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SUMÁRIO
1- INTRODUÇÃO -------------------------------------------------------------------------- 3
2- BECCARIA E O PPROCESSO PENAL – ACUSAÇÃO, PROVA, VERDADE
E JULGAMENTO ----------------------------------------------------------------------- 4
3- BECCARIA E AS PENAS ------------------------------------------------------------- 7
4- REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS ------------------------------------------------ 8
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INTRODUÇÃO
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BECCARIA E O PPROCESSO PENAL – ACUSAÇÃO, PROVA, VERDADE E
JULGAMENTO
O autor discorre sobre muitos dos aspectos do processo penal, entre eles:
acusações secretas, tortura como meio de obter a verdade durante a instrução do processo,
a própria verdade do fato, as provas para chegar a essa verdade, processos e prescrições,
e, por fim, sobre os indícios e formas de julgamento.
Beccaria segue o pensamento de Montesquieu no que tange o assunto das
acusações. Para ambos os autores, as acusações devem ser realizadas de maneira pública
em uma república. Isso acontece pois, nessa modalidade de governo, “o bem público
deveria constituir a primeira paixão dos cidadãos”, e assim as acusações secretas seriam
abusos, já que os indivíduos começariam a suspeitar entre si, acerca de quem seriam seus
delatores, levando a uma desconfiança. Para se defender de uma possível calúnia,
também, é preciso que seu delator não seja um segredo.
Já sobre a tortura como um meio de atingir a verdade, durante a fase de instrução
do processo penal, Beccaria critica veemente essa prática. Considerando que um homem
não é culpado antes da prolação da sentença, ele não pode ser punido como um homem
inocente. Se o delito já é dado como certo, cabe ao infrator receber a pena definida por
lei, mas, se ele ainda é incerto, o réu é considerado inocente perante a sociedade. Além
disso, não há liberdade em qualquer fala realizada sob tortura, fatos narrados sob a dor
não devem ser levados em consideração. Nesse contexto, um homem forte e culpado pode
ser absolvido, enquanto um inocente, mas fraco que quer encerrar o período de dor, pode
ser declarado culpado.
Acerca da verdade dos fatos em um processo penal e o papel do magistrado nessa
consideração, Beccaria tem uma visão considerada otimista e ingênua por Luigi
Ferrrajoli, que critica essa colocação em sua obra “Direito e Razão”. Sua posição é
baseada no princípio: “Onde as leis são claras e precisas o ofício do juiz não consiste mais
do que confirmar um fato”, entretanto, Ferrajoli, considera esse este ideal inalcançável,
pois há sempre uma margem de incerteza que abre espaço a uma certa interpretação das
leis.
Nesse cenário, Beccaria acredita que, em razão dessa margem interpretativa e da
participação dos magistrados, existem decisões variadas de tribunais sobre a punição de
um mesmo delito ou ainda sobre regras processuais, fenômeno que pode ser percebido
ainda hoje, por exemplo, no tribunal do júri, no qual cabe ao magistrado aceitar ou não a
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inovação de teses de defesa na tréplica, e ainda, caso não aceite, existe a possibilidade de
recurso em tribunais superiores, baseado no argumento de cerceamento da defesa. Esses
tribunais também variam em suas decisões: alguns tribunais superiores decidem por
refazer o júri, considerando que o não aceite dessas novas teses ferem o princípio da
plenitude de defesa, enquanto outros decidem por manter o júri, por entender que a
inovação de tese na tréplica fere o princípio do contraditório, pois prejudicaria a acusação.
Como exemplos dessa contradição são as duas decisões abaixo, proferidas pelo mesmo
tribunal, em processos distintos.
Pela nulidade: Homicídios tentados. Alegação de insuficiência de prova em
Plenário. Pretensão de formulação de quesito específico. Impossibilidade. Inovação na
tréplica. Divergência doutrinária e jurisprudencial. Mera complementação. Possibilidade.
Teses alternativas de defesa. Sustentação em plenário. Indeferimento de quesitos
correspondentes. Cerceamento de defesa. Nulidade do julgamento. Preliminar
acolhida. Recurso provido. Novo júri determinado. Não tem cabimento a formulação,
a requerimento da defesa, de quesito em que se indague dos Jurados se as provas
existentes nos autos são insuficientes para a condenação do réu. Tal quesito é, sem dúvida,
impertinente. Em se tratando de hipóteses de homicídio tentado, com resultantes lesões
nas vítimas causadas por emprego de revólver, como no caso dos autos, se a defesa nega
a autoria dos disparos a tese defensiva estará satisfeita, na independência de quesitos
especiais, com a negativa ao primeiro quesito que cuida da autoria e das lesões, de usual
formulação e que, no caso em apreço, como não poderia deixar de ser, constou de todas
as séries do questionário submetido aos jurados. Conquanto a possibilidade de o
defensor inovar suas teses na tréplica ainda suscite controvérsia, observa-se uma
tendência na doutrina e também na jurisprudência em se afastar qualquer óbice
para que isso venha a ocorrer, até porque não há impedimento expresso neste
sentido na lei processual. O Magistrado deve aceitar todas as teses compatíveis,
mesmo que alternativas, oferecidas pela defesa. (TJMG - Apelação
Criminal 1.0000.00.314366-6/000, Relator(a): Des.(a) Herculano Rodrigues , 2ª
CÂMARA CRIMINAL, julgamento em 11/09/2003, publicação da súmula em
03/10/2003)
Pela manutenção do júri:
EMENTA: APELAÇÃO CRIMINAL – JÚRI – HOMICÍDIO
QUALIFICADO – ARTIGO 121, § 2º, INCISOS I E IV, DO CÓDIGO PENAL –
PRELIMINARMENTE – ARGUIÇÃO DE NULIDADE PROCESSUAL – TESE
DEFENSIVA – INOVAÇÃO NA TRÉPLICA – IMPOSSIBILIDADE –
VIOLAÇÃO AO COMANDO DO PARÁGRAFO ÚNICO, DO ARTIGO 472, DO
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CÓDIGO DE PROCESSO PENAL – NÃO OCORRÊNCIA – REJEIÇÃO –
MÉRITO – DOSIMETRIA – PEDIDO DE FIXAÇÃO DA PENA-BASE NO
MÍNIMO LEGAL COM REEXAME DE CIRCUNSTÂNCIAS JUDICIAIS –
INCORREÇÃO VERIFICADA – PARCIAL ATENDIMENTO – ADEQUAÇÃO
DA PENA. – Na tréplica não deve ser permitida a apresentação de tese defensiva
nova, com acréscimo substancial ou alteração fundamental do que já tenha pleiteado
ao responder a acusação, sob pena de violação ao princípio do contraditório. –
Constitui faculdade do Juiz presidente do Tribunal do Júri determinar a
distribuição de cópia das peças processuais que considerar úteis para o julgamento
do processo. – Constatada incorreção na análise de circunstância judicial (artigo 59
do Código Penal), imperativo o reexame, com consequente redução da pena-base.
APELAÇÃO CRIMINAL Nº 1.0134.09.119191-3/004 - COMARCA DE
CARATINGA - APELANTE(S): RONALTY IRAN ROSA LESSA -
APELADO(A)(S): MINISTÉRIO PÚBLICO DO ESTADO DE MINAS GERAIS
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BECCARIA E AS PENAS
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REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
BECCARIA, Cesare. Dos delitos e das penas. 1.764. Ed. Ridendo Castigat Mores
MONTESQUIEU, Charles Louis de Secondat, Baron de la. Do espírito das leis. São
Paulo: Abril Cultural, 1979. NEGRI, Antonio.