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PCDF Legal: respeito à legalidade

Apesar de realizarem um trabalho de excelência, reconhecido nacional e internacionalmente, os policiais


civis do Distrito Federal têm sido negligenciados há uma década por aqueles cuja principal preocupação
deveria ser a de proteger os pilares básicos da sociedade, entre eles, a segurança de sua população. Enquanto
amarga uma defasagem salarial histórica, a categoria continua entregando os melhores resultados, mesmo
que, para isso, se exponha a jornadas de trabalho desumanas e ao acúmulo de funções complexas, que não
deveriam estar entre suas atribuições. A verdade é que os servidores estão exaustos e não suportarão mais
o cenário de desvalorização que tentam perpetuar.

Reformulada para atender a capital do país, a PCDF, assim como a Polícia Federal (PF), nasceu do Departamento
Federal de Segurança Pública (DFSP). Historicamente, as duas instituições sempre compartilharam os mesmos
regimes jurídico e remuneratório. Entretanto, durante a gestão do ex-governador Rodrigo Rollemberg, essa
característica se perdeu. A proposta de 24% de reajuste para as classes especiais e 18% para as demais
classes – em uma única parcela –, encaminhada pelo atual Governo do Distrito Federal (GDF), é o primeiro
passo em direção ao nosso principal objetivo: retomar a paridade com as polícias judiciárias da União (PF e
dos Ex-Territórios).

A concessão do reajuste com os índices propostos e de forma integral aproximará, mas ainda não será o
suficiente para reparar todos os anos de perdas inflacionárias da PCDF e equiparar o seu salário com o da
PF. Sob essa perspectiva, parcelar o reajuste dos policiais civis seria o mesmo que ceifar o poder aquisitivo
de toda uma classe, perpetuando um cenário de desvalorização insustentável a esses servidores.

A operação “PCDF Legal” tem como objetivo conscientizar sobre a sobrecarga de trabalho em que vivem os
policiais civis do DF, que arriscam suas vidas para manter o alto índice de resolução de crimes e a qualidade
no atendimento da população. Ao longo dos anos, os policiais civis deixaram de saber quais os limites de
suas atribuições legais. Foram sobrecarregados e assumiram atividades de maior complexidade do que as
suas para que a sociedade não fosse penalizada pela falta de efetivo da corporação, que também está em
grande déficit.

A “PCDF Legal” é o grito dos policiais civis do DF frente ao cenário de desvalorização e indignação da
categoria pelo descumprimento do acordo firmado entre o governo federal e a bancada do DF no Congresso,
de conceder o reajuste dos policiais civis conforme a proposta encaminhada pelo GDF. O maior ativo de um
governo é a sua palavra, e os policiais civis do DF aguardam o cumprimento do acordo.

Acordo é acordo!
CARTILHA PCDF LEGAL
2023
OPERAÇÕES DE CUMPRIMENTO DE PRISÃO
E DE BUSCA E APREENSÃO
1. Somente se houver condições totais de segurança quanto ao equipamento, legalidade e efetivo mínimo,
conforme definido pelo Procedimento Operacional Padrão.

2. Realizar operações de prisão e buscas somente com condições totais de segurança:


A. Armas sem defeitos e para as quais tenham treinamento;
B. Coletes dentro do prazo de validade e de acordo com a compleição dos servidores; coletes
femininos para as mulheres;
C. Se houver mulheres envolvidas, a equipe deve ter mulheres policiais.

PLANTÕES
1. Consignar no relatório do plantão todas as alterações, tais como:
A. Falta de material, coletes vencidos, ausência de equipamentos menos letais e outros ou falta
de condições de uso destes;
B. Falha em estrutura física;
C. Falta de efetivo;
D. Diligências não realizadas por falta de efetivo ou estrutura

2. Não realizar diligências sem efetivo mínimo adequado que permita a segurança da equipe
e de terceiros, solicitando o apoio e aguardando o efetivo adequado para tanto;
3. Não realizar depoimentos, oitivas sem a presença do delegado;
4. Não utilizar token de terceiros;
5. Registrar todas as ocorrências criminais informando à população que possivelmente aquela ocorrência
não será apurada, pois os policiais estão escalados para manter as delegacias abertas e as sessões de
investigação estão com baixo efetivo, algumas, inclusive, fechadas;
6. Deve haver continuidade na prestação do serviço;
7. Informar à população sobre a falta de valorização da PCDF e da falta de efetivo e que isso prejudica as
investigações, assim como pode resultar em aumento da criminalidade;
8. CEFLAGS:
A. Tipificação do crime após a oitiva, pelo delegado, de todos os envolvidos;
B. Início do flagrante após concluídas as diligências preliminares – laudos IC, IML;
C. No caso de mais de um flagrante a ser realizado por uma única equipe, somente iniciar
o segundo após o término do primeiro;
D. A custódia do preso em flagrante somente deverá ser efetuada após a conclusão do auto
de prisão em flagrante e da assinatura do respectivo recibo de entrega de preso.
CARTILHA PCDF LEGAL
2023
EXPEDIENTE
1. Consignar no relatório de investigação todas as alterações que inviabilizaram ou dificultaram
a realização de diligências, tais como:
A. Diligências que não puderem ser realizadas pela falta de efetivo ou estrutura; e pelos policiais
da seção estarem escalados para o plantão;
B. Sobreaviso suspenso pela cobertura dos plantões;
2. Não realizar diligências sem efetivo mínimo adequado, solicitando apoio e aguardando
efetivo adequado para tanto;
3. Não reduzir a termo as declarações sem a presença do delegado;
4. Não utilizar token de terceiros;
5. Não cumprir mandados de prisão sem a observância do efetivo mínimo previsto
pelo Procedimento Operacional Padrão;

