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oportunidade da Administração, não configurando direito subjetivo do
servidor, entende-se que remanesce a possibilidade de controle desse ato pelo
Judiciário.
“A argumentação apresentada pelo ente sindical é relevante, mas não deve prevalecer.
Nesses termos, mesmo que cumprido o requisito temporal, isso não gera
automaticamente o direito do servidor ao afastamento. (...)
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Ademais, o § 6º se limitou a revogar as licenças de capacitação e estudos já concedidas,
de modo a impedir o gozo. Vale dizer, a medida tem o nítido propósito de preservar a
força de trabalho da instituição, evitando o afastamento temporário de servidores.
Não há, contudo, vedação à formulação de qualquer requerimento.
Por outro lado, também não cabe reconhecer violação aos arts. 23 e 24 da LINDB,
ao contrário do alegado pelo SINPOL-DF.
“(...)
Se foram canceladas as licenças para capacitação ainda não fruídas pelos servidores, como
determinado por meio da Portaria questionada, a decorrência lógica que pode ser inferida é que os
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eventuais novos requerimentos de fruição da referida licença ficarão forçosa mente sem efeito prático,
pois serão também, diante da aplicação da mesma regra, indeferidos.
Aliás, se os períodos de licença não são acumuláveis, de acordo com a regra prevista no parágrafo
único do art. 87 da Lei nº 8.112/1990, e se os servidores da Polícia Civil do Distrito Federal
ficam impedidos de requerer a respectiva fruição, tendo em vista que serão necessariamente
indeferidas, em que pese a peculiaridade do poder discricionário de concedê-las “no interesse da
administração”, parece razoável e proporcional que os respectivos prazos para o exercício dessa
prerrogativa funcional permaneçam suspensos.
Interpretação diversa teria como resultado prático que os servidores ficariam impedidos de requerer
licença para capacitação, por tempo indeterminado, correndo o risco de perderem a possibilidade de
formalizar seus requerimentos em relação aos períodos anteriores ainda não fruídos, em virtude da
impossibilidade de cumulação de períodos.”
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O feito fora recebido junto Superior Tribunal de
Justiça sob o nº 2.015.712, e a presidência da corte não conheceu do
Recurso Especial interposto pelo Distrito Federal. Da referida decisão,
foi apresentado embargos de declaração e a Ministra presidente
oportunizou que o Distrito Federal adequasse a peça como Agravo
interno.
É o esclarecimento.
Brasília, 29/03/2023.
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Alex Luciano Valadares de Almeida Alexandre Amaral de Lima Leal
OAB/MG 99.065 OAB/DF 21.362