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JURISPRUDÊNCIA PARA A PROVA DE DELEGADO DE POLÍCIA CIVIL DE ALAGOAS-

DIRECIONADOS PARA A BANCA CESPE

DE ACORDO COM O MARCO TEMPORAL DO EDITAL Nº1

JULGADOS ATÉ O DIA 12-05-2022.

ELABORADO POR: TALITA ROCHA- ADVOGADA.

INSTAGRAM: @TALITAROCHAADV

TWITTER: @TALITAROCHAADV

OBSERVAÇÕES:

-Este material foi elaborado de acordo com o meu caderno de erros da banca CESPE,
todas as jurisprudências que aí estão foram extraídas de questões da banca, uma ou
outra eu acrescentei, mas procurei ser fiel ao que já foi pedido nas questões.

-Qualquer erro que vocês encontrarem podem me avisar para que eu possa corrigir.

-Espero que aproveitem o material da melhor forma possível, se puderem me sigam


e me marquem no instagram ou twitter quando estiverem estudando, pois irei
repostar.

-Vamos juntos!

DIREITO ADMINISTRATIVO:

STF: É inconstitucional, por dispensar o concurso público, a reestruturação de quadro


funcional por meio de aglutinação, em uma única carreira, de cargos diversos, quando
a nova carreira tiver atribuições e responsabilidades diferentes dos cargos originais. RE
642895, Relator(a): MARCO AURÉLIO, Relator(a) p/ Acórdão: ALEXANDRE DE MORAES,
Tribunal Pleno, julgado em 15/05/2020, PROCESSO ELETRÔNICO REPERCUSSÃO GERAL
- MÉRITO DJe-137 DIVULG 02-06-2020 PUBLIC 03-06-2020.
STF: A nomeação tardia de candidatos aprovados em concurso público, por meio de
ato judicial, à qual atribuída eficácia retroativa, não gera direito às promoções ou
progressões funcionais que alcançariam se houvesse ocorrido, a tempo e modo, a
nomeação.(RE 629392, Relator(a): Min. MARCO AURÉLIO, Tribunal Pleno, julgado em
08/06/2017, ACÓRDÃO ELETRÔNICO DJe-018 DIVULG 31-01-2018 PUBLIC 01-02-2018)

Súmula 15 STF - Dentro do prazo de validade do concurso, o candidato aprovado tem


direito à nomeação, quando o cargo for preenchido sem observância da classificação.
O surgimento de novas vagas ou a abertura de novo concurso para o mesmo cargo,
durante o prazo de validade do certame anterior, não gera automaticamente o direito
à nomeação dos candidatos aprovados fora das vagas previstas no edital, com
ressalvas. Tese definida no , rel. min. Luiz Fux, P, j. 9-12-2015, DJE 72 de 18-4-2016.

STF-TEMA 472: É constitucional a atribuição às guardas municipais do exercício de


poder de polícia de trânsito, inclusive para imposição de sanções administrativas
legalmente previstas.

STF: O Estado responde, objetivamente, pelos atos dos tabeliães e registradores


oficiais que, no exercício de suas funções, causem dano a terceiros, assentado o dever
de regresso contra o responsável, nos casos de dolo ou culpa, sob pena de
improbidade administrativa.RE 842.846, rel. Ministro LUIZ FUX, Sessão Virtual de
12.6.2020 a 19.6.2020.

STF: Ato legislativo. Inconstitucionalidade. Responsabilidade civil do Estado. Cabe


responsabilidade civil pelo desempenho inconstitucional da função do legislador” (STF,
RE n. 158.962, Rel. Min. Celso de Mello, RDA 191/175). No mesmo sentido: STF, RE
153.464, Relator Ministro Sepúlveda Pertence, JSTF 189/14: O Estado responde
civilmente por danos causados aos particulares pelo desempenho inconstitucional da
função de legislar. STF - RE 153. 464, RDA 189, 1992.

STF: Para que fique caracterizada a responsabilidade civil do Estado por danos
decorrentes do comércio de fogos de artifício, é necessário que exista a violação de um
dever jurídico específico de agir, que ocorrerá quando for concedida a licença para
funcionamento sem as cautelas legais ou quando for de conhecimento do poder
público eventuais irregularidades praticadas pelo particular. STF. Plenário. RE
136861/SP, rel. orig. Min. Edson Fachin, red. p/ o ac. Min. Alexandre de Moraes,
julgado em 11/3/2020 (repercussão geral – Tema 366) (Info 969).

STF- ADI 1923/DF: É constitucional previsão legal que permita às organizações sociais
o pagamento, com recursos próprios, de vantagens pecuniárias a servidores públicos
que lhes forem cedidos. E não há qualquer inconstitucionalidade nos §§ 1º e 2º do art.
14 da Lei nº 9.637/98. Da interpretação conjugada de tais dispositivos extrai-se ser
possível, em primeiro lugar, que a Organização Social pague, com recursos próprios,
vantagens pecuniárias a servidores públicos que lhe forem cedidos; caso se trate,
porém, de recursos advindos do contrato de gestão, tal pagamento apenas será válido
“na hipótese de adicional relativo ao exercício de função temporária de direção e
assessoria” (§2º do art. 14). Em qualquer dos casos, porém, como visto, acima, “não
será incorporada aos vencimentos ou à remuneração de origem do servidor cedido
qualquer vantagem pecuniária que vier a ser paga pela organização social”.

STF: É constitucional a delegação do poder de polícia, por meio de lei, a pessoas


jurídicas de direito privado integrantes da Administração Pública indireta de capital
social majoritariamente público que prestem exclusivamente serviço público de
atuação própria do Estado e em regime não concorrencial. STF. Plenário. RE
633782/MG, Rel. Min. Luiz Fux, julgado em 23/10/2020 (Repercussão Geral – Tema
532) (Info 996).

STF: A expropriação é espécie de confisco constitucional e tem caráter sancionatório.

STF: Os agentes políticos, com exceção do Presidente da República, encontram-se


sujeitos a duplo regime sancionatório, de modo que se submetem tanto à
responsabilização civil pelos atos de improbidade administrativa quanto à
responsabilização político-administrativa por crimes de responsabilidade. O foro
especial por prerrogativa de função previsto na Constituição Federal em relação às
infrações penais comuns não é extensível às ações de improbidade administrativa.STF.
Plenário. Pet 3240 AgR/DF, rel. Min. Teori Zavascki, red. p/ o ac. Min. Roberto Barroso,
julgado em 10/5/2018 (Info 901).
STF: Salvo situações excepcionais, devidamente comprovadas, o implemento de
transporte público coletivo pressupõe prévia licitação.STF. Plenário. RE 1001104, Rel.
Marco Aurélio, julgado em 15/05/2020 (Repercussão Geral – Tema 854) (Info 982 –
clipping).

STF: Em regra, as empresas estatais estão submetidas ao regime das pessoas jurídicas
de direito privado (execução comum).No entanto, é possível sim aplicar o regime de
precatórios para empresas públicas e sociedades de economia mista que prestem
serviços públicos e que não concorram com a iniciativa privada.
Assim, é aplicável o regime dos precatórios às empresas públicas e sociedades de
economia mista prestadoras de serviço público próprio do Estado e de natureza não
concorrencial.STF. 1ª Turma. RE 627242 AgR, Rel. Min. Marco Aurélio, Rel. p/ Acórdão
Min. Roberto Barroso, julgado em 02/05/2017.STF. Plenário. ADPF 387/PI, Rel. Min.
Gilmar Mendes, julgado em 23/3/2017 (Info 858).

STF: A alienação do controle acionário de empresas públicas e sociedades de economia


mista exige autorização legislativa e licitação. Por outro lado, não se exige autorização
legislativa para a alienação do controle de suas subsidiárias e controladas. Nesse caso,
a operação pode ser realizada sem a necessidade de licitação, desde que siga
procedimentos que observem os princípios da administração pública inscritos no art.
37 da CF/88, respeitada, sempre, a exigência de necessária competitividade.” STF.
Plenário.ADI 5624 MC-Ref/DF, Rel. Min. Ricardo Lewandowski, julgado em 5 e
6/6/2019 (Info 943).
STJ: Os Conselhos de Fiscalização Profissional detêm natureza jurídica de autarquias e,
dessa forma, possuem as prerrogativas processuais conferidas à Fazenda Pública. STJ.
2a Turma. AgRg no Ag 1388776/RJ, Rel. Min. Herman Benjamin, julgado em
07/06/2011.

STF: É inconstitucional norma de Constituição Estadual que exija prévia arguição e


aprovação da Assembleia Legislativa para que o Governador do Estado nomeie os
dirigentes das autarquias e fundações públicas, os presidentes das empresas de
economia mista e assemelhados, os interventores de Municípios, bem como os
titulares da Defensoria Pública e da Procuradoria-Geral do Estado.STF. Plenário. ADI
2167/RR, rel. orig. Min. Ricardo Lewandowski, red. p/ o ac. Min. Alexandre de Moraes,
julgado em 3/6/2020 (Info 980).

