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INTRODUÇÃO AO ESTUDO

DO DIREITO
Aulas 5 e 6
Prof. Márcio Viana de Souza
CONSIDERAÇÕES SOBRE O
CONCEITO DE JUSTIÇA

Aristóteles apresenta a Justiça como uma virtude humana:

Vemos que todos os homens entendem por justiça aquela disposição


de caráter que torna as pessoas propensas a fazer o que é justo, que as
faz agir justamente e desejar o que é justo. (Ética a Nicômaco)
CONSIDERAÇÕES SOBRE O
CONCEITO DE JUSTIÇA
Desde os tempos mais remotos, relaciona-se Justiça e igualdade,
o que aqui apenas iremos referir sistematicamente, porque
parece-nos que a solução para o problema da Justiça se faz pela
via da equidade, no necessário respeito à dignidade da pessoa
humana.

Mens legis

Mens legislatoris
CONSIDERAÇÕES SOBRE O
CONCEITO DE JUSTIÇA
CONSTITUIÇÃO FEDERAL

Art. 5º Todos são iguais perante a lei, sem distinção de qualquer


natureza, garantindo-se aos brasileiros e aos estrangeiros
residentes no País a inviolabilidade do direito à vida, à liberdade,
à igualdade, à segurança e à propriedade, nos termos seguintes:

I - homens e mulheres são iguais em direitos e obrigações, nos


termos desta Constituição;
CONSIDERAÇÕES SOBRE O
CONCEITO DE JUSTIÇA
Art. 1º A República Federativa do Brasil, formada pela união
indissolúvel dos Estados e Municípios e do Distrito Federal,
constitui-se em Estado Democrático de Direito e tem como
fundamentos:

(...)

III - a dignidade da pessoa humana;


CONSIDERAÇÕES SOBRE O
CONCEITO DE JUSTIÇA
NORMA JURÍDICA

• A norma jurídica tem por característica imputar determinada ação ou


comportamento a alguém.

• O aspecto principal das normas jurídicas é impor certa ação ou


comportamento, dirigindo a conduta dos indivíduos – proibição/obrigação.

• A natureza da norma jurídica é um “dever-ser”, um mandamento dirigido a


certo destinatário, proibindo, impondo ou permitindo determinada ação ou
conduta. (EX: é proibido fumar)
NORMA JURÍDICA
CÓDIGO PENAL 

Art. 121. Matar alguém:

Pena - reclusão, de seis a vinte anos.


NORMA JURÍDICA
NORMA JURÍDICA SEM SANÇÃO

Art. 2° Consumidor é toda pessoa física ou jurídica que adquire ou utiliza produto ou serviço como

destinatário final.

Art. 3° Fornecedor é toda pessoa física ou jurídica, pública ou privada, nacional ou estrangeira,

bem como os entes despersonalizados, que desenvolvem atividade de produção, montagem,

criação, construção, transformação, importação, exportação, distribuição ou comercialização de

produtos ou prestação de serviços.


CLASSIFICAÇÃO DA NORMA
JURÍDICA
• Quanto a hierarquia

• Quanto à natureza de suas disposições

a) Normas jurídicas substantivas


Definem direitos (Código Civil, Código de Defesa do Consumidor)

b) Normas jurídicas adjetivas


Modo de acesso ao poder judiciário (Códigos de Processo e normas processuais)
CLASSIFICAÇÃO DA NORMA
JURÍDICA
• Quanto à aplicabilidade
a) Normas jurídicas auto aplicáveis
Entram em vigor independente de norma posterior

b) Normas Jurídicas dependentes de complementação


Expressamente declaram sua necessidade de complementação (art. 5º, XXXII)

c) Normas jurídicas dependentes de regulamentação


Designam, geralmente que órgãos do Poder Executivo definirão e detalharão sua
aplicação e executoriedade (Lei nº 8.036/90 – Decreto nº 99.684/90 – FGTS)
CLASSIFICAÇÃO DA NORMA
JURÍDICA
• Quanto à sistematização
a) Constitucionais
b) Codificadas
c) Esparsas
d) Consolidadas

• Quanto à obrigatoriedade
a) Normas de Ordem Pública (imperativas ou cogentes)
Não pode ser alterada pela vontade das partes

b) Normas de Ordem Privada (permissivas)


VALIDADE, VIGÊNCIA E EFICÁCIA DA
NORMA JURÍDICA
• A VALIDADE DA NORMA JURÍDICA

Pode se referir ao aspecto técnico/formal ou ao aspecto da legitimidade.

• Respeito à hierarquia
• Aprovação e promulgação pela autoridade competente
• Respeito à prazo e quórum de aprovação
• Conteúdo de acordo com as designações de competência legislativa
VIGÊNCIA DA NORMA JURÍDICA

As normas jurídicas têm “vida” própria, nascendo, existindo, alterando-


se parcialmente e morrendo.

• O Início da vigência

A norma jurídica entra em vigor após a publicação oficial, que no plano


federal se dá no Diário Oficial da União - DOU
VIGÊNCIA DA NORMA JURÍDICA
CONTEÚDO DOS ARTIGOS DE LEI

• CAPUT: É o enunciado do artigo, refere-se  a ideia central. Normalmente quando na Lei é citado
o CAPUT, aconselhamos realizar a leitura do artigo para esclarecer.

