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Revisão Turbo | 37º Exame de Ordem

Direito Constitucional

Profª. Caroline Bitencourt


Prof. Mateus Silveira
Prof. Janriê Reck

1
Queridos alunos,

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Direito Constitucional

1. Controle de Constitucionalidade

* Para todos verem: esquema


Fundamentos
do
Controle

Constituição

Normas
Infraconstitucionais

Supremacia Rigidez
Constitucional Constitucional

1.1 Quanto ao momento


* Para todos verem: esquema

Veto

Preventivo
Político
Comissão de
Constituição e
Formas de Controle Justiça

Repressivo
Difuso/Concentrado
Jurídico

O controle pode-se efetivar preventiva ou repressivamente. Via de regra, o controle


judicial de constitucionalidade ocorre de maneira repressiva, caso em que o ato normativo
confrontado com Texto Maior já se encontra formalmente perfectibilizado, isto é, já ingressou no

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ordenamento jurídico e, por isso, irradia seus efeitos às relações intersubjetivas públicas e
privadas havidas no mundo dos fatos, de modo que se trata de efetivo controle de
constitucionalidade de leis ou emendas à Constituição. Por outro lado, o controle preventivo de
constitucionalidade realiza-se em momento anterior à completa formação do ato normativo
controlado, ou seja, antes de sua entrada em vigor, ainda em âmbito de deliberação. Não é por
outra razão que se fala em controle de constitucionalidade de projetos de lei e propostas de
emendas à Constituição. Desta forma, verifica-se que a índole repressiva ou preventiva do
controle de constitucionalidade funda-se no caráter do próprio ato controlado. Enquanto o
primeiro visa a expurgar a ordem jurídica das normas inconstitucionais, subversoras do sistema
hierárquico-normativo, o segundo tenciona proteger ou prevenir a ordem jurídica de proposições
normativas inconstitucionais, as quais poderão adquirir efetiva vigência e ingressarem no sistema
jurídico, possibilitando a subsunção.
Dito isso, pode-se observar que jaz no direito brasileiro a tese da presunção de
constitucionalidade, haja vista existir um controle preventivo, fazendo com que as normas do
direito brasileiro gozem dessa presunção uiris tantum. Por esse motivo, o controle repressivo
terá na realidade a função de tornar uma presunção que até então é relativa, em uma presunção
absoluta. Eis a verdadeira combinação do sistema de controle de constitucionalidade

É possível haver controle de constitucionalidade pela via judicial ainda durante o


processo legislativo?
Quando for controle do processo formal legislativo, ou seja, verificado que não se
respeitou o trâmite determinado na Constituição para edição normativa. Ex: uma lei
complementar em eminência de ser votada por maioria simples (o que corresponde a uma lei
ordinária ou uma emenda à Constituição que não é votada em duas casas).
A outra possibilidade reconhecida na doutrina é do controle jurisdicional de
constitucionalidade do processo legislativo de propostas de emendas constitucionais tendentes
a abolir as cláusulas de garantia da constituição (artigo 60, § 4º, da Constituição Federal).

Qual o instrumento?
Pode-se provocar o controle de constitucionalidade durante o processo de edição
normativa através de Mandado de Segurança impetrado por parlamentar.

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* Para todos verem: esquema

Qualquer juiz ou
tribunal

Difuso
STF última
instância Art. 102,
Formas de Controle III
Judicial

ADI/ADI (O)
Concentrado ADC e ADPF
Originária STF

1.2 Controle Difuso


* Para todos verem: esquema

Qualquer juiz
ou tribunal
pode apreciar

Trata-se de
Temos partes
causa de pedir
interessadas
e não o pedido

Atos concretos
ou seja,
Via de exceção
aplicação da
norma

1.3 Controle de constitucionalidade concentrado


• Competência originária do STF;
• Efeito erga omnes e vinculante;
• Vincula o Poder Executivo e o Poder Judiciário em todas as suas instâncias;
• Não vincula a função legislativa – Poder Legislativo, e nem o pleno do STF.

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1.3.1 Legitimados
* Para todos verem: tabela

Legitimados Universais Pertinência Temática


I – o Presidente da República; IV – a Mesa de Assembleia Legislativa ou
da Câmara Legislativa do Distrito Federal;
II – a Mesa do Senado Federal; V – o Governador de Estado ou do Distrito
Federal;
III – a Mesa da Câmara dos Deputados; IX – confederção sindical ou entidade de
classe de âmbito nacional
VI – o Procurador-Geral da República;
VII – o Conselho Federal da Ordem dos
Advogados do Brasil;
VIII – partido político com representação no
Congresso Nacional;

1.4 Ação Direta De Inconstitucionalidade

1.4.1 Por ação


• Somente caberá de lei estadual e federal;

• Não cabe ação diretade inconstitucionalidade de lei municipal, frente a Constituição Fedetal;

• Somente poderá haver ADI de normas posteriores à CF/88 ( o que for anterior, chama-se de não
recepcionado) e de atos normativos primários.

1.4.2 Por omissão


A omissão deve ser na própria Constituição Federal das chamadas normas de eficácia
limitada. A omissão deve ser de norma constituição e pode ser parcial ou total, pode ser omissão
dministrativa ou legislativa.

1.5 Ação Declaratória De Constitucionalidade


• Somente caberá de lei ou ato normativo federal posteriores à CF/88;

• Deve haver relevante controvérsia judicial.

1.6 Ação De Arguição De Descumprimento De Preceito Fundamental


• Cabe contra ato do Poder Público, seja normativo ou concreto;

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• Contra lei municipal, estadual e federal;


• Cabe contra normas anteriores à CF/88;
• Tem caráter subsidiário: somente caberá quando não for possível outro meio.

