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DIREITO CONSTITUCIONAL AVANÇADO/JURISDIÇÃO CONSTITUCIONAL:

I. CONTROLE DE CONSTITUCIONALIDADE;
II. ADPF- AÇÃO DE DESCUMPRIMENTO DE PRECEITO FUNDAMENTAL;
III. REMÉDIOS CONSTITUCIONAIS
EXERCÍCIOS TESTES.
PROF.DR.V.SIRAQUE
E-mail: siraque@siraque.com.br
WhatsApp: 97494-0606.
Bibliografias recomendadas:
a) BARROSO, Luís Roberto. Curso de Direito Constitucional Contemporâneo.
Os Conceitos Fundamentais e a Construção do Novo Modelo. 3ª edição. São
Paulo:Saraiva,2015.
b) ARAÚJO, Luiz Alberto David & NUNES JÚNIOR, Vidal Serrano. Curso de
Direito Constitucional. 22ª edição revista e ampliada até a EC 99/2017.São
Paulo: Verbatim, 2018.
c) STRECK, Lênio Luiz Jurisdição Constitucional. 5ª edição, revista, atualizada
e reofrmulada. Rio de Janeiro: Editora Forense, 2018.

I. CONTROLE DE CONSTITUCIONALIDADE
A. QUANTO À MUTABILIDADE, UMA CONSTITUIÇÃO PODE SER:

1.Flexível: A Constituição não exige, para a alteração do seu texto e


conteúdo, qualquer processo mais solene. Utiliza o mesmo critério da lei
ordinária.
2.Rígida:A Constituição exige um critério mais solene para a sua alteração do
que o processo para a elaboração de lei ordinária.
Ex.: E.C. 3/5 dos votos e dois turnos de votações em cada Casa- Art. 60, §2º
.
3.Semirrígida ou semiflexível: parte exige um critério mais solene para a sua
modificação e parte é flexível.
4. Imutável: Tem um núcleo material imutável, as denominadas cláusulas
pétreas- Art. 60,§ 4º.
B. SUPREMACIA DA CONSTITUIÇÃO NO ORDENAMENTO JURÍDICO

• Há necessidade do controle de constitucionalidade dos atos


normativos nas Constituições: rígidas, semirrígidas e naquelas com
cláusulas pétreas.
• Caso contrário, a supremacia não seria da Constituição. A supremacia
seria da lei e do legislador.
• Em nosso ordenamento jurídico a supremacia é da Constituição.
• A Constituição está no topo da pirâmide jurídica.
• E, por isso, a norma hierarquicamente inferior busca validade, dentro do
ordenamento jurídico, na norma de hierarquia superior.
• “Na verdade, o critério desta distinção- para o seu grande autor, James
Bryce, a distinção principal a fazer entre todas as Constituições- está na
posição ocupada pela Constituição perante as chamadas leis ordinárias.
Se ela se coloca acima destas, num plano hierárquico superior, e
encerra características próprias, considera-se rígida; ao invés, se se
encontra ao nível das restantes leis, sem um poder ou uma forma que a
suportem em especial, é flexível. Apenas as Constituições rígidas, e não
também as flexíveis, são limitativas, porque ultrapassam as leis e
prevalecem sobre as suas estatuições.” (MIRANDA, Jorge. Contributo
para uma teoria da inconstitucionalidade, Coimbra Ed.,1996, p.37).

• O instituto do controle de constitucionalidade das leis e dos atos
normativos é um direito-garantia da cidadania: nos casos de controles
concretos ou difusos. E da sociedade: nos casos de controles abstratos
ou concentrado. E, assim, este direito-garantia, presta-se a garantir a
efetividade da supremacia da Constituição no ordenamento jurídico.
• Caso não houvessem as possibilidades de controle de
constitucionalidade, não existiria a efetividade, a concretude, a real
supremacia da Constituição.
• Controle preventivo: controle político

• Controle repressivo: controle judicial.

C. O CONTROLE PREVENTIVO DE CONSTITUCIONALIDADE

• É o método pelo qual se previne a introdução de normas


inconstitucionais no ordenamento jurídico.
• O controle preventivo, formal e material, ocorre durante o processo
legislativo:
• A. Na fase da iniciativa da proposta de projeto/parecer técnico;
• B. Na fase de tramitação do projeto: admissão pela Mesa, parecer da
Comissão de Constituição e Justiça, recursos ao Plenário,debates, no
momento da sanção (promulgação ou veto)
• 2. Geralmente não é judicial. O controle preventivo é político.Mas há
exceções para a proteção do direito-função de parlamentar, (vide, art.
60,§4º), via de exceção (MS).
• Ex.: PSOL impetrou MS contra a tramitação do Decreto de
Intervenção no RJ, art.34 cc arts.18, 60,§ 4º, I.

D. CONTROLE REPRESSIVO OU JUDICIAL DE CONSTITUCIONALIDADE

• O controle preventivo é o controle político.


• O controle repressivo de constitucionalidade das leis e demais atos
normativos é o controle judicial.
• O controle repressivo processa-se por duas vias: uma indireta e outra
direta.
• A via indireta/difusa/de exceção/concreta é discutida dentro de um
processo concreto para atender ao interesse de uma das partes.
Inconstitucionalidade interpartes.(ex.: nos remédios constitucionais)
• A via direta ou concentrada ou de ação ou de controle abstrato. Tem
autor/autores, não partes.O objetivo é anular a lei ou ato normativo,
expeli-lo do ordenamento. Inconstitucionalidade erga-omnes.
• O art.60 demonstra a RIGIDEZ DA NOSSA CONSTITUIÇÃO.

