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LEONARDO GRECO

quetlErcr narureza", tambénr incluÍda no roi dos procedimentosde jurisdição


do ax. 7 75 (inc. VIII ), e tarnbem no procedimento probatório da j usrifica-
381, g 5.")
i¡ A todos os procedimentos de jurisdição voluntária se aplicam as disposiçöes
desle capitul),assim como todas as demais disposições codificadas constantes
Doutor em Direùò pela ü5p Geral, e ainda as relafivas ao procedimento comurn, ao curqprirnento de
Professor , djunrodäUERI. aos processos nos triìbunais e aos recursos, salvo se incompaúveis com as

carâctensticas b¿ísícas, porque, de qualquer rnodo, ajurisdição voluntária exer.
]ltízes e uiburg.is i.ntegra a jurisdição civil, regulada pelo processo civil, que
disciplinado e interpretado conforme os valores e as qormas fundamen-
cPc/2ors
na Consriruição da República Federativa do Brasil, observando-se
tftulo u . cAPfTUtO XV deste Cédigol' (art. l.')
DOs PROCEDIMENTOS ESPECÍAIS DE EOsgñOCEDIMENTOS EE
JUR|SDtçÃovof.uNIARA Em algrrns eapÍtulos do Código o legislador faz mer,rção expressa à incidência
IþTUNTÁRA
CAPíTULO nonar¡s tâmbéursobre ajurisdição voluntária e estabeleceu¡na oü outra regra
I
Seç€o I
DAS DSPOSTçOE5 cERAfS a ela apLicáne!., como ocorre, por exemplo, no art. 88, sobre a distribuição das
tsposiçôes Gerais
A chamada juriSdiçäo voluûtária abrange rodo3
processûais. Mas ki muitas
lacunas, que a doutrina e a jurisprudência rive-
os Procedimen[os terão depreencher; como, por exemplo, em relação aos honorários da sucum-
se caractertzam
Pela ausência de lirigiosidade e pela inexistênciâ de partes
resses inici;almente antagônicos. Dourina , sobre os quais, tal como na vigência do Código anterior, o entendimento pa-
tradicional proclamava an atuteza foi o de que normalmente nesses procediinentos não incideÌn tais honorários,
tradva desses procedlmentos, n¡as tem sido crescente
o entendimento em lavor se no seu curso surgir litígio em que dois ou mais interessados se coloquem em
natureza jurisdicional, nãosó pelasua afibuição aosþrzes,
mas antagônicas, de tal modo que a decisão venha a ser favorável a uns e desfa-
diferentemente do que ocotre no exercÍcio da
fu nçao administrativa, o Estado, a outros, caracterizar,rdo, então a sucumbência ensejadora da incidência dos
risdição voluntária, apesar d.a inexistência de litÍgio,
não atua na rutela de um
se geral da coletividade ou no interessé
dele préprio, mas'especifi camente na
assistencial dos interæses dos parciculares, qle
sâo os indivíduos sobre os
Embora tenha um tÍtulo especÍfico sobre a jurisdição voluntária no Livro o I{
os seus provimentos, o que é dpico do de Processo Civil de 1973 tambem regula algunsprocedimeûtos dessa natu-
exercício da função jurisdicional.
no Liwo III, sobre o processo cautelar, como os ptotestos, notificaçÕes e interpe-
Há na jurisdição voiuntária procedimentos em que os únicos a justifrcação, a posse em nome do nascituro e a homologação do penhor legal.
provimento jurisdicional pleiteado em comum
são os próprios requerentes
próprio requerente, como no divórcio consensual cPcl1973 cPc/201 5
ou no pedido de alvará para
de imóvel de incapaz. Há outros em que,
enabora haja outros inæressados, que Lto¡. QuaruCo erte Código não esta-
a ser destinatários do provimento
Ft. Arl,7'19. Quando este Código não esta-
.¡urisdicional , não é possÍvel ou previsível þlecer procedimento especial, regem a belecer procedimento especial, regem os
provimento venha a causar qualquer prejuizo
aos seus interesses, como nas utisdiçåo voluntária as disposiçöes cons- procedimentos de jurisdição voluntária
çÕes ou nas retificações de registros públicos. Þntes deste Capítulo. as disposiçôes constantes desta Seção.
O novo Código, como o anterior, d.á aos
procedimenros de jurisdição vo A redaçâo é idêntica à do art. I. 103 dÐ CPC/1973. Tal como aquele, o novo Có-
um tratamento comum, apliciávei a todos
eles, estejam eles previstos ou regulou naseção dedicada às disposiçoes gerais dajurisdição voluntária as regras
próprio Código ou em ourras leis, e regula especificamente procedi.&ento aplicáveis a todos os institutos por ela abrangidos. Essas regras e
aiguns
neste CapÍtulo XV do TÍtulo III do Livro
I da Parte Especial. Alem da procedimentos se aplícam a todos os procedimentos de jurísdição voluntária
outros procedimenros de jurisdiçao volunÉria
em leis especiais, corno a Lei tribunais, estejam eles ou não expressamente regulados como tal
gistros Públicos e mais recenlemente
â lei sobre mediação (Leí I3.L40/2015)
, exceto se houver disposiçÕes especÍficas em outros capÍtulos do Código
de inclusão da pessoa com deficiência (Leí13.L46/2015),
o próprio C(tdígo os outras Ieis que {isponham de modo diverso
em algumas outras disposiçoes, como
, por exemplo, no art. 515, III, em que ; Por
como útulo execudvo ,,a força do princÍpio da legalidade, inscrito no art. 37, caput, da Cf; e a iei que
iudicial Geclsao homologatória de autocomposição
os procedimentos de jurisdição voluntária, como atividade assistencial do
1742
1743
BRIVES L'OIMENlÁRIO5 AO NIO\/O CÓDICO DE PROCE5SO CJVIL
r!
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Estado que poe os seus órgãos jurisdi.cio nais à disposição dos cidad;ãos (att. 4,o) e a hornologação judiciai da media,ção
para extrajudicial ou pfé-
aprovar, homoiogar, documentar ou comunicar atos da vida privada, (art. 20, parágrafo único). E na lei de inclusão da
meio de um sujeito independente e imparcial in teresses privados, pessoa com deficiência
ß.L16/?ßL5) o procedimenro sobrea denominada tomada de decisão apoiada,
te da existência de liugio. no a¡r. 116.
Nesre capítulo do Código estão previstos alguns plocedimentos (arb.
7I
Fora desse ca,prtulo encontram_se a justificaçäo (art. 38 1, 5."), h' cPc/1973 cPc/201 5
S o arro lamento
659 a 667) e a homologação do penhor legal (arts. 703 a7A6),aos quais 1.104.ç procedimento terá início por Art.72O. O procedimento terá início por
se aplicamas regras dos arts. 7L9 a7Z4 no que for cabÍvei- do interesiado ou do Minis- provocação do interessado; do Minis_
Desaparecem no ûovo Código alguns procedimentos de jurisdição Público, cabendo-Ìhes formular o tério Fúblico ou da Defensoria pública,
expressamente regulados no Código de Processo Civil de em requerirnento dirígido ao juiz, cabendo-lhes formular o pedido devi-
T973,a saber: a instrufdo com os documen-
nome do nascituro e a especialização da hipoteca legal. O primeir.o damente instruído com os documentos
fornou-se necessários e com á indicação da pro- necessários e com a indicação óa provÈ
tamente desnecessário em face da facilidade de acesso extrajudicial
a exames de judicia{. dêncía judicial.
ratório para a comprovaçào de gravidez. euanto ao acesso a essa pro'r'a
por
suposto pai., em face da negadva da mãe, fogeao âmbito da jurisdiçäo Este arrigo corresponde ao an. l. 104 do Cp ALg73 guardando a mesma
vo luntária , redação,
destinar a produzir p:rova em processo contencioso. Caso não exista acréscimo äpenas da Defensoria pública. lmponante ressaltar a adoção do prm-
a
lirigio fururo, estará suJeiro à justificação previsra no å 5.o do art. da inércia, segundo o qual os procedimentos de jurisdição voluntária, "salvo
æl previs tas em lei''.(art. 2. "), se instauram por iniciativa de um dos
as
Quanto à especializaçào da hipoteca legal, o Código Cir¡il de 2002 a legitimados
em várÍos casos (v art. Z.04O). Nos casos remanescenres (arrs. mencionados. Vedada está, portanto, como regra, a sua instauração pelo próprio
1.489 aL.49L o que éfundamental como garantia da imparcialidade do juü e do respeito à
titui verdadeira caução, como garantia de ressarcimento de dano futuro,
a ser das relaçoes privadas. Casos d.e jurisdtção volunrária promovida
dida no âmbito da rutela de urgência (ans.297 e 300, g l.') de ofÍcio,
se encontram nas alienaÇões judiciais (art. 730), na arrecadação
A todos os procedimentos de jurisdiçâo voluntária instituÍdos em da he,
outras jaceme (art. 738), de be.ns de ausentes (art.744) e
também se aplicam as disposiçÕes d.a presente Seçâo, se não contir,reremregras de coisas (art".746),
vagas
como na nomeação de curador provisório de pessoa com deficiência (Lei
a saber, sem pretender ser exaus tivo: à opÇâo de
nacionalidade (Cf; art. 1 09 46/2Ð,L5, art. 87)
nomeação de adr¡inisnador provisório de pessoa juridica (CC,art.49)
,à Como consequência da inércia, o dispositivo incumbe aos iegitimados
de gerente de empresa de titular incapaz pelo seu representante arivos a
ou assistenæ do pedido, o que sugere igualmente, com a ressalva das hipóteses
art.975), ao suprimento de consentimento d.os pais para casamento de ex-
de jnrisdlção ex oJficio, a adoção do princfpio da adstrição,
1 5i9), à aprovaçào de casamento
nuncuparivo (CC, art. I.54t) e à guarda de
que limita o
da jurisdiçâo ao pediclo e aos fundamentos propostos peio
requerida consensualmente pelos pais (CC, arr. 1.584, I) autor ou reque-
embora a quesião seja controvertida na doutrina. Sem
Em algumas leis especiais existem ouros casos. Assirn, porexemplo, duvida, h¿ disposiçoes
na de proteçäo a pessoas vulneráveis que conferem
ao juiz o poder de adotar a
Registros Publicos (Lei 6.015/1973): o registro de filho de brasilelro
mais adequada à efetivação dessa proteçâo . Veja-se, por exemplo,
Exterior (art.32, $ 2..), u retificaçâo, resauraÇão ou suprimento o an_
do Registro da Lei 8.069/1990 (Estaturo da Criança
e doAdo lescente). Como na fungibilida-
(arts. 109 e 110), a dúvida de registro de nascimento
fora do prazo legal Qrt execução (art.805) ou da tureia de urgência (arts.Z9T
e30I), parece-me que,
2.o),aakeração de nome (art. 57) , o registro de casanaento em casos, o que idendfica a demanda não é o pedido
irninente risco imediaro, a providência ju-
(art. 7 6), a justilicaçâo para assento de
óbito de pessoa desaparecida em mas o pedido mediaro, a proteção pelo meio mais adequado
inundaÇão, incêndio ou carásrrofe (art. gg) e a dúvida no e eficaz da
Registro de Imóveis da educação ou do bem-estar do assistido. Não se
trata, pois, de exceção à
L98-204). No Estaruto da Criança e do Adolescenre (Lei pois, de qualquer modo, a iniciariva coube ao interessado e
8.069/1990): a é a própria
em famÍlia substirura (arts. 2g e 165), os pedidos de adoçâo (art. lei
148-l1I e nesses casos, conJere ao juiz o poder
de a eLa dar resposta pelo meio que mais se
L97-E), os pedidos de guarda e tuteia, suprimento de capacidade à tutela do direiro material.
para o câsamento, designaçâo de curador especial,
cancelamento, retilicaÇ'.o Não se podeextrair d.esse dispositívo â ourorga de legítimidade aos sujeitos
primento dos registros de nascimento e óbiro (art. 148, parágrafo ou
único,a,c, nele mencionados para instaurar qualquer
procedimento de jurisdição volun-
o deferimenro de guarda provisória e de estágio
de convivência (art. 167) No caso dos ínteressødos, a legitimidade
na Lei s<¡bre mediação (Lei 13.140/201 5), se enconrram pode decorrer da titularidade da relaÇão
a desþação de a que corresponde a providênciajurisdicional
pleiteada ou da expressa pre-
1744
1745
BREVEs AO NOVO CÓDfGO DE PROCESSO CIVIL
'OMENTÁRfOS LEONARDO GRFCO

