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Tutela de Urgência e Arbitragem
Publication Luis Fernando Guerrero
Revista Brasileira de 1 Introdução e Objetivo
Arbitragem
A nova Lei de Arbitragem brasileira, indubitavelmente, trouxe em seu bojo uma nova visão
acerca desta forma de solução de conflitos, com mais segurança por empresas e pessoas
Jurisdiction físicas para questões envolvendo direitos patrimoniais disponíveis.
P 22
Brazil P 23
O crescimento da aplicação da arbitragem no Brasil, no entanto, não foi simples. Em
primeiro lugar, foi superada a questão da desconfiança das partes e, nesse sentido, a
Key words arbitragem comercial é uma realidade cada vez mais abrangente decorrente da
incapacidade de o Judiciário solucionar as questões societárias, por exemplo, na
Arbitragem velocidade que o mercado demanda. Posteriormente, a questão da constitucionalidade
jurisdição desta forma de solução de controvérsias também foi questionada, culminando no
medidas de urgência julgamento que reconheceu a constitucionalidade da arbitragem, um importante passo
Arbitration para a consagração da arbitragem como um procedimento jurisdicional.
jurisdiction
interim reliefs O momento atual é, portanto, de consolidação da aplicação do instituto para outras
situações, mas, antes de tudo, é fundamental que se entenda e se conheça a arbitragem
de forma a permitir sua correta aplicação para outras relações jurídicas mais sensíveis e
em momentos de urgência, nos quais as ideias gerais sobre arbitragem devem ser
Bibliographic reference flexibilizadas e utilizadas de modo a garantir a concessão da tutela jurisdicional
Luis Fernando Guerrero, pleiteada pelas partes.
'Tutela de Urgência e Como se verá adiante, o objetivo deste trabalho é analisar um dos aspectos de uma das
Arbitragem', Revista vertentes da arbitragem: a faceta jurisdicional (1) . O aspecto a ser analisado é
Brasileira de Arbitragem, exatamente aquele que trata dos requisitos necessários para um julgamento capaz de
(© Comitê Brasileiro de aplicar o direito ao caso concreto pelos árbitros, e a análise, nesse sentido, seguirá as
Arbitragem CBAr & IOB; linhas basilares do processo civil realizando uma releitura dos pressupostos processuais e
Comitê Brasileiro de das condições da ação no seio da arbitragem.
Arbitragem CBAr & IOB 2009,
Volume VI Issue 24) pp. 22 - Nesse sentido, o objetivo do presente trabalho é analisar de que forma provimentos de
44 urgência podem ser pleiteados na arbitragem e como se dará a interação entre o
Judiciário, os árbitros e, eventualmente, as Câmaras de Arbitragem que prevejam
procedimentos dessa natureza (Câmara de Arbitragem da Câmara de Comércio
Internacional – art. 23 do Regulamento de Arbitragem) a fim de que tutelas de urgência
sejam produzidas de modo útil e técnico a fim de evitar discussões futuras e que possam
fazer os direitos em discussão perecerem ou não se efetivarem.
Este vai ser assim o objetivo deste trabalho: buscar explicação para alguns fenômenos
processuais que se aplicam à arbitragem à luz da realidade desta forma autônoma de
solução de conflitos, mas que, para algumas medidas, principalmente que demandam a
utilização força, depende de interação com o Judiciário.

2 Tempo e Processo: Evolução Histórica e Aspectos Gerais


P 23 Há como se relacionar os procedimentos de urgência atuais com os interditos romanos. Era
P 24 possível, no mencionado sistema, obter ordens emitidas pelo Magistrado impondo
certo comportamento a uma pessoa a pedido de outra. Os direitos obrigacionais, de outro
lado, eram amparados pelo actio, com juízo privado.
Existiam, portanto, duas formas de processo civil no sistema romano, sendo possível a
obtenção de medidas de urgência, até sem oitiva da parte contrária, apenas em um deles
(interditos) (2) .
Vê-se, pois, que a técnica da cognição sumária e da antecipação de efeitos materiais da
tutela eram conhecidas no Direito romano antigo; nos dizeres de José Roberto dos Santos
Bedaque, “registra a doutrina a existência de doze exemplos de tutelas dessa natureza,
dez nas Pandectas e dois nos Códigos de 231 e 331 d.C” (3) . Tal distinção surgiu no período
denominado “Ordo Ivdiciorvm Privatorvm” (4) . No Baixo Império correu a unificação dos
dois sistemas com a publicização total da actio (5) .
Em resumo, como bem salienta José Roberto dos Santos Bedaque:
A reconstrução sistemática das medidas cautelares no Direito romano é trabalho
praticamente impossível. Só se pode afirmar que se tratava de meio destinado a garantir
a atuação prática da tutela concedida pelo ius civile ou pelo pretor contra eventuais
violações.
Verifica-se, ainda, que a origem da tutela cautelar está, na verdade, nas garantias
inerentes ao próprio direito material, ou seja, eram previsões, na maioria das vezes,