• Art. 60. A Constituição poderá ser emendada mediante proposta:
• I - de um terço, no mínimo, dos membros da Câmara dos Deputados ou
do Senado Federal;
• II - do Presidente da República;
• III - de mais da metade das Assembléias Legislativas das unidades da
Federação, manifestando-se, cada uma delas, pela maioria relativa de
seus membros.
• § 1º A Constituição não poderá ser emendada na vigência de
intervenção federal, de estado de defesa ou de estado de sítio.
• § 2º A proposta será discutida e votada em cada Casa do Congresso
Nacional, em dois turnos, considerando-se aprovada se obtiver, em
ambos, três quintos dos votos dos respectivos membros.
• § 3º A emenda à Constituição será promulgada pelas Mesas da Câmara
dos Deputados e do Senado Federal, com o respectivo número de
ordem.
• § 4º Não será objeto de deliberação a proposta de emenda tendente
a abolir:
• I - a forma federativa de Estado;
• II - o voto direto, secreto, universal e periódico;
• III - a separação dos Poderes;
• IV - os direitos e garantias individuais.

• Este par. 4º do art. 60 dispõe sobre as denominadas cláusulas
pétreas.

AÇÕES DE CONTROLE DE CONSTITUCIONALIDADE

• ADI- Ação Direta de Inconstitucionalidade, art.103.


LEIS E ATOS NORMATIVOS FEDERAIS E ESTADUAIS. VISA EXCLUIR A
NORMA DO ORDENAMENTO JURÍDICO.

• ADC- Ação Declaratória de Constitucionalidade, art.103.



SOMENTE LEIS E ATOS NORMATIVOS FEDERAIS. VISA MANTER A
NORMA NO ORDENAMENTO JURÍDICO.

• ADO-Ação Direta de Inconstitucionalidade por Omissão, arts. 12-A ao


12-H da lei 9868/2009 e art. 103, § 2º da Constituição.
• BASTANTE SEMELHANTE AO MANDADO DE INJUNÇÃO, ESTE
INDIVIDUAL OU COLETIVO, A ADO-ERGA OMNES.
• "Entende-se por omissão a partir do dever previsível dos Poderes e das
autoridades de disciplinar determinada matéria. A omissão pode porvir
de qualquer dos Poderes." Vidal Serranos Nunes Júnior e Luiz Alberto
David Araujo, p.111, Curso de Direito Constitucional,22ª ed.São Paulo:
Verbatim, 2017.)

A lei 9.868/1999 dispõe sobre o processo e julgamento da ADI, da


ADC e da ADO.

• ADPF- Ação de Descumprimento de Preceito Fundamental, art.102, §


1º.

A lei 9.882/1999 dispõe sobre o processo e julgamento da ADPF.

E. ORIGENS OU MODELOS DE CONTROLE DE CONSTITUCIONALIDADE


DAS LEIS E ATOS NORMATIVOS

• 1.Modelo dos Estados Unidos: controle difuso


• 2.Modelo da Áustria: controle concentrado
• 1.1.A matriz estadonudense reporta-se ao caso Madison v. Marbury,
julgado em1803 pelo Supremo Tribunal Federal-USA,forjado por
Marshall.Este caso serviu de precedente para os ulteriores.
• 1.2.JUDICIAL REVIEW: compete aos juízes e tribunais deixarem de
aplicar as leis incompatíveis com a Constituição em decorrência da sua
primazia.
• 2. A matriz europeia/austríaca teve em Kelsen seu grande arquiteto
por meio da Constituição da Áustria de 1920 e da reforma const. De
1929: a) anulabilidade da norma inconstitucional (Judiciário legislador
negativo); b) controle concentrado de constitucionalidade.
• As duas matrizes são as grandes referências teóricas para o sistema de
controle de constitucionalidade brasileiro.
II. ADPF- AÇÃO DE DESCUMPRIMENTO DE PRECEITO FUNDAMENTAL

1. Conceito 
ADPF é a denominação dada ao instiuto jurídico utilizado para evitar ou
reparar lesão a preceito fundamental resultante de ato do Poder Público
(União, Estados, Distrito Federal e Municípios), incluídos atos anteriores à
promulgação da Constituição.
OBSERVE-SE : a) ADI: Leis e Atos normativos federais e estaduais;
b) ADC: apenas Leis e Atos normativos federais;
c)ADPF: Ato do Poder Público de todos os entes da Federação, incluídos os municipais

A ADPF foi instituída pelo 102, parágrado 1º da Constituição de 1988, o qual foi


regulamentado pela lei nº 9.882/1999. Sua criação teve por objetivo suprir a lacuna
deixada pela ADI-Ação Direta de Inconstitucionalidade (Art.102,I, "a" sobre lei ou ato
normativo federal e estadual), porque a ADI não pode ser proposta contra lei ou atos
normativos que entraram em vigor em data anterior à promulgação da Constituição de
1988 e nem em relação a ato normativo ou lei municipal que violem a Constituição
Federal.

2. O primeiro julgamento de mérito de uma ADPF ocorreu em dezembro

de 2005., conforme notícia abaixo:

"O Supremo Tribunal Federal julga no mérito a primeira ADPF


7 de dezembro de 2005, 21h05

Criada para suprir a lacuna da Ação Direta de Inconstitucionalidade, que não


pode ser aplicada a leis anteriores a 1988 nem contra atos municipais, a ADPF
— Argüição de Descumprimento de Preceito Fundamental teve nesta quarta-
feira (7/12), seu primeiro julgamento de mérito no Supremo Tribunal Federal.

No caso concreto, a ADPF 33, o plenário do Supremo declarou, por


unanimidade, a ilegitimidade um decreto estadual que vinculava os
vencimentos dos servidores de um instituto estadual (Idesp) ao salário mínimo
nacional. O relator da ação, ministro Gilmar Mendes, reafirmou sua decisão na
liminar e julgou procedente a ADPF.

Mais importante que o caso concreto, porém, considerou-se o fato de a ADPF


ter finalmente seu perfil definido. No dizer do ministro Celso de Mello “com o
voto do ministro Gilmar Mendes, o STF inicia, agora, um processo de
elaborada construção jurisprudencial destinado a valorizar a ADPF”.