visão da iei, nas hipóteses em qu€ esra conftre a alguÊma faculdade de


reconheeidao na fornra da lei e àrs eneidad.es que presÎam assistência jurídica
juÍzo direrto aiheio (arts.1 7 e 18) .
eø,tæ-ãq de eonvêniss firnrados com a própria Defensoria pública.
Ao contrário do que pode parecer, o disposirivo ora comentado yepresenta algum necessitâdo, a legitirnidade
confere legitimidade ao Ministério Público para instaurar qualquer Quando não é propriamente da
mas do sujeito ern favor do qual atua, que deve ser
de jurisdiçao voluntária. O Código de Processo Civil de 1973, fl€l deyidamente qualifi-
e que figurará como s¡¡jeito,ativo na instauração do procedÍme¡¡to de
legaiidade estrita que deve reger a afi:Lação,dos órgaos do Estado, consagra
no
þrisdição
a regra de que o Ministério Público somente poderá ser autor de açÕes por
disposição legal. O advenr.o da Consrituiçâo de 88 modificou esse Quando attia na funçåo de curador especial (art. 72), o defensor público age em
funcoes insti.tucionais do Ministério Público, estão relacionadas nos arrs próprio na defæa de interesse alheio podendo propor açôes ou procedi.mentos
ao pleno exercicio dessa funçäo, em
da CarøMagna e na legislação infracorutitucional pertinente a essa S¡€ também deverá declinar a idenri_
7 5/ 1993 e Lei 8.625 / L993), destacando-se em r¡ratéria civila
do b'er,refi¡ciário.
defesa da ordem
ca, do regime democrático, dos interesses s ociais e individuais Após a €oredru:ição de BB a atuacâo d.a Defensoria priblica ganhou uma nova
promoção do respeito pelos Poderes públicos e pelos serviços de relevância exrravasando muito da simples assistência judiciária gratuira
aos necessÍ-
aos direitos assegurados na Constituição e a defesa dos di¡eitos e inre¡esses ALCB0/199+1he confere uma série de funçoes que não se referem necessaria-
pulaçoes indÍgenas. à defesajudicial de pessoa determinada em processo
determinado, como, por
(art. 4.q, coraa redaçâo daLC I32/20O9): promover
Nos limites necessários ao exercicio dessas funçoes, deve o Ministéri.o a soluçâo exrajudicial
(inc. Il);promovera aqâo ci"¡i{ pública e todas
ter legirimidade para prornover a instauração de procedirnenlos judiciais as espécies de açÕes capazes
adequada nrtela dos direitos difusos, coletivos ou individuais
sos ou não. É o que preconiza a att. L77 do Código. Entretanto, é de homogê-
"quando o resultado da demandil puder beneficiar grupo
que essa delimitação funcüonal é muito ampia e irrprecisa, pois poderia de pessoas hipossufi-
(inc. VII); impetrar mandado de segurança ou quaiquer
a simples invocação de um desses fundamentos propiciasse a outra ação em defe-
funções institucio[ais e prefrogarivas de seus órgãos
órgào do Minisrério Público em qualquer caso. A lei pode explicitar- e de execuÇão (inc. IX);
a n¡ais arnpla defesa dos direitos funda¡re¡ttais dos
te que o laça - sob que pressupostos se evidencia a legitimidade do Ministério necessitados. sendo
todas as espécies de açoes capazes de propiciar sua adequada
co.Eoqueocorre, por exemplo, na interdição, em que os arts, 748do (inc. X); exercer a defesa dos i¡teresses
e efeliva
1.768 do CC (este último alterado pela Lei 13.I + 6/20 15) conferem natur eza individuais e coletivos da criança e do
do idoso, da pessoa portadora de necessidades especiais,
diária a essa l.egiiimidade. limitando-a apenas a certos casos. De qualquer da mulher vl-
de violência domésdca e familiar e de ouros
se poderá recusar legitimidade ao Ministério público nos casos grupos sociais vulneráveis que
previstos proteção especial do Estado (inc. XI); executar e receber
se houver evidência de que a sua iniciativa atende à necessid.ade de as verbas sucum-
decorrentes de sua atuação (inc. XXI)
uma das suas fu nçÕes instii.ucionais estabelecidas na Constiruição, sob pena
No exercÍcio do direito de ação ou na promoção
de procedimento de jurisdição
em benefÍcio de pessoas de terminadas ou de grupos
especÍficos, ainda que
de pessoas de identidade não defínida, deverá o
defenso¡ público identi-
para que o juiz e os demais sujeitos eventualmente
exercicio das suas funçÕes instirucionais ou de algum modo ú[eis para o inreressados no procedi
possam constátar a caracterízaçã,o da
ou a instrução de açoes de natureza contenciosa, como ações civis públicas sua legitimidade. Se a sua iniciativa tíver
finalÍdade a d.efesa de interesse
de improbidade. da própria instituição, como nas hipóteses dos
IX e XXI acima citados, a legitimidade
Inova o Código com a concessão de legitimidadeà Defensoria pública,,à decorre da adequação da situaeão fático-
descrita à hipótese legalmente prevista.
Constituiçâo (art. I34) confere as funçoes de orientação ju,rÍdlca e defesa ' A inicial do procedimento de jurisdição voluntária
necessitados, assim considerados os que comprovarem insuficiência de recursoÊ aplicam-se os mesmos requi-
qualquer petição inicial no procedimento ôomum (art.31
art. 5.o, LXXIV). 7). A referência no
dæreanigo àjuntada de documentos e à indicação
da providência jurisdicional
Recorde-se que o Código, no art. 185, declaraquea Defensoria Pública
exernplificativa
a orientação jundica e a promoção,dos direitos humanos e a defesa,dos direiros
'A possibilidade de cumu Iaçào
r¡iduais e coletrvos dos necessirados ern todos os g¡aus eque o 3." do afi. L86 de pedido de jurisdição volunrária com outro de
t contenciosa é r.eforçada pelaregr¿r constante do 2.o
deu essas mesmas atribuiçöes aos escritórios de pnática ju.rÍdica das Ë do art. 327 , que facui-
no mesrto processo de pedidos a que correspondam pro cedimentos
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1747
BREVES COMENTÅRIOS AO NOVO CODIGO DE PROCESSO CfVIt
TEONARDO GRECO

