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LEGISLAÇÃO PREVIDENCIÁRIA
Nos sistemas de direito escrito, como o nosso, a principal fonte do direito é a lei, entendida
como ato emanado do Poder Legislativo. As outras fontes apenas subsidiam a fonte principal.
2. Hierarquia
A hierarquia das normas é a ordem de graduação entre estas, segundo uma escala decrescente,
na qual a norma superior é substrato de validade da norma inferior. A norma superior prevalece
sobre a inferior. A legislação previdenciária, portanto, é submetida à seguinte hierarquia:
1º) Constituição Federal e Emendas Constitucionais;
2º) Lei complementar, lei ordinária, medida provisória, lei delegada, decretos legislativos,
resoluções do Senado e tratados internacionais;
3º) Decretos (editados pelo presidente da República);
4º) Portarias (expedidas pelo ministro da Previdência ou da Fazenda);
5º) Outras normas internas da administração (instruções normativas, ordens de serviço etc.).
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Os tratados internacionais, via de regra, possuem status de lei ordinária.
Já os tratados e convenções internacionais sobre direitos humanos que forem aprovados, em
cada Casa do Congresso Nacional, em dois turnos, por três quintos dos votos dos respectivos
membros, serão equivalentes às emendas constitucionais (CF, art. 5º, § 3º).
De acordo com o art. 85-A da Lei nº 8.212/91, “os tratados, convenções e outros acordos
internacionais de que Estado estrangeiro ou organismo internacional e o Brasil sejam partes,
e que versem sobre matéria previdenciária, serão interpretados como lei especial”. (critério da
especialidade).
3. Autonomia
Do ponto de vista científico, não se deve falar em autonomia de nenhum ramo do Direito, que
é uno.
Didaticamente, porém, é conveniente dividir-se o Direito em ramos, com o objetivo de facilitar
o estudo.
Em relação à autonomia do Direito Previdenciário, há duas teorias: (1) previdência social
encontra-se no âmbito do Direito do Trabalho; (2) autonomia didática deste ramo do Direito.
Todavia, o entendimento dominante é que há autonomia do Direito Previdenciário, mostrando
que esse ramo do Direito não se confunde com o Direito do Trabalho.
4. Aplicação
Havendo duas ou mais normas sobre a mesma matéria, começa a surgir o problema de qual
deve ser aplicada.
Estes conflitos são resolvidos através dos critérios da hierarquia, da especialidade e da
cronologia.
•• Hierarquia: a norma superior prevalece sobre a inferior.
•• Especialidade: a norma específica prevalece sobre a genérica.
•• Cronologia: a norma posterior prevalece sobre a anterior.
5. Vigência
Vigência é o período que vai do momento em que a norma entra em vigor até o momento em
que é revogada, ou em que se esgota o prazo prescrito para sua duração.
Se a lei expressamente determinar, sua vigência pode iniciar na data de sua publicação, o que é
muito comum ocorrer.
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Isoladas – Direito Previdenciário – Prof. Hugo Goes
Todavia, o início de sua vigência pode ser postergado. De acordo com o art. 1º do Decreto-
Lei 4.657/1942 (Lei de Introdução às normas do Direito Brasileiro), uma lei começa a ter
vigência em todo o país 45 dias depois de publicada, salvo se dispuser de outro modo (o que,
geralmente, acontece).
Se, publicada a lei, sua vigência só tiver início em data futura, dá-se o vacatio legis (período
compreendido entre a data da publicação até sua entrada em vigor). Durante o vacatio legis,
a norma já é válida (já pertence ao ordenamento), mas não é vigente. Assim, nesse período,
ela convive com normas que lhe são contrárias, que continuam válidas e vigentes até que ela
própria comece a viger, quando, então, as outras estarão revogadas.
6. Interpretação
7. Integração
Integração é a busca de outra norma, aplicável, por adaptação, ao caso concreto, na ausência
de norma específica. As ferramentas utilizadas na integração são:
•• Analogia – aplica-se lei que regula um caso semelhante (EX.: CF, art. 40, § 4º).
•• Princípios gerais do direito (Ex: igualdade perante a lei (CF, art. 5º, caput); contraditório
e ampla defesa (CF, art. 5º, LV); Ninguém pode se beneficiar da própria torpeza; Ninguém
está obrigado ao impossível).
•• Equidade – usada para amenizar e humanizar o direito. Quando autorizado a decidir por
equidade, o juiz aplicará a norma que estabeleceria se fosse legislador.
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