O servidor público reintegrado não faz jus ao recebimento das parcelas remuneratórias
referentes ao auxílio-transporte e ao adicional de insalubridade pelo período em que
esteve indevidamente afastado do cargo público. Servidor público que havia sido
demitido e que foi reintegrado, terá direito ao recebimento retroativo dos
vencimentos, férias indenizadas e auxílio-alimentação. Por outro lado, não terá direito
ao retroativo de auxílio-transporte e adicional de insalubridade. STJ. 1ª Turma.
REsp1.941.987-PR, Rel. Min. Sérgio Kukina, julgado em 07/12/2021 (Info 722).

STF: Servidor admitido sem concurso antes da promulgação da CF, ainda que
beneficiado pela estabilidade excepcional do art. 19 do ADCT, não pode ser
reenquadrado em novo Plano de Cargos, Carreiras e Remuneração previsto para
servidores efetivos. É vedado o reenquadramento, em novo Plano de Cargos, Carreiras
e Remuneração, de servidor admitido sem concurso público antes da promulgação da
ConstituiçãoFederal de 1988, mesmo que beneficiado pela estabilidade excepcional do
artigo 19 do ADCT, haja vistaque esta regra transitória não prevê o direito à
efetividade, nos termos do artigo 37, II, da ConstituiçãoFederal e decisão proferida na
ADI 3609 (Rel. Min. DIAS TOFFOLI, Tribunal Pleno, DJe. 30/10/2014). STF.Plenário. ARE
1306505/AC, Rel. Min. Alexandre de Moraes, julgado em 28/3/2022 (Repercussão
Geral – Tema1157) (Info 1048).

STJ: Valores recebidos por servidores públicos por força de decisão judicial precária,
posteriormente reformada, devem ser restituídos ao erário. AREsp 1.711.065-RJ, Rel.
Min. Assusete Magalhães, Segunda Turma, por unanimidade, julgado em 03/05/2022,
DJe 05/05/2022. (Info 735).

STF: Em regra, a imposição de sigilo a processos administrativos sancionadores,


instaurados por agências reguladoras contra concessionárias de serviço público, é
incompatível com a Constituição. Os processos administrativos sancionadores
instaurados por agências reguladoras contra concessionárias de serviço público devem
obedecer ao princípio da publicidade durante toda a sua tramitação, ressalvados
eventuais atos que se enquadrem nas hipóteses de sigilo previstas em lei e na
Constituição. STF. Plenário. ADI 5371/DF, Rel. Min. Roberto Barroso, julgado em
25/2/2022 (Info 1045).

DIREITO CIVIL

STF: Para que seja publicada uma biografia NÃO é necessária autorização prévia do
indivíduo biografado, das demais pessoas retratadas, nem de seus familiares. Essa
autorização prévia seria uma forma de censura, não sendo compatível com a liberdade
de expressão consagrada pela CF . Caso o biografado ou qualquer outra pessoa
retratada na biografia entenda que seus direitos foram violados pela publicação, ele
terá direito à reparação, que poderá ser feita não apenas por meio de indenização
pecuniária, como também por outras formas, tais como a publicação de ressalva, de
nova edição com correção, de direito de resposta etc. STF. Plenário. Rel. Min. Cármen
Lúcia, julgado em 10/06/2015.

STJ: Pessoa jurídica de direito público tem direito à indenização por danos morais
relacionados à violação da honra ou da imagem, quando a credibilidade institucional
for fortemente agredida e o dano reflexo sobre os demais jurisdicionados em geral for
evidente. STJ. 2ª Turma. REsp 1.722.423-RJ, Rel. Min. Herman Benjamin, julgado em
24/11/2020 (Info 684).

STJ: Não há responsabilidade por dano moral decorrente de abandono afetivo antes
do reconhecimento da paternidade. Rel. Ministro LÁZARO. QUARTA TURMA, julgado
em 10/05/2018, publicado em 14/05/2018.

STJ: No dano moral reflexo ou em ricochete, a despeito de a afronta a direito da


personalidade ter sido praticada contra determinada pessoa, por via indireta ou
reflexa, tal conduta agride a esfera da personalidade de terceiro, o que também
reclama a providência reparadora a título de danos morais indenizáveis na medida da
ofensa aos direitos destes. 3. Demonstrados o ato ilícito decorrente do atendimento
defeituoso prestado por hospital público à neonata, o dano correspondente à morte
de filho recém-nascido e o nexo de causalidade entre ambos, deve ser o Estado ser
condenado à prestar reparação por dano moral aos pais da vítima."Acórdão 1336600,
00354692820168070018, Relatora: MARIA DE LOURDES ABREU, Terceira Turma Cível,
data de julgamento: 28/4/2021, publicado no PJe: 14/5/2021.

STJ: Utilização indevida da imagem da pessoa em propaganda político-eleitoral -


Configura dano moral indenizável a divulgação não autorizada da imagem de
alguém em material impresso de propaganda político-eleitoral, independentemente
da comprovação de prejuízo. STJ. 3ª Turma. REsp 1.217.422-MG, Rel. Min. Ricardo
Villas Bôas Cueva, julgado em 23/9/2014 (Info 549).

STJ: No tocante às pessoas públicas, apesar de o grau de resguardo e de tutela da


imagem não ter a mesma extensão daquela conferida aos particulares, já que
comprometidos com a publicidade, restará configurado o abuso do direito de uso da
imagem quando se constatar a vulneração da intimidade ou da vida privada. Rel.
Ministra NANCY ANDRIGHI, TERCEIRA TURMA, julgado em 14/10/2008, DJe
18/11/2008.

STJ: Na hipótese em que as dimensões de imóvel adquirido não correspondem às


noticiadas pelo vendedor, cujo preço da venda foi estipulado por medida de extensão
(venda ad mensuram), aplica-se o prazo decadencial de 1 (um) ano, previsto no art.
501 do CC/2002, para exigir:
• o complemento da área;
• reclamar a resolução do contrato; ou
• o abatimento proporcional do preço.
STJ. 3ª Turma. REsp 1890327/SP, Rel. Min. Nancy Andrighi, julgado em 20/04/2021
(Info 693).

STJ: Para que seja deferido o direito à usucapião extraordinária basta o preenchimento
dos requisitos exigidos pelo Código Civil, de modo que não se pode impor obstáculos,
através de leis municipais, para impedir que se aperfeiçoe, em favor de parte
interessada, o modo originário de aquisição de propriedade. STJ. 2ª Seção. REsp
1667842/SC, Rel. Min. Luis Felipe Salomão, julgado em 03/12/2020 (Tema 985 -
Repetitivo).
STJ: É decenal o prazo prescricional aplicável às hipóteses de pretensão
fundamentadas em inadimplemento contratual. É adequada a distinção dos prazos
prescricionais da pretensão de reparação civil advinda de responsabilidades contratual
e extracontratual. Nas controvérsias relacionadas à responsabilidade CONTRATUAL,
aplica-se a regra geral (art. 205 CC/2002) que prevê 10 anos de prazo prescricional e,
quando se tratar de responsabilidade extracontratual, aplica-se o disposto no art. 206,
§ 3º, V, do CC/2002, com prazo de 3 anos. Para fins de prazo prescricional, o termo
“reparação civil” deve ser interpretado de forma restritiva, abrangendo apenas os
casos de indenização decorrente de responsabilidade civil extracontratual. Resumindo.
O prazo prescricional é assim dividido: Responsabilidade civil extracontratual
(reparação civil): 3 anos (art. 206, § 3º, V, do CC). Responsabilidade contratual
(inadimplemento contratual): 10 anos (art. 205 do CC).STJ. 2ª Seção. EREsp 1280825-
RJ, Rel. Min. Nancy Andrighi, julgado em 27/06/2018 (Info 632).

STJ: A voz humana encontra proteção nos direitos da personalidade, seja como direito
autônomo ou como parte integrante do direito à imagem ou do direito à identidade
pessoal. Rel. Ministro RAUL ARAÚJO, QUARTA TURMA, julgado em 15/03/2012, DJe
21/03/2012. (Vide Informativo de Jurisprudência N. 606.

STF: É constitucional a penhora de bem de família pertencente a fiador de contrato de


locação, seja residencial, seja comercial (STF. Plenário. RE 1.307.334/SP, Rel. Min.
Alexandre de Moraes, julgado em 8/3/2022) (Repercussão Geral – Tema 1127) (Info
1046).

STJ: O transgênero tem direito fundamental subjetivo à alteração de seu prenome e de


sua classificação de gênero no registro civil, exigindo-se, para tanto, nada além da
manifestação de vontade do indivíduo, em respeito aos princípios da identidade e da
dignidade da pessoa humana, inerentes à personalidade Rel. Ministro MARCO
AURÉLIO BELLIZZE, TERCEIRA TURMA, julgado em 08/05/2018, publicado em
28/05/2018.

STJ: A pretensão de repetição de indébito por cobrança indevida de valores referentes


a serviços de TV por assinatura não previstos no contrato sujeita-se à norma geral do
lapso prescricional de dez anos. STJ - 4º Turma - REsp 1.951.988-RS – Rel. Min. Antônio
Carlos Ferreira.10/05/2022 (Info 737).

