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2020
Advogado da União e professor do Ouse Saber. Especialista em Direito Público pela ESMAFE/PR,
em Advocacia Pública pelo IDDE e em Direito do Trabalho e Previdenciário pela PUC-MG.
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DIREITO DO TRABALHO
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ATENÇÃO!
NÃO há vínculo de emprego entre o motorista parceiro e a Uber, tendo em vista a auto-
nomia no desempenho das atividades do autor, a descaracterizar a subordinação.
(TST. 5ª Turma. RR-1000123-89.2017.5.02.0038, rel. Min. Breno Medeiros, julgado em
05.02.2020, Informativo TST nº 215).
NÃO configura alteração contratual lesiva a mera adequação textual de anexo de norma
regulamentar, mormente quando se verifica que o anexo – parte acessória da norma –,
está em descompasso com a totalidade do conteúdo da parte principal do regulamento.
(TST. SBDI-I. E-ED-RR-975-54.2015.5.22.0003, rel. Min. Hugo Carlos Scheuermann, red. p/
acórdão Min. Maria Cristina Irigoyen Peduzzi, julgado em 13.02.2020, Informativo TST nº
215).
ATENÇÃO!
OJ nº 366 da SDI-1 do TST.
Ainda que desvirtuada a finalidade do contrato de estágio celebrado na vigência da CF/88,
é inviável o reconhecimento do vínculo empregatício com ente da Administração Pública
direta ou indireta, por força do art. 37, II, da CF/88, bem como o deferimento de indenização
pecuniária, exceto em relação às parcelas previstas na Súmula nº 363 do TST.
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OJ nº 65 da SDI-1 do TST.
O acesso de professor adjunto ao cargo de professor titular só pode ser efetivado por meio
de concurso público, conforme dispõem os arts. 37, inciso II, e 206, inciso V, da CF/88.
ATENÇÃO!
OJ nº 128 da SDI-2 do TST.
O certame público posteriormente anulado equivale à contratação realizada sem a obser-
vância da exigência contida no art. 37, II, da Constituição Federal de 1988. Assim sendo,
aplicam-se à hipótese os efeitos previstos na Súmula nº 363 do TST.
ATENÇÃO!
Súmula 430 do TST.
Convalidam-se os efeitos do contrato de trabalho que, considerado nulo por ausência de
concurso público, quando celebrado originalmente por ente da Administração Pública Indi-
reta, continua a existir após sua privatização.
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Nada obstante a superveniência de decisão do STF sobre a matéria, nas causas em que se
discute a licitude da terceirização das atividades de call center, é IMPOSSÍVEL a reforma de
acórdão anterior contra o qual não foi interposto recurso, ante o óbice da preclusão pro
judicato (TST. 6ª Turma. RR-591-05.2015.06.0014, rel. Min. Kátia Magalhães Arruda, julgado
em 4.11.2020, Informativo TST nº 228).
Não há embasamento legal para anotação na CTPS dos atestados médicos apresentados
para justificar licenças e faltas ao empregador. Se a empresa realiza essas anotações, por-
tanto, ultrapassa o seu poder diretivo, visto que esse tipo de registro gera impacto negativo
à imagem do empregado nas contratações futuras, diante da possibilidade de o trabalha-
dor ser considerado menos saudável ou assíduo do que os demais candidatos ao emprego.
A conduta patronal viola o direito de personalidade do trabalhador e, consequentemente,
gera dano moral (TST. SDI-I. E-RR-8-22.2013.5.20.0007, rel. Min. Augusto César Leite de Car-
valho, julgado em 15.10.2020, Informativo TST nº 227).
ATENÇÃO!
São indevidos danos materiais a trabalhador que, mesmo por imposição da empre-
gadora (empresa pública), pede exoneração de cargo público de professor, quando
a cumulação de cargos é lícita. Isso porque o trabalhador poderia, antes de solicitar a
sua exoneração, valer-se de outros meios (inclusive judiciais) de resguardar o seu direi-
to de manter o cargo de professor. No entanto, ao optar pela providência imediata de
abrir mão do cargo público, o reclamante assumiu o risco de sua conduta, não remanes-
cendo à empresa pública qualquer responsabilidade sobre esse ato (TST. 1ª Turma. Ag-
-ARR-656-34.2015.5.08.0017, rel. Min. Hugo Carlos Scheuermann, julgado em 30.09.2020,
Informativo TST nº 226).
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\ATENÇÃO: Divergência!
A 4ª Turma do TST entendeu que é do reclamante o ônus da prova da culpa in vigilan-
do da Administração Pública nos contratos administrativos de terceirização. A regra é a
não responsabilização da Administração Pública pelos créditos judiciais trabalhistas de
empregados terceirizados (TST. 4ª Turma. RR-83-97.2018.5.20.0003, rel. Min. Ives Gandra
Martins Filho, julgado em 29.09.2020, Informativo TST nº 226).
A terceirização irrestrita das atividades das empresas de telecomunicação, sejam elas ine-
rentes (essenciais/finalísticas) acessórias ou complementares ao serviço, autorizada pelo
artigo 94, inciso II, da Lei nº 9.472, de 1997, nos termos do acórdão proferido pelo STF no
ARE 791.932/DF, NÃO impede o reconhecimento do vínculo empregatício com a tomadora
dos serviços, quando estiver nitidamente comprovada nos autos a presença dos requisitos
do artigo 3º da CLT, configurando desvirtuamento da terceirização de forma a disfarçar
a existência de inequívoca relação de emprego com a tomadora. A existência de fraude
na relação constitui elemento de distinção (distinguish), não ensejando a aplicação da
ratio decidendi da controvérsia constitucional decidida pelo STF (TST. 3ª Turma. RR-1012-
35.2013.5.04.203, rel. Min. Alexandre de Souza Agra Belmonte, julgado em 26.08.2020, In-
formativo TST nº 223. TST. 2ª Turma. ARR-126700-53.2009.5.06.0021, rel. Min. José Roberto
Freire Pimenta, julgado em 20.05.2020, Informativo TST nº 219).
NÃO é possível a compensação da pensão paga pelo INSS a título de aposentadoria por
invalidez, mesmo que complementada pela previdência privada, com a pensão prevista no
artigo 950 do Código Civil, ante a distinção entre a natureza e o objetivo de tais institutos
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Para a 4ª Turma do TST, o auto de infração lavrado por auditor fiscal do trabalho, em que
se reconhece a ilicitude da terceirização e o vínculo de emprego diretamente com a toma-
dora de serviços, é nulo, pois extrapola a esfera administrativa e invade a competência da
Justiça do Trabalho, a quem caberia definir com que empresa seria possível o reconheci-
mento da relação de emprego (TST. 4ª Turma. RR-247-06.2011.5.02.0263, rel. Min. Guilherme
Augusto Caputo Bastos, julgado em 05.05.2020, Informativo TST nº 218).
Não contraria o artigo 455 da CLT ou a Súmula 331 do TST norma coletiva que prevê a
responsabilização solidária das empreiteiras em caso de descumprimento das obrigações
trabalhistas e previdenciárias (TST. 4ª Turma. RR-1001857-31.2017.5.02.0085, rel. Min. Ale-
xandre Luiz Ramos, julgado em 01º.04.2020, Informativo TST nº 217).
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ATENÇÃO!
O art. 927, parágrafo único, do Código Civil é compatível com o art. 7º, XXVIII, da Cons-
tituição Federal, sendo constitucional a responsabilização objetiva do empregador por
danos decorrentes de acidentes de trabalho nos casos especificados em lei ou quando
a atividade normalmente desenvolvida, por sua natureza, apresentar exposição habi-
tual a risco especial, com potencialidade lesiva, e implicar ao trabalhador ônus maior
do que aos demais membros da coletividade1 (STF. Plenário. RE 828040/DF [Repercussão
Geral – Tema 932], rel. Min. Alexandre de Moraes, julgado em 12.03.2020, Informativo STF
nº 969).
O conceito do termo “mesma localidade”, para fins de equiparação salarial, inserto na Sú-
mula nº 6, X, do TST, deve receber nova compreensão a partir de estudo realizado em 2017
pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística – IBGE -, que constatou mudanças no am-
biente socioespacial brasileiro. O referido estudo revisou as antigas regiões metropolita-
nas e passou a identificar como divisão regional brasileira as regiões geográficas imediatas
e intermediárias, definidas no sítio do IBGE (TST. SDI-I. E-ED-RR-10792-65.2016.5.15.0145,
rel. Min. Augusto César Leite de Carvalho, julgado em 12.11.2020, Informativo TST nº 229).