Tratando-se de controle de constitucionalidade no âmbito dos Estados (lei municipal ou


estadual ferindo a Constituição Estadual), a competência é do Tribunal de Justiça do Estado.
* Para todos verem: esquema

Leis Estaduais
Violação à
Constituição Estadual
Art. 125, §2º. da CF

Leis Municipais

2. Remédios Constitucionais

* Para todos verem: esquema

HABEAS CORPUS - levitar ou fazer cessar a violência ou coação à liberdade de locomoção,


deccorrente de ilegalidade ou abuso de poder. Dificuldade de locomoção. Pode ser preventido ou
repressivo.

MANDADO DE SEGURANÇA -
HABEAS DATA - acesso à informação personalíssima; direiro líquido e certo; prazo
pedido na via administrativa decadencial de 120 dias,
subsidiário; cabe modalidade
coletiva
MANDADO DE INJUNÇÃO - AÇÃO POPULAR - proteção
falta de norma regulamentadora ao patrimônio público; AÇÃO CIVIL PÚBLICA - direitos
+ inviabilidade do direito; norma proposta por cidadão no difusos e coletivos; proposta pelo
de eficácia limitada; cabe gozo dos direitos políticos; MP, DP, os Estados, DF,
modalidade coletiva Municípios, Autarquia, Empresa
título de eleitor
Pública, Fundação, Sociedade
de Economia Mista e
Associações

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3. Direitos Fundamentais em Espécie

3.1 Liberdade de expressão


Artigo 5º da CF
IV - é livre a manifestação do pensamento, sendo vedado o anonimato;

Direito de Resposta: possibilidade de retrucar a ofensa veiculada na mídia


Artigo 5º da CF
V - é assegurado o direito de resposta, proporcional ao agravo, além da indenização por
dano material, moral ou à imagem;

É o Direito de reação ao uso indevido da mídia que visa à proteção da imagem e da honra
do ofendido no exercício indevido do direito de liberdade de expressão.

3.2 Liberdade de manifestação do pensamento


Formas de expressão:
A liberdade de opinião exterioriza-se pelo exercício das liberdades como: comunicação,
de religião, de expressão intelectual, artística, científica e cultural.
Art. 5º, IV: É livre a manifestação do pensamento, vedado o anonimato. Quanto a
vedação do anonimato, nestes termos, refere-se a manifestação do pensamento entre locutores
presentes, como de uma pessoa a outra (conversa, diálogo) ou de uma pessoa para com as
outras (palestras, conferências, discursos).

3.3 Liberdade de informação


Artigo 5º da CF: (...)
XIV - é assegurado a todos o acesso à informação e resguardado o sigilo da fonte, quando
necessário ao exercício profissional;
XXXIII - todos têm direito a receber dos órgãos públicos informações de seu interesse
particular, ou de interesse coletivo ou geral, que serão prestadas no prazo da lei, sob pena
de responsabilidade, ressalvadas aquelas cujo sigilo seja imprescindível à segurança da
sociedade e do Estado;

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Lei de Acesso à Informação - nº 12.527, de 18 de novembro de 2011


A transparência está associada à divulgação de informações que permitam que sejam
averiguadas as ações dos gestores e a consequente responsabilização por seus atos
Regra: acesso à informação.
Exceção: possibilidade de sigilo em caso de segurança do Estado e interesse público ou
casos que se justifiquem em decorrência da preservação da privacidade intimidade (segredo de
justiça).

3.4 Liberdade religiosa


Significado de Estado Laico: “Estado separado da religião” – não possui uma religião
oficial
Art. 5º da CF:

Todos são iguais perante a lei, sem distinção de qualquer natureza, garantindo-se aos
brasileiros e aos estrangeiros residentes no País a inviolabilidade do direito à vida, à
liberdade, à igualdade, à segurança e à propriedade, nos termos seguintes:

(...)
VI - é inviolável a liberdade de consciência e de crença, sendo assegurado o livre exercício
dos cultos religiosos e garantida, na forma da lei, a proteção aos locais de culto e a suas
liturgias;
VII - é assegurada, nos termos da lei, a prestação de assistência religiosa nas entidades
civis e militares de internação coletiva;
VIII - ninguém será privado de direitos por motivo de crença religiosa ou de convicção
filosófica ou política, salvo se as invocar para eximir-se de obrigação legal a todos imposta
e recusar-se a cumprir prestação alternativa, fixada em lei;

Escusa de Consciência: aquele que alegar afronta a convicção religiosa para não prestar
serviço militar receberá uma prestação alternativa - em caso de não cumprimento tem como
punição a perda dos direitos políticos.

3.5 Liberdade de profissão


O art. 5º, XIII, da CF: “é livre o exercício de qualquer trabalho, ofício ou profissão,
atendidas as qualificações profissionais que a lei estabelecer”.
Note-se que essa é uma norma de eficácia contida, ou seja, não havendo regulamentação
é possível o exercício pleno da profissão.

3.6 Liberdade de reunião


Art. 5º, inciso XVI, da CF: “todos podem reunir-se pacificamente, sem armas, em locais

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abertos ao público, independentemente de autorização, desde que não frustrem outra reunião
anteriormente convocada para o mesmo local, sendo apenas exigido prévio aviso à autoridade
competente”.

3.7 Liberdade de associação


Art. 5º, XVII, da CF - é plena a liberdade de associação para fins lícitos, vedada a de
caráter paramilitar;
XVIII - a criação de associações e, na forma da lei, a de Cooperativas independem de
autorização, sendo vedada a interferência estatal em seu funcionamento;
XIX, da CF– trata do encerramento e suspensão das atividades das associações:
• Suspensão: é temporária, provisória;
• Dissolução é definitiva e só ocorre após o trânsito em julgado de sentença judicial
que decretar a dissolução.