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ligadas a acordo de vontades, destinadas a assegurar o adimplemento das obrigações. (6)
Na Idade Média, o direito canônico observou a ampliação da disciplina da posse para os
direitos pessoais, aplicando o mecanismo dos interditos da época clássica, suprimindo
formalidades do processo comum e sendo permitido para atender a casos de urgência em
diversos países como Itália, França e Espanha a partir do século XIII (7) .
Nesse sentido, os interditos romanos podem ser indicados como os antecedentes dos
provimentos de urgência, sendo ainda prevista a autorização de medidas desta natureza
no Codex Iuris Canonici (Cânone 1672) e nos Códigos Sardos de 1854 e 1859 (8) .
P 24
P 25
O desenvolvimento e o maior dinamismo das atividades humanas assumiram particular
importância no problema do tempo necessário para a realização do processo e a solução
dos conflitos (9) – sempre se seguindo, contudo, a mesma ideia básica de que as tutelas de
urgência têm ampla relação com as situações de direito material e destinam-se a garanti-
las até o final do processo.
Assim, a moderna ciência processual entende que a regra é a de que o julgador
estabeleça, inicialmente, um contato com a causa e seus fundamentos, especialmente
fatos, relações jurídicas afirmadas e provas, para apenas, posteriormente, proferir o
resultado de sua análise acerca dos elementos trazidos pelas partes. E essa análise não
deve mais ser feita sob o prisma da tutela de direitos, existindo o processo para os seres
humanos, como algo que lhes pode trazer situações positivas.
Dessa forma, o ordenamento jurídico brasileiro, por meio do art. 5°, inciso XXXV, da
Constituição Federal de 1988, apresenta aos cidadãos uma promessa de tutela
jurisdicional que será concedida após a conjugação dos elementos ontológicos do
processo, a saber: jurisdição, ação, processo e defesa (10) .
Nesse sentido, a tutela jurisdicional deve ser entendida com a produção de uma situação
mais favorável do que a situação na qual se encontrava a pessoa quando a pleiteou após a
realização de procedimentos necessários para se proferir uma decisão correta, justa. Para
garantir tal postulado, existem situações excepcionais e urgentes nas quais a espera por
uma análise de todas as questões trazidas pelas partes para análise do julgador. Ou seja, a
espera por todo um iter lógico e uma cognição profunda por parte do julgador pode criar
situações de perecimento de direito por inteiro quando chegado o momento do mal
definitivo. Em outras situações, não se consuma uma lesão definitiva, mas as angústias e
os prejuízos da espera, somados ao estado de privação que se prolonga, constituem males
a serem evitados.
Embora, como diga José Rogério Cruz e Tucci, “o tempo do processo é um tempo
inteiramente ordenado que permite à sociedade regenerar a ordem social e jurídica” (11) ,
a técnica processual, para remediar tais situações aflitivas, excogitou certas medidas de
urgência, categorizadas como tutela jurisdicional antecipada (art. 273 do CPC) (12) e como a
chamada tutela cautelar (Livro III do CPC – arts. 796 e seguintes). É nesse sentido que
Humberto Theodoro Júnior afirma:
Fala-se então numa tutela principal e exauriente e, também, numa tutela subsidiária ou
P 25 acessória cuja tarefa específica seria suprir provisoriamente os efeitos indesejáveis da
P 26 demora na solução da tutela ordinária. A essa tutela emergencial atribuiu-se a
denominação de tutela de urgência. Sua característica maior, de par com a celeridade,
seria a provisoriedade em contraposição à definitividade própria da tutela principal. (13)
Assim, existe (i) tutela jurisdicional antecipada: as medidas que oferecem ao sujeito,
desde logo, a fruição integral ou parcial do próprio bem ou situação pela qual litiga e (ii)
medidas cautelares: as medidas destinadas a proteger o processo em sua eficácia ou na
qualidade de seu produto final só indiretamente favorecem o sujeito (sustação de
protesto, mandado de segurança, ação civil pública são exceção).
Apesar das diferenças conceituais relacionadas com a destinação de umas e outras, as
antecipações de tutela e as medidas cautelares têm um fortíssimo elemento comum de
agregação, que induz a integrá-las em uma categoria só – a saber, na categoria das
medidas de urgência (estágio atual do pensamento processual). As tutelas jurisdicionais de
urgência têm em comum: (i) a sumariedade na cognição e (ii) a revocabilidade das decisões.
Quer se trate de antecipar a tutela ou de acautelar o processo, a lei não exige que o juiz se
paute por critérios de certeza, mas pela probabilidade razoável que ordinariamente vem
definida como fumus boni juris (CPC, arts. 273 e 814).
A cognição do Magistrado depende da prova inequívoca quanto aos fatos relevantes. Se
tomada essa locução no sentido de prova segura, seguríssima, capaz de induzir a certeza
quanto aos fatos, as antecipações de tutela não poderiam ser concedidas com a
celeridade suficiente para vencer os males do tempo, afastando-se por isso dos objetivos
a colimar; por isso, mais adequado entender prova inequívoca como prova convergente ao
reconhecimento dos fatos pertinentes, ainda que superficial e não dotada de muita
segurança, desde que não abalada seriamente por outros elementos probatórios em
sentido oposto.
Assim, para antecipar a tutela, basta a probabilidade, via cognição sumária na
classificação de Kazuo Watanabe (14) , e, obviamente, não se exige a certeza; mas é

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sempre indispensável observar uma linha de equilíbrio com a qual o juiz leve em conta os
males a que o interessado na medida se mostra exposto e também os que poderão ser
causados à outra parte se ela vier a ser concedida.
No sistema brasileiro, a década de 1990 foi o marco inicial para uma maior preocupação
com os provimentos de urgência e para o desenvolvimento dessas medidas como forma
de assegurar o resultado útil do processo.
Nesse sentido, e especialmente do ponto de vista da arbitragem, houve uma maior
flexibilidade, possibilitando-se ao árbitro a solicitação de auxílio ao Judiciário para a
efetivação das medidas de urgência, o que se proibia quando a arbitragem era regulada
pelo Código de Processo Civil.
P 26 A unificação sistemática das tutelas de urgência exclui a utilidade prática de indagações
P 27 acerca da natureza de certas medidas a que alguns atribuem natureza cautelar e
outros, antecipatória. Inseridas no contexto das medidas de urgência, sem a preocupação
de investigar em qual espécie se contêm, dispensam-se os requintes da precisão
conceitual. A ideia da unidade, forte em si mesma, foi capaz de sensibilizar o legislador
reformista, que, em 2001, incluiu no Código de Processo Civil a regra da fungibilidade entre
as medidas cautelares e as antecipatórias, art. 273, § 7°, do CPC: “Se o autor, a título de
antecipação de tutela, requerer providência de natureza cautelar, poderá o juiz, quando
presentes os respectivos pressupostos, deferir a medida cautelar em caráter incidental ao
processo ajuizado”. Posto isso, contidas em uma ampla categoria unitária, as medidas
cautelares e as antecipações de tutela regem-se por uma disciplina também unitária, que
só em pontos muito específicos se bifurca em regras privativas de cada uma das espécies.
A estreita analogia com as providências cautelares, uma analogia de regras gerais entre os
institutos.
Em consequência, (i) também as antecipações podem ser concedidas em caráter
preparatório ou incidente (art. 796); (ii) a competência para concedê-las em caráter
preparatório é a do “juiz competente para conhecer da ação principal” (art. 800). No caso
da arbitragem, o entendimento é o mesmo: não existirem árbitros investidos será aquele
que seria competente caso as partes não tivessem decidido solucionar o conflito por
arbitragem; (iii) elas poderão ser concedidas depois ou antes da contestação e mesmo
inaudita altera parte (art. 804); (iv) responsabiliza-se objetivamente o beneficiário da
antecipação pelos prejuízos que ela causar (art. 811). Uma regra inerente às medidas
cautelares, que às antecipatórias não se aplica, é a da concessibilidade de ofício – porque
estas não se destinam a tutelar o processo, como aquelas, e, consequentemente, não se
configura a fundamental razão de ordem pública que manda o juiz ditar cautelas
incidentes mesmo sem que a parte a requeira (15) .
Quanto ao item (ii) acima, há que se ter em mente que a concessão e a solicitação de
medidas de urgência deve ser possível, buscando-se a efetividade em detrimento de
algumas regras de competência. Por exemplo, se se buscar uma medida de arresto, a
competência deve ser a do juízo de situação dos bens, e não a regra geral do foro
domicílio do réu.
Na arbitragem, cabe ainda discussão acerca das chamadas sentenças parciais (16) e a
antecipação de tutela. A sentença parcial, em tese, decide, em caráter definitivo,
determinadas questões trazidas à análise dos árbitros, mas não todas. Os árbitros,
P 27 verificando que determinadas questões estão aptas para julgamento, pedem sentenças
P 28 parciais, tendo sequência o procedimento para as outras questões. Já a antecipação de
tutela não julga definitivamente a questão, partindo de um trabalho cognitivo menos
profundo em relação à sentença parcial e independente da realização de outras provas ou
até mesmo de oitiva da parte contrária.
De acordo com as características da antecipação de tutela e da sentença parcial, vê-se
que a primeira tem natureza precária, enquanto que a segunda tem caráter definitivo. A
digressão se justifica, pois, na prática, o pedido de tutela antecipada formulado na
arbitragem produz como resultado uma sentença parcial. É importante, porém, que se
tenha consciência da natureza diversa das duas medidas.
É com vistas nesse entendimento que o presente estudo será realizado, especificamente,
para questões relacionadas com a arbitragem. Sendo a lei brasileira aplicável ao mérito
das questões trazidas aos árbitros, poderão eles utilizar tais regras previstas no nosso
ordenamento e, de acordo com os limites que serão analisados a seguir, permitir
provimento de urgência. Serão analisadas também aquelas hipóteses nas quais o encargo
dos árbitros e até que ponto o Judiciário poderá analisar a questão.