Ainda que praticado de forma reiterada, o pagamento indevido de parcela trabalhista (por
exemplo, gratificação de férias), por erro de cálculo, NÃO gera ao empregado direito à ado-
ção continuada do critério errado no cálculo e pagamento de parcelas futuras, sem, con-
tudo, haver obrigação de devolução dos valores já recebidos conforme metodologia ante-
rior (TST. 4ª Turma. RR-11497-38.2016.5.03.0035, rel. Min. Alexandre Luiz Ramos, julgado em
27.10.2020, Informativo TST nº 228).
1 CAVALCANTE, Márcio André Lopes. O art. 927, parágrafo único, do CC pode ser aplicado para permitir a res-
ponsabilização objetiva do empregador por danos causados ao empregado decorrentes de acidentes de trabalho, não
sendo incompatível com o art. 7º, XXVIII, da CF/88, que prevê responsabilidade subjetiva. Buscador Dizer o Direito,
Manaus. Disponível em: <https://www.buscadordizerodireito.com.br/jurisprudencia/detalhes/29e11ea8ec 6c7804a-
7f939e8e78e9c18>. Acesso em: 11/04/2021.
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Não há direito adquirido à incorporação da gratificação de função, ainda que exercida por
mais de 10 (dez) anos, frente à norma expressa do artigo 468, §2º, da CLT (TST. 4ª Turma. RR-
377-71.2017.5.09.0010, rel. Min. Ives Gandra da Silva Martins Filho, julgado em 12.08.2020,
Informativo TST nº 222).
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Se o invento não foi objeto de prévia contratação (é extracontratual), mas foram utilizados
recursos, dados, meios, materiais, instalações ou equipamentos da empresa, o emprega-
dor possui o direito exclusivo de licença de exploração do invento, embora a propriedade
do invento seja comum. Nestes casos, cabe ao empregador a obrigação de pagar ao em-
pregado inventor uma compensação (“justa remuneração”), na forma do artigo 91, §2º, da
Lei nº 9.279, de 1996 (TST. 5ª Turma. Ag-AIRR-495-51.2014.5.17.0003, rel. Min. Breno Medei-
ros, julgado em 17.06.2020, Informativo TST nº 221).
(CRFB, Art. 7º São direitos dos trabalhadores urbanos e rurais, além de outros que
visem à melhoria de sua condição social: (...) IV - salário mínimo, fixado em lei...)
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7. Duração do trabalho.
A realização de jornada excessiva habitual NÃO enseja, por si só, o pagamento de indeni-
zação por dano existencial. O dano existencial não é presumível, de forma que não se pode
extrair, automaticamente, da comprovação de prestação de horas extraordinárias, que as
relações sociais do trabalhador foram rompidas ou que seu projeto de vida foi atingido,
sendo imprescindível a demonstração inequívoca do prejuízo sofrido (TST. SDI-I. E-RR-402-
61.2014.5.15.0030, rel. Min. Luiz Phillipe Vieira de Melo Filho, julgado em 29.10.2020, Infor-
mativo TST nº 228).
Para fins de concessão do intervalo intrajornada, no sistema de “dupla pegada”, deve con-
siderar que há jornada única. Assim, contraria o artigo 71 da CLT o entendimento de que,
no sistema de “dupla pegada”, seria devido mais de um intervalo intrajornada porque o
segundo período de trabalho teria ultrapassado o limite de seis horas contínuas de trabalho
(TST. 1ª Turma. RR-144000-10.2008.5.01.0245, rel. Min. Luiz José Dezena da Silva, julgado em
10.06.2020, Informativo TST nº 220).
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A concessão do intervalo de vinte minutos previsto no artigo 253 da CLT prescinde (não
precisa) do labor contínuo, por uma hora e quarenta minutos, no interior de câmara frigo-
rífica, sendo suficiente a exposição do trabalhador à variação de temperatura decorrente
da movimentação de um ambiente (quente/normal) para o outro (frio) durante esse pe-
ríodo (TST. SBDI-I. Ag-E-RR-10257-87.2015.5.01.0040, rel. Min. Hugo Carlos Scheuermann,
julgado em 12.03.2020, Informativo TST nº 216).
Para a 3ª Turma do TST, é possível estender à servidora municipal o direito à jornada es-
pecial para servidor federal que possui cônjuge, filho ou dependente com deficiência, sem
prejuízo do salário e da compensação de jornada, previsto no artigo 98, §3º, da Lei nº 8.112,
de 1990. Pessoas em situações análogas não podem ser tratadas de forma absolutamente
desigual, sob pena de violação do princípio da igualdade substancial, previsto tanto na
Constituição Federal quanto na Convenção Internacional sobre os Direitos das Pessoas com
Deficiência (TST. 3ª Turma. RR-11204-62.2017.5.15.0144, rel. Min. Alexandre de Souza Agra
Belmonte, julgado em 02.12.2020, Informativo TST nº 230).
Tem direito a tomar posse em concurso público em vaga reservada a deficientes, a can-
didata que possui anacusia unilateral (deficiência auditiva unilateral). O conceito de de-
ficiência auditiva prevista no artigo 4º, inciso II, do Decreto nº 3.298, de 1999, estabelece
restrição que colide com a Convenção Internacional sobre os Direitos das Pessoas com
Deficiência (Decreto nº6.949, de 2009) não sendo recepcionado pela ordem constitucional
(TST. Tribunal Pleno. RO-1002366-52.2019.5.02.000, rel. Min. Luiz José Dezena da Silva, jul-
gado em 09.11.2020, Informativo TST nº 229).
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Não há transcendência política no recurso de revista interposto contra decisão de TRT que
considera lícita a exigência de certidão de antecedentes criminais a trabalhador que exer-
ceria a função de operador de corte/montagem/acabamento e, portanto, lidaria rotinei-
ramente com ferramentas de trabalho perfurocortantes, substâncias tóxicas e/ou entor-
pecentes, por estar alinhada à decisão do TST no Tema Repetitivo nº 0001 (TST. 7ª Turma.
AIRR-976-88.2016.5.13.0024, rel. Min. Renato de Lacerda Paiva, julgado em 30.09.2020, Infor-
mativo TST nº 226).
O artigo 193, §4º, da CLT é autoaplicável, uma vez que todos os elementos para sua tipici-
dade e validade são autoevidentes. A regulação pelo Ministério do Trabalho, inserindo a
atividade na NR-16, ostenta efeitos meramente administrativos, não prejudicando o direito
trabalhista (adicional) de periculosidade criado por lei (Lei nº 12.997, de 2014, que alterou
a CLT no particular) (TST. 3ª Turma. RR-24195-53.2017.5.24.0004, rel. Min. Maurício Godinho
Delgado, julgado em 02.09.2020, Informativo TST nº 224).
Sempre que for pago ao trabalhador com vínculo permanente, o adicional de riscos é de-
vido, nos mesmos termos, ao trabalhador portuário avulso. O art. 7º, XXXIV, da CF/88 tem
nítido caráter protetivo da igualdade material. Se há o pagamento do adicional de riscos
como direito do trabalhador portuário com vínculo permanente que labora em condições
adversas, essa previsão também deve ser reconhecida aos trabalhadores portuários avul-
sos submetidos às mesmas condições2 (STF. Plenário RE 597.124/PR [Repercussão Geral –
Tema 222], rel. Min. Edson Fachin, julgado em 03.06.2020, Informativo STF nº 980).
2 CAVALCANTE, Márcio André Lopes. Trabalhadores portuários avulsos também têm direito a adicional de
risco. Buscador Dizer o Direito, Manaus. Disponível em: <https://www.buscadordizerodireito.com.br/jurisprudencia /
detalhes/5ecf33fd9caf42c3bd39a3d9ee5f9ca3>. Acesso em: 11/04/2021
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11. Férias
O valor da gratificação de férias fixado em lei ou por convenção entre as partes NÃO se
altera na hipótese de conversão (“venda”) de 1/3 do período de descanso anual em abono
pecuniário (TST. 4ª Turma. RR-11497-38.2016.5.03.0035, rel. Min. Alexandre Luiz Ramos, jul-
gado em 27.10.2020, Informativo TST nº 228).