3.8 Proteção à intimidade e vida privada


Artigo 5°, inciso X, da CF:

são invioláveis a intimidade, a vida privada, a honra e a imagem das pessoas, assegurado
o direito a indenização pelo dano material ou moral decorrente de sua violação.

3.9 Proteção do domicílio


Artigo 5°, inciso XI, da CF:

A casa é asilo inviolável do indivíduo, ninguém nela podendo penetrar sem


consentimento do morador, salvo em caso de flagrante delito ou desastre, ou para
prestar socorro, ou, durante o dia, por determinação judicial;

Casa para fins constitucionais possui um conceito extremamente amplo, incluindo locais
provisórios, como quartos de hotéis, casas de praia, etc, bem como o local de trabalho.

3.10 Proteção ao sigilo das comunicações


Art. 5º, inciso XII, da CF:

É inviolável o sigilo da correspondência e das comunicações telegráficas, de dados e das


comunicações telefônicas, salvo, no último caso, por ordem judicial, nas hipóteses e na
forma que a lei estabelecer para fins de investigação criminal ou instrução processual
penal;

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3.11 Proteção de dados


A proteção de dados encontra respaldo Constitucional nos artigos art. 5º, incisos X, XI, XII
e LXXII e foi regulamentada pela Lei n. 13.709/2018
O conceito de dado pessoal pode ser extraído da própria Lei, como sendo a “informação
relacionada a pessoa natural identificada ou identificável”. Ou seja, tudo que puder ajudar a
identificar uma pessoa pode ser considerado dado pessoal.

4. Estado de Defesa, Estado de Sítio e Intervenção Federal

4.1 Estado de Defesa


Instrumento do Presidente da República e do Congresso Nacional para resolver situações
de crise, mediante a restrição de certos direitos. O Presidente da República decreta e o
Congresso Nacional aprova. Somente tem validade durante 30 dias, prorrogável por mais 30
dias.

4.2 Estado de Sítio


O Congresso Nacional autoriza e somente depois de autorizado o Presidente da
República decreta. Tem prazo de trinta dias renováveis enquanto perdurar a situação.
art. 34: "A União não intervirá nos Estados nem no Distrito Federal, exceto para [...]", e o
art. 35: "O Estado não intervirá em seus Municípios, nem a União nos Municípios localizados em
Território Federal, exceto quando: [...]", arrolando-se em seguida os casos em que é facultada a
intervenção estreitamente consagrados."

* Para todos verem: quadro comparativo

Estado de Defesa Estado de Sítio

Art. 136 Art. 137

- grave + grave

Guerra
Calamidade + desordem socialLocais
determinados Comoção nacional

Ineficácia do Estado de Defesa

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Presidente decreta → Congresso Nacional Congresso Nacional autoriza → Presidente


aprova decreta

30 dias renováveis ou enquanto durar aguerra


30 dias prorrogável por mais 30

4.3 Intervenção Federal


Previstos de forma taxativa na constituição de 1988, será admitida a intervenção. Por essa,
entende-se que é uma medida excepcional, em que a autonomia do ente federativo que sofreu
a intervenção, encontrar-se-á SUPRIMIDA temporariamente, isso, em nome da SOBERANIA DO
ESTADO – e também, como forma de garantia das próprias autonomias dos entes federativos.

Quem poderá intervir?


1) A União somente poderá intervir nos Estados Membros e no Distrito Federal. Art. 34 da
CF;
2) Estados poderão intervir nos municípios de seus territórios. Art. 35 da CF.

Excepcionalidade ao princípio da autonomia - hipóteses de intervenção federal na


constituição de 1988:
* Para todos verem: quadro comparativo
Art. 34 da CF – Federal (nos Estados ou Art. 35 da CF – Estadual (nos Municípios)
Municípios dos Territórios)
Art. 34 da CF: A União não intervirá nos Estados nem Art. 35 da CF: O Estado não intervirá em seus
no Distrito Federal, exceto para: Municípios, nem a União nos Municípios localizados em
I - manter a integridade nacional; Território Federal, exceto quando:
II - repelir invasão estrangeira ou de uma unidade da I - deixar de ser paga, sem motivo de força maior, por
Federação em outra; dois anos consecutivos, a dívida fundada;
III - pôr termo a grave comprometimento da ordem II - não forem prestadas contas devidas, na forma da
pública; lei;
IV - garantir o livre exercício de qualquer dos Poderes III – não tiver sido aplicado o mínimo exigido da receita
nas unidades da Federação; municipal na manutenção e desenvolvimento do ensino
V - reorganizar as finanças da unidade da Federação e nas ações e serviços públicos de saúde;
que: IV - o Tribunal de Justiça der provimento a
a) suspender o pagamento da dívida fundada por mais representação para assegurar a observância de
de dois anos consecutivos, salvo motivo de força maior; princípios indicados na Constituição Estadual, ou para
b) deixar de entregar aos Municípios receitas tributárias prover a execução de lei, de ordem ou de decisão
fixadas nesta Constituição, dentro dos prazos judicial.
estabelecidos em lei;
VI - prover a execução de lei federal, ordem ou decisão
judicial;
VII - assegurar a observância dos seguintes princípios
constitucionais:
a) forma republicana, sistema representativo e regime
democrático;

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b) direitos da pessoa humana;


c) autonomia municipal;
d) prestação de contas da administração pública, direta
e indireta.
e) aplicação do mínimo exigido da receita resultante de
impostos estaduais, compreendida a proveniente de
transferências, na manutenção e desenvolvimento do
ensino e nas ações e serviços públicos de saúde.

Caso Especial: A União poderá intervir diretamente nos municípios, se estes estiverem
dentro do Território Federal. Art. 34 da CF.