• PARÁGRAFO: É o desdobramento de um artigo, pode ser uma condição, exceção ou


esclarecimento. Quando existe apenas um parágrafo na lei, chamamos de parágrafo único. Na
hipótese de mais de um parágrafo utiliza-se o símbolo § sucedido de numeração crescente.
(§1º, §2º, §3º)

• INCISO: Inciso é representado por números romanos. Também é considerado um


desdobramento, mas encontra-se em um nível inferior ao parágrafo. (X, XI, XII)

• ALÍNEA: As alíneas são representadas por letras minúsculas. Um artigo pode conter alíneas, sem
depender de incisos ou parágrafos. (a, b, c)
VIGÊNCIA DA NORMA JURÍDICA
DECRETO-LEI Nº 4.657/42
LEI DE INTRODUÇÃO ÀS NORMAS DO DIREITO BRASILEIRO

Art. 1o  Salvo disposição contrária, a lei começa a vigorar em todo o país


quarenta e cinco dias depois de oficialmente publicada.

§ 1o  Nos Estados, estrangeiros, a obrigatoriedade da lei brasileira, quando


admitida, se inicia três meses depois de oficialmente publicada.   
VIGÊNCIA DA NORMA JURÍDICA
O período de tempo existente entre a publicação oficial da norma jurídica e
sua entrada em vigor é denominado vacatio legis

§ 3o  Se, antes de entrar a lei em vigor, ocorrer nova publicação de seu texto,
destinada a correção, o prazo deste artigo e dos parágrafos anteriores
começará a correr da nova publicação.

§ 4o  As correções a texto de lei já em vigor consideram-se lei nova.

Obs: Lei tributária tem disposição própria sobre vacância


VIGÊNCIA DA NORMA JURÍDICA
O TÉRMINO DA VIGÊNCIA

Art. 2o  Não se destinando à vigência temporária, a lei terá vigor até que outra a modifique
ou revogue.

§ 1o  A lei posterior revoga a anterior quando expressamente o declare, quando seja com
ela incompatível ou quando regule inteiramente a matéria de que tratava a lei anterior.

§ 2o  A lei nova, que estabeleça disposições gerais ou especiais a par das já existentes, não
revoga nem modifica a lei anterior.

§ 3o  Salvo disposição em contrário, a lei revogada não se restaura por ter a lei revogadora
perdido a vigência.
VIGÊNCIA DA NORMA JURÍDICA
TÉRMINO DA VIGÊNCIA

• REVOGAÇÃO

ab-rogação: supressão total da norma jurídica anterior

derrogação: torna fora de vigência apenas parte da norma jurídica


anterior
VIGÊNCIA DA NORMA JURÍDICA

TÉRMINO DA VIGÊNCIA

Critério hierárquico
Uma norma jurídica somente pode revogar outra se pertencer ao mesmo
plano hierárquico ou for de plano hierárquico superior.

Critério cronológico
Norma jurídica nova revoga a antiga
VIGÊNCIA DA NORMA JURÍDICA
TÉRMINO DA VIGÊNCIA

• Fenômeno da recepção
• Revogação expressa
• Revogação tácita

• NORMAS JURÍDICAS IRREVOGÁVEIS


• Cláusulas pétreas (art. 60, §4º da CF/88)
EFICÁCIA DA NORMA JURÍDICA

Tradicionalmente, a doutrina jurídica liga a ideia de eficácia à de


aplicação concreta da norma jurídica. Eficácia é, pois, a relação
entre a ocorrência concreta, real, fatual no mundo do ser e o que
está prescrito pela norma jurídica.

Art. 3o  Ninguém se escusa de cumprir a lei, alegando que não a


conhece.
EFICÁCIA DA NORMA JURÍDICA
IRRETROATIVIDADE DAS NORMAS JURÍDICAS

Art. 6º A Lei em vigor terá efeito imediato e geral, respeitados o ato jurídico perfeito, o direito adquirido e a coisa
julgada. 

§ 1º Reputa-se ato jurídico perfeito o já consumado segundo a lei vigente ao tempo em que se efetuou.             
       
§ 2º Consideram-se adquiridos assim os direitos que o seu titular, ou alguém por ele, possa exercer, como
aqueles cujo começo do exercício tenha termo pré-fixo, ou condição pré-estabelecida inalterável, a arbítrio de
outrem.                       

§ 3º Chama-se coisa julgada ou caso julgado a decisão judicial de que já não caiba recurso.
 
EFICÁCIA DA NORMA JURÍDICA
CASOS DE RETROATIVIDADE DA NORMA

Direito Penal
Art. 5º CF/88

XXXIX - não há crime sem lei anterior que o defina, nem pena sem prévia cominação legal;

XL - a lei penal não retroagirá, salvo para beneficiar o réu;

Código Penal

Art. 2º - Ninguém pode ser punido por fato que lei posterior deixa de considerar crime, cessando em

virtude dela a execução e os efeitos penais da sentença condenatória.


BIBLIOGRAFIA

• DINIZ, M.H. Compendio de introdução a ciência do Direito. SP:


Saraiva, 2011

• REALE, M. Lições preliminares de Direito. SP: Saraiva, 2009.


MUITO OBRIGADO!
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@profmarcioviana

Prof. Marcio Viana

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