3 A Decisão Sobre A Procedência da Medida – Poderes do Árbitro


Antes de se analisar aspectos atinentes às medidas de urgência em situações nas quais
exista convenção de arbitragem, há que se analisar quais são os limites para esta
interação entre o Judiciário e o painel arbitral, especialmente quanto aos poderes de
cada um.
A questão da natureza jurídica da arbitragem foi, durante muito tempo, um ponto
polêmico na doutrina, pelo menos até a entrada em vigor da Lei de Arbitragem.
Nesse sentido, a importância da discussão estava em se saber qual seria a efetividade da

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decisão produzida pelos árbitros e de que modo ela poderia interferir na esfera de
direitos dos cidadãos. Nesse sentido, ao longo da história, foram desenvolvidas e
P 28 sistematizadas quatro teorias sobre a natureza jurídica da arbitragem, a saber: (i) teoria
P 29 contratual (17) , (ii) teoria publicista (18) , (iii) teoria mista (contratual – publicista) (19)
e (iv) teoria autônoma (20) . No Brasil, contudo, o legislador fez uma clara opção pela
teoria publicista da arbitragem nos termos, principalmente, dos arts. 18 e 31 do
mencionado diploma legal (21) .
Tradicionalmente, contudo, a jurisdição é apontada como uma das funções desenvolvidas
exclusivamente pelo Estado, na qual os titulares de interesses em litígio são substituídos
pela figura do juiz estatal, que, de maneira imparcial, pacificará o conflito com Justiça (22)
.
O enquadramento da arbitragem como atividade jurisdicional dependerá, então, de uma
nova interpretação daquilo que seja jurisdição com uma relevante alteração de premissa,
isto é, deve-se buscar uma visão teleológica da jurisdição, que, em última instância, é a
pacificação social. Assim, não deve haver nenhum impedimento de ordem técnica ou
ideológica para que os jurisdicionados busquem novas maneiras, como a arbitragem, para
atingir o mesmo objetivo, isto é, a solução de seus conflitos.
Não se pode olvidar que o Estado permite e incentiva, cada vez mais, esta iniciativa das
partes, sendo a arbitragem, em um conceito ampliado e revisitado da jurisdição, um meio
adequado para a solução de conflitos. Ou seja, sob certas condições e por opção política
do Estado, produz os mesmos efeitos de pronunciamentos do Judiciário, contribuindo para
a pacificação social.
Ao assumir seu encargo, nos termos do art. 19 da Lei de Arbitragem, o árbitro torna-se apto
a solucionar o conflito trazido pelas partes aplicando o direito ao caso concreto,
proferindo decisão de caráter obrigatório e vinculante. Nesse sentido, o papel do árbitro e
do juiz togado é semelhante.
A ação cognitiva, ato de inteligência de verificar todos os elementos trazidos pelas partes
e valorar todas as provas embasadoras dos referidos argumentos, ou seja, as questões de
fato e as de direito que são deduzidas no processo e cujo resultado é a base do judicium,
do julgamento do objeto litigioso (23) , é realizada de maneira semelhante pelos juízes
P 29 togados e pelos árbitros. O julgamento proferido pelo árbitro, assim como o julgamento
P 30 proferido pelo juiz, impede que as partes proponham demanda judicial sobre a mesma
matéria, sendo capaz de formar litispendência e coisa julgada.
Apesar da semelhança entre o papel do juiz e do árbitro em face da solução de conflitos, é
fundamental destacar que o segundo exerce a jurisdição de modo contido, visto que está
submetido a uma série de limitações. Nesse sentido, a demonstração decorre do fato de a
jurisdição exercida pelo árbitro não ser dotada de todos os clássicos elementos presentes
no conceito de jurisdição, quais sejam: notio, poder de conhecer determinada questão;
imperium, poder de julgar do Estado, delegado ao Estado-juiz; coertio, poder de sujeitar o
objeto do litígio e as partes às normas legais; iudicium, formação da discussão e a decisão
a respeito da causa; e executio, poder de executar ou fazer executar a decisão. O árbitro,
no entanto, não é dotado de coertio e executio.
A força, a coercitividade e a capacidade de executar suas próprias decisões condenatórias
não são os principais e relevantes elementos da jurisdição; são meros instrumentos de se
fazer cumprir as decisões proferidas após um procedimento lógico de análise dos
elementos trazidos ao conhecimento dos árbitros.
Assim, os elementos fundamentais da jurisdição, quais sejam, notio, imperium e iudicium,
estão presentes na atividade do árbitro e não será a falta de coertio e executio que
excluirão da arbitragem sua natureza jurisdicional. O monopólio do uso da força para a
efetivação de decisões judiciais ou arbitrais é do Estado, mas, para proferir decisões
acerca de conflitos, não há monopólio do Estado. As partes, se assim quiserem, poderão
indicar um terceiro para a solução de seus conflitos de acordo com a Lei de Arbitragem.
Dessa maneira, José Frederico Marques afirma:
O juízo é fruto e resultado, sobretudo, da cognição do juiz, o que vale dizer que o elemento
lógico e intelectual constitui o seu traço predominante e fundamental […] A
imperatividade do julgado se subordina sempre ao ato de inteligência que o procede e
lhe dá substância, visto que provém das indagações realizadas pelo órgão jurisdicional
para investigar e resolver a respeito das questões jurídicas de fato focalizadas no
processo. (24)
No mesmo sentido, Adolfo Armando Rivas, explicando a diferença entre força executiva do
julgado e sua força obrigatória, afirma:
Uma coisa é a obrigatoriedade de uma decisão jurisdicional (por exemplo, as sentenças
declaratórias são obrigatórias, não obstante não tenham força executiva); outra coisa é a
força executiva do julgado (que não é senão a potencialidade jurídica de provocar o uso
da força); uma terceira é a executio em concreto (quer dizer, a efetivação daquela
potencialidade), e, por último, mas bem distinto, é o exercício da força material, que
exige, para sua aplicação, órgãos policiais, dependentes do Poder Executivo. A
obrigatoriedade do julgado é uma consequência lógica do iudicium e preexiste à executio,
P 30 sem que a esta corresponda um elemento daquela, senão uma mera possibilidade que
P 31

