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PROCURADORIA JUDICIAL
Por fim a Secretaria Municipa de Educação indaga esta PPJ Se um (a) servidor (a)
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estiver, por ventura, em licença para tratamento de saúde, inclusive com prorrogações feitas
no decorrer do ano, pode a administração Pública indeferir seu pleito de licença especial já
que está afastado para tratamento de saúde?
1. – DA ANÁLISE JURÍDICA
1.1 – DA DELIMITAÇÃO DO OBJETO DA CONSULTA
pelo ente federativo contratante, (ii) a temporalidade determinada da contratação,2 (iii) a necessidade
transitória;3 e (iv) o excepcional interesse público.4
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Art. 9º As contratações de que trata esta lei serão efetuadas por tempo determinado pelo prazo de 01 (um) ano,
admitida uma ou mais prorrogações por igual ou inferior período, até o limite máximo de 03 (três) anos, sendo que
em hipótese alguma tais contratações se darão por prazo indeterminado.
Edital nº 001/2023/SMDCG:
9. DA CONTRATAÇÃO
Art. 3º Para os efeitos desta lei, considera-se como necessidade temporária de excepcional interesse público aquela que,
tendo caráter transitório, não possa ser satisfeita pela Administração com o contingente de servidores efetivos
disponível no momento de sua ocorrência.
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§ 5º As hipóteses autorizativas da contratação temporária arroladas na presente Lei deverão ser interpretadas
restritivamente, não podendo haver desvio de finalidade na aplicação da Lei ou burla à regra do concurso público.
§ 6º As contratações temporárias deverão perdurar pelo tempo estritamente necessário ao atendimento da situação
excepcional autorizativa, cabendo ao órgão ou entidade interessados justificar
a necessidade da contratação, enquadrando a hipótese concreta em um dos permissivos legais constantes do § 1º do
presente artigo.
Art. 4º A contratação de pessoal por tempo determinado deverá ser iniciada com a abertura de processo administrativo, que
conterá, obrigatoriamente:
I - justificativa da necessidade da contratação, com a exposição sucinta dos
motivos determinantes da admissão de pessoal temporário ao serviço público;
II - indicação da específica hipótese legal autorizativa em que se enquadra a
contratação temporária pretendida;
III - demonstração de que a necessidade de contratação temporária não resulta
da falta de planejamento ou de desídia administrativa, mas de circunstância extraordinária e imprevisível, ou previsível
porém inevitável;
V - comprovação pelo órgão ou entidade interessada da inexistência de servidores cedidos, em gozo de licença para
trato de interesse particular, ou com possibilidade de revisão de readaptações, em condições de suprir a necessidade
administrativa a ser satisfeita com a contratação da mão de obra temporária;
Art. 9º As contratações de que trata esta lei serão efetuadas por tempo determinado pelo prazo de 01 (um) ano,
admitida uma ou mais prorrogações por igual ou inferior período, até o limite máximo de 03 (três) anos, sendo que
em hipótese alguma tais contratações se darão por prazo indeterminado.
Vale notar que tal hipótese também encontra respaldo e requisitos adicionais
(necessidade de instauração concomitante de processo administrativo para realização de
concurso público e/ou elaboração de projeto de lei para criação de cargos de provimento
efetivo) no art. 1º, §§ 1º, 6º, 7º e 8º, da Lei Municipal nº 3.378/2018, como indicado pela SMDCG na
sua consulta na peça nº 01 deste processo administrativo, in verbis:
Art. 1º Para atender à necessidade temporária de excepcional interesse público, os órgãos da Administração Municipal
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Direta e as entidades da Administração Indireta poderão efetuar contratação de pessoal por tempo determinado, por meio
de processo seletivo simplificado, consoante o disposto no artigo 37, inciso IX, da Constituição Federal e no artigo 89,
inciso III, "a" da Lei Orgânica do Município de Niterói, nas condições e prazos previstos nesta Lei.