NÃO incide imposto de renda sobre as férias indenizadas, ante o disposto no artigo 6º,
inciso V, da Lei nº 7.713, de 1988, que exclui da base de incidência do imposto de renda as
parcelas de natureza indenizatória recebidas por ocasião da rescisão do contrato de tra-
balho (TST. 4ª Turma. RR-849-28.2013.5.09.0652, rel. Min. Alexandre Luiz Ramos, julgado em
27.10.2020, Informativo TST nº 228).
O pagamento parcelado da remuneração das férias, quando ocorrida por opção do pró-
prio empregado, e não por imposição da empresa, NÃO autoriza a aplicação da Súmula
450 do TST (“é devido o pagamento em dobro da remuneração de férias, incluído o terço
constitucional, com base no art. 137 da CLT, quando, ainda que gozadas na época própria,
o empregador tenha descumprido o prazo previsto no art. 145 do mesmo diploma legal”)
(TST. 7ª Turma. RR-49-46.2019.5.21.0008, rel. Min. Evandro Pereira Valadão Lopes, julgado
em 20.05.2020, Informativo TST nº 219).
13. Estabilidade e Garantias de Emprego. 14. Fundo de Garantia por Tempo de Serviço.
CONTROVERSO!
A 4ª Turma do TST entendeu que, a partir do RE 629.053/SP, houve superação do item III
da Súmula 244 do TST e, portanto, na hipótese de admissão mediante contrato por prazo
determinado NÃO há direito à garantia provisória de emprego da gestante prevista no
artigo 10, inciso II, alínea “b”, do ADCT (TST. 4ª Turma. RR-1001345-83.2017.5.02.0041, rel.
Min. Alexandre Luiz Ramos, julgado em 24.11.2020, Informativo TST nº 230. TST. 4ª Turma.
RR-1001175-75.2016.5.02.0032, rel. Min. Alexandre Luiz Ramos, julgado em 04.08.2020, In-
formativo TST nº 222).
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A 7ª Turma do TST entendeu que, se o objeto social da cooperativa não conflita com a ati-
vidade principal do empregador, ou seja, se a cooperativa não possui interação ou conflito
com os empregadores ou seus diretores, não há embasamento para o usufruto de benesse
da estabilidade aos dirigentes de cooperativa de consumo. A possibilidade de ingresso
de pessoa jurídica na cooperativa torna inviável o reconhecimento da estabilidade aos
diretores, pois a cooperativa deixa de atender um dos requisitos legais para concessão
da garantia provisória: ser criada pelos próprios empregados (TST. 7ª Turma. RR-1721-
39.2015.5.17.0009, rel. Min. Cláudio Mascarenhas Brandão, julgado em 20.05.2020, Informa-
tivo TST nº 219).
ATENÇÃO!
Súmula 390 do TST
I - O servidor público celetista da administração direta, autárquica ou fundacional é bene-
ficiário da estabilidade prevista no art. 41 da CF/1988.
II - Ao empregado de empresa pública ou de sociedade de economia mista, ainda que ad-
mitido mediante aprovação em concurso público, não é garantida a estabilidade prevista no
art. 41 da CF/1988.
OJ nº 364 da SDI-1 do TST. Fundação instituída por lei e que recebe dotação orçamentária
do Poder Público para realizar atividades de interesse do Estado, ainda que tenha persona-
lidade jurídica de direito privado, ostenta natureza de fundação pública. Assim, seus servi-
dores regidos pela CLT são beneficiários da estabilidade excepcional prevista no art. 19 do
ADCT.
O empregado que comete falta grave pode ser demitido no curso da fruição do benefício
previdenciário, concretizando-se imediatamente os efeitos da dispensa por justa causa,
ainda que o contrato de trabalho esteja suspenso (TST. SBDI-II. RO-104-53.2016.5.20.0000,
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red. p/ acórdão rel. Min. Luiz José Dezena da Silva, julgado em 01.12.2020, Informativo TST
nº 230).
A dispensa por justa causa decorrente de condenação criminal necessita da prova do trân-
sito em julgado da decisão condenatória, nos termos do artigo 482, alínea “d”, do TST. É,
portanto, considerada discriminatória a dispensa de empregado, preso em flagrante e/ou
indiciado no âmbito criminal, sem prova do trânsito em julgado da decisão condenatória,
ainda que efetuada de forma imotivada. Com efeito, a liberdade da dispensa imotivada
do empregado não autoriza ao empregador levar a efeito a dispensa com viés discrimi-
natório, com abuso de direito (TST. 2ª Turma. RR-1498-44.2016.5.10.0010, rel. Min. Delaíde
Miranda Arantes, julgado em 18.11.2020, Informativo TST nº 229).
ATENÇÃO!
A vedação à dispensa discriminatória, prevista na Lei nº 9.029, de 1995, é aplicável aos con-
tratos de trabalho por prazo determinado (TST. 5ª Turma. RRAg-10553-78.2015.5.01.0018,
rel. Min. Kátia Magalhães Arruda, julgado em 15.09.2020, Informativo TST nº 225).
Eventual eficácia liberatória do termo de quitação assinado pelo empregado, a teor da Sú-
mula nº 330 do TST e do art. 447, § 2.º, da CLT, NÃO impede eventual pleito de conversão do
pedido de demissão em rescisão indireta do contrato de trabalho com apoio em vício de
consentimento decorrente de assédio moral (abalo psicológico). Isso porque o artigo 477
da CLT e a Súmula nº 330 do TST explicitam que eventual quitação é relativa a uma dada
parcela paga ao empregado e não quitação acerca da discussão de eventual modalidade
de rescisão do contrato de trabalho, não havendo, portanto, sequer a necessidade de opor
ressalva nesse sentido no TRCT quanto essa discussão de conversão da modalidade de
rescisão do contrato de trabalho (TST. 5ª Turma. RR-1846-64.2012.5.08.0008, rel. Breno Me-
deiros, julgado em 09.09.2020, Informativo TST nº 224).
Na redação anterior à Lei nº 13.467, de 2017, o artigo 477, caput, da CLT assegurava a todo
empregado, não existindo prazo estipulado para a terminação do respectivo contrato, e
quando não haja ele dado motivo para cessação das relações de trabalho, o direito de haver
do empregador uma indenização, paga na base da maior remuneração que tenha percebido
na mesma empresa. O artigo 477 da CLT, com redação anterior à Lei nº 13.467, de 2017, refe-
re-se apenas à base de cálculo da indenização nele prevista e NÃO das verbas rescisórias
(TST. 4ª Turma. RR-11229-63.2016.5.03.01388, rel. Min. Alexandre Luiz Ramos, julgado em
12.08.2020, Informativo TST nº 222).
A dispensa imotivada do professor, logo após o início do semestre letivo, consiste em abu-
so do poder diretivo do empregador, na medida em que, além de frustrar as expectativas
quanto à continuidade do vínculo empregatício, inviabiliza a recolocação do profissional
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17. Direito Coletivo. Entidades Sindicais e Organização. 18. Sindicalização dos servidores
públicos. Negociação Coletiva. Convenção Coletiva. Arbitragem.
A categoria dos empregados vendedores é regida por estatuto profissional especial, qual
seja, a Lei nº 3.207, de 1957, tratando-se de categoria profissional diferenciada (TST. SBDI-I.
E-RR-686-70.2012.5.06.0101, rel. p/ acórdão Min. Bruno Medeiros, julgado em 03.12.2020,
Informativo TST nº 230).
São nulas as cláusulas coletivas que excluem os aeronautas da base de cálculo das cotas
de contratação de pessoas com deficiência e de aprendizes, pois extrapolam o interesse
coletivo das categorias representadas, alcançando e regulando direito difuso em matéria
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de ordem e de políticas públicas que não são passíveis de regulação pela via da negocia-
ção coletiva (TST. SDC. AACC-1000639-49.2018.5.00.0000, rel. Min. Kátia Magalhães Arruda,
julgado em 23.11.2020, Informativo TST nº 229).
É INVÁLIDA a cláusula que estabelece, a qualquer título, contribuições a serem pagas pelo
empregador diretamente ao sindicato profissional (TST. SDC. RO-699-17.2018.5.08.0000,
rel. Min. Kátia Magalhães, julgado em 19.10.2020, Informativo TST nº 227).
ATENÇÃO!
A liberdade sindical tem previsão constitucional, mas não possui caráter absoluto.