Resumo:
Existem cinco procedimentos de intervenção:
• Juízo discricionário do Presidente (art. 34, I, II, III e V), com aprovação do Congresso
(art. 36, §§ 1o e 2o).
• Solicitação do poder coacto ao Presidente (art. 34, IV, primeira parte), com aprovação
posterior do Congresso (art. 36, I, e §§ 1o e 2o).
• Requisição do STF ao Presidente no caso de coação ao Poder Judiciário (art. 34, IV,
segunda parte), com aprovação posterior do Congresso (art. 36, I e §§ 1 o e 2o).
• Requisição do STF, STJ, TSE ao Presidente (art. 34, VI, segunda parte), sem
necessidade de aprovação posterior do Congresso (art. 36, II c/c § 3 o).
• ADI interventiva (art. 34, VI, primeira parte [recusa à aplicação de lei], VII [princípios
constitucionais sensíveis]), sem necessidade de aprovação posterior do Congresso (art.
36, III c/c § 3o).

4.3.1 Procedimentos de intervenção


Presidente decreta após ouvir o conselho da defesa e o conselho da república:

Art. 90. Compete ao Conselho da República pronunciar-se sobre:


I - intervenção federal, estado de defesa e estado de sítio;
Art. 91. O Conselho de Defesa Nacional é órgão de consulta do Presidente da República
nos assuntos relacionados com a soberania nacional e a defesa do Estado democrático,
e dele participam como membros natos:
II - opinar sobre a decretação do estado de defesa, do estado de sítio e da intervenção
federal;

Art 36 (...)
§ 1º O decreto de intervenção, que especificará a amplitude, o prazo e as condições de
execução e que, se couber, nomeará o interventor, será submetido à apreciação do

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Congresso Nacional ou da Assembléia Legislativa do Estado, no prazo de vinte e quatro


horas.
§ 2º Se não estiver funcionando o Congresso Nacional ou a Assembléia Legislativa, far-
se-á convocação extraordinária, no mesmo prazo de vinte e quatro horas.
§ 3º Nos casos do art. 34, VI e VII, ou do art. 35, IV, dispensada a apreciação pelo
Congresso Nacional ou pela Assembléia Legislativa, o decreto limitar-se-á a suspender a
execução do ato impugnado, se essa medida bastar ao restabelecimento da normalidade.
§ 4º Cessados os motivos da intervenção, as autoridades afastadas de seus cargos a
estes voltarão, salvo impedimento legal.

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5. Poder Executivo

* Para todos verem: esquema

Impedimento Vacância
Temporário Definitivo
Ex: Recuperação da Ex: Morte do Presidente
saúde, substituição da República, sucessão

• Se antes de complementar 2 anos de mandato: eleições diretas no prazo de 90 dias.


• Após completar 2 anos de mandato: eleições indiretas no prazo de 30 dias.

5.1 Linha de substituição


* Para todos verem: esquema

Vice –

Vice - presidente

Presidente da Câmara
dos Deputados

Presidente do Senado

Presidente do STF

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5.2 Crimes cometidos pelo Presidente da República

Crimes Comuns:

• Punível com prisão;


• A Câmara dos Deputados autoriza a instauração do processo por 2/3 dos membros;
• O Presidente fica afastado por 180 dias;
• Findo o prazo, retornar a governar, porém processo continua;
• Será julgado pelo STF.

Crimes de Responsabilidade:

• A Câmara dos Deputados autoriza a instauração do processo por 2/3 dos membros;
• O Presidente fica afastado por 180 dias;
• Findo o prazo, retornar a governar, porém processo continua;
• Será julgado pelo Senado Federal por 2/3;
• Punível com perda do mandato e suspensão dos direitos políticos.

5.3 Crimes dos Prefeitos

Crimes Comuns:

• Julgamento pelo Tribunal de Justiça.

Crimes de Responsabilidade:

• Quando punível com a prisão, quem julgará será o Tribunal de Justiça;


• Quando punível com perda do cargo, quem julgará será a Câmara de Vereadores.

5.4 Atribuições de julgamentos


Julgamento das contas do presidente: art. 49, ix, cf 1988 "é da competência exclusiva
do congresso nacional: julgar anualmente as contas prestadas pelo presidente da república e
apreciar os relatórios sobre a execução dos planos de governo" combinado com art. 84, xxiv
(cabe ao presidente prestar). art. 71, i, cf 1988 [compete ao tribunal de contas da união] "apreciar
as contas prestadas anualmente pelo presidente da república, mediante parecer prévio que
deverá ser elaborado em sessenta dias a contar de seu recebimento – emitir parecer, não julgar.

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papel de controle externo da administração pública.


Nas atribuições de julgamento de crimes de responsabilidade (impeachment) art. 51, i, cf
1988 "compete privativamente à câmara dos deputados: autorizar, por dois terços de seus
membros, a instauração de processo contra o presidente e o vice-presidente da república e os
ministros de estado [câmara dos deputados como "órgão de admissibilidade do processo".
Art. 52, cf 1988 "compete privativamente ao senado federal:

I - processar e julgar o presidente e o vice-presidente da república nos crimes de


responsabilidade, bem como os ministros de estado e os comandantes da marinha, do
exército e da aeronáutica nos crimes da mesma natureza conexos com aqueles;
II - processar e julgar os ministros do supremo tribunal federal, o procurador-geral da
república e o advogado-geral da união nos crimes de responsabilidade;

5.5 Distinção entre Crimes Comuns e Crimes de Responsabilidade


Pode-se simplificar afirmando que os crimes comuns referem-se aos previstos na
legislação penal, seja no código penal seja na legislação extravagante ou especial, tendo sua
competência de julgamento pelo poder judiciário, enquanto os crimes de responsabilidade são
graves infrações de caráter político-constitucional cometidas pelas mais altas autoridades
constitucionais dos demais poderes do estado, tem sua natureza jurídico-políticas, e sua sanção
está prevista no art. 52, § único, cf 1988, que regulamenta as linhas básicas dos processos de
crimes de responsabilidade: "nos casos previstos nos incisos i e ii [do art. 52], funcionará como
presidente o do supremo tribunal federal, limitando-se a condenação, que somente será proferida
por dois terços dos votos do senado federal, à perda do cargo, com inabilitação, por oito anos,
para o exercício de função pública, sem prejuízo das demais sanções judiciais cabíveis.