Outras matérias em julgamento no STF em sede de ADPF são as questões da


possibilidade de aborto de fetos anencefálicos e a discussão sobre a
manutenção do monopólio postal da Empresa de Correios e Telégrafos.
A discussão travada no julgamento do Supremo foi em torno do cabimento da
ADPF em face de decreto estadual, anterior à Constituição de 1988. Era
preciso definir se a norma que fixou a remuneração de servidores de autarquia
vinculada ao salário-mínimo ofende preceito fundamental. A Procuradoria-Geral
da República opinou pela procedência do pedido do estado.

A aceitação da ADPF não só suspendeu a norma como deve mandar para o


arquivo centenas de ações judiciais de servidores que se escoravam na regra.

O relator da ação, Gilmar Mendes, enquanto advogado-geral da União foi quem


produziu os projetos de lei que regulamentaram a aplicação da Ação Direta de
Inconstitucionalidade (que se tornou a Lei 9.868/99) e da ADPF (Lei 9.882/99).

O voto abaixo reproduzido, ainda sem revisão, foi classificado pelo ministro
Celso de Mello belíssimo e brilhante: “O magnífico voto proferido apoiou-se em
sólidos fundamentos doutrinários e abre novas perspectivas para a utilização
da ADPF, pois delineou de maneira clara e compatível com o sistema de direito
constitucional positivo, os pressupostos os requisitos e o âmbito de incidência
desse importantíssimo instrumento constitucional.”

"07/12/2005
TRIBUNAL PLENO
ARGÜIÇÃO DE DESCUMPRIMENTO DE PRECEITO FUNDAMENTAL
33-5 PARÁ
RELATOR: MIN. GILMAR MENDES
ARGUENTE: GOVERNADOR DO ESTADO DO PARÁ

ARGUIDO: INSTITUTO DO DESENVOLVIMENTO ECONÔMICO-SOCIAL


DO PARÁ - IDESP

INTERESSADO(A/S): AFONSO SILVA MENDES

ADVOGADO(A/S): JOSÉ DA SILVA CALDAS E OUTROS"

3. Características principais da ADPF:


Legitimação ativa: É a mesma prevista para a ação direta de
inconstitucionalidade (art. 103, I a IX, da Constituição federal, art. 2° da Lei
9.868/1999 e art. 2°, I da Lei 9.882/1999).
Capacidade postulatória: A exemplo da ADI, alguns legitimados para ADPF
não precisam ser representados por advogados, já que detêm capacidade
postulatória.
Competência para julgamento: Sempre será do STF.
Liminar: A ADPF admite liminar, concedida pela maioria absoluta dos
membros do STF (at. 5° da Lei 9.882/1999). A liminar pode consistir na
determinação para que juízes e tribunais suspendam o andamento de processo
ou de efeitos de decisões judiciais, ou de qualquer outra medida que apresente
relação com a matéria objeto da ação.
Informações: O relator da ADPF poderá solicitar informações às autoridades
responsáveis pelo ato questionado. Na ADPF admite-se a figura do 'amicus
curiae' (amigo da corte).
Efeitos da decisão: A decisão da ADPF produz efeito erga omnes (contra
todos) e vinculantes em relação aos demais órgãos do poder público. Os
efeitos no tempo serão ex tunc(retroativos), mas o STF poderá, em razão da
segurança jurídica ou de excepcional interesse social, restringir os efeitos da
decisão, decidir que essa somente produzirá efeitos a partir do trânsito em
julgado ou de outro momento futuro que venha a ser fixado. Decisões nessa
linha excepcional exigem voto de dois terços dos membros do STF.
4. Principais decisões em sede de ADPF

 ADPF 54:protocolada pela Confederação Nacional dos Trabalhadores na


Saúde, questiona a ilegalidade da interrupção voluntária da gravidez em
fetos anencéfalos. Declarada procedente em abril de 2012.

 ADPF 132: protocolada pelo governador do estado do Rio de Janeiro, Sérgio


Cabral Filho, questiona o não reconhecimento de uniões civis entre casais
homoafetivos por parte de órgãos do poder público. Declarada procedente em
maio de 2011.

 ADPF 153: protocolada pela Ordem dos Advogados do Brasil, questiona a


constitucionalidade da lei nº 6.683 de 28 de agosto de 1979, a chamada "lei
da Anistia". Julgada improcedente, há recurso de embargos de declaração
pendente.

 ADPF 186: protocolada em 20 de julho de 2009 pelo Partido Democratas, que


visava a "declaração de inconstitucionalidade dos atos do Poder Público que
resultaram na instituição de cotas raciais na Universidade de Brasília - UNB". A
arguição foi julgada improcedente pelo STF em 26 de abril 2012.

5.Fundamentos jurídicos

a) Art. 102, I,parágrado 1º da Constituição.

Art. 102. Compete ao Supremo Tribunal Federal, precipuamente, a guarda da Constituição,


cabendo-lhe:

I - processar e julgar, originariamente:

§ 1º A argüição de descumprimento de preceito fundamental, decorrente desta Constituição,


será apreciada pelo Supremo Tribunal Federal, na forma da lei.          (Transformado em § 1º
pela Emenda Constitucional nº 3, de 17/03/93)

b) Lei 9882/1999.
Presidência da República
Casa Civil
Subchefia para Assuntos Jurídicos

LEI No 9.882, DE 3 DE DEZEMBRO DE 1999.

Mensagem de Veto Dispõe sobre o processo e julgamento da argüição


de descumprimento de preceito fundamental, nos
termos do § 1o do art. 102 da Constituição Federal.

O PRESIDENTE DA REPÚBLICA Faço saber que o Congresso Nacional


decreta e eu sanciono a seguinte Lei:

Art. 1o A argüição prevista no § 1o do art. 102 da Constituição Federal será
proposta perante o Supremo Tribunal Federal, e terá por objeto evitar ou
reparar lesão a preceito fundamental, resultante de ato do Poder Público.