A previsão legal de número máximo de dirigentes sindicais dotados de estabilidade de
emprego não esvazia a liberdade sindical. Essa garantia constitucional existe para que
possa assegurar a autonomia da entidade sindical, mas não serve para criar situações
de estabilidade genérica e ilimitada que violem a razoabilidade e a finalidade da norma
constitucional garantidora do direito3 (STF. Plenário. ADPF 276, rel. Min. Carmen Lúcia,
julgado em 15.05.2020, Informativo STF nº 980).
3 CAVALCANTE, Márcio André Lopes. O art. 522 da CLT, que prevê um número máximo empregados que po-
dem ser dirigentes sindicais, é compatível com a CF/88 e não viola a garantia da liberdade sindical. Buscador Dizer
o Direito, Manaus. Disponível em: <https://www.buscadordizerodireito.com.br/jurisprudencia/detalhes/9c415bdd4
dd66723ef7b38853ef35ddb>. Acesso em: 11/04/2021
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RETROSPECTIVA
TST - COMENTADO
ATENÇÃO!
A MP 936/2020 instituiu o Programa Emergencial de Manutenção do Emprego e da
Renda para enfrentamento do estado de calamidade pública decorrente do covid-19.
Com o objetivo de ajudar os empresários e evitar que muitos trabalhadores percam seus
empregados durante a pandemia, a MP permitiu:
a redução proporcional de jornada de trabalho e de salários; e
a suspensão temporária do contrato de trabalho.
A MP prevê que existe a possibilidade de essas medidas serem implementadas por meio
de acordo individual ou de negociação coletiva aos empregados.
O § 4º do art. 11 da MP afirma que “Os acordos individuais de redução de jornada de traba-
lho e de salário ou de suspensão temporária do contrato de trabalho, pactuados nos ter-
mos desta Medida Provisória, deverão ser comunicados pelos empregadores ao respecti-
vo sindicato laboral, no prazo de até dez dias corridos, contado da data de sua celebração.”
Esse acordo escrito individual firmado entre o empregado e o empregador é um ato
jurídico perfeito e acabado e não está sujeito ao referendo (aprovação) do sindicato.
O STF, ao analisar o pedido de medida cautelar na ADI proposta contra a Medida Provi-
sória, decidiu manter a eficácia da MP 936/2020, que autoriza a redução da jornada de
trabalho e do salário ou a suspensão temporária do contrato de trabalho por meio de
acordos individuais em razão da pandemia do novo coronavírus, independentemente
de anuência sindical4 (STF. Plenário. ADI 6363 MC-RefDF, rel. Min. Ricardo Lewandowski,
red. p/ acórdão Min. Alexandre de Moraes, julgado em 16 e 17.04.2020, Informativo STF nº
973).
4 Julgado foi mantido ante a perspectiva de reedição da norma no mesmo sentido. Outros julgamentos sobre
as medidas provisórias do Coronavírus não constam do material em decorrência da pouca probabilidade de serem no-
vamente aprovadas normas com mesmo teor. CAVALCANTE, Márcio André Lopes. É constitucional a MP 936/2020, que
autoriza a redução da jornada de trabalho e do salário ou a suspensão temporária do contrato de trabalho por meio
de acordos individuais em razão da pandemia do covid-19, independentemente de anuência sindical. Buscador Dizer
o Direito, Manaus. Disponível em: <https://www.buscadordizerodireito.com.br/jurisprudencia/detalhes /47267ca39f-
652c0de27a4b27c5e11c40>. Acesso em: 11/04/2021.
20
RETROSPECTIVA
TST - COMENTADO
em caráter geral, aos empregados não grevistas e, também, à indenização por dano moral
(TST. 3ª Turma. RR-212-68.2017.5.05.0193, rel. Min. Alberto Luiz Bresciani de Fontan Pereira,
julgado em 25.11.2020, Informativo TST nº 230).
A SDC, por maioria, considerou NÃO abusiva a greve deflagrada pelos empregados da
Empresa Brasileira de Correios e Telégrafos (ECT), a despeito dos descumprimentos dos
ditames legais e da liminar da Ministra Relatora do dissídio coletivo de greve, diante da
recusa patronal à negociação coletiva e do oferecimento de proposta redutiva de vanta-
gens. Essas circunstâncias justificariam o movimento paredista e seus excessos, em razão
das perdas de vantagens consideradas históricas pela categoria (TST. SDC. DCG-1001203-
57.2020.5.00.0000, red. p/ acórdão Min. Ives Gandra Martins Filho, julgado em 21.09.2020,
Informativo TST nº 225).
OJ nº 38 da SDC do TST.
É abusiva a greve que se realiza em setores que a lei define como sendo essenciais à
comunidade, se não é assegurado o atendimento básico das necessidades inadiáveis dos
usuários do serviço, na forma prevista na Lei nº 7.783/89.
Incide a prescrição do artigo 7º, inciso XXIX, da Constituição sobre a pretensão de repara-
ção do dano moral, fundada na exposição ao amianto, quando o empregado NÃO desen-
21
RETROSPECTIVA
TST - COMENTADO
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RETROSPECTIVA
TST - COMENTADO
A decisão do juízo criminal pode repercutir sobre outras esferas, inclusive trabalhista, mas
apenas em caso de reconhecimento da inexistência material do fato ou da negativa de
autoria em sentença de mérito no processo penal. Assim, o arquivamento de inquérito
policial, por falta de provas, NÃO é suficiente para afastar penalidade de dispensa por
justa causa, reconhecida como regular nas instâncias ordinárias da Justiça do Trabalho
(TST. 2ª Turma. RR-215500-31.2008.5.02.0465, rel. Min. Maria Helena Mallmann, julgado em
02.09.2020, Informativo TST nº 224).
5 CAVALCANTE, Márcio André Lopes. Justiça do Trabalho não tem competência para julgar ação na qual en-
tidade sindical discute recolhimento de contribuição sindical envolvendo servidores públicos estatutários. Busca-
dor Dizer o Direito, Manaus. Disponível em: <https://www.buscadordizerodireito.com.br/jurisprudencia/detalhes/33
8635ee18f8b0f626818a216642c9a4>. Acesso em: 11/04/2021.
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RETROSPECTIVA
TST - COMENTADO
A Justiça do Trabalho NÃO tem competência para processar e julgar ação de indenização
contra sites de busca na internet por terem disponibilizado informações acerca de recla-
mações trabalhistas ajuizadas pelos trabalhadores-autores, pois não há discussão sobre
eventual relação de emprego ou de trabalho (TST. 2ª Turma. AIRR-10209-05.2017.5.03.0105,
rel. Min. José Roberto Freire Pimenta, julgado em 28.10.2020, Informativo TST nº 228).
ATENÇÃO!
Ajuizada ação anulatória de auto de infração pelo suposto devedor, a posterior propo-
situra de correspondente ação de execução fiscal pela União, em outro foro, NÃO tem o
condão de deslocar a competência, visto que esta é fixada no momento do registro ou
da distribuição da petição inicial, como preconiza o artigo 43 do CPC/2015 (TST. SDI-II.
CC-9953-02.2019.5.00.0000, rel. Min. Maria Helena Mallmann, julgado em 06.10.2020, In-
formativo TST nº 226).
É competente a Justiça do Trabalho para julgar mandado de segurança contra ato de juiz
do trabalho que exorbita de sua competência e decide matéria alheia à sua jurisdição
(TST. SDI-II. RO-1001657-22.2016.5.02.0000, rel. Min. Maria Helena Mallmann, julgado em
18.08.2020, Informativo TST nº 223).
ATENÇÃO!
A Justiça do Trabalho é competente para apreciar e julgar ação civil pública objetivando
que o município implemente políticas públicas constitucionalmente previstas para pre-
venir e erradicar o trabalho infantil.
(TST. SDI-I. E-RR-44-64.2013.5.09.0009, red. p/ acórdão Min. Alberto Luiz Bresciani de Fon-
tan Pereira, julgado em 06.08.2020, Informativo TST nº 222).
6 CAVALCANTE, Márcio André Lopes. A Justiça do Trabalho pode executar contribuições sociais mesmo que re-
lacionadas com sentenças anteriores à EC 20/98. Buscador Dizer o Direito, Manaus. Disponível em: <https:/ /www.bus-
cadordizerodireito.com.br/jurisprudencia/detalhes/a3c36d0c741ddabbdb44b35a4fbebcb4>. Acesso em: 11/04/2021.