§ 1º Para fins da contratação a que se refere o caput, entende-se como de excepcional interesse público a situação
que demande urgência no recrutamento de mão de obra para assegurar a prestação regular ou a continuidade de
serviço público essencial e que não possa ser atendida com o quadro de pessoal permanente de
que dispõe a Administração Pública Municipal, ou aquela que, por sua transitoriedade e/ou excepcionalidade, não
justifique a admissão de pessoal em caráter permanente.
§ 6º No caso de contratação temporária de servidores para suprir carência não ocasional de profissionais para o
desempenho de serviços públicos essenciais e contínuos, fica o órgão ou entidade contratante, caso haja vaga,
obrigado a instaurar processo administrativo para lançamento do edital do concurso público para substituição da
mão de obra temporária.
§ 7º Na hipótese do parágrafo anterior, caso inexista vaga, fica o órgão ou entidade contratante obrigado a instaurar
processo administrativo para elaboração de projeto de lei para criação das vagas suficientes para a substituição da
mão de obra temporária.
§ 8º Na hipótese dos §§ 6º e 7º, os contratos temporários de trabalho deverão ser celebrados ou prorrogados pelo
prazo estritamente necessário à conclusão do concurso público e ainda com cláusula assecuratória do direito
antecipado de rescisão, para o caso de vir a ser ultimado o concurso público respectivo antes do fim do prazo
previsto para a duração do contrato.
Dessa forma, para que a prorrogação in casu seja lícita, é necessário, em suma, que
a SMDCG demonstre que (i) ainda é necessária a contratação de servidores temporários para assegurar a
adequada e contínua prestação de serviço público essencial, que (ii) ainda não é possível satisfazer
essa necessidade mediante o quadro de pessoal permanente da Administração Pública Municipal e que
(iii) ainda não é possível aguardar a realização de novo concurso público.
Niterói a riscos geológicos, consoante o mapeamento de riscos indicado pela SMDCG e o histórico
da cidade com deslizamentos.
“é fato não haver servidores capacitados para realização das atividades operacionais da SMDCG. Considerando o papel
fundamental da secretaria no município, realizando vistorias e avaliações estruturais e geológicas, em uma cidade que
possui histórico de desastres, e que apesar dos investimentos realizados, principalmente na atual gestão, permanece com
áreas de risco em toda a extensão territorial da cidade, seria extremamente prejudicial às atividades da SMDCG, e
principalmente aos munícipes a ocorrência de impossibilidade da secretaria em realizar as atividades que lhe são inerentes
por falta de corpo técnico capacitado” (peça nº 01 - fl. 05 do arquivo digital deste PA).
Tal certificado é acrescido das informações prestadas pela SMDCG de que não há
previsão dessas profissões no seu quadro de pessoal permanente (peça nº 01 - fl. 03 do arquivo
digital deste PA), motivo pelo qual sequer é possível realizar o concurso público para o seu
provimento (peça nº 01 – fls. 8-10 do arquivo digital deste PA). Portanto, por consectário lógico,
conclui-se que inexistem servidores efetivos aptos a
atendida a demonstração deste requisito, consoante o art. 1º, § 1º, o art. 3º, caput, e o art. 4º, V, da
Lei Municipal nº 3.838/2018.
“caso não ocorra a prorrogação do Processo Seletivo Simplificado, tal ação resultará em um limbo entre o encerramento
do vínculo dos servidores oriundos mencionado processo seletivo, e a realização do concurso, nomeação e posse dos
aprovados, o que impedirá a SMDCG de realizar sua atividade principal durante este período, ou seja, avaliação
estrutural e geológica em toda a extensão do município devido a falta de equipe capacitada, prejudicando de forma
imensurável todos os munícipes, devido a inevitável paralisação imediata do serviço” (peça nº 01 – fl. 9 do arquivo digital
deste PA).