Parágrafo único. Caberá também argüição de descumprimento de preceito


fundamental:

I - quando for relevante o fundamento da controvérsia constitucional sobre


lei ou ato normativo federal, estadual ou municipal, incluídos os anteriores à
Constituição; (Vide ADIN 2.231-8, de 2000)

II – (VETADO)

Art. 2o Podem propor argüição de descumprimento de preceito


fundamental:

I - os legitimados para a ação direta de inconstitucionalidade;

II - (VETADO)

§ 1o Na hipótese do inciso II, faculta-se ao interessado, mediante


representação, solicitar a propositura de argüição de descumprimento de
preceito fundamental ao Procurador-Geral da República, que, examinando os
fundamentos jurídicos do pedido, decidirá do cabimento do seu ingresso em
juízo.

§ 2o (VETADO)

Art. 3o A petição inicial deverá conter:

I - a indicação do preceito fundamental que se considera violado;

II - a indicação do ato questionado;

III - a prova da violação do preceito fundamental;


IV - o pedido, com suas especificações;

V - se for o caso, a comprovação da existência de controvérsia judicial


relevante sobre a aplicação do preceito fundamental que se considera violado.

Parágrafo único. A petição inicial, acompanhada de instrumento de


mandato, se for o caso, será apresentada em duas vias, devendo conter cópias
do ato questionado e dos documentos necessários para comprovar a
impugnação.

Art. 4o A petição inicial será indeferida liminarmente, pelo relator, quando
não for o caso de argüição de descumprimento de preceito fundamental, faltar
algum dos requisitos prescritos nesta Lei ou for inepta.

§ 1o Não será admitida argüição de descumprimento de preceito


fundamental quando houver qualquer outro meio eficaz de sanar a lesividade.

§ 2o Da decisão de indeferimento da petição inicial caberá agravo, no prazo


de cinco dias.

Art. 5o O Supremo Tribunal Federal, por decisão da maioria absoluta de


seus membros, poderá deferir pedido de medida liminar na argüição de
descumprimento de preceito fundamental.

§ 1o Em caso de extrema urgência ou perigo de lesão grave, ou ainda, em


período de recesso, poderá o relator conceder a liminar, ad referendum do
Tribunal Pleno.

§ 2o O relator poderá ouvir os órgãos ou autoridades responsáveis pelo ato


questionado, bem como o Advogado-Geral da União ou o Procurador-Geral da
República, no prazo comum de cinco dias.

§ 3o A liminar poderá consistir na determinação de que juízes e tribunais


suspendam o andamento de processo ou os efeitos de decisões judiciais, ou
de qualquer outra medida que apresente relação com a matéria objeto da
argüição de descumprimento de preceito fundamental, salvo se decorrentes da
coisa julgada. (Vide ADIN 2.231-8, de 2000)

§ 4o (VETADO)

Art. 6o Apreciado o pedido de liminar, o relator solicitará as informações às


autoridades responsáveis pela prática do ato questionado, no prazo de dez
dias.

§ 1o Se entender necessário, poderá o relator ouvir as partes nos


processos que ensejaram a argüição, requisitar informações adicionais,
designar perito ou comissão de peritos para que emita parecer sobre a
questão, ou ainda, fixar data para declarações, em audiência pública, de
pessoas com experiência e autoridade na matéria.
§ 2o Poderão ser autorizadas, a critério do relator, sustentação oral e
juntada de memoriais, por requerimento dos interessados no processo.

Art. 7o Decorrido o prazo das informações, o relator lançará o relatório, com


cópia a todos os ministros, e pedirá dia para julgamento.

Parágrafo único. O Ministério Público, nas argüições que não houver


formulado, terá vista do processo, por cinco dias, após o decurso do prazo para
informações.

Art. 8o A decisão sobre a argüição de descumprimento de preceito


fundamental somente será tomada se presentes na sessão pelo menos dois
terços dos Ministros.

§ 1o (VETADO)

§ 2o (VETADO)

Art. 9o (VETADO)

Art. 10. Julgada a ação, far-se-á comunicação às autoridades ou órgãos


responsáveis pela prática dos atos questionados, fixando-se as condições e o
modo de interpretação e aplicação do preceito fundamental.

§ 1o O presidente do Tribunal determinará o imediato cumprimento da


decisão, lavrando-se o acórdão posteriormente.

§ 2o Dentro do prazo de dez dias contado a partir do trânsito em julgado da


decisão, sua parte dispositiva será publicada em seção especial do Diário da
Justiça e do Diário Oficial da União.

§ 3o A decisão terá eficácia contra todos e efeito vinculante relativamente


aos demais órgãos do Poder Público.

Art. 11. Ao declarar a inconstitucionalidade de lei ou ato normativo, no


processo de argüição de descumprimento de preceito fundamental, e tendo em
vista razões de segurança jurídica ou de excepcional interesse social, poderá o
Supremo Tribunal Federal, por maioria de dois terços de seus membros,
restringir os efeitos daquela declaração ou decidir que ela só tenha eficácia a
partir de seu trânsito em julgado ou de outro momento que venha a ser fixado.

Art. 12. A decisão que julgar procedente ou improcedente o pedido em


argüição de descumprimento de preceito fundamental é irrecorrível, não
podendo ser objeto de ação rescisória.

Art. 13. Caberá reclamação contra o descumprimento da decisão proferida


pelo Supremo Tribunal Federal, na forma do seu Regimento Interno.

Art. 14. Esta Lei entra em vigor na data de sua publicação.


Brasília, 3 de dezembro de 1999; 178o da Independência e 1 11o da
República.