24
RETROSPECTIVA
TST - COMENTADO
A Justiça do Trabalho é competente para julgar matéria que envolva os efeitos da read-
missão de empregados anistiados, com fundamento nos artigos 471 da CLT e na Lei nº
8.878, de 1994, inclusive em relação à reinclusão desses trabalhadores no plano de previ-
dência complementar. No caso, não se aplicam os precedentes RE 586453 e RE 583050, de
repercussão geral reconhecida, firmados pelo STF, porque a questão não se refere à com-
plementação ou reajuste de benefícios instituídos pela entidade de previdência privada,
mas sim a questões trabalhistas (TST. SDI-I. ED-RR-11421-44.2015.5.01.0022, rel. Min. Luiz
Philippe Vieira de Mello Filho, julgado em 18.06.2020, Informativo TST nº 220).
O Tribunal Pleno detém competência para estabelecer súmulas e julgar reclamações, nos
termos dos incisos VII e XI do art. 75 do RITST, respectivamente, do que resulta sua com-
petência para julgar reclamação que tiver como causa de pedir alegada inobservância de
súmula por ele estabelecida, visto ser o órgão colegiado cuja autoridade se pretende garan-
tir, conforme previsto no art. 210, parágrafo 2º, do RITST (TST. Tribunal Pleno. Rcl 1000623-
61.2019.5.00.0000, rel. Min. Márcio Eurico Vitral Amaro, julgado em 01º.06.2020, Informativo
TST nº 220).
A SDI-II do TST suscitou conflito negativo de competência ao apreciar ação rescisória re-
lativa a acórdão da TRT 12ª Região em ação acidentária, proposta e sentenciada na Justiça
Comum, em data anterior à promulgação da EC nº 45, de 2004. Para o TST, a competência
para apreciar o caso é da Justiça Comum, e não da Justiça do Trabalho (TST. SDI-II. RO-
96700-68.2009.5.12.000, rel. Min. Douglas Alencar Rordrigues, julgado em 19.05.2020, Infor-
mativo TST nº 219).
A Justiça do Trabalho NÃO tem competência para processar e julgar ações penais7 (STF.
Plenário. ADI 3684, rel. Min. Gilmar Mendes, julgado em 11.05.2020).
Compete à Justiça comum julgar conflitos entre Município e servidor contratado depois da
CF/88, ainda que sem concurso público, pois, uma vez vigente regime jurídico-administra-
tivo, este disciplinará a absorção de pessoal pelo poder público. Logo, eventual nulidade
do vínculo e as consequências daí oriundas devem ser apreciadas pela Justiça comum, e
7 CAVALCANTE, Márcio André Lopes. Justiça do Trabalho não tem competência penal. Buscador Dizer o
Direito, Manaus. Disponível em: <https://www.buscadordizerodireito.com.br/jurisprudencia/detalhes/3c5be63
28b5f6a0a5980341230b8ac05>. Acesso em: 11/04/2021
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RETROSPECTIVA
TST - COMENTADO
não pela Justiça do Trabalho8 (STF. Plenário. ARE 1.179.455 AgR/PI, rel. Min. Rosa Weber,
red. p/ acórdão Min. Roberto Barroso, julgado em 05.05.2020, Informativo STF 976).
A Justiça do Trabalho possui competência para julgar causa envolvendo servidora, no-
meada para cargo em comissão de livre nomeação e exoneração, cuja relação de trabalho
é regida pela CLT (TST. 7ª Turma. RR-201-78.2018.5.12.0041, rel. Min. Cláudio Mascarenhas
Brandão, julgado em 15.04.2020, Informativo TST nº 217).
ATENÇÃO!
A interpretação adequadamente constitucional da expressão “relação do trabalho” deve
excluir os vínculos de natureza jurídico-estatutária, em razão de que a competência da
Justiça do Trabalho NÃO alcança as ações judiciais entre o Poder Público e seus servidores.
Vale ressaltar também que o processo legislativo para edição da Emenda Constitucional
45/2004, que deu nova redação ao inciso I do art. 114 da Constituição Federal, é, do ponto
de vista formal, constitucionalmente hígido (não houve qualquer inconstitucionalidade
formal)9 (STF. Plenário. ADI 3395, rel. Min. Alexandre de Moraes, julgado em 15.04.2020,
Informativo STF nº 984).
A Justiça do Trabalho NÃO possui competência para processar e julgar ação com a fina-
lidade de proibir a publicação, por jornais de grande circulação, de anúncios de empre-
go com cunho discriminatório (TST. 5ª Turma. RR-18200-11.2007.5.02.0008, rel. Des. Conv.
João Pedro Silvestrin, julgado em 11.03.2020, Informativo TST nº 216).
ATENÇÃO!
Compete à Justiça comum processar e julgar controvérsias relacionadas à fase pré-con-
tratual de seleção e de admissão de pessoal e eventual nulidade do certame em face da
Administração Pública, direta e indireta, nas hipóteses em que adotado o regime celetis-
ta de contratação de pessoal10 (STF. Plenário. RE 960429/RN [Repercussão Geral – Tema
992], rel. Min. Gilmar Mendes, julgado em 04 e 05.03.2020, Informativo STF nº 992).
8 CAVALCANTE, Márcio André Lopes. Justiça comum deve julgar ação de servidor contratado depois da CF/88,
sem concurso público, contra Município, no qual ele cobra verbas trabalhistas decorrentes desta contratação. Bus-
cador Dizer o Direito, Manaus. Disponível em: <https://www.buscadordizer odireito.com.br/jurisprudencia/detalhes/
e0e2b58d64fb37a2527329a5ce093d80>. Acesso em: 11/04/2021
9 CAVALCANTE, Márcio André Lopes. Justiça do Trabalho não tem competência para julgar as causas instau-
radas entre o Poder Público e servidor que lhe seja vinculado por relação jurídico-estatutária. Buscador Dizer o Di-
reito, Manaus. Disponível em: <https://www.buscadordizerodireito.com.br/jurisprudencia/detalhes /1abf005ea3f957c-
5cb79941ab7707c11>. Acesso em: 11/04/2021
10 CAVALCANTE, Márcio André Lopes. Cabe à Justiça Comum (estadual ou federal) julgar ações contra concurso
público realizado por órgãos e entidades da Administração Pública para contratação de empregados celetistas. Bus-
cador Dizer o Direito, Manaus. Disponível em: <https://www.buscadordizerodireito.com.br/jurisprudencia/ detalhes/
cc8090c4d2791cdd9cd2cb3c24296190>. Acesso em: 11/04/2021
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RETROSPECTIVA
TST - COMENTADO
OJ nº 34 da SDC do TST.
É desnecessária a homologação, por Tribunal Trabalhista, do acordo extrajudicialmente
celebrado, sendo suficiente, para que surta efeitos, sua formalização perante o Ministério
do Trabalho (art 614 da CLT e art. 7º, inciso XXXV (*), da Constituição Federal).
24. Ação Trabalhista. Sujeitos. Causa. Objetivo. Classificação. Condições de seu exercício.
25. Atos, termos e prazos processuais. Nulidades. 26. Dissídio individual de trabalho. Pro-
cesso e procedimentos. Prazos. Exceções. Nulidades. Recursos. Execução. Prescrição. Prer-
rogativas da Fazenda Pública. Aplicação subsidiária do Código de Processo Civil. Comissão
de Conciliação Prévia.
São devidos honorários advocatícios nos dissídios coletivos. A Lei nº 13.467, de 2017, ape-
sar de não mencionar, no artigo 791-A da CLT, os dissídios coletivos, objetivou, por meio
desse dispositivo, uniformizar os honorários advocatícios sucumbenciais no Processo do
Trabalho, sem distinção entre ações individuais e coletivas para fins de incidência da refe-
rida verba (TST. SDC. RO-314-31.2018.5.13.0000, rel. Min. Dora Maria da Costa, julgado em
16.11.2020, Informativo TST nº 229).
Os honorários de sucumbência devem ser calculados sobre o valor dado à causa apenas
quando não for possível mensurar o proveito econômico obtido com a condenação. Se é
possível medir o proveito econômico que será obtido pela parte (ex.: condenação ao reco-
lhimento e repasse de contribuição sindical), deverá ser essa a base de cálculo dos honorá-
rios (TST. 1ª Turma. RR-432-67.2018.5.07.0034, rel. Min. Hugo Carlos Scheuermann, julgado
em 28.10.2020, Informativo TST nº 228).