diversos, desde que adotado pala todos o procedimento conrrunt, "sem de lirigio, t&n os req.ueridos o direiro de fornrular
todas as espécies d.e
emprego das técnicas processuais difer.enciadas previsas nos procedimentos ou de defesas, o que decorre das gamntiâs consLitucionais
inscritas no- inc.
a que se sujeitaJrx um ou mais pedidos curnulados, que não forem mcompatÍveis art. 5." da CF
as disposiçoes sobre o procedirnento comum".
Assírn, podern os. requeridos aduzir todos os fundamentos de u¡na verdadeira
Também a indicação do valor da causa deve ser observada na petiçâo (ær¡s. 33 5-336), propor exceções processuais
e substanciais, impugnar
procedimento, embora, na maioria dos casos, por não influir no procedimento odireito alegados pelo requerente , propor e produzir provas e
até formular
na competencia absoluta do juÍzo, nem na alçada recursal, trate-se de reconvencional (art. 343) .
ramente útil do ato processual, cuja inobservância resuitará em mera 'Em algtms procedimentos de jurisdiçâo volunniria,
não é previsto ou é vedado
sem consequêncías sobre a validade do processo. de rnanifesmção por parte do requerido. É o que
acontece nas notifì-
Quanto competência, aplicam-se as regras da parte geral do Código. Se
à e interpelaçoe s (aús. 7 28-729) e nasjustificaçoes (ans. 38 r., g
5.o ,e382,94.'),
regra específica de competência territorial, como ocome na arrecadação de conseq¡r;ência da reduzida cognição judicial que os caracteríza.
São procedi-
ausente (art. 49), será ela observada. em que a arividade judicial
restriage à documentação ou comunicaçâo de
se
ll de vontade ou de ciência, sem qualquer pronunciamento
cPcl1973 cPc/201s conclusivo
a existênsia dos faros ou dos dineitos em que se
baseiam. A doutrina ter¡ admi_
Art 1.105. Serão citados, sob pena de nu- Art,721. Seråo citados todos os interç quemesmonesses procedimentos, os interessados
possam impugnar
lidade, todos os interessados, bem como o sados, bem como intirnado o Ministéd admissibilidade.
Ministério Público. Público, nos casos do art. 178, para *
comentado não reproduz a cláusula ',sob pena
O artígo
Art. 1.1 06. O prazo para responder é de 1 0 se rnanifestem, querendo, no prazo de{ denulidade" do art. L l05
(quinze)dias. rwogado, ao impor a necessidad.e de citacão dos in¡eressados
(dez) dias. ,j do Ministério Público.
e de inrima_

O artigo corresponde aos arts. 1.105 e 1.106 do CPC/T973. Corrigindo 'Quanto


àtaltade intimação do Minístério pri blico. nas hipóteses
do art. l7g, a
feiçäo do dipioma anteúor, nào nrais se refère à citação do Ministério Público, será relativa, nos iermos do arr..277, e dependerá
de intimação do próprio
sua intimação, nos casos em que deva atuar como fiscal da lei (art. t78). Público para sobre ela se manifestar e de ocorrência
de prejuÍzo.l
Deixa de ser obrigatória a intervenÇáo do Ministério Priblico em todr¡s os Quanto à faka de ciação de aigum lnteressado, mais grave erntazã,o do caráter
dimentos de jurisdição voluntária, o que já era objeto de crÍtica no regime que apresenta em face das gar antias constitucionais
do contraditório, da
especialmente depois do advento da Constituiçao de 1988.5e não for o defesa e do devido processo legal, e dos
diversos efeitos processuais e substan-
Ministério Púbiico somente intervirá nas hipóteses em que a lei institua a o que decorrem.desse ato deverão
, observar-se as regras próprias dos arts. 238 a
riedade da sua inrervenção como tïscal da lei. 280 do novo Código.

Tendo em vista as prerrogativas que o PróPrio Código confere ao Mi.nistério


biico, correspondentes à sua intimação pessoal (art. 180) e à vista dos autos
partes (art. 179, I), o prazo de quinze dias - que nåo será em dobro - para sua
tação começará a sua contagem a partir da vista dos autos, subsequente ao
praznparamanifestação dos interessados cuja citaçâo tenha sido requerida. ,ì
Os interessados, cuja citaçâo o promovente do procedimento deverá
providenciar, são todos os sujeitos cuja esfera jurídica possa vir a ser
providência requerida, bem como aqueles de cuja manifesução pudesse
sua concessão, como os titulares do poder familiar, no suprimento do
para casamento de incapaz (CC, art. 1.519).
Oprazoparaos interessados será simplesmente dequinze dias, não se
a duplicação do art. 229.
da Coordenação: Observamos, nos comentários
aos artigos, a [alta de uniformidade quanto
O artigo comentado não define o conteúdo da manifestação dos da [ennino logÍa: nulidadæ relativas e absolutas.
lsto se deve, em parte, pela diversidade
que o Código anterior denominava de resposta, mas me parece evidente que' de Crirêrios
eleiros pelos autores.para proceder a essa classÍficaçåo
1748 1749
\-
BREVES CCI"lãNTÁRI05 AO NOVO CÓDIGO DE PROCESSO C¡VIL 7?1
LEONARDO GRËCO