FERNANDO HENRIQUE CARDOSO


José Carlos Dias

Este texto não substitui o publicado no DOU de 6.12.1999

III. REMÉDIOS CONSTITUCIONAIS


Os remédios constitucionais são meios postos à disposição dos
indivíduos, dos cidadãos, de pessoas jurídicas,dos partidos políticos, dos
sindicatos ou associações e, em certas situações à DEFENSORIA PÚBLICA
(ex. Habeas Corpus Coletivo) MINISTÉRIO PÚBLICO ( Ação Civil Pública) para
provocar a intervenção das autoridades competentes, visando a corrigir
ilegalidade ou abuso de poder em prejuízo de direitos e interesses individuais,
às vezes coletivos e, em outras direitos e interesses difusos (ex. Meio
Ambiente, consumidor). São também denominados de garantias constitucionais
ou ações constitucionais.
Lembrando que a Constituição possui dispositivos de caráter
declaratório de direitos, os denominados DIREITOS DECLARADOS ou
DIREITOS PRINCIPAIS que declaram direitos subjetivos. Entretanto, tais
direitos necessitam de outros instrumentos jurídicos para serem implementados
na prática, tais instrumentos são denominados de DIREITOS GARANTIAS ou
DIREITOS INSTRUMENTAIS.
Eis a lição de Ruy Barbosa (1968, apud Silva, 1990:355):
"[...] as disposições meramente declaratórias, que são as que imprimem
existência legal aos direitos reconhecidos, e as disposições assecuratórias, que
são as que, em defesa dos direitos, limitam o poder. Aquelas instituem direitos;
estas, as garantias; ocorrendo, não raro, juntar-se na mesma disposição
constitucional, ou legal, a fixação da garantia com declaração do direito."

E, ainda, o eminente constitucionalista José Afonso da Silva (1190:355) ensina


que "[...] as garantias constitucionais são também direitos, não como outorga
de um bem e vantagem em si, mas direitos-instrumentais, porque destinados a
tutelar um direito-principal."

EXERCÍCIOS PARA "TREINAMENTO"


QUESTÕES RELATIVAS ADPF
1. Ação do controle concentrado, destinada a combater o desrespeito aos
conteúdos mais importantes da Constituição, praticados por atos normativos ou
não normativos, quando não houver outro meio eficaz. Esta afirmação diz respeito
à
a) Ação civil pública.
b) arguição de descumprimento de preceito fundamental.
c) declaração incidental de inconstitucionalidade.

d) ação declaratória de constitucionalidade.


e) ação direta de inconstitucionalidade.

2.A Arguição de Descumprimento de Preceito Fundamental (ADPF) foi


regulamentada pela Lei n°9.882/1999. Da mesma forma que a Ação Direta de
Inconstitucionalidade (ADI), a ADPF é uma ação no âmbito do controle abstrato e
concentrado de constitucionalidade. Ambas as ações são iguais em diversos
aspectos. Em diversas situações, a arguição da inconstitucionalidade de uma lei
pode ser feita por meio de qualquer das duas ações, sem diferenças. Mas há
situações em que apenas uma delas é cabível. Diante disso, a constitucionalidade
de 
a) leis estaduais e municipais somente pode ser questionada por meio de ADPF. 

b) leis municipais e de leis anteriores à promulgação da Constituição de 1988


somente pode ser questionada por meio de ADPF. 
c) emendas constitucionais e leis complementares somente pode ser questionada
por meio de ADI. 
d) tratados internacionais e leis anteriores à promulgação da Constituição de 1988
somente pode ser questionada por meio de ADPF. 
e) tratados internacionais e de leis que envolvem direitos fundamentais somente
pode ser questionada por meio de ADPF. 

3.A Arguição de Descumprimento de Preceito Fundamental (ADPF) tem por


objetivo evitar ou mesmo reparar eventual lesão a preceito fundamental que resulte
de ato emanado do Poder Público. É legitimado para a propositura da ADPF:

a) Advogado Geral da União.

a) Presidente do Senado Federal.


b) Entidade de Classe de âmbito regional.
c) Partido político com representação no Congresso Nacional.
4. Após ser cientificado do ajuizamento de diversas ações judiciais em que se
discutia a compatibilidade, com a Constituição Federal de 1988, da Lei Municipal
X, de 1987, o Prefeito Municipal solicitou que sua assessoria analisasse a
possibilidade de algum legitimado vir a submetê-la ao controle concentrado de
constitucionalidade.

À luz da narrativa acima e da sistemática constitucional, uma vez preenchidos os


demais requisitos exigidos pela ordem jurídica, seria correta a utilização da:

a) arguição de descumprimento de preceito fundamental perante o Supremo


Tribunal Federal;
b) suspensão de segurança perante o Tribunal de Justiça;
c) ação direta de inconstitucionalidade perante o Supremo Tribunal Federal
d) declaração de não recepção perante o Tribunal de Justiça;
e) reclamação constitucional perante o Supremo Tribunal Federal

5.A respeito do procedimento da arguição de descumprimento de preceito


fundamental (ADPF), assinale a opção correta.

a) A concessão de medida liminar em sede de ADPF será limitada à


suspensão dos feitos e julgamentos que versem sobre a mesma matéria.
b) A decisão final em sede de ADPF terá, em regra, efeito ex nunc, salvo
decisão de dois terços do plenário do STF para a modulação dos efeitos.
c) O ajuizamento da ADPF deve atender à subsidiariedade, sendo proposta
quando inexistir outro meio idôneo para instrumentalização da pretensão
de sanar lesão a preceito fundamental.
d) O objeto da ADPF restringe-se às leis federais e estaduais.
e) O objeto da ADPF deve restringir-se à legislação posterior à promulgação
da Constituição Federal de 198

6. Após o devido processo legislativo, o prefeito de um município promulgou lei


reduzindo direitos fundamentais trabalhistas, com o objetivo de aumentar o número
de empregos na localidade.

Considerando-se essa situação hipotética e tomando-se como parâmetro do


controle de constitucionalidade a Constituição Federal de 1988, é possível
questionar a referida lei municipal por meio de

a) ação declaratória de constitucionalidade ajuizada no tribunal de


justiça, desde que haja previsão na constituição estadual.
b) arguição de descumprimento de preceito fundamental ajuizada no
STF.
c) ação direta de inconstitucionalidade ajuizada no STF.
d) mandado de segurança impetrado no juízo de primeira instância
e) ação direta de inconstitucionalidade ajuizada no tribunal de justiça
respectivo, independentemente de a matéria ser de reprodução
obrigatória na constituição estadual. 
f) ação direta de inconstitucionalidade ajuizada no tribunal de justiça
respectivo, independentemente de a matéria ser de reprodução
obrigatória na constituição estadual. 