A comprovação a que alude o artigo 790, §4º, da CLT11 pode ser feita mediante a simples
declaração da parte (TST. 7ª Turma. ARR-2002026-92.2018.5.02.0055, rel. Min. Cláudio Mas-
carenhas Brandão, julgado em 14.10.2020, Informativo TST nº 227).
11 CLT, art. 790, §4º. O benefício da justiça gratuita será concedido à parte que comprovar insuficiência de recur-
sos para o pagamento das custas do processo.
27
RETROSPECTIVA
TST - COMENTADO
Para a 4ª Turma do TST, havendo intimação em paralelo pelo Diário Oficial e pelo sistema
do PJe, deve prevalecer, para efeito de contagem de prazo processual, a intimação feita
pelo sistema PJe (TST. 4ª Turma. RR-175-33.2017.5.19.0005, rel. Min. Alexandre Luiz Ramos,
julgado em 29.09.2020, Informativo TST nº 226).
Não são devidos honorários advocatícios sucumbenciais nas ações trabalhistas ajuizadas
antes da vigência da Lei nº 13.467, de 2017 (Reforma Trabalhista), mesmo se a decisão foi
proferida antes da edição da IN TST nº 41, de 2018 (TST. SDI-II. RO-11432-80.2018.5.03.000,
rel. Min. Alexandre de Souza Agra Belmonte, julgado em 06.10.2020, Informativo TST nº 226).
O prazo do artigo 800 da CLT tem natureza PRECLUSIVA, de modo que, não tendo a parte
exercido seu direito de opor exceção de incompetência territorial na forma e no interreg-
no ali previstos, prorroga-se a competência territorial do juízo em que proposta a ação
(TST. SDI-II. CC-10467-93.2019.5.15.0013, rel. Min. Luiz José Dezena da Silva, julgado em
22.09.2020, Informativo TST nº 225).
Não há violação aos artigo 23 e 24 da Lei nº 8.906, de 1994 (Estatuto da OAB), na decisão
que indeferiu honorários de sucumbência à advogado empregado de sociedade de eco-
nomia mista, pois a regra do artigo 21 do Estatuto da OAB, que assegura honorários de
sucumbência nas causas em que for parte o empregador, foi relativizada pelo artigo 4º da
Lei nº 9.527, de 1997, o qual afastou a aplicação do dispositivo aos advogados da Admi-
nistração Pública Direta e Indireta da União, dos Estados, do Distrito Federal e dos Municí-
pios (TST. SDI-II. RO-2570-72.2011.5.10.0000, rel. Min. Delaíde Miranda Arantes, julgado em
01º.09.2020, Informativo TST nº 224).
28
RETROSPECTIVA
TST - COMENTADO
Não viola os artigos 5º, incisos X (direito à intimidade e vida privada) e XII (inviolabilidade do
sigilo da correspondência), da Constituição Federal o acesso e a utilização, pelo emprega-
dor, do conteúdo do e-mail corporativo. Isso porque o e-mail corporativo ostenta a nature-
za jurídica de ferramenta de trabalho. Daí porque é permitido ao empregador monitorar e
rastrear a atividade do empregado em e-mail corporativo, isto é, checar as mensagens, tan-
to do ponto de vista formal (quantidade, horários de expedição, destinatários etc.) quanto
sob o ângulo material ou de conteúdo, NÃO se constituindo em prova ilícita a prova assim
obtida (TST. 4ª Turma. RR-1347-42.2014.5.12.0059, rel. Min. Alexandre Luiz Ramos, julgado
em 23.06.2020, Informativo TST nº 221).
A 4ª Turma do TST entendeu ser lícita a gravação de conversa telefônica feita por ter-
ceiro, com autorização de um dos interlocutores, sem o conhecimento do outro, quan-
do ausente causa legal de sigilo ou de reserva da conversação (TST. 4ª Turma. RR-281-
72.2016.5.10.0104, rel. Min. Alexandre Luiz Ramos, julgado em 06.05.2020, Informativo TST
nº 218).
NÃO se conhece de recurso interposto com assinatura digital de advogado sem procura-
ção nos autos, revelando-se inexistente o ato praticado por irregularidade de representa-
ção. A concessão do prazo de 5 (cinco) dias para a parte recorrente sanar o vício, consoante
o item II da Súmula nº 383 do TST, só é cabível quando verificada irregularidade no instru-
mento de procuração ou substabelecimento que já consta nos autos (TST. SDI-II. AIRO-154-
29
RETROSPECTIVA
TST - COMENTADO
A 6ª Turma do TST entendeu que opor à parte litigante óbice à análise reconvencional por
mera ausência de repetição formal ou pedido ao final da peça processual é conduta que
não encontra respaldo no CPC/2015, cuja tendência é a desvalorização do excessivo rigor
formal para o maior prestígio da apreciação do mérito da questão litigiosa (TST. 6ª Turma.
RR-716-17.2017.5.140131, rel. Min. Kátia Magalhães Arruda, julgado em 22.04.2020, Informa-
tivo TST nº 217).
Para o TST, a juntada de pesquisa feita junto ao SERASA apenas revela a existência de pen-
dências financeiras, não se prestando a demonstrar, de forma inequívoca, fragilidade eco-
nômica de pessoas jurídicas (TST. 3ª Turma. RR-1000558-91.2017.5.02.0255, rel. Min. Alexan-
dre de Souza Agra Belmonte, julgado em 24.03.2020, Informativo TST nº 216).
ATENÇÃO!
Mesmo após a Lei nº 13.467, de 2017 (“Reforma Trabalhista”), a simples afirmação do
reclamante de que não tem condições financeiras de arcar com as despesas do pro-
cesso autoriza a concessão da justiça gratuita à pessoa natural (TST. 2ª Turma. RR-340-
21.2018.5.06.0001, rel. Min. José Roberto Freire Pimenta, julgado em 19.02.2020, Informa-
tivo TST nº 215).
30
RETROSPECTIVA
TST - COMENTADO
II - Para os efeitos do item anterior, é essencial que o signatário ao menos declare-se exer-
cente do cargo de procurador, não bastando a indicação do número de inscrição na Ordem
dos Advogados do Brasil.
A celebração de acordo sem ressalvas, com o fim de encerrar movimento paredista, afasta
o interesse processual, em dissídio coletivo, de ver declarada a abusividade da greve, con-
figurando a hipótese do art. 485, VI, do CPC/2015. Assim, não havendo, no acordo entabula-
do, manifestação expressa quanto ao interesse no exame da legalidade da greve, o processo
deve ser extinto sem resolução de mérito.
(TST. SDC. RO-240-16.2017.5.20.0000, rel. Min. Maurício Godinho Delgado, red. p/ acórdão
Min. Aloysio Corrêa da Veiga, julgado em 09.03.2020, Informativo TST nº 216).
OJ 05 da SDC do TST.
Em face de pessoa jurídica de direito público que mantenha empregados, cabe dissídio co-
letivo exclusivamente para apreciação de cláusulas de natureza social. Inteligência da Con-
venção nº 151 da Organização Internacional do Trabalho, ratificada pelo Decreto Legislativo
nº 206/2010.
29. Fase decisória. Estrutura da Sentença. Requisitos Formais. Efeitos. Coisa julgada formal
e material.
Ao formular pedidos com valores líquidos na petição inicial, sem registrar qualquer res-
salva, o autor limita a condenação a esses parâmetros, a teor do disposto no artigo 492 do
CPC de 2015 (TST. SDI-I. E-RR-ED-1813-26.2010.5.06.0000, rel. Min. Alberto Luiz Bresciani de
Fontan Pereira, julgado em 21.05.2020, Informativo TST nº 219).
31
RETROSPECTIVA
TST - COMENTADO
ATENÇÃO!
Súmula 303 do TST.
I - Em dissídio individual, está sujeita ao reexame necessário, mesmo na vigência da Constitui-
ção Federal de 1988, decisão contrária à Fazenda Pública, salvo quando a condenação não ul-
trapassar o valor correspondente a: a) 1.000 (mil) salários mínimos para a União e as respectivas
autarquias e fundações de direito público; b) 500 (quinhentos) salários mínimos para os Esta-
dos, o Distrito Federal, as respectivas autarquias e fundações de direito público e os Municípios
que constituam capitais dos Estados; c) 100 (cem) salários mínimos para todos os demais
Municípios e respectivas autarquias e fundações de direito público.