STJ: A inexecução do contrato pelo promitente-vendedor, que não entrega o imóvel na


data estipulada, causa, além do dano emergente, figurado nos valores das parcelas
pagas pelo promitente-comprador, lucros cessantes a título de alugueres que poderia
o imóvel ter rendido se tivesse sido entregue na data contratada. Trata-se de situação
que, vinda da experiência comum, não necessita de prova (art. 335 do CPC/73). STJ –
3ª Turma – REsp 1.633.274-SP - Rel.ª.: Min.ª Nancy Andrighi – D.J.08.11.2016.

Súmula 187- STF: A responsabilidade contratual do transportador, pelo acidente com o


passageiro, não é elidida por culpa de terceiro, contra o qual tem ação regressiva.

STJ: Considera-se fortuito externo a queda de passageiro em via férrea de metrô, por
decorrência de mal súbito, não ensejando o dever de reparação do dano por parte da
concessionária de serviço público, mesmo considerando que não houve adoção, por
parte do transportador, de tecnologia moderna para impedir o trágico evento. STJ. 4ª
Turma. REsp 1.936.743-SP, Rel. Min. Luis Felipe Salomão, julgado em 14/06/2022 (Info
741).

STJ: A pretensão de reconhecimento de ofensa a direito da personalidade é


imprescritível. Rel. Ministro MAURO CAMPBELL MARQUES, SEGUNDA TURMA, julgado
em 25/03/2019, publicado em 27/03/2019.

STJ: O transgênero tem direito fundamental subjetivo à alteração de seu prenome e de


sua classificação de gênero no registro civil, exigindo-se, para tanto, nada além da
manifestação de vontade do indivíduo, em respeito aos princípios da identidade e da
dignidade da pessoa humana, inerentes à personalidade. Rel. Ministro MARCO
AURÉLIO BELLIZZE, TERCEIRA TURMA, julgado em 08/05/2018, publicado em
28/05/2018.

DIREITO PENAL E LEGISLAÇÃO PENAL ESPECIAL:

STJ: Praticado o crime de roubo mediante uma só ação contra vítimas distintas, no
mesmo contexto fático, resta configurado o concurso formal próprio, e não a hipótese
de crime único, visto que violados patrimônios distintos.STJ. 6ª Turma. HC 197684/RJ ,
Rel. Min. Sebastião Reis Júnior, julgado em 18/06/2012.STJ. 5ª Turma. HC 455.975/SP,
Rel. Min. Ribeiro Dantas, julgado em 02/08/2018.

STF: A prática sucessiva de roubo e, no mesmo contexto fático, de extorsão, com


subtração violenta de bens e posterior constrangimento da vítima a entregar o cartão
bancário e a respectiva senha, revela duas condutas distintas, praticadas com
desígnios autônomos, devendo-se reconhecer, portanto, o concurso material. STF. 1ª
Turma. HC 190909, rel. org. Min. Marco Aurélio, red. p/ o ac. Min. Dias Toffoli, julgado
em 26/10/2020.

STF: O sursis não tem natureza de pena. Ao contrário, trata-se de uma alternativa à
pena, ou seja, um benefício que o condenado recebe para não ter que cumprir pena.
Por essa razão, não se pode dizer que a pessoa beneficiada com sursis e que esteja
cumprindo período de prova se encontre cumprindo pena. Cumprimento de período
de prova não é cumprimento de pena. STF. 1ª Turma. RHC 128515/BA, Rel. Min. Luiz
Fux, julgado em 30/6/2015 (Info 792).

STF-TEMA 1161: Cabe ao Estado fornecer, em termos excepcionais, medicamento que,


embora não possua registro na Anvisa, tem a sua importação autorizada pela agência
de vigilância sanitária, desde que comprovada a incapacidade econômica do paciente,
a imprescindibilidade clínica do tratamento, e a impossibilidade de substituição por
outro similar constante das listas oficiais de dispensação de medicamentos e os
protocolos de intervenção terapêutica do SUS.

STJ: Nos termos da jurisprudência desta Corte, ainda que não exista nenhum bem com
a vítima, o crime de roubo, por ser delito complexo, tem iniciada sua execução quando
o agente, visando a subtração de coisa alheia móvel, realiza o núcleo da conduta meio
(constrangimento ilegal/lesão corporal ou vias de fato), ainda que não consiga atingir o
crime fim (subtração da coisa almejada). (REsp 1.340.747/RJ, Rel. Ministra MARIA
THEREZA DE ASSIS MOURA, SEXTA TURMA, julgado em 13/05/2014, DJe 21/05/2014)

Súmula 527-STJ: O tempo de duração da medida de segurança não deve ultrapassar o


limite máximo da pena abstratamente cominada ao delito praticado.
STJ: O pagamento do débito tributário, a qualquer tempo, até mesmo após o advento
do trânsito em julgado da sentença penal condenatória, é causa de extinção da
punibilidade do acusado. (HC 362.478-SP, Rel. Min. Jorge Mussi, por unanimidade,
julgado em 14/9/2017, DJe 20/9/2017).

STJ: A aplicação do princípio da consunção pressupõe a existência de ilícitos penais


(delitos-meio) que funcionem como fase de preparação ou de execução de outro crime
(delito-fim), com evidente vínculo de dependência ou subordinação entre eles; não
sendo obstáculo para sua aplicação a proteção de bens jurídicos diversos ou a
absorção de infração mais grave pelo de menor gravidade (REsp n. 1.294.411/SP,
Ministra Laurita Vaz, Quinta Turma, DJe 3/2/2014.

STJ: O roubo em transporte coletivo vazio é circunstância concreta que não justifica a
elevação da pena-base. Imagine que o sujeito pratica roubo dentro de um ônibus
repleto de passageiros. O juiz poderá aumentar a pena-base sob o argumento de que o
crime foi praticado no interior de um meio de transporte coletivo? Sim. A prática do
crime de roubo no interior de transporte coletivo autoriza o aumento da pena-base
por revelar maior gravidade do delito, tendo em conta a exposição de maior número
de pessoas. E se o ônibus estiver vazio, neste caso, também será possível aumentar a
pena-base? Não. A prática de roubo dentro de um transporte coletivo autoriza a
elevação da pena-base em razão do fato de que neste local há grande circulação de
pessoas. Logo, existe uma elevada periculosidade da ação. Esse é o argumento que
justifica o aumento da pena-base. Contudo, se o ônibus está vazio, o argumento
utilizado para justificar oaumento da pena não existe. STJ. 5ª Turma. AgRg no HC
693.887-ES, Rel. Min. Ribeiro Dantas, julgado em15/02/2022 (Info 727).

STJ: O crime de injúria praticado pela internet por mensagens privadas, as quais
somente o autor e o destinatário têm acesso ao seu conteúdo, consuma-se no local em
que a vítima tomou conhecimento do conteúdo ofensivo. Caso concreto: um indivíduo,
residente em Município do interior da Paraíba, enviou mensagem de áudio com
palavras injuriosas contra uma Senadora da República. Esta mensagem de áudio foi
enviada por meio do Instagram direct. A parlamentar tomou conhecimento da ofensa
em Brasília (DF). A competência para julgar a injúria será da Justiça Federal do DF ou
da Paraíba? Do Distrito Federal. No caso de delitos contra a honra praticados por meio
da internet, o local da consumação do delito é aquele onde incluído o conteúdo
ofensivo na rede mundial de computadores. Contudo, tal entendimento diz respeito
aos casos em que a publicação é possível de ser visualizada por terceiros,
indistintamente, a partir do momento em que veiculada por seu autor. Na situação em
análise, embora tenha sido utilizada a internet para a suposta prática do crime de
injúria, o envio da mensagem de áudio com o conteúdo ofensivo à vítima ocorreu por
meio de aplicativo de troca de mensagens entre usuários em caráter privado,
denominado Instagram direct, no qual somente o autor e o destinatário têm acesso ao
seu conteúdo, não sendo acessível para visualização por terceiros, após a sua inserção
na rede de computadores. Portanto, no caso, aplica-se o entendimento geral de que o
crime de injúria se consuma no local onde a vítima tomou conhecimento do conteúdo
ofensivo. STJ. 3ª Seção. CC 184.269-PB, Rel. Min. Laurita Vaz, julgado em 09/02/2022
(Info 724).

STJ: A Sexta Turma desta Corte Superior, no julgamento do Recurso Especial n.


1.838.056/RJ, de minha Relatoria, em sintonia com precedente do Supremo Tribunal
Federal, entendeu que a captação clandestina de sinal de TV por assinatura não pode
ser equiparada ao furto de energia elétrica, tipificado no art. 155, § 3.º, do Código
Penal, pela vedação à analogia in malam partem. 4. Havendo, em tese, a prática de
crime contra as telecomunicações, tipificado na Lei n. 9.472/1997, está configurada a
competência da Justiça Federal, por haver lesão a serviço da União, nos termos do art.
21, inciso XII, alínea a, c.c. o art. 109, inciso IV, da Constituição da República. 5. Conflito
conhecido para declarar competente o Juízo Federal da 7.ª Vara Criminal de São Paulo
– SJ/SP, o Suscitante. (CC 173.968/SP, Rel. Ministra LAURITA VAZ, TERCEIRA SEÇÃO,
julgado em 09/12/2020, DJe 18/12/2020.