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P 31 pode não existir, sem afetar por isso a primeira. Neste sentido, as decisões dos
tribunais arbitrais são tão obrigatórias para as partes como a dos oficiais, e terão que ser
cumpridas para evitar as consequências de uma execução. Se o pronunciamento arbitral é
de condenação, contém, como seus similares ditados pelo Poder Judiciário, força
executiva no sentido potencial; somente que, para levá-la aos fatos, para poder dispor da
força pública, a lei põe nas mãos dos juízes oficiais o controle da regularidade formal do
laudo e sua compatibilidade com a ordem pública, extremos que também controlam
mediante sentenças ditadas pelos tribunais de justiça e, com isso, o início do
procedimento de execução propriamente dito. (25)
A ordem jurídica após 1996, portanto, reconheceu a autoridade do árbitro, conferindo-lhe
poder jurisdicional. É nesse sentido que Athos de Gusmão Carneiro afirma que a
arbitragem, assim como os outros equivalentes jurisdicionais, produz, sob certas
condições, os mesmos efeitos do pronunciamento judiciário (26) .
Para a aferição do caráter jurisdicional da arbitragem não interessará a intensidade da
força coercitiva nas mãos daquele indivíduo que realizou o trabalho lógico de solução do
conflito, vale dizer, a falta de competência funcional para que o árbitro execute suas
próprias decisões não será entrave à caracterização da jurisdição como procedimento
jurisdicional (27) .
Desta maneira, o árbitro decretará a medida de urgência, e, nos dizeres de Carlos Alberto
Carmona, o fará de forma elíptica, não repetindo o mesmo erro do legislador do Código de
Processo Civil, que proibia o árbitro de proferir medidas de urgência (28) . Tanto as
medidas cautelares como as tutelas antecipadas serão deferidas do mesmo modo, pelo
árbitro, e terão sua efetivação realizada da mesma forma, com o auxílio do Judiciário.
Toda essa explanação é decorrente do chamado efeito negativo da convenção de
arbitragem, que torna o Judiciário incompetente para analisar questões de mérito trazidas
pelas partes, fixando o marco divisor entre a competência do árbitro e a competência do
juiz togado. Assim, do ponto de vista prático e de efetivação das medidas de urgência, o
P 31 árbitro dependerá de auxílio (29) . Nesse sentido, o art. 22, § 4°, da Lei de Arbitragem é
P 32 claro.
Art. 22. […]
[…]
§ 4° Ressalvado o disposto no § 2°, havendo necessidade de medidas coercitivas ou
cautelares, os árbitros poderão solicitá-las ao órgão do Poder Judiciário que seria,
originalmente, competente para julgar a causa.
No tocante ao presente trabalho, tutelas de urgência na arbitragem, vê-se que o árbitro
será capaz de analisar os méritos de todos os pleitos desta natureza que sejam postos
pelas partes (30) . Contudo, serão verificadas limitações quanto a sua capacidade de
efetivação das referidas medidas já que dependerá do auxílio do juiz togado que seria
competente para analisá-las caso não existisse convenção de arbitragem.
Equivocamente, o eg. Tribunal de Justiça do Estado de São Paulo já considerou que a
existência de procedimento arbitral não impede que o Judiciário analise o mérito de
medidas de urgência com fundamento no art. 5°, inciso XXXV, da Constituição Federal de
1988 (31) . Contudo, tal entendimento não pode prevalecer. A análise tanto do mérito da
demanda quanto das medidas de urgência, existindo procedimento arbitral em curso,
será dos árbitros.
Como bem afirma Nilton César Antunes da Costa, caberá ao Judiciário apenas atender a
medida de urgência deferida já que o árbitro não tem poder de execução de suas
medidas. Desse modo, o Judiciário compartilha cooperativamente (32) . No mesmo
sentido, Pedro Antonio Batista Martins também menciona o caráter de cooperação entre a
P 32 jurisdição arbitral e a judicial no tocante às medidas de urgência e considera que as
P 33 decisões dos árbitros dependerão, necessariamente, de um ato de imposição
complementar, exatamente nos mesmos limites dos poderes dos árbitros (33) .
Finalmente, há crítica na doutrina acerca da execução de medidas de urgência requeridas
aos árbitros, especialmente quanto aos riscos de erro, inexecução e até em face da
responsabilidade civil que pode ser gerada. Thomas Clay considera que poderia haver,
inclusive, responsabilização civil do árbitro em face de eventual incompatibilidade com a
sentença arbitral. Isso porque, para o referido autor, um procedimento bem administrado
não depende de medidas de urgência já que a solução será célere e o provisório e o
definitivo se fundirão (34) . Tal posição, no entanto, parece ser bastante radical posto que
as medidas de urgência são instrumentos postos pela técnica processual e devem ser
usados com parcimônia e em situações de efetivo risco. Se forem usados com boa fé, não
há porque se pensar em abusos.
A jurisdição, neste aspecto, portanto, se compartilha com nítida divisão de competência
entre o árbitro e o juiz togado.

4 A Medida Solicitada em Sede Judicial com Existência de Convenção de


Arbitragem e Antes do Início do Procedimento Arbitral
Embora a discussão pareça mais simples, partindo-se das premissas aqui expostas sobre

