do julgador, sua
validade fica restrita à confirmação perante o juiz e à análise dos elementos e provas
produzidas no inquérito e ratificadas no andamento processual penal.
Nesse mesmo sentido, assevera Lopes Júnior (2020, p. 724): “a confissão não
é mais, felizmente, a rainha das provas, como no processo inquisitório medieval. Não
deve mais ser buscada a todo custo, pois seu valor é relativo e não goza de maior
prestígio que as demais provas”.
É o entendimento também de Capez (2018, p. 120): “a confissão extrajudicial,
por exemplo, terá validade como elemento de convicção do juiz apenas se
confirmada por outros elementos colhidos durante a instrução processual”. Dessa
maneira:
5 CONSIDERAÇÕES FINAIS
REFERÊNCIAS
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CAPEZ, Fernando. Curso de Direito Penal. 13. ed. São Paulo: Saraiva Educação,
2018. vol. 4.
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KELSEN, Hans. Teoria Pura do Direito. São Paulo: Martins fontes, 1999.
LIMA, Renato Brasileiro de. Manual de Processo Penal. 6. ed. rev., atual. e ampl.
Salvador: Juspodvim, 2018.
LIMA, Renato Brasileiro de. Manual de Processo Penal. Niterói: Impetus, 2012. vol.
1.
LOPES JUNIOR, Aury. Direito Processual Penal. 17. ed. São Paulo: Saraiva
Educação, 2020.
MARCÃO, Renato. Curso de Processo Penal. 4. ed. rev., ampl. e atual. São Paulo:
Saraiva Educação, 2018.
MELLO, Celso Antônio Bandeira de. Curso De Direito Administrativo, 32ª ed. rev.
atual. São Paulo: Editora Malheiros Editores, 2015.
NUCCI, Guilherme de Souza. Código Penal Comentado. 18. ed. rev., atual. e ampl.
Rio de Janeiro: Forense, 2018.
NUCCI, Guilherme de Souza. Provas no Processo Penal. 4 ed. rev., atual. e amp.
Rio de Janeiro: Forense, 2015.
PACELLI, Eugênio. Curso de Processo Penal. 21. ed. rev., atual. e ampl. São
Paulo: Atlas, 2017.
PACELLI, Eugênio. Curso de Processo Penal. 23. ed. rev., atual. e ampl. São
Paulo: Atlas, 2019.
TOURINHO FILHO, Fernando da Costa. Processo Penal. 32. ed. rev. e atual. São
Paulo: Saraiva, 2010. vol. 1.
<https://g1.globo.com/pr/parana/noticia/2021/06/28/caso-evandro-crianca-
desaparecida-suspeitas-de-ritual-macabro-e-torturas-sete-acusados-relembre-a-
historia.ghtml> acesso em: 14 jun. 2022.