dispensará a sua intimação de todos os atos subseqttentast salvo se tiver lla em que ela é impiicitamenre vedada, corno
constituído nos aulos (art.346). No caso de citação ficta, a revelia do ?iåïËii*to' se dá no arro-
poráa nomeação de curador especialpara defendc-io, nos termosdo art.72,
cPc/1973
O novo Código não reproduz a regra do Código de Processo Civil de 1973 cPC/201s
art. 1.107, segundo a qual ao juiz seria "iÍcito investigar livremenre os fatos e 09. o juiz decidirá o pedido no prazo
Art 723. O þiz decidírá o pedido no pra_
de ofÍcio a realízaçã.o de quaisquer provas". A doutrina sempre sustentou de t0 (dez) dias; não e, porém, obrigado a zo de 10 (dez) dias.
predominante a prevalência na jurisdição volunuiria do princÍpio inquisitório. critério de lega lidade estr¡ta, po-
Pa1íSrafo único. O juiz nåo é
ad otâr em cada ca50 solução que obrigado
verdade real. A redaÇão do art. 370 favoreceria esse entendimento até mesmo a observar critÉrío ae tegalidaOe
rñais cor¡¡er¡iente ou oportuna. esíJã,
lação à jurisdição contenciosa, ao conferir ao juíz indistintamerue o poder de podendo adotar em cada caso a solu-
minar de ofÍcio "as provas necessárias ao julgamento do mérito". çåo qtre considerar mais conveniente ou
Sem adentrar na exegese deste último disposirivo, que excede o âmbito
oportvna.
O teor desse artigo é o mesmo do art.
sente co menrário, observo que varia muilo a extensão da cognição do juiz nos l. 109 do CPC/Iq73. A segunda parte
passou a constituir o novo parâgrafo des-
procedimentos dejurisdiçãovoluntária. Existemaquelesr ripicamerrte cogninvos; único, no qual o verbo "reputar'foi
a interdição ou a nomeação ou remoção de um rutor ou curador, em que
por "considerar,', sem mudar sentido da frase.
o
mente o juiz deve formular jurzos próprios sobre a verdade fática eaté mesmo No Código de processo Civil de
I 973, em que não há previsão de julgamento
de conveniência e oportunidade necessários à tutela de i.nteresses de pessoas do mérito, o prazo dedezdjasp^ra
decisâo do pedido najurisdição
em harmonia com o prazo conferido volun tária
veis, concorrendo corn a vontade do Estado, para cuja formação não pode ao ju:øparu qualquer decisão,
ou decisão inter locutória (art. seja eia sen_
a qualquer limitação ern sua iniciativa probatoia. Jár ern outros, como o lg9, II)
separação consensual, a sua função é a de simples conÍole forrnal e extnnseco Observamosagora duas diferenças,
deixando uma terceira para o comentário
cisão dos cônjuges, da observância dos requisitos legais e da não manifesta seguinte: a prirneira e ade que, ao
prevendo o Código de p¡ocesso
tência do acordo. Também na homologação de uma transação, além de de julgamento antecipado paycialdo
Civilde 2015
mériro (art. 355), a providência
eventualì.ndisponibilidade de algum direito, cabe-ihe apenas controlara voiunuiria poderá ser apreciada
na sentença final ou em decisão
ato dos transatores. Nesses dojs úLrimos casos, representaria uma indébita Nesta úldma hipótese, o prazo inter-
de dez dias coincide corn o prazo
na liberdade individual das partes, que ojuiz pretendesse devassar a sua vida o novo diploma confere normal
aojuiz para esse ripo de decisão (an.226, II)
além dos fatos e das provas que os próprios interessados lhe tenham revelado. lr4as se
o pedido for julgado na sentença
final, parece-me qu e cabeú, fazer
Se for resolvido isoiadamente, uma
cPc/1973 cPc/za1s o prazo será, de dez dias por
exceção à regra
o prazo para as sentenças ,
é de trinta dias (art.226,III)
Art. 1.108. A Fazenda Públìca será sempre Aft.722. A Faaenda Pública será setd com outros pedidos dejurisdição Se for resol vido em
ouvida nos casos em que tiver interesse. ouvida nos casos em que tiver intereql contenciosa, sujeitos às regras do.
comum, prevalecerá o prazo proce-
de trinta dias, por força do disposro
J¿I no g 2.'do
O texto éi.dêntico ao do art. l.l08do CPC/L973. Adoutrinasempre o
desnecessário, porque se todos os interessados devem ser citados (arr..72I) 'a
da Pública o será quando i.iver interesse, conforme observado no comentáno
go anterior. Portanto, havendo interesse da Y azenda Pública, deverâ eIa set
não simplesmente intimada, como a expressão "será sempre ouvida" poderia
A lei processual utiiiza a exp ressãoPública como equivalente de
F aTenda
jurÍdicas de dj¡eito público, para abranger União, os Estados, os
a
como as respectivas autarquias e fundaçÕes públicas. Assim, no texlo em Orespeito à lei
pelos juÍzes, como por qualquer
deve entender-se que o requerente deva promover a citação da. pessoa jurídica autoridade, é uma garanda ine-
Estado de Direito e à eficácia
reito público que possa ter o seu interesse diretamente atingido pela concreta dos di¡eircs de todos,
no inc. XXXVe no S l.o do art. proclarnada
risdicional por ele pleiteada. 5.o da CF
,6e¡ndrivida
, na jurisdição volunr¿íria há
Há procedimentos em que a citação daFaze¡da Pública é muihs quesrões de direito material que
juÍzos d.e equidade, como
as reladvas à proteÇão de
cionada, como ocorre na arrecadação dos bens do ausente (art. 7+5.ê 4 a própria lei menores e incapazes,
recomenda que o juiz adote a providência
mais adequacla e con-
1750
1751

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BRÉVES COMENIARIOS AO NOVO CÓDIGO DE PROCESSO CIVIL
LEONARDO GRECO

veniente. Não se pode extrêir daÍ urna exceçào ao princfpio da ads¡ricãq ( ver
tário ao art.720), muito menos que o abandono do critério da lqgalidade
regra geral na jurisdiçâo voluntária.
Há, por ourro lado, muitas outras questoes que devem se¡ apreciadas sob
de legalidade estrita, como, por exemplo, a extinçâo deusr:fnrro ou
Ainda nas hipó¡eses em que o direito makrial faculu a formulação de
discricionários, deve o juÞ explicitàr as razÕes dg sua decisão para
causalidade adequada, velando qiae essas razÕes detcrrninem erü todos os casos
ticos so lucÕ es absoluramer¡"te uûiforrnes. Nesse sentido, aliás, o Código de
Civil de 20L5 valonza a uniforrn:idade da jurisprudência (arrs. 926 e927).Fica,
tanto, afastada qualquer equiparação da equidade à ideia de que cada caso é
podendo o juiz arbitrariamente e sem qualquer critério o bjetivo razoâvel
decisão que the aprouver.
Por outro lado, se o parágrafo, dependendo do regime do direito material
vido, faculta a adoção dejuizos discricionários, também na jurisdiçâo
muius vezes, o magisrrado é fo¡çado a adotá-los, como na åxaÇão de
sucumbência (art. 85, 5 2.o) ou na escolha de bens a serem penhorados (art. 835
Já se discutiu na doutrina se a possivel Ilexibilidade conferida aojuiz pela
em comento seria de direito material ou de direito processual. Na verdade, a
flexibilizaçäo do procedimenro, seja na jurisdÍção contenciosa, seja na
voluntária, é per[eitamente admissivel , nâo com suporte neste dispositivo,
consequência do princÍpio da instrumenralidáde das lorrnas (art.I88), que
todo o regime das chamadas nulìdades processuais (atæ.276 a2B3).
Assim, com todas as ressalvas feitas à redação do parágrafo único do art. Manrida no Código de Processo
Cìvil de 20L5 aregrageral do efeito suspensivo
parece que a norma se refere ao direito material, mas como aclma (art. 1.012), o imediato cumprimento
da decÍsão deverá ser plelteado
, aplicação mais ou menos exrensa ein função do regime jurÍdico a que esreja de requerimento de antecipaçâo de
rutela, desde que preenchidos os pressu_
: relação jurÍdica de direito materÍal. desa última providência (arrs. 294
e ss.)
cPCJ1973 Tambem pacífica é a admissibilidade
cpci201 s dos recursos especial e extraordinário
na
voluntária.
Art. 1 .1 1 0. Da sentença caberá apelaçâo. Art.724. Da sentença caberá O Codigo de processo Civil
de 20i5 não reproduziu a regra do art. l.l1l do
O dispositivo reproduz o art. 1.110 do CPüI973. A primeira 973, segundo a qual ,.a sen
tença poderá ser modificada, sem prejuÍzo
poderia resultar da leitura deste artigo e do anterior é a de que todo já proüuzidos dos efei_
ocofferem circunsfâncias supervenientes".
, se
jurisdição voluntária se encetÌe por sentenÇa, porque, apesar da ressalva Esse dispositivo, no
literal,se afigura desnecessário porque a
modificabilidade de qualquer
do I I.'do art. 203 relativamenre aos procedimentos especiais, no sistema do ,
ern razão da alteração das circunstâncias
de Processo Civil de 2015. como regra, sentença é o "pronunciamento por fáticas ou jurÍdicas que a determi-
jáse encontra agasalhada
no inc. I do art. 505, correspondente ao
qual o juiz, com fundamenro nos arts. 485 e 487, poe fim à fase cognitiva do cPC/l973 inc. I do art.
mento comum. bem como extingue a execuçâo',.
Como as regras do procedimento comum se aplicam àþnsdiçâo vo
comentários iniciais às nonnas deste capinrlo), poder_se_ia supor que todos
rrrentos dessa especie se encetram por sentença. Entretanto, nem todos os
mentos de jurisdição voluntáúa sâo cognitivos, no sentido de que culminem
provimento que declare o direiro aos fatos, deciaratório ou corstitutivo. Há
1752
1753
ßREVES COIVlENT,4RIOS AO NOVO CÓDIGO DÊ PROCESSO CIVIL 725 LEONARDO GRECO