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os poderes do árbitro, o fato é que interpretações extremadas dos poderes do árbitro ou
dos efeitos negativos da convenção de arbitragem, retirada de competência do Judiciário
para analisar questões de mérito na arbitragem, têm gerado algumas distorções.
Via de regra, a competência para análise das medidas de urgência solicitadas antes do
início da arbitragem (aceitação dos encargos pelos árbitros – art. 19 da Lei de Arbitragem)
será do Judiciário. Nesse sentido, a doutrina afirma, de modo unânime, que aos árbitros só
será dado o direito de analisar o mérito das medidas de urgência após a aceitação do
encargo para arbitrar, marco inicial do processo arbitral (35) .
Diz-se, via de regra, porque algumas Câmaras de Arbitragem preveem em seus
regulamentos a análise de medidas de urgência desde que exista uma convenção de
arbitragem que a indique. Esse é o caso da do Centro de Arbitragem da Câmara de
Comércio internacional.
P 33 Nesse sentido, a comissão capitaneada por Yves Derains e posteriormente por Humprhrey
P 34 Lloyd no mencionado Centro de Arbitragem criou um sistema inspirado no juge des
référés, que permite às partes obter a designação imediata de um árbitro que tivesse
poderes para conceder medidas de urgência (36) .
O referido regulamento prevê a indicação de um “terceiro ordenador”, que será
responsável por ordenar determinadas medidas antes que seja provocado o tribunal
arbitral ou estatal competente para analisar o mérito da questão. Nesse sentido, existindo
convenção de arbitragem indicando o Centro de Arbitragem da CCI e seu regulamento pré-
arbitral, a referida convenção terá efeito negativo amplo, e o Judiciário estatal não terá
poderes, sequer, para analisar as medidas de urgência anteriores à instauração do painel
arbitral que analisará o seu mérito. Apenas haverá competência do Judiciário para
execução das medidas.
A American Arbitration Association também possui regras específicas quanto à concessão
de medidas de urgência pelos árbitros, especialmente para demandas comerciais
complexas (item O-2 do Regulamento – figura do Emergency Arbitrator). Os exemplos
expostos representam, portanto, uma exceção (37) .
Partindo para a regra geral, estamos diante de provimentos de urgência ditos
preparatórios e, para se evitar distorções, é importante que a parte interessada informe
que busca apenas provimento de urgência e que o está pleiteando perante o Judiciário,
uma vez que a arbitragem ainda não está instituída e não há como requerê-lo perante os
árbitros. No caso das cautelares, é interessante informar que a demanda principal a ser
proposta em até 30 (trinta) dias da efetivação da medida de urgência será uma
arbitragem.
O Judiciário já foi capaz de produzir decisões que, embora demonstrem um privilégio ou
incentivo à arbitragem, afirmando o seu efeito positivo, estão incorretas do ponto de vista
técnico. Apesar da existência da convenção de arbitragem, a demanda preparatória pode
ser analisada pelo juiz togado na medida em que se deve garantir o resultado prático do
provimento pleiteado. Nesse sentido, há interessante julgado do eg. Tribunal de Justiça do
Estado do Rio Grande do Sul:
Agravo interno. Decisão monocrática. Revogação medida liminar. Extinção da ação. Art.
267, inciso VI, do CPC. Relação contratual. Cláusula compromissória. Juízo arbitral.
Princípio da boa-fé. Risco da atividade
No contrato firmado entre as partes, denominado carta de confirmação de operação de
P 34 compra e venda de moeda estrangeira sem entrega física, há previsão de cláusula
P 35 compromissória, determinando que quaisquer disputas ou controvérsias que possam
surgir serão submetidas à arbitragem. Trata-se, pois, de condição sine qua non para
dirimir possíveis conflitos perante o Poder Judiciário.
Outrossim, em que pesem as sérias consequências advindas com a crise econômica que
assolou o mundo, cumpre destacar que a empresa agravante ao firmar contrato de
natureza claramente especulativa com a agência bancária detinha conhecimento
suficiente a mensurar os riscos advindos com futura e possível crise financeira, posto que
se trata de empresa de grande porte com larga experiência em negociações desta
natureza. Assim, neste contexto, o risco da atividade pertence à empresa que, pelo
princípio da boa-fé objetiva, deve cumprir com suas obrigações contratuais. Agravo
interno desprovido. (38)
Embora à primeira vista possa ser criticado, a leitura deste julgado demonstra que a
medida principal requerida pela parte era impossível, motivo pela qual a demanda
cautelar preparatória foi extinta. A parte requerente deve deixar claro que a demanda
principal relativa à demanda preparatória será uma arbitragem. A medida cautelar
preparatória não terá valia se a intenção da parte autora se desvincular de eventuais
obrigações.
Na mesma linha, o eg. Tribunal de Justiça do Estado de São Paulo analisou pedido de
demanda cautelar de produção antecipada de provas em caso no qual não havia sido
instaurada a arbitragem. Foi determinada a produção da prova com o envio de seu
resultado, no caso laudo pericial, para os interessados ou para análise dos árbitros após a
instauração do procedimento arbitral:

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MEDIDA CAUTELAR DE PRODUÇÃO DE PROVAS ANTERIOR À CONSTITUIÇÃO DO TRIBUNAL
ARBITRAL
Acolhimento do pedido de perícia, em razão do evidente periculum in mora. Após a
conclusão dos trabalhos do expert, o laudo deverá ser remetido aos interessados ou
entregue aos árbitros.
[…]
Verifica-se que a convenção de arbitragem representa uma hipótese de cláusula
compromissória cheia, porque estão definidos os critérios para nomeação dos árbitros.
Portanto não há necessidade de ajuizar a ação do art. 7° da Lei n° 9.307/1996, o que não
impede de afirmar que existe um vácuo temporal até que se instale o juízo arbitral,
criando um espaço para de risco para situações que reclamem soluções urgentes.
Exatamente para eliminar os problemas dessa lacuna, a doutrina, com inegável bom-
senso, admite que a parte recorra Judiciários, nos termos do art. 800 do CPC. (39)
De modo exemplar também o eg. Tribunal de Justiça do Estado de Minas Gerais deferiu
P 35 medida cautelar preparatória e, depois, com a notícia de instauração do procedimento
P 36 arbitral, enviou a questão para análise dos árbitros:
AGRAVO INOMINADO EM AGRAVO DE INSTRUMENTO – AÇÃO CAUTELAR INOMINADA
PREPARATÓRIA – CLÁUSULA ARBITRAL – AJUIZAMENTO NO JUÍZO ESTADUAL – POSSIBILIDADE
– INDEFERIMENTO DA MEDIDA – AGRAVO DE INSTRUMENTO – EFEITO ATIVO CONCEDIDO –
CIÊNCIA DA POSTERIOR INSTAURAÇÃO DO JUÍZO ARBITRAL – INCOMPETÊNCIA
SUPERVENIENTE DA JUSTIÇA ESTATAL – REMESSA DOS AUTOS AO ARBITRO PARA
MANUTENÇÃO OU NÃO DA TUTELA CONCEDIDA – É da competência plena do juízo arbitral,
ao qual se submete o exame da causa, a cognição sobre a oportunidade da medida
antecipatória ou acautelatória, ficando apenas sua execução afeta ao juiz estatal,
mediante seu poder de coertio e executio, caso a parte resista em cumpri-la
espontaneamente. Hipótese excepcional, que enseja a competência do juízo estatal,
todavia, é quando, antes da instauração do Juízo Arbitral, com a aceitação da nomeação
pelo árbitro, haja necessidade de alguma dessas medidas cautelares ou de urgência.
Nesses casos, admite-se que o requerimento seja feito diretamente ao Juiz togado
competente para o conhecimento da causa, sujeitando-se, todavia, à ratificação pelo Juízo
Arbitral, assim que instaurado, remetendo-lhe os autos, de forma a preservar a
competência plena da Jurisdição privada sobre o litígio. (40)
Joel Dias Figueira Júnior considera que a convenção de arbitragem poderá estabelecer se
os árbitros poderão ou não deferir e, em caso de omissão, ser requerida medida
preparatória ao Judiciário. De qualquer modo, parece que medidas conservativas podem
ser tomadas, independente de limitações da cláusula compromissória na medida em que
são conservativas e servirão para garantir o bem da vida que será objeto da tutela
jurisdicional a ser conferida pelos árbitros (41) . Não há razão, portanto, para se impedir a
análise das medidas de urgência antecipatórias pelo Judiciário.
Em linhas gerais, portanto, pode-se dizer que a jurisprudência nacional está
compreendendo de modo adequado as questões que envolvam as medidas de urgência na
arbitragem, realizando julgamento de modo técnico e cooperativo para o bom
funcionamento da arbitragem.