CARTÓRIOS
1. Somente cumprir as diligências determinadas no despacho da autoridade;
2. O exercício da escrivania ad hoc será realizado somente em casos excepcionais
e não de forma generalizada;
3. Somente realizar oitivas e reconhecimentos na presença do delegado;
4. Expedir apenas intimações pessoais;
5. Quando não for possível a realização de diligência, informar nas certidões que elas não
puderam ser cumpridas em razão da falta de condições adequadas, da sobrecarga de trabalho
e da ausência de efetivo. Informar, ainda, o número aproximado de inquéritos policiais
que estão sob sua responsabilidade.

INSTITUTO DE IDENTIFICAÇÃO
1. Atender prioridades somente de pessoas com deficiência (PcD), gestantes e idosos;
2. Somente emitir laudos após a solicitação escrita;
3. Os postos de identificação devem limitar o atendimento para aqueles
que fizerem agendamento on-line;
4. O AFIS só pode liberar resultado seguindo a ordem numérica das ocorrências
e somente atenderá solicitações de prioridade feitas via memorando
ou ordem de serviços para custódia.

NA DCCP, DCPI
1. Realizar as escoltas com condições totais de segurança quanto ao equipamento,
legalidade e efetivo mínimo;
2. Todas as escoltas deverão ser realizadas com coletes dentro do prazo
de validade; as mulheres policiais somente poderão utilizar coletes anatômicos;
CARTILHA PCDF LEGAL
2023
NO INSTITUTO DE CRIMINALÍSTICA
1. Atender perícia somente se o local estiver preservado;
2. As solicitações de cópias de laudos ao IC somente serão atendidas após
as suas respectivas confecções, requisitadas pela autoridade competente;
3. Utilizar somente materiais institucionais dentro do prazo de validade.

IML
1. Exames cadavéricos que necessitem de análise interna devem ser feitos
somente com o uso de tomógrafo ou equipamentos de proteção
individual necessários ao caso;
2. Não realizar exames sem a solicitação da autoridade policial.

PARA TODOS OS POLICIAIS CIVIS


1. Somente usar coletes dentro do prazo de validade. Colete balístico é Equipamento de
Proteção Individual (EPI) e deve ser disponibilizado para cada policial; as mulheres
deverão ter coletes anatômicos;
2. Notificar instantaneamente as chefias imediatas a respeito da falta de EPIs;
3. Somente transitar na velocidade da via, respeitando a sinalização e as legislações vigentes;
4. Não fazer ofícios e memorandos de encaminhamento sem a presença do delegado;
5. Não assinar memorando e ofícios de encaminhamento ao IML, II e IC, salvo quando
houver despacho por escrito da autoridade policial;
6. Encaminhar todos os diálogos de interceptações telefônicas ao IC para degravação;
7. Não fazer abordagens, exceto com fundada suspeita de crime;
8. As viaturas com problemas não deverão ser utilizadas e a situação deve ser
informada na caderneta e nos relatórios;
9. Todos os policiais civis somente deverão realizar as suas atribuições legais;
10. Não realizar diligências sem ordem de serviço;
11. Não utilizar aparelho celular ou qualquer outra ferramenta eletrônica
pessoal, como por exemplo aplicativo WhatsApp, para desempenhar as atividades policiais.

PARA TODAS AS SEÇÕES DE INVESTIGAÇÃO DO DPC


E DO DPE (SICVIO, SIG, SRD, SAM, SPCOM, SI, ETC.)
1. Quando não for possível a realização de diligências, informar em relatórios que elas não foram cumpridas
em razão da falta de condições adequadas, da sobrecarga de trabalho e da falta de efetivo (policiais de
férias, doentes ou cobrindo plantões).
2. Informar, ainda, o número aproximado de ocorrências criminais sob investigação daquela seção.

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