Art. 85. São crimes de responsabilidade os atos do Presidente da República que atentem
contra a Constituição Federal e, especialmente, contra:
I - a existência da União;
II - o livre exercício do Poder Legislativo, do Poder Judiciário, do Ministério Público e dos
Poderes constitucionais das unidades da Federação;
III - o exercício dos direitos políticos, individuais e sociais;
IV - a segurança interna do País;
V - a probidade na administração;
VI - a lei orçamentária;
VII - o cumprimento das leis e das decisões judiciais.
Parágrafo único. Esses crimes serão definidos em lei especial, que estabelecerá as
normas de processo e julgamento.

Art. 86. Admitida a acusação contra o Presidente da República, por dois terços da Câmara
dos Deputados, será ele submetido a julgamento perante o Supremo Tribunal Federal, nas
infrações penais comuns, ou perante o Senado Federal, nos crimes de responsabilidade.
§ 1º O Presidente ficará suspenso de suas funções:
I - nas infrações penais comuns, se recebida a denúncia ou queixa-crime pelo Supremo
Tribunal Federal;

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II - nos crimes de responsabilidade, após a instauração do processo pelo Senado Federal.


§ 2º Se, decorrido o prazo de cento e oitenta dias, o julgamento não estiver concluído,
cessará o afastamento do Presidente, sem prejuízo do regular prosseguimento do
processo.
§ 3º Enquanto não sobrevier sentença condenatória, nas infrações comuns, o Presidente
da República não estará sujeito a prisão.
§ 4º O Presidente da República, na vigência de seu mandato, não pode ser
responsabilizado por atos estranhos ao exercício de suas funções.

6. Perda de Mandato de Parlamentar

* Para todos verem: quadro esquemático

Decidida Declarada
III - que deixar de comparecer, em cada
I - que infringir qualquer das proibições sessão legislativa, à terça parte das sessões
estabelecidas no artigo anterior ordinárias da Casa a que pertencer, salvo
licença ou missão por esta autorizada;
II - cujo procedimento for declarado IV - que perder ou tiver suspensos os direitos
incompatível com o decoro parlamentar políticos;
VI - que sofrer condenação criminal em V - quando o decretar a Justiça Eleitoral, nos
sentença transitada em julgado casos previstos nesta Constituição;

7. Imunidades dos Parlamentares

* Para todos verem: esquema

Imunidade Material Imunidade Formal


Fala; Prerrogativa de foro;
Voto; Não ser preso:
Opiniões. Sustação do processo.

• Para o vereador, não há imunidade formal e a imunidade material vale apenas


nacircunscrição municipal.
• O STF somente terá competência para julgar os parlamentares nos crimes cometidos

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após a diplomação e se tiver relação com o mandato.

7.1 Comissões
• Art. 58 e §3º;
• Permanentes e temporárias;

CPI: fato determinado e prazo determinado; inquérito, investiga, criadas por 1/3 de seus
membros; equivalentes ao poder de polícia (art. 58, §3º)

Portanto as CPI’s:

• que terão poderes de investigação próprios das autoridades judiciais;


• São abertas após o requerimento de um terço dos membros do Senado e/ou da Câmara
dos Deputados:
• São feitas para a apuração de fato determinado e por prazo certo;

• As conclusões da CPI devem ser encaminhadas ao Ministério Público, para que


promova a responsabilidade civil ou criminal dos infratores, mas também podem ser
encaminhadas para outros órgãos responsáveis por controle e fiscalização na
administração pública.

7.2 Tribunal de Contas


• Aparecem dentro do Poder Legislativo – órgãos independentes de extração
constitucional.

O tribunal de contas auxilia o Congresso Nacional na sua missão de controle externo:

Art. 70 da CF: A fiscalização contábil, financeira, orçamentária, operacional e


patrimonial da União e das entidades da administração direta e indireta, quanto à
legalidade, legitimidade, economicidade, aplicação das subvenções e renúncia de
receitas, será exercida pelo Congresso Nacional, mediante controle externo, e pelo
sistema de controle interno de cada Poder.

7.2.1 Competência
Artigo 71 da Constituição Federal:

I - apreciar as contas prestadas anualmente pelo Presidente da República, mediante


parecer prévio que deverá ser elaborado em sessenta dias a contar de seu recebimento;

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Inciso I - Elaborar Parecer prévio sobre as contas de governo, anualmente. As contas


serão aprovadas ou reprovados pelo Congresso Nacional, mediante decreto legislativo (maioria
absoluta). No caso específico dos Municípios há um quórum maior, quórum de 2/3 dos
vereadores para não aprovar o parecer (art. 31, § 2º).

II - julgar as contas dos administradores e demais responsáveis por dinheiros, bens e


valores públicos da administração direta e indireta, incluídas as fundações e sociedades
instituídas e mantidas pelo Poder Público federal, e as contas daqueles que derem causa
a perda, extravio ou outra irregularidade de que resulte prejuízo ao erário público;

Inciso II – se refere às contas de gestão. Possibilidade de imputação de multa e de débito


diretamente pelo Tribunal de Contas. Quem quer que cause prejuízo ao erário.