5 A Efetivação das Medidas de Urgência Deferidas


A existência de uma espécie de jurisdição compartilhada entre o Judiciário e os árbitros
torna necessária a cooperação entre estas duas instâncias. Na hipótese de deferimento da
medida de urgência pelos árbitros, a efetivação desta dependerá da cooperação com o
Judiciário.
P 36 Muito se discute na doutrina qual é a forma para que o pedido da medida de urgência seja
P 37 deferido. Carlos Alberto Carmona considera que para efetivação da medida
[…] o árbitro dirigir-se-á ao juiz através de mero ofício, instruído com cópia da convenção
de arbitragem e do adendo de que trata o art. 19, parágrafo único, da Lei de Arbitragem, se
existir. Enquanto não houver regulamentação para os trâmites necessários ao
cumprimento da solicitação do concurso do juiz togado, o melhor método será o da
distribuição de ofício a um dos juízos cíveis competentes para o ato. (42)
A opinião de Clávio de Melo Valença Filho não é diversa:
O pedido de colaboração deve ser encaminhado ao juiz estatal na forma de ofício
instruído com cópia da convenção e do contrato de arbitragem, como se fora uma
precatória. Após análise formal, sem juízo de oportunidade, deve o juízo estatal
deprecado ordenar a execução da medida. (43)
A questão da forma da notificação dos árbitros ao juiz togado é bastante polêmica posto
que o mero ofício, mesmo instruído com cópias de documentos, pode não ser interpretado
a contento pelo Magistrado. De outro lado, embora se possa pensar em demandas para
cumprimento de obrigação de fazer ou de não fazer, não se trata de demanda cognitiva ao
judiciário, mas pode-se pensar em demanda exigindo o cumprimento da decisão arbitral
provisória, nos termos dos arts. 461, 461-A e 475 do Código de Processo Civil, conforme o
caso.

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Há, com o claro objetivo de se evitar perplexidade e dúvida das partes, a existência de
alguns regulamentos para garantir o cumprimento das medidas de urgência, tornando tal
atividade mais previsível. Trata-se, por exemplo, do Ofício Circular n° 69/1999 do
Corregedor-Geral da Justiça do Estado do Paraná. No exemplo aludido, o Desembargador
Osíris Fontoura, do Tribunal de Justiça do Estado do Paraná, esclarece a competência das
Varas Cíveis para efetivar medidas de urgência e coercitivas em geral decorrentes do
poder dos árbitros previsto no art. 22, §§ 2° e 4°, da Lei de Arbitragem (44) .
De outro lado, são comuns as decisões no Judiciário brasileiro que recebem solicitações
de árbitros e as cumprem, seguindo os princípios estabelecidos na Lei de Arbitragem.
Nessa linha, o Judiciário brasileiro já absorveu decisões emanadas pelos árbitros e as
efetivou mediante simples notificação. O exemplo abaixo é do Estado do Mato Grosso:
P 37 Qualquer um dos meios utilizados leva à efetivação das medidas de urgência pelo
P 38 denominado método da assistência (45) . De acordo com o que ensina Clávio de Melo
Valença Filho, referido método foi adotado pelo legislador suíço, direito que
simplesmente exclui a possibilidade de exequatur as medidas de urgência (46) e
consistente no exercício compartilhado da jurisdição entre árbitro e juiz togado, sendo
que o segundo presta assistência para garantir a medida deferida pelo primeiro.
Vê-se, desta maneira, a existência de duas formas de efetivação das medidas de urgência
deferidas pelos árbitros e que devem ser cumpridas pelo juiz togado. De um lado, já há
regulamentos que estabelecem procedimentos do Judiciário e do jurisdicionado para a
efetivação de tal medida; de outro, o ideal parece ser a fixação de procedimentos claros e
conhecidos por todos de modo a evitar surpresas e garantir a regularidade e a
previsibilidade do cumprimento de decisões arbitrais sem gerar armadilhas aos
profissionais da área bem como aos jurisdicionados.
Do ponto de vista internacional, o Superior Tribunal de Justiça, por meio da sua Resolução
n° 9, de 2005 (art. 4°, § 3° (47) ), permite que medidas de urgência sejam homologadas e
seu exequatur seja concedido. Assim, antes de seguir o mencionado procedimento acima
para efetivação da medida de urgência deferida, as decisões proferidas em caráter
internacional devem passar pelo juízo de delibação do Superior Tribunal de Justiça (48) .

Conclusão
De acordo com o que foi exposto, vê-se clara a existência de uma atividade cooperativa
entre o Judiciário brasileiro e os árbitros quando a arbitragem aqui é realizada. Há uma
espécie de compartilhamento de jurisdição com base no chamado efeito negativo da
convenção de arbitragem.
Tal situação, no entanto, não significa que o árbitro não possa analisar medidas de
urgência que a ele sejam trazidas antes da instauração da arbitragem. Nesses casos, a
competência do Judiciário persistirá até a instauração da arbitragem que será também a
demanda principal relativa à eventual medida cautelar.

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1) A outra faceta, contratual, é anterior a esta vertente jurisdicional e deve analisar os
requisitos do negócio jurídico de uma das espécies da convenção de arbitragem. O
objetivo deste trabalho, como já se disse, é explorar os requisitos da arbitragem
exatamente como forma de solução de conflitos, quais seriam os requisitos para o
pronunciamento de uma sentença dos árbitros capaz de aplicar o direito ao caso
concreto. Adota-se aqui, portanto, a teoria mista para explicar a arbitragem como um
fenômeno contratual na origem, mas jurisdicional na sua essência de forma de solução
de conflitos – tais teorias serão analisadas detidamente a seguir.
2) SILVA, O. A. Baptista da. A antecipação de tutela, na recente reforma processual. In:
TEIXEIRA, Sálvio de Figueiredo (Org.). A reforma do código de processo civil. São Paulo:
Saraiva, 1996. p. 136.
3) BEDAQUE, José Roberto dos Santos. Tutela cautelar e tutela antecipada: tutelas sumária
e de urgência. 2. ed. São Paulo: Malheiros, 2001. p. 31.
4) MOREIRA ALVES, José Carlos. Curso de direito romano. 12. ed. Rio de Janeiro: Forense, v.
I, 1999. p. 184.
5) BEDAQUE, José Roberto dos Santos. Tutela cautelar e tutela antecipada… cit., p. 31.
6) Idem, p. 34.
7) LACERDA, G. Tutela antecipatória e tutela interdital. In: BARBOSA MOREIRA, José Carlos.
(Coord.). Estudos de direito processual e homenagem a Luiz Machado Guimarães. 1. ed.
Rio de Janeiro: Forense, 1977. p. 184-185.
8) Idem, p. 187.