d,e 20llpara sustentar a co,isa juþada nos procedirsentos da jurisdiçao A enumeração deste artigo émeramenteexempliûcativa conforme já observamos
por falta de cognição exaustiva, a nåo ser noecasos d€ corÌ'\¡€Êão em comentáriosiniciaisao presente capitulo, e é aqui reafirmado no pa.rágrafo único,
tenc.iosa, por ter efetiyament€ se i¡¡:stau.rado litÍgi,o, em que o prccedimento aos procedimenros,dos arts. 7 26 a T7e
ço não tenha sido óbice à mais anrpla cognição'e à rrais aarpla efiøcia das r, o inc. I se refere emancipação do menor sob tutela corr,l dezesseis anos con:lple'
à
constitucionais do contradi;tório e da ampla defesa e desde que o juizo seja que depende de sentença judicial, ouyido o turor (CC, art. 5.o , parágrafo rlnico)
mente competente para conhecer. ela matéria ern sede co¡rtenciosa- é oproprio menor, com ou sem a assistência do rutor Nesta riltirna
hipó-
A insuficiência do anterior art. tr. l1l tambem se constatâ nas hipóteses o tutor dÊverá ser ci¡ado, nos termos do art. 7ZL. Tendo em vista a indisponibili-
ainda que ocorraør modificaçoesfadcas posteriolesàse¡¡ter,4a, a própria lei do interesse do menor, a ausêncla de rnanifestaçåo do tutor nâo irraplicará em
a revisão do iulgado'à proposimra de ação anulatór'ia, com funda'mentos ñcta, dcvendoo juie pronr,over de ofÍcio a produçao de rodas as provas que
como ocorre nas alienaçÕes judiciais (art 730,c/c o art. 909). possi.bú,litem a adeqøada a,feriçâo da conveniêr.rcia e oportunidade de conceder
capacidade ao requsreqr€. O Minisrério Priblico se¡á sernpre intimado a opinar
cPc/1973 cPc/201s 'q 72L eIV9,II). O deferimento da emancþaçâo implicani em cessação da tutela
Art. 1 .1 12. Processar-se-á na forma estabe- fut. 725. Processar-¡eá na formu .to{ rodos os,efeitos tregais. Por isso, a rneu ver, é inafastável a prorrogação da corupe-
lecida neste Capítr.rlo o pedido de: lecida nesta.Seção o Pedido de: il jurzo que deferiu a ¡utela ao procedimento de em.anciBaçâo, como
a ds juízo.
| - emancipação; l -emancipação; ;i decrelou a interdição para o pedido de Ievantamento da curarela (art. 7 56).
Il - sub+ogação; ll.- sub-rogaçäo; ¡j A suÞrogação é a rransferência de um bern para ouuo da inalienabilidade
ou da
ou oneraçåo
lll - alienação, a.rrendamento lll - alienaSo; ârrendamento ou onei{ irr,lpostas por doação, testarnen¡o ou pela insrituição de bem
de
de bens dotais, de menores, de órfåos e de çáo de bens de crianças ou adolescenS nos termos do disposto nos arß. 1.719 e l.9t l do CC. Norma.lrnente
não há
interditos; de,órfãosedêinterditos; "U qu€ devam set citados, nern m€smo a Fazetda Púbiica, porque os
lV - alienação, locação e adrninístração da lV - alienaçao, locaçåo e administrafr eventual¡nente incidentes sobre a &ar¡sferência poderâo ser por ela
lançados
coisa comum; da coisa comum; f independentemente da consumação da. sub-rogação. O Ministéno públi-
V - alienação de quinháo em coisa comum; V - alienaçåo. de quinhåo em coisa d será.ouvido se ocorrer algu.ma das hipóteses do art. 178.
Vl - extinção de usufruto e de fídeicomisso. mum; ,¡1
Em relaçâo ao CPC/L973,o inc. III excluiu o arrendamenro e a oneração de
extinção de usufruto, quando { bens
Vl - po,rque o regime dotal desapareceu no Código Civil de 20A2,
e incluiu a alie-
decorrer da morte do usufrutuárió,.-C de bens de crianças e adolescemtes, substituindo por esra riltima
termo dâ sua durðçäo ou da consoii4 expressão a
amenores, cons¡ante do Código de Processo Civil de 1973. Não foram
çáq e de fideicomisso, quando decÔ6 al,
substanciais. Quanto ao regime dotal, o art.293 do CCII 916, manrido
åe renúncia ou quando ocorrer antes{ em
pelo Código àe2002 em relação aos casamenros por esse
evento que caracterízar a condiçáo red regime anteriores ao
da vigência deste riltimo Código, soûrenre exige autorizaçâojudicial
lutória; '!
e oneraÇão. de imóveis, não para o arrendamento. Essa exigência
para a
Vll - expediçåo de alvará judicial; continua
, encontrand,o eco no Código de Processo Civilde 20I5
no âmbito dos a|varás
Vlll - homologação de autocomposif V-II desre an. 725)
Já a substiruição da palawa menores pela expressão crianças
e¡rtrajudiçial, de qualquer natureTJ..{
aqui, ou seja, para efeiro de alienação ou or'reração de bens, é irreievan-
valor. d ern vista que os conceitos de criança e adolescente do Estatuto
Parágrafo único. As nonnas desta 5eÚ 8.069/1990 , art. 2.o) se circunscrevem
respectivo
Proc{ às pessoas que o Código Civil (arts. 3.o e
apliãm-se, no quê couber, aos
reprta menores de idade. A providência jurisdicionai
meRtos regulados nas seçóes¡g1!ff â Þrádca dos atos aqui
pleiteada é a avtonz çã,o
mencionados, como requisito de validade desses atos.
Os incs. I a VI correspondem aos contemplados no art. 1.1I2 do CPCIT bens de crianças e adolescentes, que inexis-
inc. VII não pode ser considerado novo porque, como l¡erslnos abaixo, os autorizaçâojudicial, devendo
a previsâo do
encontram previstos em otrtras IeÈ e, de um modo geral, sempre foram aplicação excepcional somente se vier ela a
de jurisdição voluntziria- A providência do inc. VIll jáexistiano Código pelaJustiça da Infância e daJuventude no âmbito das medidasde proteção
a sua capitulação na jurisdição voluntaria pode ser consirJerada uma seïeferem os arts. 98 a l0I da Lei 8.0ó911990
Já a alienação ou oneração de
comentaremos mais adiante llhóveis e, no caso de menor
sob tutela, até mesmo a alienação de bens móveis,
1754 1755
BREVES COMENTÁRI05 AO NOVO CÓDIGO DE PROCESSO CIVÍL L€ONARDO GRECO