Essa não é a teleologia do art. 1º, §§ 6º, 7º e 8º, do art. 3º, §§ 5º e 6º, do art. 4º, III e
V, ou do art. 9º da Lei Municipal nº 3.378/2018. Com efeito, na prorrogação de contratação
temporária fundamentada no art. 3º, § 1º, VII, alínea “c”, do mesmo diploma legal, o Administrador
deve demonstrar não só a existência de processo administrativo para realização de concurso público
para provimento de cargos, mas também deve comprovar o progresso desse certame – ou justificar
devidamente a sua falta
- no período original da contratação temporária.
realização do certame público, a fim de que se possibilite o controle da prorrogação “pelo prazo
estritamente necessário à conclusão do concurso público”, conforme estipula o art. 1º, § 8º, da Lei
Municipal nº 3.378/2018, e também para eliminar eventuais suspeitas quanto à idoneidade da
contratação temporária.
Por fim, embora não conste nos autos consulta específica quanto ao atendimento
das disposições de direito financeiro para a prorrogação contratual, uma vez que consta declaração de
adequação orçamentária na peça nº 4 deste processo administrativo, é oportuno indicar que o seu teor
não parece ser suficiente para atender ao requisito do art. 4º, VI, da Lei Municipal nº 3.378/2018,
relativamente à exigência de indicação de dotação orçamentária específica para suportar as despesas
da contratação temporária. Primeiramente, identificou-se nos autos apenas a existência de declaração
de previsão da despesa da contratação temporária no Projeto de Lei Orçamentária Anual para o exercício
de 2023 (peça nº 02 – fl. 235 do arquivo digital deste processo administrativo), de modo que não se
comprovou previsão de despesa para o exercício de 2024. Em segundo lugar, a declaração de
adequação orçamentária fornecida pela SMDCG na peça nº 04 parece referir-se a despesa não
relacionada à contratação temporária.
Nesse sentido, caso haja dúvida sobre a observância de questão atinente ao Direito
Financeiro, então o presente processo administrativo deverá ser encaminhado
à Procuradoria Tributária (PPT), conforme o art. 13, I, do Decreto nº 13.830/2020, caso haja dúvidas
quanto ao atendimento das normas financeiras para viabilizar as despesas com a prorrogação da
contratação temporária.
2 – CONCLUSÃO
2) Seja certificado pela SMA, nos próprios autos, que inexistem servidores ocupantes dos cargos
de Geógrafo, Arquiteto e Engenheiro lotados na SMDCG ou, de todo modo, à disposição da pasta,
conforme exigência prevista no art. 1º, § 3º da Lei Municipal nº 3.378/2018.9
2.1. Acaso existam ocupantes providos em tais cargos, a SMDCG deve atestar que não são suficientes
para o desempenho de suas funções.
2.2. Acaso não existam, a exigência legal de demonstração deste requisito estará de plano atendida, per
se, consoante o art. 1º, § 1º, o art. 3º, caput, e o art. 4º, V, da Lei Municipal nº 3.378/2018.
3) Seja juntado o processo administrativo nº 740000462/2019 com a devida justificativa para que seja
comprovado o avanço no atual estágio progresso de realização do concurso público para provimento
efetivo das funções objeto de contratação temporária, em conformidade com o art. 1º, § 6º da Lei
Municipal nº 3.838/2018 c/c o art. 37, II, da CF/88, que exige do órgão contratante da mão de
obra temporária o dever jurídico de instaurar processo administrativo para lançamento do edital
do concurso público para substituição dos profissionais temporariamente contratados para
suprir carência não ocasional de profissionais para o desempenho de serviços públicos
essenciais e contínuos;
In fine, caso exista dúvida em matéria de Direito Financeiro, recomenda-se que seja
objetivamente delimitada e que, ato contínuo, seja encaminhada para a PPT, nos termos do art.
13, I, do Decreto nº 13.830/2020