Você está na página 1de 25

TEORIA DO

ORDENAMENTO JURÍDICO
DINÂMICA JURÍDICA: Teoria do
Ordenamento Jurídico
 Ordenamento Jurídico é um conjunto de normas;
 Não existe um Ordenamento composto de uma
norma só.
 Caso fosse possível a existência de um
Ordenamento Jurídico com uma norma única, ele
poderia ser três formas: Tudo é permitido: seria a
negação de todo o Ordenamento Jurídico; Tudo é
proibido: tornaria impossível qualquer vida social
humana; Tudo é Ordenado: a vida social humana
fica impossível, também.
DINÂMICA JURÍDICA: Teoria do Ordenamento
Jurídico

 A normas fora do Ordenamento Jurídico são apenas


um amontoado de normas;
 O Ordenamento Jurídico poder ser simples ou
complexo;
 Ordenamento Jur. Simples: suas normas são
derivadas de uma só fonte;
 Ordenamento Jur. Complexo: suas normas são
derivadas de variadas fontes;
 O Ordenamento Jur. Complexo é o que está
presente no plano concreto, o outro é apenas
visualizado no campo didático.
DINÂMICA JURÍDICA: Teoria do
Ordenamento Jurídico
 “A Complexidade de um ordenamento
jurídico deriva do fato de a necessidade de
regras de conduta ser tão grande que não há
qualquer poder (ou órgão) em condições de
satisfazê-la isoladamente” (BOBBIO, 2014,
P.50)
 Partindo dessa necessidade, as fontes indiretas:

fontes reconhecidas (recepção) e as fontes


delegadas (delegação), servem para suprir essa
necessidade;
DINÂMICA JURÍDICA: Teoria do
Ordenamento Jurídico
 Recepção: o ordenamento jurídico irá acolher
normas jurídicas já prontas de outro
ordenamentos jurídicos precedentes;
 Ex.: Costume;

 Delegação: é dar a poderes ou órgãos inferiores


o poder de produzir normas jurídicas;
 Ex.: Regulamento (explica a aplicação da lei

genérica)
DINÂMICA JURÍDICA: Teoria do
Ordenamento Jurídico
 Como o Ordenamento jurídico se tornou complexo?
DUAS RAZÕES!
 1)Nenhum Ordenamento nasce num deserto: o
novo ordenamento que surge nunca eliminará
totalmente as estratificações normativas que o
precedem;
 2)O Poder Originário cria novas centrais de
produção jurídica: com a finalidade de satisfazer,
sempre, uma normatização atualizada.
 Ex.: dar a entes autônomos territoriais o poder de
editar normas adaptadas às necessidades locais;
DINÂMICA JURÍDICA: Teoria do
Ordenamento Jurídico

 Quando o Ordenamento Jurídico se vale da


recepção e da delegação, diz-se que ele
passou por um dúplice processo de formação
(absorção de um direito preexistente +
criação de um novo direito);
Validade, vigência e eficácia da
norma jurídica
 Validade: quando uma norma existe dentro de um
ordenamento jurídico;

 Vigência: após a vacatio legis, ela já pode ser


exigida;

 Obs: Pode existir norma válida que não seja vigente.


QUANDO? No período da vacatio legis;

 Eficácia: quando a norma produz efeitos;


Validade, vigência e eficácia da
norma jurídica

 Exemplo de norma válida e vigente mas NÃO


eficaz:

 A norma que estabeleceu a obrigatoriedade de


aparelho de segurança em automóveis para criança
(as cadeirinhas), que apesar de válida e vigência,
por um tempo não teve eficácia em virtude da
ausência dos mesmos para a venda, o que impedia
que as pessoas pudesse adquirir os mesmos.
A unidade do ordenamento jurídico
 A complexidade do ordenamento Jurídico não impede
que ele tenha unidade;
 Essa Unidade é entendida a partir da Teoria da
Construção Escalonada de Kelsen.
 Núcleo da teoria: as normas de um Ordenamento não
estão todas em um mesmo plano;
 Normas inferiores dependem das superiores (estrutura
hierárquica);
 Norma Suprema/Norma Fundamental: não depende
de nenhuma outra norma superior; ela dá unidade a
toda as outras normas;
A unidade do ordenamento jurídico
 Apesar de serem numerosas as fontes do direito de
um ordenamento jurídico complexo a unidade
consiste em que: direta ou indiretamente, todas as
fontes do direito podem ser deduzidas de uma
ÚNICA NORMA;
 A norma fundamental é a norma que dá ao Poder
Constituinte (poder último) a faculdade de produzir
normas jurídicas;
 A norma fundamental não é expressa, mas
pressupomos a fim de fundamentar o sistema
normativo;
O conceito positivista e a pirâmide
hierárquica
O conceito positivista e a pirâmide
hierárquica