depende de autorização judicial, nos teÍnos dos arts. L.69L, L.74O, iII, e I.7 O ine. VII é aovo. :\lvará judicial
é autoúzação par^ a ptâtíca de ato da vida civil,
todos do C C. Normalmente não há requerido, exceto se houver con{Iito en¡¡e o de validade desse ato. Quando a lei subordinaa prática do ato à auro-
e o seu representante legal. Não há confissâo ficta, devendo o;uiz determinar judieia¿; o ¿t@ nåo pode ser praticado æaR es6a autorizaçäo, qtre deve ser re-
duçâo de todas as provas para se convencer dâ conveniência da rredida par4 ao juiz e qus é formalizada na expediçao do alvará. O alvaÍa judiciai não
resse do incapaz. àprática do ato, nem o substitui. Os zujeitos aos quais incumbe a prática do
Os incs. IV e V säo idênticos aos do Código de Processo Civil de 1973 e
deixar de praricá-lo. Há casos em que o pedido de a\vaú penetra na.juris-
de procedimentos que frequentemente desbordam para a jurisdição contenciosa, coû1o, por exemplo, no pedido de autorlzação para que o mdico
condôminos de um determinado bew¡ não conseguem delíberar pormaioria certa cí¡u.rgia ern iminente risco de vida do paciente, tendo ernvista a recusa
L.325) a respeito da alienação, locação ou da ad¡ninistração da coisa comuur deste ou de seus familiares, ou para que a Prefeinrra promova a demo-
uma de suas partes, qualquer deles pode se dtigu ao juiz, pedindo a sua de prédio com risco de desabamenro, ou ainda para levantamento de depósitos
para que este adote a deliberação m¿is conveniente para os interesses de todos. bancários. Há previsão de alvarás ern profusão na legislaçâo
bém é possÍvel que todos os condôminos se dirijam ao juiz, pedindo-lhe a no Código Civil, nos arts. 1.519, i.520 ,1.523,L.639
deiiberação. Se não forem requerentes, serão citados todos os condôminos. ", L.754, L.774 e I.781; no Esraruro da Criança e do
confissão ficta em caso de ausência de resposta, pois se trata d,e interesse (f"ei 8.069/1 990), no an. 149; no Estaruto do Índio (Lei 6.001/1973),
no
0,5 l.o. Normalmente nâo há
disponÍveI. Se, no curso do procedimento judicial, os condôrn'inos lograrem contraÍnteressado a ser citado. A intervençâo do
nar as suas divergências, por meio de uma solução acolhida pela maioria Público ocorrerá nas hipóteses do art. I 7g.
esta deverá ser acatada pelo juiz. Não será cabivel a intervençâo do Ministério A previsão do inc. VIII co¡no procedimento de jurisdiçäo voluntá¡ia é nova,
co, salvo se ocorrer aiguma das hipóteses do art. I 78. já sustentada anterlormeute em sede doutriruíria, nos casos em que lnexrs-
O inc. VI, ao instituir os procedimentos judiciais de exrinção do processo de conhecir.nento pendente, veio a lei a permitir que a transação sobre
fideicomisso, procura circunscrevë-los apenas áshipóteses er.n que esses nãoposta em juÍzo fosse submetida à homol ogaçãojudicial (art. 584, III, do
depender de deesaojudicial: a do usufruto, "quando não decorrer da morte 973; com a redação da Lei 10.358/200I substituÍdo pelo art. 475-N na reforma
frutuário, do termo da sua duração ou da consolidação"; e a do fideicomisso, 11.23U200 5; Lei 9.099/ t99 5, at. 57).
do decorrer de renúncia ou quando ocorrer antes do evento que caractedzar No Código de Processo Çivil de 201 5. cumpre distinguira transação cuja homo-
resolutória". Boa doutrina já vinha entendendo que, nos casos de morte do resolve no rod,o ou em parte o mérito do processo de conhecimento ( art. 487
,
tuário ou de advento do termo de duraÇão do usufruto (CC, art. 1.410, I, II e da que suspend€ ou extingue a execuøo (ars.922 e924) daquela que
, se ce-
parte) ou de morte do fideicomissário antes do fiduciário ou antes de no curso ou nâo de urn processo, mas versa sobre matéria alheia ao
o bjeto iiri-
condicâo resolutória do direito do liduciário (CC, art. 1,958) ou antes da é submetida à homologação judicial. Deixemos de lado a segunda
espécie,
testador, o usufruto e o fideícomisso se exringuem independenremente de deve ssr exarninada no estudo dos artigos que lhe correspondem na execução.
declaração judicial. O mesmo entendimento deve prevalecer em relação à outras esp,gcies, a homologaçâo da rransação constituirá título executivo
çãodousufruto,deextinçãodapessoajurÍdicausufruruária(CC,art. 1.,+I0,lll (art. )I) , lI e III). Se há litÍgio pendente, que é resolvido
no rodo ou em parte
e de renúncia à herança ou legado pelo lideicomissário (art. 1.955) . Todas essas transação, ainda que esur contenha cláusulas que exorbitem
do objero litigioso,
teses d.ispensam o procedimento judicial, embora utru delas (extinção do constituirá decisão no processo contencioso em que for proferida,
pela extinção da pessoa jurÍdica usufruruária) não esteja expressamente a imutabilidade da coisa julgada, sujeita a açâo rescisória para a sua
dispositivo ora cornentado, que não tem o condão de tornar obrigatóno esse (art. 966). Se nao ha liugio pendente, a transação pode
ser submetida dire-
dimento se a lei civil que regula o instituto do usufruto náo o exige. Em à homologação judicial, por requerimento comum de todos
os transatoÍes
extinção judicial é necessária quando decorrente de fato que depende de prova requerimento de um ou alguns deles, caso em que seráo citados
os demais
judicialmente avaliada pela autoridade judiciária, como a cessaçâo do motivo constituirá um procedimento de iurisdiçao voluntária, que fonnará também
se originou o usufruto ou a desrruiÇâo da coisa (CC, an. I.4I0, lV e V) ou o execurivo judicial, mas sem coisa julgada, insuscetÍvèl de rescisciria, passÍ,
mento da coisa objeto do fideicomisso. O processo será contencioso nas anulacão por ação direa (art. 96ó, S 4."). Nada impede que
a transação, já re-
incs. VII e VIII do art. 1.410 do CC. O Ministério Público somenre inrervÍráse extrajudicialmente pelo Ministério público , pela Defensoria Pública, pela
uma das hipóteses previsras no art. I 78. Quanro à Fazenda Pública, apesar doarr- Pública, pelos advogados dos rransatores, por conciliador ou mediador,
parece-me que militam os mesmos fundamentos da dispensa da sua levada à homologação judicial, para rornar-se tÍtulo execurivo judicial,
arrolamento (art. 662). jáseja tÍtulo extrajudicial (art. 784, IV) . Em rodos esses
casos, se o pedido de
1756 1757
BREVES COMENTASIOS AO NOVO CÓDIGO DE PROC€SSO CIVIT

LÊ'ONARDO GR€CO

homoiogação não estÍver subscrito por todos os transato es, serão eles
ea homologação somente poderá ser deþrida, para formar trtr.llo judicial,
cordância de todos, tendo em vista a sunrariedade da cogniçao judicial.,
rificaçâo do preenchimento dns requisitos extrÍnsecos de validade do ato. A
ção do Ministério Público será necessária somente nas hipóteses do art. l7g.