7.O controle abstrato de constitucionalidade de determinado dispositivo da lei


orgânica de Rio Branco em face da CF deverá ser provocado pela

a) propositura de ADI junto ao TJ/AC.

a) interposição de recurso extraordinário para julgamento pelo STF.


b) impetração de mandado de segurança para julgamento pelo TJ/AC.
c) propositura de ADPF junto ao STF.
d) propositura de ADI junto ao STF.

QUESTÕES RELATIVAS AOS REMÉDIOS CONSTITUCIONAIS , AÇÕES DE


CONTROLE DE CONSTITUCIONALIDE , QUESTÕES DISSERTATIVAS AO
FINAL

1.J.G., empresário do ramo imobiliário, surpreendeu tomar conhecimento de


que seu nome constava de um banco de dados de caráter público como
inadimplente de uma dívida no valor de R$ 500.000,00 (quinhentos mil reais).
Embora reconheça a existência da dívida, entende que o não pagamento
encontra justificativa no fato de o valor a que foi condenado em primeira
instância ainda estar sob discussão em grau recursal. Com o objetivo de fazer
com que essa informação complementar passe a constar juntamente com a
informação principal a respeito da existência do débito, consulta um advogado,
que sugere a impetração de um habeas data.

Sobre a resposta à consulta, assinale a afirmativa correta


a) O habeas data não é o meio adequado, já que a ordem jurídica não
prevê a possibilidade de sua utilização para complementar dados,
mas apenas para garantir o direito de acessá-los ou retificá-los.
b) Deveria ser impetrado, em vez de habeas data ,mandado de
segurança, ação constitucional adequada para os casos em que se
faça necessária a proteção de direito líquido e certo, não amparado
por habeas corpus ou habeas data.
c) Deve ser impetrado habeas data, pois, embora o texto constitucional
não contemple a hipótese específica do caso concreto, a lei ordinária
o faz, de modo a ampliar o âmbito de incidência do habeas data como
ação constitucional
d) O habeas data não deve ser impetrado, pois a lei ordinária não pode
ampliar uma garantia fundamental prevista no texto constitucional, já
que tal configuraria violação ao regime de imutabilidade que
acompanha os direitos e as garantias fundamentais

2.Caracteriza-se como controle difuso de constitucionalidade


(A) a ação direta de inconstitucionalidade.
(B) a arguição de descumprimento de preceito fundamental.
(C) a ação declaratória de constitucionalidade.
(D) o recurso extraordinário.
(E) a ação direta de inconstitucionalidade interventiva.

3.Em atenção às recentes manifestações populares, fora noticiado na TV que


determinados deputados estaduais de dado Estado da Federação estavam
utilizando a verba do orçamento destinada à saúde para proveito próprio.
Marcos, cidadão brasileiro, insatisfeito com a notícia e de posse de
documentação que denota indícios de lesão ao patrimônio de seu Estado,
ajuíza Ação Popular no Juízo competente em face dos aludidos deputados e do
Estado.

Em atenção ao disciplinado na Lei n. 4.717/65, que trata da Ação Popular,


assinale a alternativa incorreta.
a) Marta, cidadã brasileira, residente e domiciliada no mesmo Estado, pode
habilitar-se como litisconsorte de Marcos.
b) Na mesma linha da ação de Mandado de Segurança, o direito de ajuizá-la
decai em 5 (cinco) anos.
c) O Estado, a juízo de seu representante legal, em se afigurando útil ao
interesse público, poderá atuar ao lado de Marcos na condução da ação.
d) Sendo julgada improcedente a ação movida por Marcos, poderá este
recorrer, além do Ministério Público e qualquer outro cidadão.
4.Ação Direta de Inconstitucionalidade (ADI), proposta por Conselho Seccional
da Ordem dos Advogados do Brasil e encaminhada para julgamento ao
plenário do Supremo Tribunal Federal, com objetivo de controlar a
constitucionalidade de dispositivos constantes de Emenda à Constituição
Federal e de lei estadual, não deverá ser conhecida porque
(A) lei estadual não pode ser objeto de ADI.
(B) o plenário do Supremo Tribunal Federal não é o órgão competente para
julgamento, mas, sim, uma das Turmas da referida Corte.
(C) o Conselho Seccional da Ordem dos Advogados do Brasil não é legitimado
para propor ADI.
(D) a Emenda à Constituição Federal não pode ser objeto de ADI.
(E) A afirmação é falsa, pois a ADI poderá ser conhecida.

5.Cristina, cidadã brasileira comprometida com a boa administração, descobre


que determinada obra pública em sua cidade foi realizada em desacordo com
as normas que regem as licitações públicas, com vistas a beneficiar um
particular amigo do prefeito. De posse de cópias do processo administrativo
que comprovam a situação, pretende ingressar com medida judicial para a
proteção do patrimônio público.

Para combater tal situação, Cristina deverá


a) ingressar com ação civil pública, que é o meio apto a sanar a lesividade
ao patrimônio público.
b) propor ação penal privada subsidiária da pública para condenar o
prefeito e o particular beneficiado e reparar os prejuízos causados aos
cofres públicos.
c) impetrar mandado de segurança coletivo para amparar direito líquido e
certo seu e de todos os cidadãos aos princípios da legalidade e
moralidade.
d) ingressar com ação popular apta a proteger o patrimônio público
indevidamente lesado.