STJ: Não configura crime de “estelionato judicial” É ATÍPICA a conduta de fazer


afirmações possivelmente falsas, com base em documentos também tidos por
adulterados, em ação judicial. Isso porque a Constituição Federal assegura à parte o
acesso ao Poder Judiciário, admitindo contraditório .STJ. 6ª Turma. RHC 88.623/PB,
Rel. Min. Maria Thereza de Assis Moura, julgado em 13/03/2018.
STJ: Os tipos penais dos arts. 12 e 16 da Lei nº 10.826/2003 tutelam bens jurídicos
diversos e, por essa razão, deve ser aplicado o concurso formal quando apreendidas
armas ou munições de uso permitido e de uso restrito no mesmo contexto fático. O
art. 16 do Estatuto do Desarmamento, além da paz e segurança públicas, também
protege a seriedade dos cadastros do Sistema Nacional de Armas, sendo inviável o
reconhecimento de crime único, pois há lesão a bens jurídicos diversos. STJ. 5ª Turma.
AgRg nos EDcl no AREsp 1122758/MG, Rel. Min. Jorge Mussi, julgado em
24/04/2018.STJ. 5ª Turma. AgRg no REsp 1619960/MG, Rel. Min. Reynaldo Soares da
Fonseca, julgado em 27/06/2017.

STJ: Para que se configure a lesão ao bem jurídico tutelado pelo art. 34 da Lei nº
11.343/2006, a ação de possuir maquinário e/ou objetos deve ter o especial fim de
fabricar, preparar, produzir ou transformar drogas, visando ao tráfico. Assim [...] não é
possível que o agente responda pela prática do referido delito quando a posse dos
instrumentos se configura como ato preparatório destinado ao consumo pessoal de
entorpecente [...] (STJ. 6ª Turma. 14/09/2021 (Info 709).

STJ: A reincidência, específica ou não, não se compatibiliza com a causa especial de


diminuição de pena prevista § 4.º do art. 33 da Lei n.º 11.343/2006, dado que
necessário, dentre outros requisitos, seja o agente primário. Tal óbice e a exasperação
da pena, na segunda fase, não importam em bis in idem, mas em consequências
jurídico-legais distintas de um mesmo instituto. Precedentes. (AgRg no HC
468.578/MG, j. 19/02/2019).

STJ: O crime de porte de arma de fogo seja de uso permitido ou restrito, na


modalidade transportar, admite participação. STJ, Informativo. 721, 13/12/2021.

STJ: Consolidou-se neste Tribunal diretriz jurisprudencial no sentido de que faltas


graves antigas, já reabilitadas pelo decurso do tempo, não justificam o indeferimento
da progressão de regime prisional (HC n. 544.368/SP, Ministro Reynaldo Soares da
Fonseca, Quinta Turma, DJe 17/12/2019)” (AgInt no HC 554.750/SP, j. 23/06/2020).

Súmula 441 STJ: A falta grave não interrompe o prazo para obtenção de livramento
condicional.
Súmula 535 STJ: A prática de falta grave não interrompe o prazo para fim
de comutação de pena ou indulto.

STF: Não configura crime a importação de pequena quantidade de sementes de


maconha STF. 2ª Turma. HC 144161/SP, Rel. Min. Gilmar Mendes, julgado em
11/9/2018 (Info 915).

STJ: O histórico de ato infracional pode ser considerado para afastar a minorante do
art. 33, § 4.º, da Lei nº 11.343/2006, por meio de fundamentação idônea que aponte a
existência de circunstâncias excepcionais, nas quais se verifique a gravidade de atos
pretéritos, devidamente documentados nos autos, bem como a razoável proximidade
temporal com o crime em apuração.STJ. EREsp 1916596-SP, Rel. Min. Joel Ilan
Paciornik, Rel. Acd. Min. Laurita Vaz, Terceira Seção, julgado em 08/09/2021 (Info 712).
O STF possui a mesma posição? Para o STF, a existência de atos infracionais pode servir
para afastar o benefício do § 4º do art. 33 da LD? 1ª Turma do STF: SIM. RHC 190434
AgR, Rel. Min. Dias Toffoli, julgado em 23/08/2021.2ª Turma do STF: NÃO. STF. 2ª
Turma. HC 202574 AgR, Rel. Min. Edson Fachin, julgado em 17/08/2021.

STF: O patamar mínimo diferenciado de remuneração aos presos previsto no art. 29,
caput, da Lei nº 7.210/84 (Lei de Execução Penal - LEP) não representa violação aos
princípios da dignidade humana e da isonomia, sendo inaplicável à hipótese a garantia
de salário-mínimo prevista no art. 7º, IV, da Constituição Federal (salário-mínimo) (STF,
ADPF 336, 2021).

STJ: Atos infracionais pretéritos podem ser utilizados como fundamento para
decretação/manutenção da prisão preventiva:

1) A gravidade específica do ato infracional cometido;

2) O tempo decorrido entre o ato infracional e o crime;

3) A comprovação efetiva da ocorrência do ato infracional.

STF: Não obstante a jurisprudência pacífica quanto ao termo inicial dos crimes contra
a ordem tributária, o Supremo Tribunal Federal tem decidido que a regra contida na
Súmula Vinculante 24 pode ser mitigada de acordo com as peculiaridades do caso
concreto, sendo possível dar início à persecução penal antes de encerrado o
procedimento administrativo, nos casos de embaraço à fiscalização tributária ou
diante de indícios da prática de outros delitos, de natureza não fiscal.STF. 1ª Turma.
ARE 936653 AgR, Rel. Min Roberto Barroso, julgado em 24/05/2016.

Súmula Vinculante 56: A falta de estabelecimento penal adequado não autoriza a


manutenção do condenado em regime prisional mais gravoso, devendo-se observar,
nessa hipótese, os parâmetros fixados no RE 641.320/RS.

STJ: A unificação de penas não enseja a alteração da data-base para concessão de


novos benefícios executórios.STJ. 3ª Seção. ProAfR no REsp 1753509-PR, Rel. Min.
Rogerio Schietti Cruz, julgado em 18/12/2018 (recurso repetitivo) Info 644.

STJ: É possível a homologação de sentença penal estrangeira que determine o


perdimento de imóvel situado no Brasil em razão de o bem ser produto de crime de
lavagem de dinheiro. (SEC – Sentença Estrangeira Contestada nº 10.612 – FI. Relatora
Ministra Laurita Vaz. Julgado em 18/05/2016 – Informativo 586).

STF: O grau de pureza da droga é irrelevante para fins de dosimetria da pena. De


acordo com a Lei nº 11.343/2006, preponderam apenas a natureza e a quantidade da
droga apreendida para o cálculo da dosimetria da pena. STF. 2ª Turma. HC 132909/SP,
Rel. Min. Cármen Lúcia, julgado em 15/3/2016 (Info 818).

STJ: A participação do menor pode ser considerada para configurar o crime de


associação para o tráfico (art. 35) e, ao mesmo tempo, para agravar a pena como
causa de aumento do art. 40, VI, da Lei n. 11.343/2006. De acordo com a Lei n.
11.343/2006: "Art. 40. As penas previstas nos arts. 33 a 37 desta Lei são aumentadas
de um sexto a dois terços, se: (...) VI - sua prática envolver ou visar a atingir criança ou
adolescente ou a quem tenha, por qualquer motivo, diminuída ou suprimida a
capacidade de entendimento e determinação". Assim, é cabível a aplicação da
majorante se o crime envolver ou visar a atingir criança ou adolescente em delito de
associação para o tráfico de drogas configurado pela associação do agente com menor
de idade. Precedentes citados: HC 237.782-SP, Quinta Turma, DJe 21/8/2014; e REsp
1.027.109-SC, Quinta Turma, DJe 16/2/2009. HC 250.455-RJ, Rel. Min. Nefi Cordeiro,
julgado em 17/12/2015, DJe 5/2/2016.

STJ: Os crimes de Porte ou Posse Ilegal dos arts. 12, 14 e 16 da Lei nº 10.826/2003 ,
por se tratarem de delitos de perigo abstrato, cujo bem jurídico protegido é a
incolumidade pública, consuma-se independentemente da existência de qualquer
resultado naturalístico. Assim, há uma presunção (relativa) de vir a ocorrer algum dano
pelo uso da arma. Contudo, se for demonstrada por laudo pericial a total ineficácia da
arma de fogo (inapta a disparar) e das munições apreendidas (deflagradas e
percutidas), deve ser reconhecida a atipicidade da conduta, conforme o entendimento
do Superior Tribunal de Justiça – STJ no REsp 1451397/MG, Rel. Ministra MARIA
THEREZA DE ASSIS MOURA, SEXTA TURMA, julgado em 15/09/2015, DJe 01/10/2015.

STJ: Nos crimes de lavagem ou ocultação de bens, direitos e valores, é legítima a


exasperação da pena-base pela valoração negativa das consequências do crime em
decorrência da movimentação de expressiva quantia de recursos, que extrapole o
elemento natural do tipo. Rel. Ministro LEOPOLDO DE ARRUDA RAPOSO
(DESEMBARGADOR CONVOCADO DO TJ/PE), QUINTA TURMA, julgado em 21/11/2019,
publicado em 26/11/2019.