cPC/1973 cPclzol5
. Seção X Seçãoll l
Dos Protestos, Notificaçöes e Da Notifìcaçåo e da lnterpelaçao
¡]
lnterpelaçöes
Art. 867. Todo aguele que desejar prevenir Art 726.Quem tiver interesse em.J
responsabilídade, prover a conservação nifestar formalmente sua vontadel
e ressalva de seus direitos ou manifestar outrem sobre assunto juridicamentel
qualquer intenção de modo formal, po- levante poderá notificar pessoas par{fl
derá fazer por escrito o seu protesto, em pantes da mesma relaçåo jurídica
petição dirigida ao juí2, e requerer que do dar-lhes ciêncía de seu propós¡to. c¡
fr
fal como,o aÌt. 870; tr, do CpC/l 973, o 9 L.o do
mesmo se intime a quem de direíto,
art.726 permite que a comuni_
5 1.o Se a pretensâo for a de dar coni# seja veicr*iade por edital paraconhecimento público, se "fundada
mento geral ao público, mediante edll e necessária
do d,irei:to". Essa expressão tem o
mesmo significado da exigência
o juiz só a deferirá se a tiver por fund{ de Processo Civil dÊ f 9 73 de que do
a publicidade pela via editalÍcia
e necessária ao resguardo de dÍreitcr para que "seja essen-
1f; elt'\atinja os seus fins
5 2.o Aplicô-se o disposto nesta 5eç&#
que couber, ao protesto judicial,
ì
Como o faz o Código de Processo Civil de 1973 nos arrs. 867 a 873, esta
trata das trcs espécies de procedimentos receptfcÍos - protestos, nodficaÇões
pelaçoes -, como tal enrendidos aqueles em que a função do juiz é
receber e documentar declarações dos interessados, e não de prover com uma
ou com outras atividades à declaração ou satisfação de qualquer pretensáo
macerial. O juiz se restringe a documentar e veicuiar a manifestaçâo de
parncular. Embora usados indistintamente pelo legislad.or, eseú qualqueï
procedimental, fala-se de protesto na simples solenizaçâo da declaração do
te; de norificação quando o requerente pretende que essa declaração seja
conhecimento do requerido para junto a esre produzir algum efeiro juríclico
tico, e de interpelação, se o requerenre, com a sua declaraçâo, provoca o
fazer ou a deixar de fazer alguma coisa.
Embora o art-726 se refira somente à notificaçâo, o seu $ 2.o estende a
cação ao protesro e o art.
7 27 à interpelação.

O dispositivo correspondente a este no Código de Processo Civil de


867 que, alem de referir-se à manifestação lormal de vonrade a ourrem,
hipóteses em que essa manifestação tenha por finalidade prevenir cPcl1973
cPC/201s
ou prover a conservação e ressalva de direitos, ituações indiscutiveimente
gidas na fórmuia genérica aqui adotada. Art. 727 Tanrbém podení o interessado
interpelar o requerido, no caso
Com mais ênfase do que o Código de Processo Civil de L973, o Códígo do art
726, para que faça ou deixe
de fazer o que
cesso Civii de 2015 parece exigir que essa manifestação tenha por o requerente entenda 5er de
seu direito,
1 758
1759
LEONARDO GRECO
BREVES COMENTÁRIOS AO NOVO CÓDIGO DE PROCESSO CIVIL

Conforrne exposto no com€ntáriro ao artigrr anterior, a interpelação nãq determi-


utilização
procedimentalmente da notificaçâo. não constinrindo nulidade a registro.
minação de uma pela outra' porqi¡e a diferença entre elas, para os que as expus no comentário ao art. T26,aadmissibilidade é ampla e o deferimen-
está no alcance da manifestação, de vontade do requerente que, entreuRLo, earcgta, mas, sehouversûspeita de ilicitude, deve o juiz ouvîr o
consequências diversas para o requerido-
produzir provas e convencer-se da licitude, indeferindo o pedido caso
juízo positivo nesse sentido-
Não se pode dizer, como pode induzir a redaçáo do artigo, que a
somente possa pretender uma açáo ou omlssao do requerido
a que o o requ€ren'te pede a publicação de edital para conhecimento público, o juÍzo
me ter direito. A interpelação pode se referir à prâtica ou omissão do mais rigoroso. Deve ele provar, por elementos que gerem no juiz
necessariamente em benefÍcio do requerente, mas para conscientizá-lo de convícção concreta, a existência de um direito aser rutelado e a necessidade do
práticas que possanr decorrer para ele ou para paÍa essa rutela. Se esses pressupostos estiverem desde logo evidenciados no
consequênciasjurÍdicas ou
não se comporte como recomendado pelo requerente' e nas provas apresentados pelo requerente, e se, nurnjurzo de ponderação fa-
sobre o perigo de dano para o requerente, que possa resultar da nao publicação
cPc/1973 cPc/201s '. t
¡
conlrontado com o perigo de dano para o requerido, que possa resultar
5em corresPondência Art.728. O requerido será previam{ publicação, deverá o juiz deferir liminarmente a comunicação e a publicação
ouvido antes do deferimento da notifiq Se esses pressupostos não estiverem satisfatoriamente preenchidos, deve o
çåo ou do resPectivo edital: .{
ouvir o requerido e, a seguir, produzir provas para, afinal, decidir se expede ou
l - se hor¡ver suspe¡tå de que o requqd
o edital.
te por meio da notificação ou do'e{ff
pretende alcançar f,im ilícito; L't'. A terceira hipótese, agora explicitada no inc. lI do arrigo em corlrenco, é a de
ll - se tiver sido requerida a averbaçåpnl de averbação de protesto ou notificação em registro público, como o
I notificaçåo em registro públíco' ,ûl de Imóveis, que era controvertida até agora, porque não co.ntemplada lite-
naLeidos Regisuos Priblicos (Lei 6.015/1973) que, ern seu art. 167,II, n.12,
Este artigo trata da audiência prévia do requerido, não ProPriamente
ou apenas à averbação de decisÕqs, recursos e seus efeitos, e não de protestos ou
norificação, porque Para ser ouvido' deverá eie ser de aigum modo citado O Código de Processo Civil de 2015 passa a contemplar expressamente
verdade, não é a notificação, interpelação ou prot'esto que poderá ser
do. Na
, anteceder,rdo o seu deferimento da audiência do requerido e da conse-
gada, mas o deferimento de um dos seguintes efeitos da comunicaçåo:
a
produção de provas, se necess¿irio
constrangimento ilegal ao requerido, a publicaçåo de edital para
Observe-se que, diferentemente do que se veriflica no Código de Processo Civil
blico ou aaverbaçâo em registro público
(arts. 867, 870 e 872), em nenhum dos artigos desta seção o Código de Pro-
Examinemos as três hipóteses. Como já esc larecemos no comenúrio
ao Civil de 20I5 define se a comunicação do requerido, em qualquer caso, consti-
776, se o requerente não tiver pleiteado nada mais do que a comunícação
i¡m ou intimação. Nas regras gerais sobre a jurisdição voluntária (art. 72I), o
rido, o juiz a deferirá e mandará proceder à sua efetivaçâo, bastando-lhe diploma denomina a comunicaçäo ao requerido de citaçâo. O conceito de cita-
superficiai da não evidente ilicitude da manifestaçåo de vonmde e dos constante do ail. 238, não se refere mais à convocação do réu ou interessado para
no
tendidos, mediante relato e comprovação srÍnima de que se encontra '

maliciosa mas "para integrar a relaçáo processual"


exercÍcio de une direito. A doutrina sempre condenou a rcdação
Parece-me que se o juiz defere a notificaçâo, interpeiação ou protesto, a comu-
ao requerido constitui substancialmente uma intimação, porque dá ciência
de um ato do processo, sem lhe criar qualquer ônus dent¡o dessa re-
processual (art. 269). Entretanto, esse ato adotará a forma de uma citação,
se $ata de ato inicial de comunicação ao requerido . Já nas hipóteses do art.
9!¡e determina a audiência prévia do requerido, trata-se formal e substanciai-
deuma citação, porque cria para o requerido o ônus de manifestar-se no prazo
conforme determina o aft.77I, podendo o seu silêncio, se disponÍvel
evsntual direito, implicar em confissão ficta