6.Sobre o controle de constitucionalidade de atos normativos no ordenamento


jurídico brasileiro, assinale a opção correta.
(A) Cabe ao STF o julgamento das ações diretas de inconstitucionalidade
contra atos normativos federais, estaduais ou municipais.
(B) Emendas constitucionais, por gozarem do caráter de normas
constitucionais, não são passíveis de serem controladas na sua
constitucionalidade.
(C) A jurisprudência do STF não admite, em sede de ação direta de
inconstitucionalidade, o controle de constitucionalidade de atos normativos pré-
constitucionais.
(D) A Constituição de 1988, desde a sua redação originária, previa o efeito
vinculante das decisões tomadas pelo STF nas ações diretas de
inconstitucionalidade.
(E) A natureza da ação declaratória de constitucionalidade é subsidiária.

7.O presidente do STF delegou ao secretário de recursos humanos desse


tribunal a atribuição de dispor sobre a promoção na carreira de analista
judiciário dos servidores dessa Corte. Um servidor se sentiu preterido nos
critérios de direito utilizados na promoção e, em razão disso, contratou
advogado para promover as medidas judiciais cabíveis.
a) O advogado poderá impetrar mandado de segurança contra o presidente
do STF perante o próprio STF, porque a delegação não exclui a
responsabilização pela prática do ato.
b) O advogado poderá impetrar mandado de segurança contra ato do
secretário de recursos humanos perante o próprio STF.

c) O advogado deverá impetrar mandado de segurança contra o presidente


do STF e o secretário de recursos humanos, pois há litisconsórcio
necessário entre o delegante e o delegatário.
d) O advogado deverá impetrar mandado de segurança contra ato do
secretário de recursos humanos perante a justiça federal no DF

8.A ação direta de inconstitucionalidade é instrumento de controle:

I - concentrado e produz efeitos erga omnes e vinculantes, por força de


disciplina constitucional.
II - concentrado e produz efeitos inter partes e ex tunc, por força de disciplina
legal.
III - difuso ou concentrado e produz efeitos inter partes e vinculantes por força
de disciplina constitucional e legal.
IV - concentrado e pode produzir efeitos ex nunc ou ex tunc, conforme
disciplina legal.
Estão corretas as afirmações contidas nos incisos
(A)I e II.
(B)I e IV.
(C)II e III
(D)II e IV.
(E)III e IV.

9.Antônio, servidor público federal, após anos atuando em laboratório federal


direcionado ao desenvolvimento de vacinas contra doenças infectocontagiosas,
requereu, à autoridade competente, a concessão de aposentadoria especial
por ter exercido sua atividade em condições que prejudicam a saúde. O pedido
de Antônio não foi sequer analisado, sendo indeferido de plano. O argumento
utilizado para embasar a decisão é o de que o art. 40, § 4º, III, da Constituição
Federal de 1988, exige que os requisitos e os critérios diferenciados para a
concessão desse tipo de aposentadoria devem ser definidos em lei
complementar, que ainda não foi editada, informação esta que é correta.

10.À luz da sistemática constitucional e da interpretação que lhe vem sendo


dispensada pelo Supremo Tribunal Federal, deve-se reconhecer que:

a) o entendimento da Administração Pública está correto, nada podendo


ser feito por Antônio;
b) apesar de o entendimento da Administração Pública estar correto,
Antônio pode ter o seu pedido analisado impetrando mandado de
injunção perante o Supremo Tribunal Federal;
c) apesar de o entendimento da Administração Pública estar correto,
Antônio pode ter o seu pedido analisado impetrando mandado de
segurança no Supremo Tribunal Federal;
d) o entendimento da Administração Pública está incorreto, de modo que
Antônio deve impetrar um habeas data perante o Supremo Tribunal
Federal;
e) o entendimento da Administração Pública está incorreto, de modo que
Antônio deve ajuizar uma reclamação constitucional perante o Supremo
Tribunal Federal.

11.Lei ordinária federal, dispondo sobre o aumento da remuneração dos


servidores públicos da União, cujo projeto de lei tenha sido apresentado por
Senador, e que tenha sido promulgada pelo Congresso Nacional,
(A) contém vício formal de inconstitucionalidade, podendo ser questionado via
controle difuso.
(B) contém vício material de inconstitucionalidade, podendo ser questionado via
controle difuso.
(C) contém vício material de inconstitucionalidade, podendo ser questionado
via controle concentrado.
(D) não contém vício de inconstitucionalidade, pois está de acordo com as
normas constitucionais do processo legislativo.
(E) É uma matéria relacionada ao poder discricionário do administrador, não
podendo ser questionada por meio de controle de constitucionalidade.

12.Após ter sido negada a sua solicitação de financiamento para a aquisição de


imóvel residencial — seu nome estava negativado no serviço de proteção ao
crédito —, Pedro procurou a entidade responsável pelo banco de dados em
questão, mas lhe foi negado o fornecimento de informações acerca de seu
cadastro.
Nessa situação hipotética, para garantir o acesso aos dados, o remédio
constitucional cabível em sede judicial é o(a)

a) habeas data.
b) ação popular.
c) mandado de segurança.
d) mandado de injunção.

13.Em regra, as Comissões de Constituição e Justiça estão aptas a exercer o


controle
(A) repressivo da omissão inconstitucional, pela via concentrada.
(B) preventivo da constitucionalidade formal das leis.
(C) repressivo da constitucionalidade das leis, pela via difusa.
(D) repressivo da constitucionalidade das leis, pela via concentrada.
(E) preventivo da constitucionalidade formal e material das leis.

14.Sobre mandado de segurança, assinale a opção correta.


a) Não se admite impetração de mandado de segurança para resguardo de
interesse violado em feitos penais, pois, em qualquer situação, há a
violação da liberdade do investigado, cuja tutela jurisdicional ocorre por
impetração de habeas corpus.
b) Não se admite a aplicação da fungibilidade se o mandado de segurança
for impetrado em face de ilegalidade que deveria ser contestada por
meio da impetração de habeas corpus, extinguindo-se o feito sem
julgamento do mérito.
c) Será concedido mandado de segurança para tutela de direito líquido e
certo, comprovado de plano, não amparado por habeas corpus ou
habeas data, quando o responsável pela ilegalidade ou abuso de poder
for autoridade pública ou agente de pessoa jurídica no exercício de
atribuições do poder público.
d) Pode ser interposto, pela parte juridicamente interessada, recurso
ordinário à decisão proferida em mandado de segurança decidido em
única instância pelos tribunais regionais federais ou pelos tribunais dos
estados, do Distrito Federal e territórios, quando concessiva a decisão.