STJ: A incidência simultânea do reconhecimento da continuidade delitiva (art. 70 do


CP) e da majorante prevista no § 4º do art. 1º da Lei n. 9.613/1998, nos crimes de
lavagem de dinheiro, acarreta bis in idem. Julgados: AgRg nos EDcl no REsp
1667301/SP, Rel. Ministro NEFI CORDEIRO, SEXTA TURMA, julgado em 05/09/2019,
DJe 13/09/2019.

STJ: Embora a tipificação da lavagem de capitais dependa da existência de uma


infração penal antecedente, é possível a autolavagem, isto é, a imputação simultânea,
ao mesmo réu, do delito antecedente e do crime de lavagem, desde que sejam
demonstrados atos diversos e autônomos daquele que compõe a realização do
primeiro crime, circunstância em que não ocorrerá o fenômeno da consunção. A
autolavagem (self laundering/autolavado) merece reprimenda estatal, na medida em
que o autor da infração penal antecedente, já com a posse do proveito do crime,
poderia simplesmente utilizar-se dos bens e valores à sua disposição, mas reinicia a
prática de uma série de condutas típicas, a imprimir a aparência de licitude do recurso
obtido com a prática da infração penal anterior.Dessa forma, se for confirmado, a
partir do devido processo legal, que o indivíduo deu ares de legalidade ao dinheiro
indevidamente recebido, estará configurado o crime de lavagem de capitais.
STJ. Corte Especial. APn 989-DF, Rel. Min. Nancy Andrighi, julgado em 16/02/2022 (Info
726).

STJ: Nos crimes de lavagem ou ocultação de bens, direitos e valores, é legítima a


exasperação da pena-base pela valoração negativa das consequências do crime em
decorrência da movimentação de expressiva quantia de recursos, que extrapole o
elemento natural do tipo. Rel. Ministro LEOPOLDO DE ARRUDA RAPOSO
(DESEMBARGADOR CONVOCADO DO TJ/PE), QUINTA TURMA, julgado em 21/11/2019,
publicado em 26/11/2019.

STJ: O contribuinte que, de forma contumaz e com dolo de apropriação, deixa de


recolher o ICMS cobrado do adquirente da mercadoria ou serviço incide no tipo penal
do art. 2º, II, da Lei nº 8.137/90". STF. Plenário. RHC 163334/SC, Rel. Min. Roberto
Barroso, julgado em 18/12/2019 (Info 964).

DIREITO PROCESSUAL PENAL E LEGISLAÇÃO ESPECIAL

STJ: Não existe exigência legal de que o mandado de busca e apreensão detalhe o tipo
de documento a ser apreendido, ainda que de natureza sigilosa. STJ. 6ª Turma. RHC
141.737/PR, Rel. Min. Sebastião Reis Junior, julgado em 27/04/2021 (Info 694).

STJ: Dada a impossibilidade de indicação, ex ante, de todos os bens passíveis de


apreensão no local da busca, é mister conferir-se certa discricionariedade, no
momento da diligência, à autoridade policial. STF. 1ª Turma. Pet 5173/DF, Min. Dias
Tofoli, DJe 18/11/2014.

STJ: O art. 243 do CPP disciplina os requisitos do mandado de busca e apreensão,


dentre os quais não se encontra o detalhamento do que pode ou não ser
arrecadado. STJ. 5ª Turma. HC 524.581/RJ, Rel. Min. Jorge Mussi, DJe 13/2/2020.

STF: A apreensão de documentos no interior de veículo automotor constitui uma


espécie de "busca pessoal" e, portanto, não necessita de autorização judicial quando
houver fundada suspeita de que em seu interior estão escondidos elementos
necessários à elucidação dos fatos investigados. Exceção: será necessária autorização
judicial quando o veículo é destinado à habitação do indivíduo, como no caso
de trailers, cabines de caminhão, barcos, entre outros, quando, então, se inserem no
conceito jurídico de domicílio. STF. 2ª Turma. RHC 117767/DF, Rel. Min. Teori Zavascki,
julgado em 11/10/2016 (Info 843).

STJ: Configura o crime de violação de domicílio (art. 150 do CP) o ingresso e a


permanência, sem autorização, em gabinete de Delegado de Polícia, embora faça parte
de um prédio ou de uma repartição públicos. No caso concreto, dezenas de
manifestantes foram até a Delegacia de Polícia Federal cobrar agilidade na conclusão
de um inquérito policial. Como não foram recebidos, decidiram invadir o gabinete do
Delegado. STJ. 5ª Turma. HC 298763-SC, Rel. Min. Jorge Mussi, julgado em
7/10/2014 (Info 549).

STJ: O habeas corpus, por ser ação de rito célere, demandar prova pré-constituída e
dotada de absoluta certeza, somente poderá ser o instrumento apto para trancar a
ação penal quando, excepcionalmente, manifestarem-se, de forma inequívoca e
patente: a) a inocência do acusado b) a atipicidade da conduta ouc) a extinção da
punibilidade.STJ. 5ª Turma. REsp 1046892-CE, Rel. Min. Laurita Vaz, julgado em
16/8/2012.STF. 1ª Turma. HC 157.306, Rel. Min. Luiz Fux, DJE 01/03/2019.

STF: A contemporaneidade diz respeito aos motivos ensejadores da prisão preventiva


e não ao momento da prática supostamente criminosa em si, ou seja, é desimportante
que o fato ilícito tenha sido praticado há lapso temporal longínquo, sendo necessária,
no entanto, a efetiva demonstração de que, mesmo com o transcurso de tal período,
continuam presentes os requisitos (i) do risco à ordem pública ou (ii) à ordem
econômica, (iii) da conveniência da instrução ou, ainda, (iv) da necessidade de
assegurar a aplicação da lei penal.STF. 1ª Turma. HC 206.116/PA AgR, Rel. Min. Rosa
Weber, julgado em 11/10/2021.
STJ: A jurisprudência do STJ tem entendido, de maneira ampla, que o desvio de verbas
do SUS atrai a competência da Justiça Federal, tendo em vista o dever de fiscalização e
supervisão do governo federal. No caso concreto, as decisões foram proferidas pelo
Juízo estadual.
Assim, deve-se reconhecer a incompetência do Juízo estadual. No entanto, os atos
processuais devem ser avaliados pelo Juízo competente, para que decida se valida ou
não os atos até então praticados. É pacífica a aplicabilidade da teoria do juízo aparente
para ratificar medidas cautelares no curso do inquérito policial quando autorizadas por
juízo aparentemente competente.As provas colhidas ou autorizadas por juízo
aparentemente competente à época da autorização ou produção podem ser
ratificadas a posteriori, mesmo que venha aquele a ser considerado incompetente,
ante a aplicação no processo investigativo da teoria do juízo aparente.STJ. 5ª Turma.
AgRg no RHC 156413-GO, Rel. Min. Ribeiro Dantas, julgado em 05/04/2022 (Info 733).

STF: A orientação jurisprudencial do Plenário do Supremo Tribunal Federal (STF) é no


sentido de que a “inobservância do prazo nonagesimal previsto no parágrafo único do
artigo 316 do Código de Processo Penal não implica automática revogação da prisão
preventiva, devendo o juiz competente ser instado a reavaliar a legalidade e a
atualidade de seus fundamentos” (SL 1395-MC-Ref, Rel. Min. Luiz Fux). Ainda nesse
sentido, os seguintes precedentes: HC 177.299, Red. para o acórdão o Min. Dias
Toffoli; e RHC 193.543, Rel. Min. Alexandre de Moraes.

Súmula 453-STF. Não se aplicam à segunda instância o art. 384 e parágrafo único do
CPP, que possibilitam dar nova definição jurídica ao fato delituoso, em virtude de
circunstância elementar não contida, explícita ou implicitamente, na denúncia ou
queixa.

Súmula 691 STF: Não compete ao Supremo Tribunal Federal conhecer de habeas
corpus impetrado contra decisão do relator que, em habeas corpus requerido a
tribunal superior, indefere a liminar.

STJ: O controle externo da atividade policial exercido pelo Parquet deve circunscrever-
se à atividade de polícia judiciária, conforme a dicção do art. 9º da LC n. 75/1993,
cabendo-lhe, por essa razão, o acesso aos relatórios de inteligência policial de natureza
persecutório-penal, ou seja, relacionados com a atividade de investigação criminal.
AgInt no REsp 1439165 / RJ STJ.
STJ: Aos órgãos do Ministério Público, no exercício das funções de controle externo da
atividade policial caberá: ter acesso a quaisquer documentos, informatizado ou não,
relativo à atividade-fim policial civil e militar, incluindo as de polícia técnica
desempenhadas por outros órgãos [...]" REsp 1.365.910/RS STJ.

STJ: Súmula 140: Compete à justiça comum estadual processar e julgar crime em que o
indígena figure como autor ou vitima.

Súmula 6 do STJ: Compete à Justiça Comum Estadual processar e julgar delito


decorrente de acidente de trânsito envolvendo viatura de Polícia Militar, salvo se autor
e vítima forem políciais militares em situação de atividade.

Súmula 708 STF: É nulo o julgamento da apelação se, após a manifestação nos autos
da renúncia do único defensor, o réu não foi previamente intimado para constituir
outro.