III - apreciar, para fins de registro, a legalidade dos atos de admissão de pessoal, a
qualquer título, na administração direta e indireta, incluídas as fundações instituídas e
mantidas pelo Poder Público, excetuadas as nomeações para cargo de provimento em
comissão, bem como a das concessões de aposentadorias, reformas e pensões,
ressalvadas as melhorias posteriores que não alterem o fundamento legal do ato
concessório;

Inciso III – legalidade das admissões e aposentadorias, salvo aumentos simples no último
caso.

IV - realizar, por iniciativa própria, da Câmara dos Deputados, do Senado Federal, de


Comissão técnica ou de inquérito, inspeções e auditorias de natureza contábil, financeira,
orçamentária, operacional e patrimonial, nas unidades administrativas dos Poderes
Legislativo, Executivo e Judiciário, e demais entidades referidas no inciso II;

Inciso IV – Tomadas de contas especiais, que pode ser ex officio ou mediante


provocação.

V - fiscalizar as contas nacionais das empresas supranacionais de cujo capital social a


União participe, de forma direta ou indireta, nos termos do tratado constitutivo;

Inciso V - Contas nacionais das empresas públicas supracionais – caso da Itaipu

VI - fiscalizar a aplicação de quaisquer recursos repassados pela União mediante


convênio, acordo, ajuste ou outros instrumentos congêneres, a Estado, ao Distrito Federal
ou a Município;

Inciso VI – Recursos repassados para a União a Estados e Municípios

VII - prestar as informações solicitadas pelo Congresso Nacional, por qualquer de suas
Casas, ou por qualquer das respectivas Comissões, sobre a fiscalização contábil,
financeira, orçamentária, operacional e patrimonial e sobre resultados de auditorias e
inspeções realizadas;

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Inciso VII – Prestar informações

VIII - aplicar aos responsáveis, em caso de ilegalidade de despesa ou irregularidade de


contas, as
sanções previstas em lei, que estabelecerá, entre outras cominações, multa proporcional
ao dano causado ao erário;

Inciso VIII – aplicar diretamente as sanções

IX - assinar prazo para que o órgão ou entidade adote as providências necessárias ao


exato cumprimento da lei, se verificada ilegalidade;

IX – apontamento. Em caso de irregularidades, o tribunal apontará o erro, dando prazo


para a correção.

X - sustar, se não atendido, a execução do ato impugnado, comunicando a decisão à


Câmara dos Deputados e ao Senado Federal; [...] § 1º No caso de contrato, o ato de
sustação será adotado diretamente pelo Congresso Nacional, que solicitará, de imediato,
ao Poder Executivo as medidas cabíveis.
§ 2º Se o Congresso Nacional ou o Poder Executivo, no prazo de noventa dias, não efetivar
as medidas previstas no parágrafo anterior, o Tribunal decidirá a respeito.
§ 3º As decisões do Tribunal de que resulte imputação de débito ou multa terão eficácia
de título executivo.

X – sustar diretamente.

7.2.2 Resumo quanto a composição:


• 9 ministros;
• 1/3, ou seja, 3, serão escolhidos pelo Presidente da República. Um ele poderá escolher
livremente. O outro ele terá de escolher alternadamente entre auditores e membros do
ministério público de contas, a partir de critérios de merecimento e antiguidade, e a partir
de lista tríplice elaborada pelo tribunal;
• 2/3 escolhidos livremente pelo parlamento;
• Os Ministros do TCU possuem as mesmas prerrogativas de Ministro do STJ;
• Os mesmos percentuais se aplicam aos tribunais de contas dos Estados. Ocorre,
contudo, que os Tribunais de Contas Estaduais são formados por conselheiros, e não
ministros, e são em número de 7, e não 9.

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Caderno de Questões – Direito Constitucional


Caroline Bitencourt e Mateus Silveira

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1) FGV – 2022 - OAB - XXXIV Exame de Ordem Unificado - Primeira Fase


O governador do Estado Alfa propôs, perante o Supremo Tribunal Federal, Ação Declaratória de Constitucionalidade
(ADC), com pedido de tutela cautelar de urgência, para ver confirmada a legitimidade jurídico-constitucional de
dispositivos da Constituição estadual, isto em razão da recalcitrância de alguns órgãos jurisdicionais na sua
observância. Foi requerida medida cautelar. A partir do caso narrado, assinale a afirmativa correta.

a) A ADC pode ser conhecida e provida pelo STF, para que venha a ser declarada a constitucionalidade dos
dispositivos da Constituição do Estado Alfa indicados pelo governador.
b) Embora a ADC proposta pelo governador do Estado Alfa possa ser conhecida e julgada pelo STF, revela-se
incabível o deferimento de tutela cautelar de urgência nessa modalidade de ação de controle abstrato de
constitucionalidade.
c) A admissibilidade da ADC prescinde da existência do requisito da controvérsia judicial relevante, uma vez que a
norma sobre a qual se funda o pedido de declaração de constitucionalidade tem natureza supralegal.
d) A ADC não consubstancia a via adequada à análise da pretensão formulada, uma vez que a Constituição do
Estado Alfa não pode ser objeto de controle em tal modalidade de ação abstrata de constitucionalidade.

2) FGV – 2021 - OAB - XXXII Exame de Ordem Unificado - Primeira Fase


Ante a ausência de norma regulamentadora de direito social na Constituição da República, cuja edição é de
competência da União, ao que se soma a constatação de que a mora legislativa já fora reconhecida em diversas
decisões do tribunal competente, o Sindicato dos Radiologistas do Estado Alfa, organização sindical regularmente
constituída e em funcionamento há mais de 1 (um) ano, ingressa com Mandado de Injunção Coletivo perante o
Supremo Tribunal Federal, pugnando pelo estabelecimento das condições necessárias à fruição do referido direito,
de interesse de todos os servidores públicos lotados no Hospital de Diagnóstico por Imagem do respectivo ente,
uma fundação pública estadual. A partir do caso apresentado, com base na Constituição vigente e na Lei nº
13.300/16, assinale a afirmativa correta.

a) A petição inicial do Mandado de Injunção Coletivo deverá ser indeferida desde logo, eis que manifestamente
incabível, pois o autor não tem legitimidade ativa para a sua propositura.
b) Ainda que reconhecido o estado de mora legislativa, o Supremo Tribunal Federal não pode estabelecer as
condições para o exercício de um direito social.
c) O Mandado de Injunção Coletivo deveria ter sido proposto perante o Tribunal de Justiça do Estado Alfa, pois
adecisão abrangerá apenas os servidores da fundação pública estadual do respectivo ente.
d) Com o trânsito em julgado da decisão do Supremo Tribunal Federal, julgando procedente o pedido formulado,
seus efeitos podem ser estendidos a casos análogos por decisão monocrática do relator.

