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FUNDAÇÃO EDUCACIONAL ROSEMAR PIMENTEL

CENTRO UNIVERSITÁRIO GERALDO DI BIASE

Mediação e
Arbitragem
CURSO: Direito
NOME DO DOCENTE: Leonardo de Deus Prado
Capítulo 4
Introdução à Arbitragem no Direito
Brasileiro

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Considerações iniciais

▰ A arbitragem é uma forma alternativa resolução de conflitos


paralela à jurisdição estatal.
▰ Como já vimos, a jurisdição é uma, mas o exercício
jurisdicional pode ser compartilhado, o que possibilita falar
em rede jurisdicional colaborativa.
▰ A arbitragem se demonstra num mecanismo mais ágil e
adequado para a solução de conflitos, deixando-se de lado o
formalismo exagerado do processo tradicional. 3
Considerações iniciais

▰ Na arbitragem, havendo divergência sobre direito patrimonial


disponível, as partes maiores e capazes podem submeter o
litigio ao terceiro (arbitro) de sua escolha, que deverá, após
regular procedimento, decidir o conflito com decisão
impositiva.

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Considerações iniciais
▰ De um modo geral, a arbitragem pode ser acordada antes
(cláusula compromissória) ou depois (compromisso arbitral)
do litigio, no qual ainda, o procedimento arbitral pode se dar
pelas regras ordinárias de direito ou por equidade, conforme
vontade das partes, pois se o arbitro proferir sentença arbitral
de que é descumprida por uma das partes, não pode aplicar
providencias coercitivas para garantir o adimplemento,
devendo determinar a expedição de carta arbitral = art. 237 do
CPC, requerendo que o Poder Judiciário dê exequibilidade à
medida.
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Considerações iniciais

▰ Na jurisdição estatal não existem limites subjetivos = de


pessoas ou objetivos = de matéria, mas na arbitragem temos
arbitralidade subjetiva (quem pode participar do
procedimento) e arbitralidade objetiva (o que pode ser
objeto da arbitragem).
▰ Observamos ainda que a jurisdição arbitral não ostenta a
característica da coercibilidade e autoexecutoriedade da
jurisdição estatal.
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Definição

▰ Um dos precursores da arbitragem no direito brasileiro,


Cláudio Viana de Lima entendia que arbitragem é uma prática
extrajudiciária de pacificação antes da solução do conflito,
porém limitada aos direitos patrimoniais e disponíveis.

▰ Mas a definição atual de arbitragem é que se trata de um


método heterocompositivo de solução de conflitos por meio
do qual um terceiro imparcial, escolhido pelas partes, decide
a controvérsia, segundo normas e procedimentos previamente
acordados por livre e espontânea vontade das partes.
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Natureza jurídica

▰ Historicamente, podemos apontar duas correntes


doutrinarias clássicas sobre a natureza jurídica da
arbitragem, que são: corrente privatista e corrente
publicista.

▰ Há de ressaltar que existe uma teoria moderna.

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Natureza jurídica: corrente privatista

▰ Os privatistas negam o exercício da jurisdição aos árbitros, por


estes não possuírem dois dos cincos elementos da jurisdição –
coertio e executio, isto é, não foram atribuídos poderes para
impor sanções, conduzir testemunhas, imprimir medidas de
natureza cautelar e fazer valer suas decisões de maneira coativa.

▰ Observação: 1. notio ou cognotio – 2. vocatio – 3. coertio – 4.


judicio – 5. executio
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Natureza jurídica: corrente privatista

▰ Observação: por força da natureza contratual firmada pela


corrente privatista, a decisão emanada pelo arbitro ou pelo
colégio arbitral não possuiria força de sentença, por isso há a
necessidade de homologação pelo Estado.

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Natureza jurídica: corrente publicista

▰ Os publicistas defendem o aspecto processual da


arbitragem, sustentando que os árbitros efetivamente
exercem atos de jurisdição, pois a investidura e o poder de
julgar decorrem do próprio pacto celebrado, visto que
aplicam a lei ao caso concreto.

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Natureza jurídica: corrente moderna

▰ A doutrina moderna procura conciliar as duas concepções


clássicas, considerando a arbitragem um instituto de
natureza sui generis, pois, nasce da vontade das partes
(caráter obrigacional, de direito privado) e ao mesmo
tempo, regula determinada relação de direito processual
(direito público).

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Natureza jurídica: corrente moderna

▰ Dessa forma, a arbitragem seria um contrato privado que


disciplina matéria de Direito Público, que interessa à ordem
pública, nacional e internacional à medida que se destina a
compor controvérsia, que mesmo entre particulares, afeta a
ordem pública.

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Natureza jurídica: corrente moderna

▰ Portanto, podemos concluir que a Comissão Relatora da


Revisão da Lei da Arbitragem que resultou na edição da Lei
13.129/15 (altera a Lei 9.307/96 – que institui a Arbitragem
no Brasil) que contempla a teoria publicista e afasta a teoria
privatista, evidencia que o legislador reforçou a natureza
jurisdicional da arbitragem, reconhecendo a possibilidade de
os árbitros exercerem funções jurisdicionais, fomentando a
jurisdição da arbitragem e não apenas sua processualização.
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Natureza jurídica: corrente moderna

▰ Por fim, a Lei 13.129/15 confirma a redação do art. 3º do


CPC: “não se excluirá da apreciação jurisdicional ameaça ou
lesão de direito”, alargando o conceito de jurisdição e inclui
expressamente a arbitragem, conciliação e mediação como
métodos adequados de resolução de conflitos, enquanto o
inciso XXXV do art. 5º da CF indica que “a lei não excluirá
do Poder Judiciário qualquer lesão ou ameaça de lesão a
direito.
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OBRIGADO(A) !
Leonardo de Deus Prado

leonardo@pradoepradoadvogados.com.br

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