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Norma
As normas jurídicas podem ser definidas como um conjunto de normas que integram o
ordenamento jurídico brasileiro, cuja função é regulamentar a conduta das pessoas, ou
seja, é a imposição normativa incorporada em uma fórmula jurídica. Podem ter uma
conotação de preceito e sanção, cujo objetivo principal é resguardar a ordem e a paz
social, porém não devem ser entendidas como instrumento ou ideia relacionada à
segurança, á justiça, etc.
Para Kelsen, toda norma jurídica tem uma sanção, ou seja, uma consequência
negativa.
Validade
A validade é um atributo essencial das normas jurídicas
Posso fazer uma proposição sobre a norma (falar sobre ela) e essa proposição será
verdadeira ou falsa.
Mas a norma ela mesma não é verdadeira ou falsa, sim válida ou inválida.
A validade é um atributo que apenas pode ser atribuído em um contexto, não existem
normas válidas “em si”.
As normas jurídicas são válidas no contexto do ordenamento jurídico.
Ordenamento jurídico
É o conjunto de leis, mas não de forma desordenada.
Vigência
Tempo de validade da norma, que depende de sua publicação.
Entre validade e vigência: vacatio legis
A lei começa a vigorar no Brasil 45 dias depois de publicada
Em países estrangeiros começa a vigorar três meses depois da publicação.
Se, antes de entrar a lei em vigor, ocorrer nova publicação de seu texto, destinada a correção, o
prazodeste artigo e dos parágrafos anteriores começará a correr da nova publicação.
As correções a texto de lei já em vigorconsideram-se lei nova.
Eficácia
É a capacidade da norma de produzir efeitos
• Eficácia social (efetividade)
• “Sucesso normativo”: condições fáticas para observância espontânea ou
imposta, ou para a satisfação de objetivos visados.
Vigor
É a imperatividade da norma, força vinculante.
• Art. 2º Não se destinando à vigência temporária, a lei terá vigor até que outra a modifique
ou revogue.
• O vigor pode ser confundido com a vigência da norma.
• Mas algumas normas já sem validade, portanto não vigentes, podem ter vigor (fenômeno
da ultratividade).
• Exemplo de situação de ultratividade: Art. 3º do Código Penal:
Art. 3º A lei excepcional ou temporária, embora decorrido o período de sua duração ou
cessadas as circunstâncias que a determinaram, aplica- se ao fato praticado durante sua
vigência.
Duas regras estruturais (pertencentes à estrutura do ordenamento):
A norma perde validade se revogada por outra norma – REVOGAÇÃO
Norma pode perder validade por INEFICÁCIA
Revogação
A perda de validade pode se dar por três regras:
• Lex superior: a norma superior revoga a norma inferior nahierarquia no que esta tem de
incompatível.
• Lex posterior: a norma posterior, que vem por último notempo, revoga a norma
anterior no que esta tem de incompatível.
• Lex specialis: a norma especial revoga a norma geral noque esta tem de especial
e incompatível.
Tipos de revogação
• Expressa, tácita ou global. Ver o art. 2º, § 1º, LINDB:
• “A lei posterior revoga a anterior quando”
• “expressamente o declare,” (EXPRESSA)
• “quando seja com ela incompatível” (TÁCITA)
• “ou quando regule inteiramente a matéria de que tratava a leianterior.”
(GLOBAL)
Ineficácia
Três situações:
• Caducidade: situação social que norma visa regular deixa de existir;
geralmente, são leis de vigência temporária.
A caducidade é um fenomeno que pode ser verificado mais facilmente, enquanto desuso e
costume negativo são fenômenos que exigem justificação/argumentação detalhada.
Assim,
As situações de incoerencia são chamadas de antinomia
As situações de incompletude são chamadas de lacunas.
Antinomia
É a ocorrencia de duas ou mais normas incompatíveis regulando a mesma situação.
Exemplo, algo proibido e permissão positiva contraditorio.
Interpretação
É algo que fazemos naturalmente em relação a tudo é produto do mundo humano: não existe
um sentido “auto-evidente” das obras humanas.
Interpretar= Extrair o sentido, significado, valor de algo.
Toda norma jurídica é interpretada.
Todos que lidam com o direito (não só os juízes e advogados, por exemplo, mas
também o legislador) realizam interpretação.
Não existe norma jurídica “auto-aplicável”.
Noção de direito enquanto ordenamento (conjunto de normas válidas com regras
estruturais próprias) cria a impressão de que ele poderia funcionar enquanto um
sistema “independente”, mas essa ideia é muito parcial: o direito não é totalmente
determinado, o que faz com que a atividade do intérprete seja essencial.