Súmula 337 STJ: É cabível a suspensão condicional do processo na desclassificação do


crime e na procedência parcial da pretensão punitiva.

Súmula 523 STF: No processo penal, a falta da defesa constitui nulidade absoluta, mas
a sua deficiência só o anulará se houver prova de prejuízo para o réu.

STJ: É entendimento remansoso do STJ a desnecessidade de trânsito em julgado para a


utilização da prova emprestada (STJ - MS: 14140 DF 2009/0024474-3, Relator: Ministra
LAURITA VAZ, Data de Julgamento: 26/09/2012, S3 - TERCEIRA SEÇÃO, Data de
Publicação: DJe 08/11/2012).

STF: O habeas corpus pode ser empregado para impugnar medidas cautelares de
natureza criminal diversas da prisão. STF. 2ª Turma.HC 147426/AP e HC 147303/AP,
Rel. Min. Gilmar Mendes, julgados em 18/12/2017 (Info 888).

STF: Sem autorização judicial ou fora das hipóteses legais, é ilícita a prova obtida
mediante abertura de carta, telegrama, pacote ou meio análogo.STF. Plenário. RE
1116949, Rel. Min. Marco Aurélio, Rel. p/ Acórdão Min. Edson Fachin, julgado em
18/08/2020 (Repercussão Geral – Tema 1041) (Info 993).
STJ: Não é necessário especificar a limitação temporal para os acessos requeridos pelo
Ministério Público, por se tratar de dados estáticos, constantes nas plataformas de
dados.
Apesar de o art. 22, III, da Lei nº 12.965/2014 (Marco Civil da Internet) determinar que
a requisição judicial de registro deve conter o período ao qual se referem, tal quesito
só é necessário para o fluxo de comunicações, sendo inaplicável nos casos de dados já
armazenados que devem ser obtidos para fins de investigações criminais.
STJ. 6ª Turma. HC 587732-RJ, Rel. Min. Nefi Cordeiro, julgado em 20/10/2020 (Info
682).

STF: A ausência de realização de audiência de custódia não implica a nulidade do


decreto de prisão preventiva. STF. 2ª Turma. HC 201506 AgR, Rel. Min. Gilmar Mendes,
julgado em 22/08/2021.

STF: A teor da jurisprudência desta Corte, a medida de sequestro prevista no Decreto-


Lei n. 3.240/1941 visa garantir a reparação do dano causado à Fazenda Pública, vítima
de crime, podendo incidir até sobre os bens de origem lícita do acusado. Precedentes.”
(AgRg no AREsp 1182173/MG, Rel. Ministro SEBASTIÃO REIS JÚNIOR, SEXTA TURMA,
julgado em 05/04/2018, DJe 12/04/2018).

STF: A remição ficta não é aceita pelos tribunais superiores, uma vez que tal instituto
exige, necessariamente, a prática de atividade laboral ou educacional. Assim, não
sendo realizado trabalho, estudo ou leitura, não há que se falar em direito à remição:
STF. 1.ª Turma. HC 124520/RO, rel. min. Marco Aurélio, red. p/ ac. min. Roberto
Barroso, julgado em 29/5/2018 (Info 904) e STJ. 5.ª Turma. HC 421.425/MG, Rel. min.
Felix Fischer, julgado em 27/02/2018.

STJ: As nulidades ocorridas no decorrer da instrução criminal devem ser arguidas no


momento das alegações finais, sob pena de preclusão. STJ- QUINTA TURMA, julgado
em 26/10/2021, DJe 03/11/2021).

STJ: O juiz, ao proferir sentença penal condenatória, no momento de fixar o valor


mínimo para a reparação dos danos causados pela infração (art. 387, IV, do CPP), pode,
sentindo-se apto diante de um caso concreto, quantificar, ao menos o mínimo, o valor
do dano moral sofrido pela vítima, desde que fundamente essa opção. Isso porque o
art. 387, IV, não limita a indenização apenas aos danos materiais e a legislação penal
deve sempre priorizar o ressarcimento da vítima em relação a todos os prejuízos
sofridos. STJ. 6ª Turma. REsp 1.585.684-DF, Rel. Min. Maria Thereza de Assis Moura,
julgado em 9/8/2016 (Info 588).

STJ: Para valer-se da prerrogativa da contagem de prazos em dobro, deve, o advogado,


integrar o quadro da assistência judiciária organizado e mantido pelo Estado, não se
aplicando tal benesse aos defensores dativos, aos núcleos de prática jurídica
pertencentes às universidades particulares e ainda, aos institutos de direito de
defesa”. (AgRg no AREsp 1780543/DF, Rel. Ministro FELIX FISCHER, QUINTA TURMA,
julgado em 30/03/2021, DJe 08/04/2021).

STF: O STF pode, de ofício, arquivar inquérito quando verificar que, mesmo após terem
sido feitas diligências de investigação e terem sido descumpridos os prazos para a
instrução do inquérito, não foram reunidos indícios mínimos de autoria ou
materialidade (art. 231, § 4º, “e”, do RISTF).A pendência de investigação, por prazo
irrazoável, sem amparo em suspeita contundente, ofende o direito à razoável duração
do processo (art. 5º, LXXVIII, da CF/88) e a dignidade da pessoa humana (art. 1º, III, da
CF/88). STF. 2ª Turma. Inq 4420/DF, Rel. Min. Gilmar Mendes, julgado em 21/8/2018
(Info 912).

STJ: A causa de diminuição de pena relativa ao artigo 16 do Código Penal


(arrependimento posterior) somente tem aplicação se houver a integral reparação do
dano ou a restituição da coisa antes do recebimento da denúncia, variando o índice de
redução da pena em função da maior ou menor celeridade no ressarcimento do
prejuízo à vítima (6ª Turma. HC 338.840/SC, Rel. Min. Maria Thereza de Assis Moura,
julgado em 04/02/2016).

Súmula 640-STF: É cabível recurso extraordinário contra decisão proferida por juiz de
primeiro grau nas causas de alçada, ou por turma recursal de juizado especial cível e
criminal. Vale ressaltar que, somente caberá RE contra acórdão da Turma Recursal se a
causa envolver questão constitucional.
STF: De quem é a competência para julgar o crime de redução à condição análoga à de
escravo? Justiça Federal. O crime de redução à condição análoga a de escravo é
previsto no art. 149 do Código Penal. Desse modo, tal delito encontra-se encartado no
Título I, que trata sobre os “crimes contra a pessoa” e não no Título IV (“Dos crimes
contra a organização do trabalho”). Apesar disso, o STF entende que a topografia do
delito (ou seja, sua posição no Código Penal), por si só, não tem o condão de fixar a
competência da Justiça Federal. Em suma, a competência da Justiça Federal para julgar
os crimes de redução à condição análoga à de escravo, considerando que quaisquer
condutas que violem não só o sistema de órgãos e instituições que preservam,
coletivamente, os direitos e deveres dos trabalhadores, mas também o homem
trabalhador, atingindo-o nas esferas em que a Constituição lhe confere proteção
máxima, enquadram-se na categoria dos crimes contra a organização do trabalho, se
praticadas no contexto de relações de trabalho. STF. Plenário. RE 459510/MT, rel. orig.
Min. Cezar Peluso, red. p/ o acórdão Min. Dias Toffoli, julgado em 26/11/2015 (Info
809).STJ. 6ª Turma. RHC 25583/MT, Rel. Min. Maria Thereza De Assis Moura, julgado
em 09/08/2012.

Súmula 208, STJ: Compete à Justiça Federal processar e julgar prefeito municipal por
desvio de verba sujeita a prestação de contas perante órgão federal.

Súmula 209, STJ: Compete à Justiça Estadual processar e julgar prefeito por desvio
de verba transferida e incorporada ao patrimônio municipal.

STF: A ausência de oferecimento de suspensão condicional do processo é nulidade


relativa, e a jurisprudência do TSE e do STF se orienta no sentido de que a falta de seu
oferecimento torna a matéria preclusa, se não suscitada pela defesa no momento
oportuno. Precedente. (...)" (AgR-HC nº 060186828, rel. Min. Luís Roberto Barroso, j.
em 26/02/2019.

Súmula 337 do STJ: "É cabível a suspensão condicional do processo na desclassificação


do crime e na procedência parcial da pretensão punitiva".

DIREITO CONSTITUCIONAL
STF: O Poder Legislativo pode emendar projeto de lei de conversão de medida
provisória quando a emenda estiver associada ao tema e à finalidade original da
medida provisória. É constitucional o art. 6º da Lei 14.131/2021, que simplificou o
processo de concessão de benefício de auxílio por incapacidade temporária. STF.
Plenário. ADI 6928/DF, Rel. Min. Cármen Lúcia, julgado em 22/11/2021 (Info 1038).

STF: Inexistindo comprovação da ausência de urgência, não há espaço para atuação do


Poder Judiciário no controle dos requisitos de edição de medida provisória pelo chefe
do Poder Executivo.STF. Plenário. ADI 5599/DF, Rel. Min. Edson Fachin, julgado em
23/10/2020 (Info 996).

