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UNIVERSIDADE CATÓLICA DE PERNAMBUCO

ESCOLA DE CIÊNCIAS JURÍDICAS


CURSO DE DIREITO

ALLAN GABRIEL DE AMORIM ARAUJO


GIANNA VITORIA SANTOS CORREIA SILVA

DESACATO NÃO É CRIME: ANALISE NORMATIVA DE SENTEÇA DO


TRIBUNAL DE JUSTIÇA DE SANTA CATARINA TJ-SC – APELAÇÃO APL
0067370-64.2012.8.24.0023.

Recife
2023
ALLAN GABRIEL DE AMORIM ARAUJO
GIANNA VITORIA SANTOS CORREIA SILVA

DESACATO NÃO É CRIME: ANALISE NORMATIVA DE SENTEÇA DO


TRIBUNAL DE JUSTIÇA DE SANTA CATARINA TJ-SC – APELAÇÃO APL
0067370-64.2012.8.24.0023.

Análise apresentada ao curso de Direito da


Universidade Católica de Pernambuco, com
o objetivo de aprendizado e obtenção de
nota na disciplina de Hermenêutica e
Argumentação Jurídicas sob o Prof. Manoel
Uchôa.

Recife
2023
DESACATO NÃO É CRIME: ANALISE NORMATIVA DE SENTEÇA DO
TRIBUNAL DE JUSTIÇA DE SANTA CATARINA TJ-SC – APELAÇÃO APL
0067370-64.2012.8.24.0023.

Segundo o código penal brasileiro desacato configura crime com pena de 2 meses a 2
anos de detenção ou multa. Neste caso, mesmo havendo fortes indícios que a pessoa
autuada cometeu o devido crime, foi absolvida pelo juiz. Nesse sentido, analisaremos
o segmento do caso, bem como a série de atitudes que levaram o juiz a dar o veredito
em questão.
Inicialmente o juiz ao analisar o caso e por ter ciência que o Brasil respeita e adere
aos tratados internacionais, não leva somente em consideração as normas brasileiras,
ele considera os tratados e decisões jurisprudências internacionais. O juiz por sua vez,
o juiz utiliza as seguintes fontes jurídicas como base para o caso:
- Código Penal Brasileiro.
- Constituição de 1988.
- Tratado Internacional dos Direitos Humanos.
- Declaração Princípios dobre a Liberdade de Expressão.
- Jurisprudência Internacional.
- Opiniões de juristas brasileiros.
O juiz de forma muito sagaz, e por tender a esse segmento da descriminalização do
desacato, como podemos observar, usou diversos mecanismos que comprovasse que a
atitude proferida pelo acusado fosse desconsiderada e que não computasse crime.
Devido a esse olhar, compreende-se que o controle de convencionalidade é o
principal conceito que o juiz utiliza para dar segmento ao caso, porque, a depender
apenas das normas brasileiras não haveria a possibilidade de a parte acusada ser
absolvida. Contudo, como o juiz faz uso de diversos meios jurídicos, tornando mais
flexível o modo julgamento devido a organização do sistema jurídico feito pelo
meritíssimo.
No caso já apresentado a hierarquia dar-se em primeiro lugar a Constituição Federal
como norma principal, em segundo lugar o tratado Internacional dos Direitos
Humanos como norma supralegais, já a Declaração de Princípios sobre a Liberdade de
Expressão entra como atestado orientador e o regimento nacional como o Código
Penal que foi interpretado perante as normas internacionais de direitos humanos.
Seguindo com a análise, ficou claro que o juiz após aplicar o conceito de controle de
convecionalidade toma sua decisão com um tom de individualidade, uma decisão
monocrática, pois foi através de sua interpretação das leis – mesmo que sob influência
de tratados e convenções – sem a necessidade de consulta direta aos demais membros
do tribunal, que de certa forma iriam de desencontro a sua decisão, já que na maior
parte dos tribunais o desacato é considerado crime sem interpretação divergente, como
o próprio Supremo Tribunal Federal (STF) já afirmou que a tipificação do crime de
desacato não viola a garantia da liberdade de expressão, afirmação essa que
assemelha-se ao dito popular ”O meu direito acaba onde o do outro começa”. Pois, os
atos cometidos pelo acusado foram de total inconstitucionalidade, infringindo diversos
direitos.
Por fim, a solução deferida pelo juiz poderia ser reinterpretada, pois não foi levado
em consideração as testemunhas que estavam no local, tão pouco a literalidade das
palavras proferidas pelo acusado que de maneira alguma podem ser confundidas com
os conceitos de liberdade de expressão. Porque, fere diretamente por exemplo o direito
de igualdade entre homens e mulheres, que de certa forma entra em conflito com as
fontes que ajudaram o juiz em sua decisão.
Por isso, a decisão antes dada deve ser reanalisada por um colegiado, para que
através de diversas interpretações possa ser tomada a decisão mais justa e que seja
cabível ao caso.
Referências

Desacato não é crime, diz Juiz em controle de convencionalidade. Disponível em:


emporiododireito.com.br/desacato-nao-e-crime-diz-juiz-em-controle-de-
convencionalidade/

Tipificação do crime de desacato não viola a garantia de liberdade de expressão.


Disponível em: <https://portal.stf.jus.br/n oticias/verNoticiaDetalhe.asp?
idConteudo=446054&ori=1>. Acesso em: 7 out. 2023.

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