II – Também não se sujeita ao duplo grau de jurisdição a decisão fundada em:
a) súmula ou orientação jurisprudencial do Tribunal Superior do Trabalho;
b) acórdão proferido pelo Supremo Tribunal Federal ou pelo Tribunal Superior do Trabalho
em julgamento de recursos repetitivos;
c) entendimento firmado em incidente de resolução de demandas repetitivas ou de assun-
ção de competência;
d) entendimento coincidente com orientação vinculante firmada no âmbito administrativo
do próprio ente público, consolidada em manifestação, parecer ou súmula administrativa.
III - Em ação rescisória, a decisão proferida pelo Tribunal Regional do Trabalho está sujeita
ao duplo grau de jurisdição obrigatório quando desfavorável ao ente público, exceto nas
hipóteses dos incisos anteriores.
IV - Em mandado de segurança, somente cabe reexame necessário se, na relação proces-
sual, figurar pessoa jurídica de direito público como parte prejudicada pela concessão da
ordem. Tal situação não ocorre na hipótese de figurar no feito como impetrante e terceiro
interessado pessoa de direito privado, ressalvada a hipótese de matéria administrativa.
30. Sistema Recursal trabalhista. Espécie de Recursos. Pressupostos. Efeitos. Juízos de Ad-
missibilidade.
Não cabe recurso de revista em face de acórdão em que se julgou o incidente de unifor-
mização de jurisprudência, o qual somente comporta embargos de declaração (TST. 3ª
Turma. RR-484-55.2016.5.10.0000, rel. Min. Alexandre de Souza Agra Belmonte, julgado em
25.11.2020, Informativo TST nº 230).
O Agravo Interno tem por escopo submeter ao colegiado o exame de decisão unipessoal
do relator, tratando-se de apelo interposto no âmbito do próprio tribunal, que não gera
32
RETROSPECTIVA
TST - COMENTADO
ATENÇÃO!
É inconstitucional o § 5º do artigo 896-A da CLT, que dispõe ser “irrecorrível a decisão
monocrática do relator que, em agravo de instrumento em recurso de revista, considerar
ausente a transcendência da matéria”, admitindo-se, no caso concreto, a interposição
de agravo interno contra a decisão monocrática do relator que denegou seguimento
ao agravo de instrumento em recurso de revista, por ausência de transcendência da
causa. O Regimento Interno de Tribunal Regional do Trabalho, ao estabelecer como
pressuposto de admissibilidade recursal o recolhimento das custas processuais,
acaba por impor exigência que NÃO encontra amparo legal (TST. Tribunal Pleno. Ar-
gInc-10000845-52.2016.5.02.0461, rel. Min. Cláudio Mascarenhas Brandão, julgado em
06.11.2020, Informativo TST nº 228).
A ré interpôs recurso de revista, o qual não foi admitido por intempestividade. Posterior-
mente, apresentou contrarrazões ao recurso de revista do autor e, também, recurso de re-
vista adesivo. Esse recurso de revista adesivo NÃO é admissível, pois operada a preclusão
consumativa. Como a parte já exerceu seu direito (intempestivamente) de se insurgir contra
o acórdão regional, o conhecimento do recurso adesivo violaria o princípio da unirrecor-
ribilidade (TST. 7ª Turma. Ag-ARR-1734-91.2013.5.15.0032, rel. Min. Cláudio Mascarenhas
Brandão, julgado em 30.09.2020, Informativo TST nº 226).
Por força da IN TST nº 41, de 2018, a substituição do depósito recursal por fiança bancária
ou seguro garantia judicial só tem aplicação nos recursos interpostos contra as decisões
proferidas a partir de 11.11.2017 (entrada em vigor da Reforma Trabalhista) (TST. 2ª Turma.
RR-176200-26.2009.5.03.0004, rel. Min. Maria Helena Mallmann, julgado em 23.09.2020, In-
formativo TST nº 225).
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TST - COMENTADO
terminação tenha sido expedida antes da revogação do mencionado dispositivo legal pela
Lei nº 13.467, de 2017 (TST. Órgão Especial. MS-1000026-29.2018.5.00.000, rel. Min. Breno
Medeiros, julgado em 14.09.2020, Informativo TST nº 225).
Não configura a hipótese prevista no artigo 966, §2º, inciso II, do CPC a decisão que conhe-
ce agravo de instrumento e afirma a correção da decisão denegatória de seguimento do
recurso de revista. O acórdão não tem efeito substitutivo da decisão proferida pelo TRT de
origem, voltada à solução da causa, revelando-se equivocada a compreensão de que o não
provimento do agravo de instrumento impediu o exame do recurso de revista, pois, na
verdade, atingiu a finalidade para o qual foi disciplinado, ou seja, decidiu sobre o acerto
da decisão que trancou o recurso de revista (TST. SDI-II. AR-10000914-95.2018.5.00.0000, rel.
Min. Luiz José Dezena da Silva, julgado em 02.09.2020, Informativo TST nº 224).
A 5ª Turma do TST, com fulcro no princípio da celeridade, entendeu que é possível conceder
efeito modificativo a embargos de declaração opostos em razão de posterior decisão do
STF, em sentido oposto, firmada em recurso extraordinário com repercussão geral (TST. 5ª
Turma. ED-ED-RR-544-68.2014.5.06.0013, rel. Min. Breno Medeiros, julgado em 17.06.2020,
Informativo TST nº 221).
Configura-se a deserção quando o recorrente, apesar de ter feito o recolhimento das cus-
tas e do depósito recursal tempestivamente, deixa de comprová-lo dentro do prazo alusi-
vo ao recurso (TST. SDI-I. E-ED-ED-RR-11105-22.2015.5.03.004, rel. Min. José Roberto Freire
Pimenta, julgado em 18.06.2020, Informativo TST nº 220).
Deve ser assegurado, amplamente, o direito à sustentação oral nos processos que retor-
nam a julgamento do STF para juízo de retratação, na forma da Lei nº 11.418, de 2016 (re-
percussão geral do recurso extraordinário), seja ele positivo ou negativo (TST. SDI-I. E-RR-
-ED-1813-26.2010.5.06.0000, rel. Min. Alberto Luiz Bresciani de Fontan Pereira, julgado em
21.05.2020, Informativo TST nº 219).
O não conhecimento do recurso principal, ainda que pela apreciação de seus pressupostos
intrínsecos, não autoriza o conhecimento do recurso adesivo. A inversão da ordem de jul-
gamento implica possível violação do artigo 500, inciso III, do CPC/73 (artigo 977, §2º, do
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RETROSPECTIVA
TST - COMENTADO
CPC) (TST. 2ª Turma. RR-2381-20.2012.5.18.0006, rel. Min. Delaíde Miranda Arantes, julgado
em 28.04.2020, Informativo TST nº 217).
ATENÇÃO!
OJ nº 334 da SDI-I do TST.
Incabível recurso de revista de ente público que não interpôs recurso ordinário voluntário
da decisão de primeira instância, ressalvada a hipótese de ter sido agravada, na segunda
instância, a condenação imposta.
ATENÇÃO!
É inadequada a aplicação da Taxa Referencial (TR) para a correção monetária de
débitos trabalhistas e de depósitos recursais no âmbito da Justiça do Trabalho.
Devem ser utilizados na Justiça Trabalhista os mesmos índices de correção monetária
vigentes para as condenações cíveis em geral: o Índice Nacional de Preço ao Consumidor
Amplo Especial (IPCA-E), na fase pré-judicial, e, a partir da citação, a taxa referencial do
Sistema Especial de Liquidação e Custódia (SELIC)12.
(STF. Plenário. ADC 58/DF, ADC 59/DF, ADI 5867/DF e ADI 6021/DF, rel. Min. Gilmar Mendes,
julgado em 18.12.2020, Informativo STF nº 1003).
12 CAVALCANTE, Márcio André Lopes. É inconstitucional a previsão da TR como índice de correção monetária
dos débitos trabalhistas e dos depósitos recursais no âmbito da Justiça do Trabalho. Buscador Dizer o Direito, Ma-
naus. Disponível em: <https://www.buscadordizerodireito.com.br/jurisprudencia/detalhes/ef48e3ef07e359006f7869b0
4fa07f5e>. Acesso em: 11/04/2021
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TST - COMENTADO
líquido e certo do executado (TST. SDI-II. RO-1237-68.2018.5.09.0000, rel. Min. Delaíde Mi-
rante Arantes, julgado em 20.10.2020, Informativo TST nº 227).