3) FGV – 2021 - OAB - XXXII Exame de Ordem Unificado - Primeira Fase


Deputados Federais da oposição articularam-se na Câmara dos Deputados e obtiveram apoio de 1/3 (um terço) dos
respectivos membros para instaurarem Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI), visando a apurar supostos ilícitos
praticados pelo Presidente da República. Para evitar que integrantes da base governista se imiscuíssem e
atrapalhassem as investigações, foi deliberado que somente integrantes dos partidos oposicionistas comporiam a
Comissão. Diante do caso hipotético narrado, com base na ordem constitucional vigente, assinale a afirmativa
correta.

a) O procedimento está viciado porque não foi atingido o quórum mínimo de maioria simples, exigido pela
Constituição de 1988, para a instauração da Comissão Parlamentar de Inquérito.
b) O procedimento encontra-se viciado porque não assegurou a representação proporcional dos partidos ou blocos
parlamentares que participam da Casa Legislativa.
c) O procedimento encontra-se viciado em razão da inobservância do quórum mínimo exigido, de maioria absoluta.
d) O procedimento narrado não apresenta quaisquer vícios de ordem material e formal, estando de acordo com
ospreceitos da Constituição de 1988.

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4) FGV – 2020 - OAB - XXXI Exame de Ordem Unificado - Primeira Fase


Josué, deputado federal no regular exercício do mandato, em entrevista dada, em sua residência, à revista
Pensamento, acusa sua adversária política Aline de envolvimento com escândalos de desvio de verbas públicas, o
que é objeto de investigação em Comissão Parlamentar de Inquérito instaurada poucos dias antes. Não obstante,
após ser indagado sobre os motivos que nutriam as acaloradas disputas entre ambos, Josué emite opinião com
ofensas de cunho pessoal, sem qualquer relação com o exercício do mandato parlamentar. Diante do caso hipotético
narrado, conforme reiterada jurisprudência do Supremo Tribunal Federal sobre o tema, assinale a afirmativa correta.

a) Josué poderá ser responsabilizado penal e civilmente, inclusive por danos morais, pelas ofensas proferidas em
desfavor de Aline que não guardem qualquer relação com o exercício do mandato parlamentar.
b) Josué encontra-se protegido pela imunidade material ou inviolabilidade por suas opiniões, palavras e votos, o
que, considerado o caráter absoluto dessa prerrogativa, impede a sua responsabilização por quaisquer das
declarações prestadas à revista.
c) Josué poderá ter sua imunidade material afastada em virtude de as declarações terem sido prestadas fora da
respectiva casa legislativa, independentemente de estarem, ou não, relacionadas ao exercício do mandato.
d) A imunidade material, consagrada constitucionalmente, foi declarada inconstitucional pelo Supremo Tribunal
Federal, de modo que Josué não poderá valer-se de tal prerrogativa para se isentar de eventual responsabilidade
pelas ofensas dirigidas a Aline.

5) FGV – 2022 - OAB - XXXIV Exame de Ordem Unificado - Primeira Fase


A zona oeste do Estado Delta foi atingida por chuvas de grande intensidade por duas semanas, levando os
especialistas a classificar tal situação como de calamidade de grandes proporções na natureza, em virtude dos
estragos observados. O governador de Delta, ao decidir pela decretação do estado de defesa, convoca os
procuradores do Estado para que estes se manifestem acerca da constitucionalidade da medida. Os procuradores
informam ao governador que, segundo o sistema jurídico-constitucional brasileiro, a decretação do estado de defesa

a) é um meio institucional adequado para o enfrentamento da crise, mas depende de prévia consulta à Assembleia
Legislativa do Estado Delta.
b) pode ser promovida pelo governador do Estado Delta, caso o Presidente da República delegue tais poderes ao
Chefe do Poder Executivo estadual.
c) não pode se concretizar, pois a ocorrência de calamidade de grandes proporções na natureza não configura
hipótese justificadora da referida medida.
d) é competência indelegável do Presidente da República, não sendo constitucionalmente prevista sua extensão
aos chefes do poder executivo estadual.

6) FGV – 2021 - OAB - XXXIII Exame de Ordem Unificado - Primeira Fase


No Município X, foi editada lei proibindo a queima da palha de cana-de-açúcar e o uso do fogo em atividades
agrícolas. Tal diploma legal foi, então, impugnado pelo sindicato patronal representante dos produtores de álcool da
região, ao argumento de que a municipalidade não detém competência para dispor sobre o assunto. A partir do caso
enunciado, com base no texto constitucional, assinale a afirmativa correta.

a) Os Municípios apenas detêm competência para legislar sobre assuntos de interesse local; logo, como a proteção
do meio ambiente engloba interesse federal e estadual, a lei municipal é inconstitucional.
b) A lei municipal é constitucional, eis que os Municípios possuem competência para dispor sobre a proteção do
meio ambiente e o controle da poluição, no limite de seu interesse local e em harmonia com a disciplina
estabelecidapelos demais entes federados.
c) Os Municípios têm competência para legislar sobre assuntos de interesse local; mas como o direito ao meio
ambiente equilibrado demanda tratamento uniforme por todas as unidades da Federação, a lei municipal é
inconstitucional.
d) Os Municípios possuem competência exclusiva para legislar sobre assuntos de interesse local e a preservação
do meio ambiente, de modo que a lei municipal em questão é constitucional.