 Como descobrir que uma norma pertence a um


determinado Ordenamento Jurídico?
 Remonta-se de nível em nível, de poder em poder,

até a norma fundamental;


 A norma fundamental é o critério supremo que

permite estabelecer a pertinência de uma norma a


um ordenamento jurídico;
 NORMA FUNDAMENTAL FUNDAMENTO DE
VALIDADE DE TODAS AS NORMAS DO SISTEMA;
O PROBLEMA DA NORMA
FUNDAMENTAL
 Gira em torno do que se funda a norma
fundamental;
 Não dispões nenhum fundamento, pois ela é uma

convenção;
 Caso ela tivesse um fundamento, ela não seria

mais uma norma fundamental, pois teria que


existir uma norma superior para fundamentá-la,
tornando-se um processo cíclico;
A COERÊNCIA DO ORDENAMENTO
JURÍDICO
 Outro problema... Se o ordenamento jurídico,
além da unidade, também constitui um sistema?
 Sistema= totalidade ordenada, ou seja, conj. de

entes dentre os que existe uma certa ordem.


 A relação dos entes devem ser com o todo e

entre si;
 traduzindo= as normas que compõe o
ordenamento devem estar em relação de
coerência entre si;
KELSEN: 2 TIPOS DE SISTEMA
 ESTÁTICO: as normas estão ligadas umas as
outras, como proposições de um sistema
dedutivo, ou seja, as normas são deduzidas
umas das outras; elas partem de uma ou mais
de uma norma originária de caráter geral;
 DINÂMICO: as normas derivam uma das
outras por meio de sucessivas delegações de
poder, ou seja, não por conta do seu
conteúdo, mas por meio de uma autoridade
que as positivou;
Conflitos de Leis no Espaço e
no Tempo
 Ocorre quando uma lei (revogadora) substitui
outra (revogada), eliminando-a do Ordenamento
Jurídico;

 Esse fenômeno abre espaço para discussões a


respeito de qual lei irá se aplicar ao caso concreto,
pois há a possibilidade de se aplicar tanto a lei
nova (revogadora) quanto a lei antiga (revogada),
porém obedecendo as previsões normativas, para
não por em cheque a segurança jurídica.
Retroatividade e Irretroatividade da
Norma Jurídica
r
 Retroatividade: acontece quando uma lei

regula certas situações jurídicas do passado.

 EX: No Direito Penal as leis podem retroagir


em benefício do réu.
Retroatividade e Irretroatividade da
Norma Jurídica

 Irretroatividade: é um fenômeno que se dá


quando uma lei nova não surte efeito sobre
fatos pretéritos, e sim a atos que sucederam
à sua promulgação.

 Finalidade: não deixar que os direitos, atos,


contratos, etc., possam ser mudados a toda
hora pelo legislador ocasionando insegurança
jurídica;
ANTINOMIAS
 Conceito: duas normas incompatíveis,
pertencentes ao mesmo ordenamento jurídico e
com o mesmo âmbito de validade.

Segundo Bobbio:
 "A situação de normas incompatíveis entre si é
uma das dificuldades frente as quais se encontram
os juristas de todos os tempos, tendo esta situação
uma denominação própria: antinomia. Assim, em
considerando o ordenamento jurídico uma unidade
sistêmica, o Direito não tolera antinomias."
ANTINOMIAS
 Âmbito de validade:

• Validade temporal: ex.: “é proibido fumar de


5h as 7h”; não é incompatível com é proibido
fumar das 8h as 4h”.

• Validade espacial: “é proibido fumar no


hospital” não é incompatível com “é permitido
fumar na varanda”;
ANTINOMIAS

• Validade pessoal: ex: “é proibido aos


menores de 18 anos fumar” não é
incompatível com “é permitido aos
maiores de 18 anos fumar”
• Validade material: “é proibido fumar
maconha” não é incompatível com “é
permitido fumar cigarro”
Antinomias reais e aparentes
 Antinomias Reais:

 Conceito: são aquelas em que se percebe um conflito


mutuamente exclusivo e/ou incompatível, sendo impossíveis
de resolver dentro das linhas e critérios designados pelo
ordenamento (especialidade, cronológico e hierárquico);

 OBS: Importante notar que a antinomia real não


impossibilita sua resolução pontual, ou seja, quando o Poder
Judiciário, em qualquer de suas instâncias, decide uma
solução pragmática para um conflito real, está suprimindo,
casuisticamente, a antinomia.
Antinomias reais e aparentes
 Antinomia Aparente:

 Conceito: é aquela em que se percebe uma


solução interpretativa do conflito, devendo o
magistrado e o operador do Direito como um
todo, utilizar de determinados critérios
lógicos, doutrinários e até normativos para
resolvê-lo.
REFERÊNCIAS

 BOBBIO, Norberto. Teoria do Ordenamento


Jurídico. São Paulo, EDIRPRO: 2014;

Você também pode gostar