ATENÇÃO!
É válida, e deve ser aplicada, lei municipal editada com o objetivo de disciplinar o pa-
gamento de obrigações de pequeno valor constituídas após a sua vigência, mesmo que
editada após o prazo estabelecido no artigo 97, §12, do ADCT (TST. 8ª Turma. RR-11868-
06.2015.5.15.0034, rel. Min. Dora Maria da Costa, julgado em 07.10.2020, Informativo TST
nº 226).
ATENÇÃO!
Em regra, sociedades de economia mista que desenvolvem atividade econômica em
regime concorrencial NÃO se beneficiam do regime de precatórios, previsto no artigo
100 da Constituição. Excepcionalmente, porém, caso preste seus serviços em regime
não concorrencial, como é o caso da SPTrans, é possível que as sociedades de economia
mista se beneficiem da execução pelo regime de precatório (TST. 4ª Turma. RR-261000-
58.2000.5.02.0059, rel. Min. Guilherme Augusto Caputo Bastos, julgado em 29.09.2020, In-
formativo TST nº 226).
ATENÇÃO!
As empresas prestadoras de serviço público essencial em regime de monopólio
sem fins lucrativos gozam das prerrogativas da Fazenda Pública (TST. 5ª Turma. Ag-
-RR-1572-32.2017.5.13.0026, rel. Min. Breno Medeiros, julgado em 03.06.2020, Informativo
TST nº 220).
NÃO é cabível o manejo de mandado de segurança para impugnar decisão que suspendeu
a execução de título judicial, em obediência a provimento cautelar emanado do Supremo
Tribunal Federal em questão gravada de repercussão geral. A determinação de suspensão
da execução definitiva, exarada no bojo da decisão de extinção, sem resolução do méri-
to, dos embargos à execução, pode ser impugnada por meio da interposição de AGRAVO
DE PETIÇÃO, não sendo adequada a utilização do mandado de segurança (TST. SDI-II. RO-
21653-61.2019.5.04.000, rel. Min. Douglas Alencar Rodrigues, julgado em 09.06.2020, Infor-
mativo TST nº 220).
A 4ª Turma do TST entendeu ser cabível agravo de petição contra decisões que rejeitam
a exceção de pré-executividade, ainda que possuam natureza interlocutória (TST. 4ª Tur-
ma. ARR-19700-68.1986.5.02.0002, rel. Min. Guilherme Augusto Caputo Bastos, julgado em
13.05.2020, Informativo TST nº 218).
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TST - COMENTADO
É possível a correção de erros de cálculo a qualquer tempo pelo juiz, de ofício ou a requeri-
mento, providência que não viola a coisa julgada e não está sujeita ao regime da preclusão.
(TST. 8ª Turma. ARR-1571600-76.2004.5.09.0006, rel. Min. Maria Cristina Irigoyen Peduzzi, jul-
gado em 12.02.2020, Informativo TST nº 215).
OJ nº 28 da SDI-I do TST.
Incide correção monetária sobre as diferenças salariais dos servidores das universidades
federais, decorrentes da aplicação retroativa dos efeitos financeiros assegurados pela Lei nº
7.596/87, pois a correção monetária tem como escopo único minimizar a desvalorização da
moeda em decorrência da corrosão inflacionária.
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TST - COMENTADO
com o título executivo judicial; e c) o critério legal aplicável ao débito não tenha sido objeto
de debate nem na fase de conhecimento, nem na fase de execução.
ATENÇÃO!
OJ nº 8 do Tribunal Pleno do TST.
Em sede de precatório, por se tratar de decisão de natureza administrativa, não se aplica o
disposto no art. 1º, V, do Decreto-Lei nº 779, de 21.08.1969, em que se determina a remessa
necessária em caso de decisão judicial desfavorável a ente público.
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TST - COMENTADO
A ausência de juntada das razões de voto vencido no acórdão recorrido que julgou o plei-
to rescisório gera a nulidade absoluta do ato de publicação da referida decisão, indepen-
dentemente da comprovação de prejuízo, diante do disposto no artigo 941, § 3º, do CPC
(TST. SDI-II. RO-80168-25.2018.5.22.0000, rel. Min. Evandro Pereira Valadão, julgado em
20.10.2020, Informativo TST nº 227).
O valor da causa atribuído à ação rescisória em que se pretende rescindir fração específi-
ca da coisa julgada deve ser fixado de maneira a corresponder ao exato alcance dos pedi-
dos submetidos ao corte rescisório. Em outras palavras, nas situações em que o reclamante
sucumbiu em parte no julgamento da reclamação trabalhista, o valor da causa deve obser-
var o montante pecuniário dos direitos inscritos nos capítulos da decisão que se pretende
desconstituir, sob pena de se atribuir à parte ônus pecuniário excessivo e desproporcional,
decorrente da ampliação indevida da base de cálculo para a realização do depósito prévio
(TST. SDI-II. RO-10102-78.2013.5.1.01.0000, rel. Min. Maria Helena Mallmann, red. p/ acórdão
Min. Douglas Alencar Rodrigues, julgado em 13.10.2020, Informativo TST nº 227).
É cabível a impetração de habeas corpus contra decisão que determinou retenção de pas-
saporte, por se tratar de ato que viola diretamente o direito de locomoção (TST. SDI-II. RO-
8790-04.2018.5.15.0000, rel. Min. Evandro Pereira Valadão Lopes, red. p/ acórdão Min. Luiz
Philippe Vieira de Mello Filho, julgado em 18.08.2020, Informativo TST nº 223).
A decisão que, antes de conceder prazo para regularização do depósito prévio, indefere a
petição inicial e extingue a ação rescisória, sem resolução de mérito, está em desacordo
com o princípio da primazia da resolução do mérito e com o que preceitua o artigo 321 do
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RETROSPECTIVA
TST - COMENTADO
CPC (oportunidade para emenda à inicial), o qual é aplicável à ação rescisória em virtude do
parágrafo único do artigo 318 do CPC (aplicação subsidiária do procedimento comum aos
procedimentos especiais) (TST. SDI-II. RO-107-24.2016.5.23.0000, rel. Min. Luiz José Dezena
da Silva, julgado em 23.06.2020, Informativo TST nº 220).
É INDEVIDA a extinção de ação civil pública, com pedido de tutela inibitória, unicamen-
te em razão do fechamento da filial da empresa no município em que proposta a de-
manda. É que o fechamento da filial não garante o encerramento definitivo da atividade
da empresa naquela localidade, podendo haver reiteração do ilícito (TST. 7ª Turma. RR-
10115-03.2015.5.03.0178, rel. Min. Cláudio Mascarenhas Brandão, julgado em 27.05.2020,
Informativo TST nº 219).
O sindicato tem legitimidade ativa para pleitear horas extras decorrentes da (des)carac-
terização do cargo de seus substituídos como de confiança bancária (artigo 224, §2º, da
CLT), qualificando-se a questão como direito individual homogêneo (TST. 7ª Turma. RR-
1878-59.2014.5.10.0003, rel. Min. Cláudio Mascarenhas Brandão, julgado em 22.04.2020, In-
formativo TST nº 217).
É possível a imposição de tutela inibitória em ação civil pública proposta pelo Ministé-
rio Público do Trabalho para coibir que os reclamados fundem, criem, gerenciem ou par-
ticipem de qualquer cooperativa fraudulenta, não implicando em afronta aos direitos
constituconais de liberdade de associação e de presunção de inocência (TST. SBDI-I. Ag-E-
-RR-163400-88.2009.5.02.0037, rel. Min. Maria Cristina Irigoven Peduzzi, red. p/ acórdão Min.
Cláudio Mascarenhas Brandão, julgado em 12.03.2020, Informativo TST nº 216).
NÃO é cabível o manejo de mandado de segurança para impugnar decisões que indeferi-
ram os pedidos de mediação e de reconsideração formulados pelo sindicato impetrante
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TST - COMENTADO
OJ nº 21 da SDI-II do TST.
É incabível ação rescisória para a desconstituição de sentença não transitada em julgado
porque ainda não submetida ao necessário duplo grau de jurisdição, na forma do Decreto-
Lei nº 779/69. Determina-se que se oficie ao Presidente do TRT para que proceda à avocatória
do processo principal para o reexame da sentença rescindenda.
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