STF: O art. 62, § 6º da CF/88 afirma que “se a medida provisória não for apreciada em
até quarenta e cinco dias contados de sua publicação, entrará em regime de urgência,
subsequentemente, em cada uma das Casas do Congresso Nacional, ficando
sobrestadas, até que se ultime a votação, todas as demais deliberações legislativas da
Casa em que estiver tramitando”.Apesar de o dispositivo falar em “todas as demais
deliberações”, o STF, ao interpretar esse § 6º, não adotou uma exegese literal e
afirmou que ficarão sobrestadas (paralisadas) apenas as votações de projetos de leis
ordinárias que versem sobre temas que possam ser tratados por medida provisória.
Assim, por exemplo, mesmo havendo medida provisória trancando a pauta pelo fato
de não ter sido apreciada no prazo de 45 dias (art. 62, § 6º), ainda assim a Câmara ou o
Senado poderão votar normalmente propostas de emenda constitucional, projetos de
lei complementar, projetos de resolução, projetos de decreto legislativoe até mesmo
projetos de lei ordinária que tratem sobre um dos assuntos do art. 62, § 1º, da CF/88.
Isso porque a MP somente pode tratar sobre assuntos próprios de lei ordinária e desde
que não incida em nenhuma das proibições do art. 62, § 1º.STF. Plenário. MS
27931/DF, Rel. Min. Celso de Mello, julgado em 29/6/2017 (Info 870).

STF: À luz do art. 227 da Constituição Federal, que confere proteção integral da criança
com absoluta prioridade e do princípio da paternidade responsável, a licença
maternidade, prevista no art. 7º, XVIII, da CF/88 e regulamentada pelo art. 207 da Lei
nº 8.112/90, estende-se ao pai genitor monoparental. STF. Plenário. RE 1348854/DF,
Rel. Min. Alexandre de Moraes, julgado em 12/5/2022 (Repercussão Geral – Tema
1182) (Info 1054).

STF: Não é cabível habeas corpus em face de decisão monocrática proferida


por Ministro do STF. STF. Plenário. HC 105959/DF, red. p/ o acórdão Min. Edson
Fachin, j. em 17/2/2016 (Info 814).

STJ: Cabe a impetração de habeas corpus no caso de retenção de passaporte, porque a


medida limita efetivamente a locomoção do titular do documento. STJ. 4ª Turma. RHC
97876-SP, Rel. Min. Luis Felipe Salomão, julgado em 05/06/2018 (Info 631).

STJ: Não cabe habeas corpus para questionar passaporte vacinal/sanitário O Habeas
corpus não constitui via própria para impugnar Decreto de governador de Estado sobre
adoção de medidas acerca da apresentação do comprovante de vacinação contra a
COVID-19 para que as pessoas possam circular e permanecer em locais públicos e
privados. STJ. 2ª Turma. RDC no HC 700.487-RS, Rel. Min. Francisco Falcão, julgado em
22/02/2022 (Info 726).

Súmula 694: Não cabe habeas corpus contra a imposição da pena de exclusão de
militar ou de perda de patente ou de função pública.

STF: A imunidade tributária constante do art. 150, VI, “d”, da Constituição Federal
(CF), aplica-se ao livro eletrônico (“e-book”), inclusive aos suportes exclusivamente
utilizados para fixá-lo. STF. Plenário. RE 330817/RJ, Rel. Min. Dias Toffoli, julgado em
8/3/2017 (repercussão geral) (Info 856).

Súmula Vinculante 29: É constitucional a adoção, no cálculo do valor de taxa, de um


ou mais elementos da base de cálculo própria de determinado imposto, desde que não
haja integral identidade entre uma base e outra.

STF: É vedado às unidades federativas instituírem normas que condicionem a


instauração de ação penal contra o governador por crime comum à prévia autorização
da casa legislativa, cabendo ao Superior Tribunal de Justiça (STJ) dispor
fundamentadamente sobre a aplicação de medidas cautelares penais, inclusive o
afastamento do cargo. STF. Plenário. ADI 4777/BA, ADI 4674/RS, ADI 4362/DF, rel. orig.
Min. Dias Toffoli, red. p/ o acórdão Min. Roberto Barroso, julgado em 9/8/2017 (Info
872).

STF: Em juízo de delibação, não é possível a convocação de governadores de estados


membros da Federação por Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) instaurada pelo
Senado Federal. A convocação viola o princípio da separação dos Poderes e a
autonomia federativa dos estados-membros. STF. Plenário. ADPF 848 MC-Ref/DF, Rel.
Min. Rosa Weber, julgado em 25/6/2021 (Info 1023).

STF: É possível a reeleição dos Presidentes da Câmara dos Deputados e do Senado


Federal em caso de nova legislatura. STF. Plenário. ADI 6524, Rel. Min. Gilmar Mendes,
julgado em 14/12/2020 (Info 1003).

Súmula vinculante 10-STF: Viola a cláusula de reserva de plenário (CF, art. 97) a
decisão de órgão fracionário de tribunal que, embora não declare expressamente a
inconstitucionalidade de lei ou ato normativo do Poder Público, afasta a sua incidência
no todo ou em parte.

Súmula 734: Não cabe reclamação quando já houver transitado em julgado o ato
judicial que se alega tenha desrespeitado decisão do Supremo Tribunal Federal.

STF: É constitucional lei estadual que autoriza a comercialização de bebidas alcoólicas


nas arenas desportivas e nos estádios. Trata-se de legislação sobre consumo, matéria
de competência concorrente (art. 24, V, da CF/88). STF. Plenário. ADI 6195, Rel. Min.
Alexandre de Moraes, julgado em 27/03/2020.

STJ: O prazo decadencial para impetrar mandado de segurança contra redução do


valor de vantagem integrante de proventos ou de remuneração de servidor público
renova-se mês a mês. A redução, ao contrário da supressão de vantagem, configura
relação de trato sucessivo, pois não equivale à negação do próprio fundo de direito.
Assim, o prazo decadencial para se impetrar a ação mandamental renova-se mês a
mês.• Ato que SUPRIME vantagem: é ato ÚNICO (o prazo para o MS é contado da data
em que o prejudicado tomou ciência do ato).
• Ato que REDUZ vantagem: consiste em prestação de TRATO SUCESSIVO (o prazo para
o MS renova-se mês a mês). STJ. Corte Especial. EREsp 1.164.514-AM, Rel. Min.
Napoleão Nunes Maia Filho, julgado em 16/12/2015 (Info 578).

STF: É possível que Município proíba o uso de fogos de artifício ruidosos.STF. Plenário.
ADPF 567, Rel. Min. Alexandre de Moraes, julgado em 01/03/2021.

STF: O habeas corpus pode ser empregado para impugnar medidas cautelares de
natureza criminal diversas da prisão. Isso porque, se descumprida a “medida
alternativa”, é possível o estabelecimento da custódia, alcançando-se o direito de ir e
vir. STF. 1ª Turma. HC 170735/RJ, Rel. Min. Marco Aurélio, red. p/ o ac. Min. Alexandre
de Moraes, julgado em 30/6/2020 (Info 984).

STF: O impetrante pode desistir de mandado de segurança sem a anuência do


impetrado mesmo após a prolação da sentença de mérito. STJ. 2ª Turma. REsp
1405532-SP, Rel. Min. Eliana Calmon, julgado em 10/12/2013 (Info 533).

STJ: No mandado de segurança, se o impetrante morre, os seus herdeiros não podem


se habilitar para continuar o processo. Assim, falecendo o impetrante, o mandado de
segurança será extinto sem resolução do mérito, ainda que já esteja em fase de
recurso. Isso ocorre em razão do caráter mandamental e da natureza personalíssima
do MS. STJ. 3ª Seção. EDcl no MS 11581-DF, Rel. Min. Og Fernandes, julgado em
26/6/2013 (Info 528).

STF: O Estado que edita lei concedendo meia-entrada para os professores das redes
públicas estadual e municipais de ensino atua no exercício da competência
suplementar prevista no art. 24, § 2º, da Constituição Federal. Ao não incluir no
benefício da meia-entrada os professores pertencentes à rede privada e aqueles
vinculados às unidades federais de ensino, a legislação atacada não atuou de forma
anti-isonômica. Os professores da rede privada estão sob influência de outros
mecanismos de incentivo e os professores da rede pública federal estão dedicados
quase exclusivamente ao ensino superior e à educação profissional e tecnológica.
STF. Plenário. ADI 3753/SP, Rel. Min. Dias Toffoli, julgado em 8/4/2022 (Info 1050).

STF: É válida lei estadual que obrigue empresas prestadoras de serviços de televisão
por assinatura e estabelecimentos comerciais de vendas no varejo e no atacado — que
já possuam Serviço de Atendimento ao Consumidor (SAC) — a fornecerem
atendimento telefônico gratuito a seus clientes.STF. Plenário. ADI 4118/RJ, Rel. Min.
Rosa Weber, julgado em 25/2/2022 (Info 1045).

STF: A concessão de porte de arma a procuradores estaduais, por lei estadual, é


incompatível com a Constituição Federal.STF. Plenário. ADI 6985/AL, Rel. Min.
Alexandre de Moraes, julgado em 25/2/2022 (Info 1045).

