Escolar Documentos
Profissional Documentos
Cultura Documentos
I - DOS FATOS
O réu está sendo acusado da prática do crime capitulado no artigo 121, § 2°, incisos IV e
V, c/c artigo 14, inciso II, ambos do Código Penal, e artigo 15 da Lei n° 10.826/2003.
Entretanto, a defesa sustenta que tal acusação não pode prosperar, uma vez que a
denúncia encontra-se desconexa e contrária às provas produzidas nos autos.
A denúncia relata que o acusado, no dia 01 de junho de 2020, por volta das 20h30min,
na Rua José Pimenta de Freitas, número 34, no Bairro Dom Antônio Barbosa, nesta
Comarca, teria supostamente atentado contra a vida do Sr. Thiago Fortes. Alega ainda
que o crime teria sido cometido para assegurar a execução e com emprego de recursos
que dificultaram a defesa da vítima.
Além disso, a pronúncia não se limita a um mero trâmite processual, sendo vital lembrar
a razão por trás desse ato de tamanha importância, uma vez que a preservação da
liberdade do indivíduo também repousa na decisão de pronúncia.
IV – DO MÉRITO
Não obstante a carga de trabalho enfrentada pela Polícia Civil deste Estado, constata-se
que o presente inquérito foi conduzido e relatado de maneira coerente. Diferentemente
da peça de denúncia, que foi apresentada de forma genérica, sem sequer narrar detalhes
colhidos durante a instrução processual.
Até o momento, a materialidade do crime não foi devidamente comprovada nos autos. A
única evidência apresentada é a palavra de uma única testemunha, que alegadamente
teria reconhecido Julio Serqueira como o autor dos disparos. No entanto, é importante
destacar que a testemunha em questão estava sob um nível extremo de estresse e medo
no momento dos eventos, circunstância que, inevitavelmente, pode ter afetado sua
capacidade de identificação precisa.
A defesa requer que seja realizada uma avaliação cuidadosa da credibilidade dessa
testemunha, considerando-se fatores como seu estado emocional e a falta de qualquer
confirmação independente de sua versão dos fatos. Nesse contexto, Julio Serqueira
insiste na presunção de sua inocência, um princípio fundamental no direito penal, que
deve ser respeitado escrupulosamente.
Após análise dos elementos de prova até aqui produzidos, não há qualquer indício de
autoria quanto aos delitos.
V - DOS ANTECEDENTES
A defesa reitera enfaticamente que Julio Serqueira não possui qualquer antecedente
criminal, o que demonstra sua conduta ilibada e sua completa ausência de envolvimento
com atividades delituosas.
VI – DA CONCLUSÃO
II. Caso não seja concedida a nulidade do processo, que seja proferida a impronúncia do
denunciado, por falta de conjunto probatório mínimo em relação à autoria.
III. Por fim, se nem a nulidade processual, nem a impronúncia forem concedidas, que
seja realizada a desclassificação do tipo penal de tentativa de homicídio, homicídio
simples, homicídio qualificado e disparo de arma de fogo para homicídio simples,
fundamentada no princípio da consumação dos crimes.
ADVOGADO
OAB/MS XX.XXX