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9) BARBOSA MOREIRA, José Carlos. Tutela de urgência e efetividade do direito. Revista de
Direito Renovar, v. 23, p. 45-58, 2003.
10) DINAMARCO, Cândido Rangel. Instituições de direito processual civil. 1. ed. São Paulo:
Malheiros, v. II, 2001. p. 25-29.
11) CRUZ E TUCCI, José Rogério. Tempo e processo. São Paulo: Revista dos Tribunais, 1997. p.
26.
12) Nesse sentido, Cassio Scarpinella Bueno apresenta da chamada “tutela jurisdicional
preventiva” (Curso sistematizado de direito processual civil – Tutela antecipada. Tutela
cautelar. Procedimentos cautelares específicos. São Paulo: Saraiva, v. IV, 2009).
13) THEODORO JÚNIOR, Humberto. Tutela antecipada – Evolução – Visão comparatista
direito brasileiro e direito europeu. In: Bases científicas para um renovado direito
processual. Brasília: IBDP, v. I, 2008. p. 425.
14) WATANABE Kazuo. Da cognição no processo civil. 2. ed. Campinas: Bookseller, 2000. p.
58-59.
15) DINAMARCO, Cândido Rangel. Instituições de direito processual civil. 1. ed. São Paulo:
Malheiros, v. I, 2001. p. 164.
16) Ainda é bastante discutível na doutrina brasileira a permissão das sentenças arbitrais
parciais, embora a tendência seja a de admiti-las. Nesse sentido, ver ARMELIN,
Donaldo. Notas sobre sentença parcial e arbitragem. Revista de Arbitragem e Mediação,
São Paulo: RT, n. 18, p. 274-300, 2008. No mencionado texto, há concordância com a
admissibilidade das sentenças parciais, mas estas devem ser compatíveis com as
outras decisões proferidas pela mesma arbitragem (CARMONA, Carlos Alberto. Ensaio
sobre a sentença arbitral parcial. Revista Brasileira de Arbitragem, São Paulo: IOB
Thompson, n. 18, p. 7-26, 2008). Aqui, Carlos Alberto Carmona considera que a Lei n°
11.232/2005 passou a admitir as sentenças parciais com a alteração do conceito de
sentença e a possibilidade de “fatiamento” do mérito.
17) A teoria contratual não considera haver exercício de poderes jurisdicionais pelos
árbitros, uma vez que estes não exercem atividades coercitivas como cumprimento de
medidas cautelares. Os árbitros não atuariam a vontade concreta da lei uma vez que
não são capazes de impor sanções e, em muitas legislações, suas decisões devem ser
homologadas pelo Judiciário, local a fim de serem dotadas de eficácia (SATTA,
Salvatore. Diritto processuale civile. 1. ed. Padova: Cedam, 1973. p. 704-705; CHIOVENDA,
Giuseppe. Istituzioni di diritto processuale civile. 1. ed. Napole: Jovene, 1928. p. 82; e
LIMA, C. Vianna de. Notícia da arbitragem no direito positivo brasileiro. Revista
Forense, n. 334, p. 43, 1996).
18) A teoria publicista ou processualista considera que a atividade dos árbitros derroga as
regras de competência estatal, aproximando as ideias de sentença arbitral e sentença
proferida pelo Judiciário. Desde o início: CARMONA, Carlos Alberto. Arbitragem e
processo. 1. ed. São Paulo: Malheiros, 1998. p. 32; MORTARA, Ludovico. Commentario del
codice e della legge di procedura civile. Milano: Casa Editrice Dottor Francesco Vallardi,
v. III, 1923; LA CHINA, Sergio. L'Arbitrato – il Sistema – l'esperienza. 1. ed. Milano:
Giuffré, 1999. p. 13; FERREIRA LEMES, Selma Maria. Os princípios jurídicos da lei de
arbitragem. In: MARTINS, Pedro Antonio Baptista; LEMES, Selma Maria Ferreira;
CARMONA, Carlos Alberto. Aspectos fundamentais da lei de arbitragem. 1. ed. Rio de
Janeiro: Forense, 1999. p. 107.
19) A teoria mista parte dos fundamentos da teoria contratual e da teoria publicista.
Fundamenta-se no entendimento de que a arbitragem desenvolve-se fora de um
sistema jurídico. A arbitragem estaria vinculada à legislação do local de sua sede e
teria certa dependência em relação ao sistema jurídico, porém não seria inteiramente
controlada por esse sistema (CARNELUTTI, F. Instituzioni del processo civile italiano. 5.
ed. Roma: Foro Italiano, 1956, p. 120; RUBINO-SAMMARTANO, Mauro. Il diritto
dell'arbitrato (Interno). 2. ed. Padova: Cedam, 1994. p. 28).
20) A teoria autônoma tem grande relevância nos procedimentos de arbitragem
internacional em que não há qualquer vínculo do procedimento arbitral com regras de
sistemas jurídicos nacionais (DOLLINGER, Jacob; TIBURCIO, Carmen. Arbitragem
comercial internacional. 1. ed. Rio de Janeiro: Renovar, 2003. p. 96-97; DAVID, René.
L'arbitrage dans le commerce international. 1. ed. Paris: Economica, 1981. 20-23).
21) Para uma discussão específica sobre o assunto v. GUERRERO, Luis Fernando.
Arbitragem e jurisdição: premissa à homologação da sentença arbitral estrangeira.
Revista de Processo, São Paulo: RT, n. 159, 2008.
22) ARAÚJO CINTRA, Antônio Carlos; GRINOVER, Ada Pelegrini; DINAMARCO, Cândido Rangel.
Teoria geral do processo. 17. ed. São Paulo: Malheiros, 2001. p. 131; CARNEIRO, Athos
Gusmão. Jurisdição e competência. 12. ed. São Paulo: Saraiva, 2002. p. 4-5.
23) WATANABE, Kazuo. Da cognição no processo civil. 2. ed. Campinas: Bookseller, 2000. p.
58-59.
24) FREDERICO MARQUES, José. Instituições de direito processual civil. 1. ed. Rio de Janeiro:
Forense, v. III, 1960. p. 4.
25) RIVAS, Adolfo Armando. El arbitraje según el derecho argentino. Revista de Processo,
São Paulo: RT, n. 45, 1987.
26) CARNEIRO, Athos Gusmão. Jurisdição… cit., p. 47-52.