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7) FGV – 2018 - OAB - XXVI Exame de Ordem Unificado - Primeira Fase


O deputado federal Alberto propôs, no exercício de suas atribuições, projeto de lei de grande interesse para o Poder
Executivo federal. Ao perceber que o momento político é favorável à sua aprovação, a bancada do governo pede
ao Presidente da República que, utilizando-se de suas prerrogativas, solicite urgência (regime de urgência
constitucional) para a apreciação da matéria pelo Congresso Nacional. Em dúvida, o Presidente da República
recorre ao seu corpo jurídico, que, atendendo à sua solicitação, informa que, de acordo com o sistema jurídico-
constitucional brasileiro, o pleito da base governista

a) é viável, pois é prerrogativa do chefe do Poder Executivo solicitar o regime de urgência constitucional em todos
os projetos de lei que tramitem no Congresso Nacional.
b) não pode ser atendido, pois o regime de urgência constitucional somente pode ser solicitado pelo presidente
damesa de uma das casas do Congresso Nacional.
c) viola a CRFB/88, pois o regime de urgência constitucional somente pode ser requerido pelo Presidente da
República em projetos de lei de sua própria iniciativa.
d) não pode ser atendido, pois, nos casos urgentes, o Presidente da República deve veicular a matéria por meio
demedida provisória e não solicitar que o Legislativo aprecie a matéria em regime de urgência.

8) FGV – 2021 - OAB - XXXIII Exame de Ordem Unificado - Primeira Fase


A Lei Y do Estado Beta obriga pessoas físicas ou jurídicas, independentemente da atividade que exerçam, a oferecer
estacionamento ao público, a cercar o respectivo local e a manter funcionários próprios para garantia da segurança,
sob pena de pagamento de indenização em caso de prejuízos causados ao dono do veículo. A Confederação
Nacional do Comércio procurou seus serviços, como advogado(a), visando obter esclarecimentos quanto à
constitucionalidade da referida lei estadual. Sobre a Lei Y, com base na ordem jurídico-constitucional vigente,
assinale a afirmativa correta.

a) É inconstitucional, pois viola a competência privativa da União de legislar sobre matéria concernente ao Direito
Civil.
b) É inconstitucional, pois, conforme a Constituição Federal, compete ao ente municipal legislar sobre Direito do
Consumidor.
c) É constitucional, pois versa sobre matéria afeta ao Direito do Consumidor, cuja competência legislativa privativa
pertence ao Estado Beta.
d) É constitucional, pois, tratando a Lei de temática afeta ao Direito Civil, a competência legislativa concorrente
entre a União e os Estados permite que Beta legisle sobre a matéria.

9) FGV – 2021 - OAB - XXXII Exame de Ordem Unificado - Primeira Fase


Em razão de profunda crise fiscal vivenciada pela República Delta, que teve como consequência a diminuição
drástica de suas receitas tributárias, o governo do país resolveu recorrer a um empréstimo, de forma a obter os
recursos financeiros necessários para que o Tesouro Nacional pudesse honrar os compromissos assumidos. Neste
sentido, o Presidente da República, seguindo os trâmites institucionais exigidos, recorre ao Banco Central, a fim de
obter os referidos recursos a juros mais baixos que os praticados pelos bancos privados nacionais ou internacionais.
Se situação similar viesse a ocorrer na República Federativa do Brasil, segundo o nosso sistema jurídico-
constitucional, o Banco Central

a) teria que conceder o empréstimo, como instituição integrante do Poder Executivo, mas observando o limite
máximo de cinquenta por cento de suas reservas
b) não poderia conceder o referido empréstimo para o Tesouro Nacional brasileiro, com base em expressa
disposição constante na Constituição Federal de 1988.
c) avaliaria as condições concretas do caso, podendo, ou não, conceder o empréstimo, atuando em bases
semelhantes às utilizadas pela iniciativa privada.
d) não poderia fazê-lo em termos que viessem a colocar em risco a saúde financeira da instituição, embora esteja
obrigado a realizar o empréstimo.

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10) FGV – 2021 - OAB - XXXII Exame de Ordem Unificado - Primeira Fase
No dia 1º de janeiro de 2015, foi eleito o Presidente da República Alfa, para um mandato de quatro anos. Pouco
depois, já no exercício do cargo, foi denunciado pelo Ministério Público de Alfa por ter sido flagrado cometendo o
crime (comum) de lesão corporal contra um parente. Embora o referido crime não guarde nenhuma relação como
exercício da função, o Presidente da República Alfa mostra-se temeroso com a possibilidade de ser imediatamente
afastado do exercício da presidência e preso. Se a situação ocorrida na República Alfa acontecesse no Brasil,
segundo o sistema jurídico-constitucional brasileiro, dar-se-ia

a) o afastamento do Presidente da República se o Senado Federal de liberasse dessa maneira por maioria absoluta.
b) a permanência do Presidente da República no exercício da função, embora tenha que responder pelo crime
cometido após a finalização do seu mandato.
c) o afastamento do Presidente da República se, após autorização da Câmara dos Deputados, houvesse sua
condenação pelo Supremo Tribunal Federal.
d) a autorização para que o Presidente da República finalizasse o seu mandato, caso o Senado Federal assim
decidisse, após manifestação da Câmara dos Deputados.

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Gabaritos das questões:

1–D 2–D 3–B 4–A 5–D 6–B 7–C 8–A 9–B 10 – B

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