1760 1761
LEONARDO GRECO

BREVES COMENTÁRICS
AO NOVO CÓDIGC DE PROCE5SO CIVIL

cPC/201 s €Fq1973 cPctzolS


cPcl1973
CAPÍTULO II Seçåo lll'
juiz Art.72g. Deferida e realizada a
Art.872. Fe¡ta a ¡ntimação, ordenará o DAs ALIENAçÖES JUDICIAIS Da Alienaçåo Judicial
que, pa9as as custa5, e decorridas 48 (qua- ção or,r interpelação' os autos
tregues ao requerente' * 1.113. Nos casos expressos em lei e Art 7g{¡, Nor a.rsos expressos em lei, não
renta e oito) horas, sejam os autos entregues judicial- havendo acordo er¡tfe os Ìr'¡teressados
a pa rte independentemente de
traslado. ¡¡pr. qre os bens depositados
de fácil deterioração, est¡ve- sobre o modo corso se deve realizar a
rente forem
juiz indeferir a notificação, sua decisão será uma sentença,
Se o ,m avariados ou exigirem grandes des- alienação do bëm, o juia de ofiício.or,¡ a
notificar o requerido, ainda que
meio de aPelação (art' I .009). Se rnanda¡ esas parc
a sua guarda, o iuiz, de ofício requerir;r'rento dos interessados ou do
decisäo interlocutória, insuscetfvel de recurso, do depositário ou de depositário, mandará aliená-lo em leilão,
publicaçao de edital, seráuma r¡ a requer¡mento
exaustivo da enumeração constante do
art' l'015 galquer das partes, mandará alienálos observando-se o disposto naSeção I des-
do caráter
leilão. te Cäpítulo q no gue couber, o disposto
rn
O Código de nos arts. 879 a 9O3.
'l.o Podera o juiz autorizat da mesma
STrdoCPC/1973,
rma, a alienação de semoventes e outros
não admite defesa guarda dispendiosa; mas não o fará
ens de
testar em Processo distinto" ' partes se obrigar a satisfazer
: alguma das
Pode-se inferir com segurançâ que, se
o arl.7Z9 derermina que, "
u garantir as despesas de conservação.
os autos selão entregues ao
real:øada a notifi cação ou inrerpelação' ,2.0 Quando uma das partes requerer a
otl contraproresto.
existirá oportunidade para defesa, recurso judicial, o juiz ouvirá sempre a
não comporta defesa nem
Na verdade, normalmente esse procedimento antes de decidir.
estará exaurida. Se o requerido
porque, notificado o requerido, a sua finalidade 3J Far-se-á a alienação independente-
deverá fazê-lo ern Procedimento a de leilão, se todos os interessados
dirigir ao requerente alguma manifestação,
nos telmos do art 728, poderá o
intimado previamente , capazes e nisso convierem expres-
Enretanto, se
que'
do responder nopÍazo de 15 dias
(art. 72 l)
Também Poderá ocorrer
de um destinatário, qualquer deles queira evitar a 1.114. Os bens serão avaliados por um
da a notiñcação de mals
c aso em que Poderá dirigir-se
ao nomeado pelo juiz quando:
ção da comunicação aos demais, deverá ser facul tada não o hajam sido anteriormente;
à sua efetivação. No caso de
interpelação,
impugnação
à indagação do requerenle' tenham sofrido alteração em seu valor.
rido a juntada de resPosta
de indeferimento da no 1.1 1 5. A alienação será feita pelo maior
Recurso Poderá ser in terposto da sentença oferecido, ainda que seja inferior ao
o deferimento da
indeferimento do ediul' mas náo da notificaÇáo,
e
da avaliação.
por agravo de irstrumento' em face da
edital não poderão ser impugnados 1.1 1 6. Efetuada a alienação e deduzidas
constante do art- 1.015 depoiítar-se-á o preçq ficando
tealszada a co,municação e
O artigo em comento esabelece que, sub-rogados os ônus ou responsabÍli-
serão entregues ao reqlrerente.
edital, se for o caso, os autos da notificação e dele
a que estiverem sujeitos os bens.

deve ser asseguradaao requerido a


oportunidade de consultar os autos únito. Náo sendo caso de se le-
aplicável a este
se quiser, certidão ou cóPia Por
isso, Parece-me depósíto arìtes de 30 (trinta) dias,
o
antecipada de prova. Antes
analogia, o disPosto no art' 380 sobre a Produção sive na açâo ou na execução, o juiz
em cartÓrio Por um mês, Para
Íega ao requerente' permanecerão os autos a aplicação do produto da
Esse prazo é basþnte longo'
se
de cópias e cerridoes pelos interessados vista que
ou do depósito, em obrigaçÕes
do CPC/1973 TLndo em
com o de 48 horas, constante do art. 872
títulos da dívida p¡iblica da União ou
na
."), pode o requerente pleitear
rrata de prazo PeremptÓrio (art 222, ã I
htados.
imPeça a
mais curto, desde que não
os autos ihe sejam enregues em prazo
1.117 Também serãq alienados em
requerido. Nesse caso ' procedendo-se como nos artigos
aos autos e a extração de cóPias e certidoes Pelo
enffega cotlstar do
enrega com reduçåo do prazo, deve¡á o Prazopara
citação do requerido.
1763
1762
BREVE5 COMENTARIOS AO NOVO CÓDIGO DE PROCESSO CIVIL i70 LEONARDO GRECO

cPcl1s73 cPet20,t5

l- o imóvel que, na par"tilha, não couber no


quinhão de unt só herdeiro ou não admitir
divisão cômoda, satrvo se adjudicando a
urn ou. mais he¡deiros acordes;
fl - a co¡sa comum iradivisível ou que, pela
divisão. se tornar imprópria as seu desti-
no, verifìcada previamente a existência de
desacordo quanto.à adjudicaçäo a um dos
condôrninos;
lll - os bens méveis e ir'nóveis de órfãos
nos casos em que a lei o permitee median-
te autorização do juiz.
Art. 1.118. Na alienação judicial de coisa
comum¡ será preferido:
| - em condiçöes iguais, o condômino ao
estranho;
ll - entre os condôminos, o que tiver ben-
feitorias de maior valor; noprazo legal (art. 72I). Seo direito for disponÍvel a lalta de resposta irnpli-
lll - o condômino proprietário de quinhão em confissâo ficta.
maior, se não houver benfeitorias.
Embora o Código de Froeesso Civiì de 2015 somente se refira expressamente
Art. 1.1 19. Verificada a alienação de coisa à
em leilão público, nada i.rnpede que, nã:o sendo este i'mposto por
comum sem observância das preferências lei, venha
legais, o condômino pr:ejudicado poderá consumar por iniciativa particulør, nos terrnos do,art. gg0 ao qual
; a.qui é feita
requerer, antes da assinatura da carta, o , desde que acordes todos os interessados. Seja por esse meio, seja por meio
depósito do preço e adjudicação da coisa. judicial, a alienaçào dev erá serantecedida de wal:øçãio, à qual
se aphcarã,o,
Parágrafo único. Serão citados o adquiren- couber, as regras dos arts. 870 a875
te e os demais condôminos para dizerem A aplicação das regras da execução sobre o lei.ião sugere
de seu direito, observando-se, quanto ao aþrnas observaçÕes
judicial poderá sersubstituÍdo pelo leilãono pregão da bolsa. respectiva,
procedimento, o disposto no art.803. se
de bens com coraÇäo em bolsa, substituído o leiloeiro pelo co,rretor
da bolsa,
Diferentemente do Código de Processo Civilde 1973, que regulou as do 0 2.'do art. 881. intimação dos inreressad.os do dia, hora e local do
A,
judiciais em sete artigos, o Código de Procèsso Civil de 2015 sobre elas segu,irá a regra do art.889, l. Todosos interessados , requer€ntes ou requeridos
artigo único que praticamente se limita a reportar-se às regras gerais sobre os oferecer lanços; sem prejuÍzo d,as restriçÕes do art.,890. No caso
de extinção
dimentos de jurisdição voluntária e ao procedimearo do leilâo judicial na ou de ahenação de quinhão em coisa colnum, serão r€sPeiudas as
por quaniia certa, remetendo à aplicação desses dispositivos e às do direito do an.I.322 do CC. Será admissÍvel a.aquisição do bem em prestações,
em que se fundamenta a aiienação a disciplina de todas as qtlestõe¡ que nelas do art.895. A invalidação da arrematação observará as regras do art. 903.
surgir, como a legitimação, os efeitos, as preferências etc-
Este procedimento é tþicamente executório, consistindo na prática sob
são judicial de atos necessários
a transformar urn bem em dinheiro para que a
dado o destino estabeiecido pelo direito matenal. Não se confunde, porlanto'
alienacÕes previstas nos incs. III, IV e V do art. 725, procedimentos
nidvos, que visam a uma sentença que aprove ou autorize a alienação, do quai
resuitar, conforme o caso, uma alienação particular extrajudicial ou a
um procedimento execuÍ.ório para efetivá-lo, nos terrnos do artigo.aqui
1764 176s

-a

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