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27) CARMONA, Carlos Alberto. Arbitragem e jurisdição. In: GRINOVER, Ada Pelegrini;
DINAMARCO, Cândido Rangel; WATANABE, Kazuo (Coord.). Participação e processo. 1. ed.
São Paulo: RT, 1988. p. 303-304. O que caracteriza a jurisdição, na verdade, é o poder
investido pelas partes ou pelo Estado ou árbitro ou ao juiz togado de fazer aplicar a
lei ao caso concreto que é trazido, solucionando-o. Dessa forma, não há como negar
que há jurisdição na atividade do árbitro.
28) CARMONA, Carlos Alberto. Arbitragem e processo. 2. ed. São Paulo: Atlas, 2004. p. 265.
29) Nesse sentido, Joel Dias Figueira Júnior afirma: “Na jurisdição arbitral, o julgador
limita-se a ‘dizer o direito das partes’, sem poderes de fazer exercê-lo. A satisfação no
plano material do direito do vencedor que obteve sentença arbitral favorável
(condenatória, mandamental ou executiva lato sensu) estará na dependência da
vontade do vencido de cumprir a decisão espontaneamente. Caso contrário, deverá o
interessado executar a sentença perante o Poder Judiciário (art. 584, III, do CPC), se
condenatória; se mandamental ou executiva em sentido amplo, basta que o árbitro
solicite ao Poder Judiciário, que seria originalmente competente para julgar a causa,
que efetive a medida para satisfação do vencedor no plano material” (Arbitragem,
jurisdição e execução. 2. ed. São Paulo: RT, 1999. p. 255).
30) Em alguns casos na prática, medidas de urgência pleiteadas podem dar origem às
chamadas sentenças parciais. Considerando os árbitros que a questão urgente
apresentada comporta julgamento, podem proferir julgamento sobre ela. A questão é
bastante polêmica no direito brasileiro, já que tal decisão provocaria cisão de análise
do mérito, mas é muito comum no direito internacional. Nesse sentido, Clávio Valença
Filho afirma serem possíveis medidas de urgência proferidas em sentenças parciais:
“No direito de fonte convencional em vigor, as sentenças arbitrais parciais são
expressamente reconhecidas pelo art. 19, § 2°, do Acordo sobre Arbitragem Comercial
Internacional do Mercosul (Buenos Aires, 23 de julho de 1998), cujo texto permite seja a
tutela de urgência ‘instrumentalizadas por meio de um laudo provisional ou
interlocutório’. 45° Comum, da mesma forma a prolação de partial, interlocutory ou
interim awards sob o regime da Convenção de Nova Iorque de 1958, cujo texto,
semelhante ao da Lei de Arbitragem, condena, em seu art. IV, sentenças proferidas
para além do convencionado, mas não permite se recuse homologação às que
decidam aquém. 46° Da mesma forma, o art. 5° da Convenção Interamericana sobre
Arbitragem Comercial Internacional (Panamá, 30 de janeiro de 1975). Conclui-se:
constituem títulos executivos válidos às sentenças parciais proferidas no Brasil que
não tenham sido objeto de ‘embargos declaratórios’ ou que não façam o objeto de
ação anulatória intentada no prazo legal. São homologáveis as sentenças arbitrais
parciais proferidas no estrangeiro, seja sob o regime de direito comum, seja sob o
regime do direito convencional. De se aceitar, então, a possibilidade de homologação
de sentenças parciais. Isso, contudo, não basta à possibilidade de utilização da
sentença arbitral como instrumento da tutela arbitral de urgência” (Tutela judicial de
urgência e a lide objeto de convenção de arbitragem. Revista Brasileira de Arbitragem,
São Paulo: IOB Thompson, n. 7, 2005. 23-24).
31) TJSP, AI 285.741-4/6, 2ª CDPriv., Rel. Des. Maia da Cunha, J. 29.04.2003.
32) COSTA, Nilton César Antunes da. Poderes do árbitro. 1. ed. São Paulo: RT, 2002. p. 132.
33) MARTINS, Pedro Antonio Baptista. Da ausência de poderes coercitivos e cautelares do
árbitro. In: MARTINS, Pedro Antonio Baptista; LEMES, Selma Maria Ferreira; CARMONA,
Carlos Alberto. Aspectos fundamentais da lei de arbitragem. 1. ed. Rio de Janeiro:
Forense, 1999. p. 363.
34) CLAY, Thomas. As medidas cautelares requeridas ao árbitro. Revista de Arbitragem e
Mediação, São Paulo: RT, n. 18, p. 311-332, 2008. p. 327-332.
35) FIGUEIRA JÚNIOR, Joel Dias. Arbitragem, jurisdição e execução. 2. ed. São Paulo: RT, 1999.
p. 220-221; COSTA, Nilton César Antunes da. Poderes do árbitro. 1. ed. São Paulo: RT,
2002. p. 102-106.
36) LIMA, Leandro Rigueira Rennó. O procedimento cautelar pré-arbitral da CCI. Revista
Brasileira de Arbitragem, São Paulo: IOB Thompson, n. 18, p. 61-62, 2008.
37) Discute-se muito na França a natureza arbitral ou convencional do procedimento pré-
arbitral da CCI tendo em vista as suas importantes consequências, especialmente, no
tocante ao caráter vinculativo do mencionado procedimento. A Cour d'Appelde Paris,
no caso SNPC contra TEP Congo decidiu pela natureza contratual do procedimento e
afirmou que ele não se relacionava com uma arbitragem, embora tivesse elementos
semelhantes e uma estrutura “arbitramorfa” (Cour d'Appel de Paris, 1er Ch. C, 29 avril
2003, Societé Nationale dês Petróles Du Congo et Republique du Congo c/ societé Total
Fina Elf E & P Congo apud L. R. R. Lima, O procedimento cautelar pré-arbitral da CCI…
cit., p. 65-78).
38) TJRS, Agravo Interno n° 70027385269, 20ª C.Cív., Rel. Des. Newton Carpes da Silva, J.
26.11.2008.
39) TJSP, MC 494.408-4/6, 6ª CDPriv., Rel. Des. Enio Santarelli Zuliani, J. 28.06.2007.
40) TJMG, AI 0024.07.600275-7/002, 14ª CDPriv., Rel. Des. Elias Camilo, J. 17.01.2008. VILELA,
Marcelo Dias Gomes. Ação cautelar inominada preparatória. Agravo de instrumento.
Efeito ativo concedido. Ciência da posterior instauração do juízo arbitral.
Incompetência superveniente da justiça estatal. Remessa dos autos ao árbitro para
manutenção ou não da tutela concedida. Revista de Arbitragem e Mediação, São Paulo:
RT, p. 191-199, 2008.

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41) FIGUEIRA JÚNIOR, Joel Dias. Arbitragem, jurisdição e execução. 2. ed. São Paulo: RT, 1999.
p. 289.
42) CARMONA, Carlos Alberto. Arbitragem e processo… cit., p. 267.
43) VALENÇA FILHO, Clávio de Melo. Tutela judicial de urgência e a lide objeto de
convenção de arbitragem. Revista Brasileira de Arbitragem, São Paulo: IOB Thompson,
n. 7, p. 28, 2005.
44) Basta, como ensina Jonny Paulo da Silva, protocolar ofício nos distribuidores, recolher
as custas e o juiz designado, ao recebê-lo, analisará apenas suas aspectos formais,
existência de convenção de arbitragem, não sendo cabível nenhum juízo de valor da
medida de urgência pleiteada. Depois de cumprida a medida haverá baixa nos
distribuidores (SILVA, Jonny Paulo. A regulamentação paranaense acerca da atuação
do juiz de direito no processo arbitral, no que diz respeito à condução de testemunhas
e execução de medidas coercitivas e cautelares. Revista Brasileira de Arbitragem, São
Paulo: IOB Thompson, n. 3, p. 217-219, 2004).
45) A relação deve ser de cooperação e não de supremacia entre a arbitragem e o
Judiciário (FERREIRA LEMES, Selma Maria. Medidas cautelares prévias à instituição da
arbitragem. Revista de Arbitragem e Mediação, São Paulo: RT, n. 20, p. 252, 2009;
BENETTI, Sidney. Arbitragem e tutela de urgência. Revista do Advogado, São Paulo:
AASP, n. 87, 2006. p. 102.
46) VALENÇA FILHO, Clávio de Melo. Tutela de Urgência… cit., p. 27.
47) “Art. 4° A sentença estrangeira não terá eficácia no Brasil sem a prévia homologação
pelo Superior Tribunal de Justiça ou por seu Presidente. […] § 3° Admite-se tutela de
urgência nos procedimentos de homologação de sentenças estrangeiras.”
48) O cumprimento de medidas de urgência deferidas no Brasil dependerá do
entendimento do país no qual se pretende efetivá-la acerca das medidas de urgência
e arbitragem.

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