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ÁLARY BEATRIZ FONSECA DE OLIVEIRA – OAB/PR 91199

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EXCELENTÍSSIMO SENHOR, DOUTOR JUIZ DE DIREITO DA VARA CRIMINAL DA


COMARCA DE ANTONINA – PR.

Autos: 0001174-30.2019.8.16.0043

URGENTE
RÉU PRESO

“Não haverá culpa penal por presunção, nem


responsabilidade criminal por mera suspeita. Meras
conjecturas sequer podem conferir suporte material a
qualquer acusação estatal. É que, sem base probatória
consistente, dados conjecturais não se revestem, em sede
penal, de idoneidade jurídica, quer para efeito de formulação
de imputação penal, quer para fins de prolação de juízo
condenatório. Torna-se essencial insistir, portanto, na
asserção de que “por exclusão, suspeita ou presunção,
ninguém pode ser condenado em nosso sistema jurídico-
penal”, consoante proclamou, em lapidar decisão, o E. Tribunal
de Justiça do Estado de São Paulo” (HC n.º 84.409/SP, Rel.para
acórdão Min. GILMAR MENDES, DJ 19.08.2005).

MARCELL PEREIRA BRAGA, atualmente recolhido na Casa de Custodia de


Piraquara (CCP); vem, por intermédio de sua advogada que no final assina, com o devido
acato, ante a respeitável presença de Vossa Excelência, com amparo na regra dos art.
282, §6º e art. 319, todos do CPP, requerer a

SUBSTITUIÇÃO DA PRISÃO PREVENTIVA VIGENTE POR MEDIDAS


CAUTELARES ALTERNATIVAS À PRISÃO
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fundamentada na atual ausência de razoabilidade da segregação pessoal


imposta, ante a alteração fático/processual/cautelar ocorrida no feito com a oitiva de
todos os acusados e policiais da fase instrutória (testemunhas inquiridas sem manifestar
qualquer receio direcionado à ora postulante e prova preservada na fase processual do
sumário de culpa), o que autoriza um reexame da necessidade efetiva da prisão cautelar
imposta ao requerente, haja vista a evidente plausibilidade do feito criminal doravante ser
resguardado por medidas menos gravosas do que a custódia preventiva que vem
vigorando contra o réu MARCELL PEREIRA BRAGA desde 11 junho 2019 (5 meses).

1) NOVA CONFORMAÇÃO DA SITUAÇÃO CAUTELAR:

Primeiramente é essencial se fixar algumas premissas que objetivam destacar os


propósitos específicos do presente pedido:

(i) o pedido tratará apenas da necessidade de reavaliação da efetiva


imprescindibilidade de manutenção da prisão preventiva do réu Marcell,
depois da perfeita coleta dos depoimentos das testemunhas arroladas pela
acusação e pelas defesas perante este r. Juízo Processante (resta apenas a
inquirição das testemunha ais quais se mudaram para Sorocaba ,, cuja que
esta defesa entrou em contato com a 3ª Vara Criminal de Sorocaba e
solicitou o andamento da Precatória, informada que restou infrutífero,
não foi encontrada as vítimas conforme a defesa junta neste ato ,(Carta
Precatória Cumprida).
(ii) a abordagem ao conteúdo das provas produzidas não invadirá valoração
meritória, eis que pretensão se cinge ao reexame da questão cautelar, ou seja,
a defesa tratará dos depoimentos colhidos apenas à luz do contido no decreto
de prisão preventiva vigente contra o réu Marcell ;

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O réu quando inquirido por este, Juízo confessou que participou do crime conforme
descrito na Denúncia pelo Combatente Representante do Ministério Público.

DA SITUAÇÃO PROCESSUAL E FÁTICA ATUAL

Ínclito aduzir que a situação fática atual é diversa daquela em que a prisão
preventiva do acusado foi decretada. Naquele momento o processo estava em fase
inicial, havendo por parte deste juízo temor que a liberdade dos denunciados pudesse
tumultuar a instrução probatória.

No entanto, a instrução transcorreu de maneira serena, tendo sido ouvidas


todas as testemunhas e o acusado em juízo, restando para encerrar a instrução
probatória a oitiva das vítimas que se mudaram e nem o Judiciário apesar dos esforços
do Representante do ministério Publico consegue localizar, não estando dando o réu
dando causa a delonga do processo, mais sofrendo as consequências da prisão . Além
disso, ficou perceptível para àqueles que estavam presentes na audiência que o réu
Marcell, não é pessoa perigosa, violenta ou que apresenta qualquer tipo de risco de
reiteração criminosa, pois apesar de sua tenra idade sempre se pautou no trabalho, e
este foi um episódio isolado em sua vida.

Mesmo em relação à gravidade concreta do crime, ao menos no que se refere


ao requerente, a prisão preventiva não mais se sustenta, vez que os elementos colhidos
na instrução probatória apontam para sim participação do acusado na execução do
roubo, mas sim sem reconhecimento e sem agressões as vítimas.
Excelência, que não se trata de mera tese defensiva de mérito, mas sim o que
foi coligido até aqui no próprio depoimento do réu.

Salienta-se, ainda, que as condutas pretéritas do requerente DEMONSTRAM


sem sombra de dúvidas, que o requerente e pessoa integrada socialmente, bem quista

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pela comunidade e familiares, sem qualquer passagem policial (mesmo quando


adolescente), que possui residência fixa e que nunca tentou se furtar da Justiça.

DAS MEDIDAS ALTERNATIVAS DA PRISÃO


Considerando estar comprovado: (a) não haver periculosidade do
requerente; (b) que o requerente não ameaça ou coage ninguém; (c) que é primário,
com bons antecedentes e bem quisto na comunidade; (e) que possui emprego assim que
for liberado e residência fixa; requer respeitosamente a concessão de liberdade provisória
ao peticionante.

No entanto, caso não seja esse o entendimento de V. Ex., isto é, caso entenda
que os requisitos autorizadores da prisão preventiva previstos no art. 312 do CPP estejam
presentes, requer a aplicação de medidas alternativas da prisão (art. 319 do CPP), vez que
estas são suficientes para o fim que se propõem.

A desnecessidade da prisão se demonstra pela ausência de periculosidade do


acusado, pelo fato de não haver indícios que demonstre que ele tenha ou possam vir a
conversar com qualquer testemunha ou vítimas. E, mesmo se houvessem elementos
contrários a tais constatações, ainda assim, por exemplo, a instalação de tornozeleira
eletrônica, a proibição de manter contato com as testemunhas e o recolhimento em
período noturno e finais de semana (como forma de permitir que continue a trabalhar e
estudar), são absolutamente suficientes para impedir que eventuais atos ilícitos sejam
praticados.

DOS REQUERIMENTOS

1)- A revogação da prisão preventiva do requerente, eis que os requisitos


autorizadores não estão mais presentes, concedendo o direito de aguardar em liberdade

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até o julgamento definitivo da causa, comprometendo-se a comparecer a todos os atos


do processo.
2)- Pelo princípio da eventualidade, requer a aplicação de medidas
alternativas da prisão, vez que são suficientes para acautelar o processo e a sociedade.

Nestes Termos, pede deferimento.

Curitiba, data e hora do sistema.

ALARY BEATRIZ FONSECA DE OLIVEIRA

OAB/PR 91.199

(Assinado digitalmente conforme Lei Federal nº 11.419/2006).

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