Súmula 653-STF: No Tribunal de Contas estadual, composto por sete conselheiros,


quatro devem ser escolhidos pela Assembleia Legislativa e três pelo Chefe do Poder
Executivo estadual, cabendo a este indicar um dentre auditores e outro dentre
membros do Ministério Público, e um terceiro à sua livre escolha.STF. Plenário. ADI
374/DF, Rel. Min. Dias Toffoli, julgado em 22/3/2012 (Info 659).

STF: IMUNIDADE A PRISÃO CAUTELAR - PRERROGATIVA DO PRESIDENTE DA REPUBLICA


- IMPOSSIBILIDADE DE SUA EXTENSAO, MEDIANTE NORMA DA CONSTITUIÇÃO
ESTADUAL, AO GOVERNADOR DO ESTADO. - O Estado-membro, ainda que em norma
constante de sua propria Constituição, não dispõe de competência para outorgar ao
Governador a prerrogativa extraordinária da imunidade a prisão em flagrante, a prisão
preventiva e a prisão temporaria, pois a disciplinação dessas modalidades de prisão
cautelar submete-se, com exclusividade, ao poder normativo da União Federal, por
efeito de expressa reserva constitucional de competência definida pela Carta da
Republica. (ADI 978).

STF: O transgênero tem direito fundamental subjetivo à alteração de seu prenome e


de sua classificação de gênero no registro civil, não se exigindo, para tanto, nada além
da manifestação de vontade do indivíduo, o qual poderá exercer tal faculdade tanto
pela via judicial como diretamente pela via administrativa. Essa alteração deve ser
averbada à margem do assento de nascimento, vedada a inclusão do termo
“transgênero”. Nas certidões do registro não constará nenhuma observação sobre a
origem do ato, vedada a expedição de certidão de inteiro teor, salvo a requerimento
do próprio interessado ou por determinação judicial. Efetuando-se o
procedimento pela via judicial, caberá ao magistrado determinar de ofício ou a
requerimento do interessado a expedição de mandados específicos para a alteração
dos demais registros nos órgãos públicos ou privados pertinentes, os quais deverão
preservar o sigilo sobre a origem dos atos. STF. Plenário. RE 670422/RS, Rel. Min. Dias
Toffoli, julgado em 15/8/2018 (repercussão geral) (Info 911).

STF: O foro especial por prerrogativa de função não se estende a magistrados


aposentados. Desse modo, após se aposentar, o magistrado (seja ele juiz,
Desembargador, Ministro) perde o direito ao foro por prerrogativa de função, mesmo
que o fato delituoso tenha ocorrido quando ele ainda era magistrado. Assim, deverá
ser julgado pela 1ª instância.STF. Plenário. RE 549560/CE, Rel. Min. Ricardo
Lewandowski, julgado em 22/3/2012 (Info 659).

STF: Assim, não há impedimento, nem suspeição de ministro, nos julgamentos de


ações de controle concentrado, exceto se o próprio ministro firmar, por razões de foro
íntimo, a sua não participação. STF. Plenário. ADI 6362/DF, Rel. Min. Ricardo
Lewandowski, julgado em 2/9/2020 (Info 989).

STF: Conforme consignado em Info 970 do STF, há ilegitimidade do amicus curiae para
pleitear medida cautelar. O amicus curiae não tem legitimidade para propor ação
direta; logo, também não possui legitimidade para pleitear medida cautelar. Assim, a
entidade que foi admitida como amicus curiae em ADPF não tem legitimidade para, no
curso do processo, formular pedido para a concessão de medida cautelar. STF.
Plenário. ADPF 347 TPI-Ref/DF, rel. orig. Min. Marco Aurélio, red. p/ o ac. Min.
Alexandre de Moraes, julgado em 18/3/2020 (Info 970).

STF: Exige-se quórum de MAIORIA ABSOLUTA dos membros do STF para modular os
efeitos de decisão proferida em julgamento de recurso extraordinário repetitivo, com
repercussão geral, no caso em que NÃO tenha havido declaração de
inconstitucionalidade da lei ou ato normativo.Qual é o quórum para que o STF, no
julgamento de recurso extraordinário repetitivo, com repercussão geral reconhecida,
faça a modulação dos efeitos da decisão?• Se o STF declarou a lei ou ato
inconstitucional: 2/3 dos membros.• Se o STF não declarou a lei ou ato
inconstitucional: maioria absoluta.STF. Plenário. RE 638115 ED-ED/CE, Rel. Min. Gilmar
Mendes, julgado em 18/12/2019 (Info 964).
STF: Tribunais de Justiça podem exercer controle abstrato de constitucionalidade de
leis municipais utilizando como parâmetro normas da Constituição Federal, desde que
se trate de normas de reprodução obrigatória pelos estados.STF. RE 650898-RS,
Plenário. Rel. originário Min. Marco Aurélio, Rel. para acórdão Min. Roberto Barroso,
julgado em 01/02/2017 (repercussão geral).

STF: Tratando-se de ação direta de inconstitucionalidade da competência do Tribunal


de Justiça local – lei estadual ou municipal em face da Constituição estadual –,
somente é admissível o recurso extraordinário diante de questão que envolva norma
da Constituição Federal de reprodução obrigatória na Constituição estadual. (...)STF. 2ª
Turma. RE 246903 AgR, Rel. Min. Ricardo Lewandowski, julgado em 26/11/2013.

STF: É inconstitucional dispositivo da Constituição Estadual que confere foro por


prerrogativa de função, no Tribunal de Justiça, para Procuradores do Estado,
Procuradores da ALE, Defensores Públicos e Delegados de Polícia.A CF/88, apenas
excepcionalmente, conferiu prerrogativa de foro para as autoridades federais,
estaduais e municipais. Assim, não se pode permitir que os Estados possam,
livremente, criar novas hipóteses de foro por prerrogativa de função.STF. Plenário. ADI
2553/MA, Rel. Min. Gilmar Mendes, red. p/ o ac. Min. Alexandre de Moraes, julgado
em 15/5/2019 (Info 940).

STF: A Constituição Estadual não pode ampliar as hipóteses de reserva de lei


complementar, ou seja, não pode criar outras hipóteses em que é exigida lei
complementar, além daquelas que já estão previstas na Constituição. Info 962 STF.

STF: A norma da Constituição Estadual que determina ao legislador a observância da


isonomia na remuneração entre as carreiras de policiais civis e militares viola a
proibição de vinculação entre espécies remuneratórias, tendo em vista a
dessemelhança entre as atribuições dos cargos e as organizações das carreiras e a
impossibilidade de o constituinte estadual atribuir ao legislador a competência para
legislar em desacordo com a CF. STF. ADI 3777. Rel. Min. Luiz Fux, julgado em
19/11/2014.
Tema 1157 STF: É vedado o reenquadramento, em novo Plano de Cargos, Carreiras e
Remuneração, de servidor admitido sem concurso público antes da promulgação da
Constituição Federal de 1988, mesmo que beneficiado pela estabilidade
excepcional do artigo 19 do ADCT, haja vista que esta regra transitória não prevê o
direito à efetividade, nos termos do artigo 37, II, da Constituição Federal e decisão
proferida na ADI 3609.

STJ: É ilegal a requisição, sem autorização judicial, de dados fiscais pelo Ministério
Público. Uma coisa é órgão de fiscalização financeira, dentro de suas atribuições,
identificar indícios de crime e comunicar suas suspeitas aos órgãos de investigação
para que dentro da legalidade e de suas atribuições, investiguem a procedência de tais
suspeitas. Outra, é o órgão de investigação, a polícia ou o Ministério Público, sem
qualquer tipo de controle, alegando a possibilidade de ocorrência de algum crime,
solicitar ao COAF ou à Receita Federal informações financeiras sigilosas detalhadas
sobre determinada pessoa, física ou jurídica, sem a prévia autorização judicial. STJ.
RHC 82.233-MG, Rel. Min. Sebastião Reis Júnior, Terceira Seção, por maioria, julgado
em 09/02/2022. (Info 724)

STJ: É lícita a requisição pelo Ministério Público de informações bancárias de contas


de titularidade de órgãos e entidades públicas, com o fim de proteger o patrimônio
público, não se podendo falar em quebra ilegal de sigilo bancário (STJ. 5ª Turma. HC
308.493-CE, j. em 20/10/2015).

STJ: Não há ilicitude das provas por violação ao sigilo de dados bancários, em razão do
compartilhamento de dados de movimentações financeiras da própria instituição
bancária ao Ministério Público. STJ. RHC 147.307-PE, Rel. Min. Olindo Menezes
(Desembargador convocado do TRF 1ª Região), Sexta Turma, por unanimidade, julgado
em 29/03/2022. (Info 731)

Súmula 606 -STF: Não cabe habeas corpus originário para o Tribunal Pleno de decisão
de Turma, ou do Plenário, proferida em habeas corpus ou no respectivo recurso.
Súmula 691-STF: Não compete ao Supremo Tribunal Federal conhecer de habeas
corpus impetrado contra decisão do relator que, em habeas corpus requerido a
tribunal superior, indefere a liminar.

Súmula 693-STF: Não cabe habeas corpus contra decisão condenatória a pena de
multa, ou relativo a processo em curso por infração penal a que a pena pecuniária seja
a única cominada.

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