15. As alternativas a seguir apontam diferenças entre a ADI e a ADC, à


exceção de uma. Assinale-a.
(A) Rol de legitimados para a propositura da ação.
(B) Objeto da ação.
(C) Exigência de controvérsia judicial relevante.
(D) Manifestação do Advogado-Geral da União.

Considerando a Constituição da República Federativa do Brasil de 1988,


assinale a alternativa que NÃO representa um remédio constitucional.
a) Direito de petição.
b) Mandado de injunção.
c) Ação popular.
d) Princípio da dignidade da pessoa humana.
e) Direito à certidão.

16. Se Governador de Estado desejar se insurgir contra súmula vinculante que,


a seu juízo, foi formulada com enunciado normativo que extrapolou os limites
dos precedentes que a originaram, poderá, dentro dos instrumentos
processuais constitucionais existentes,
(A) ajuizar ADI contra a súmula vinculante.
(B) ajuizar ADPF contra a súmula vinculante.
(C) interpor reclamação contra a súmula vinculante.
(D) requerer o cancelamento da súmula vinculante.

17.Sobre os direitos e garantias fundamentais, consagrados na Constituição


Federal de 1988, é correto afirmar que: 
a) conceder-se-á mandado de injunção para assegurar o conhecimento de
informações relativas à pessoa do impetrante, constantes de registros
ou banco de dados de entidades governamentais ou de caráter público.
b) todos são iguais perante a lei, sem distinção de qualquer natureza,
garantindo-se aos brasileiros e aos estrangeiros residentes no País a
inviolabilidade do direito à vida, à liberdade, à segurança e à
propriedade.
c) é assegurado, mediante pagamento de taxas, o direito de petição aos
Poderes Públicos em defesa de direitos ou contra ilegalidade ou abuso
de poder.
d) nenhuma pena passará da pessoa do condenado e a obrigação de
reparar o dano não pode ser estendida aos sucessores, tampouco
contra eles executada.
e) a lei não poderá restringir a publicidade dos atos processuais, ainda que
a defesa da intimidade ou o interesse social o exijam.
18.A ação declaratória de constitucionalidade pode ser proposta, perante o
STF:
(A) pelo Prefeito de Município;
(B) pelo Conselho Estadual da Ordem dos Advogados do Brasil;
(C) pelo Procurador-Geral de Justiça;
(D) pela Mesa da Assembleia Legislativa.

A respeito dos remédios constitucionais que visam garantir os direitos


individuais e coletivos, é correto afirmar:

a) o habeas data é cabível sempre que a falta de norma


regulamentadora torne inviável o exercício dos direitos e liberdades
constitucionais e das prerrogativas inerentes à nacionalidade, à
soberania e à cidadania. 
b) mandado de segurança coletivo pode ser impetrado: por partido
político com representação no Congresso Nacional; por organização
sindical; pelo Ministério Público e pela Defensoria Pública.

c) o cidadão, ao propor ação popular, ficará isento de custas judiciais e


do ônus da sucumbência como autor, quando a ação for
improcedente, salvo comprovada má-fé.

d) conceder-se-á mandado de segurança sempre que alguém sofrer ou


se achar ameaçado de sofrer violência ou coação em sua liberdade
de locomoção, por ilegalidade ou abuso de poder.
e) para assegurar o conhecimento de informações relativas à pessoa do
impetrante, constantes de registros ou bancos de dados de entidades
governamentais ou de caráter público, o cidadão deve se utilizar do
mandado de injunção.

19. A decisão do Supremo Tribunal Federal que, em Ação Direta de


Inconstitucionalidade, declara a inconstitucionalidade parcial sem redução de
texto de determinado dispositivo de lei, implica:
(A) nulidade do dispositivo, não sendo permitida sua aplicação integral;
(B) nulidade de parte do texto do dispositivo, sendo permitida a aplicação da
parte restante;
(C) manutenção integral do texto do dispositivo, não sendo mais permitida a
aplicação da interpretação incompatível com a Constituição Federal;
(D) a manutenção parcial do texto do dispositivo, não sendo mais permitida a
aplicação da interpretação incompatível com a Constituição Federal.
(82º Concurso do Ministério Público — SP) Declarada a inconstitucionalidade
de uma lei, o Supremo Tribunal Federal envia-la-á ao Senado Federal para:
(A) encaminhar a decisão à Câmara dos Deputados, para a sua apreciação;
(B) confirmar ou modificar a decisão do Supremo Tribunal Federal, por voto da
maioria
absoluta de seus membros;
(C) corrigir a lei, na parte referente à inconstitucionalidade;
(D) suspender integralmente a execução da lei, sendo vedada a sua suspensão
parcial;
(E) suspender a execução da lei, no todo ou em parte.

20.A respeito do controle de constitucionalidade por via de exceção, também


chamada via de defesa, é correto dizer que a declaração:
(A) atinge a lei em tese e opera seus efeitos em relação a terceiros;
(B) atinge a lei em tese e opera seus efeitos apenas entre as partes;
(C) não atinge a lei em tese e opera seus efeitos entre as partes;
(D) constitui o objeto principal da ação proposta;
(E) só pode ser proferida nas ações em que o Estado figure como parte.

21.A Lei Z, elaborada recentemente pelo Poder Legislativo do Município M, foi


promulgada e passou a produzir seus efeitos regulares após a Câmara
Municipal ter derrubado o veto aposto pelo Prefeito. A peculiaridade é que o
conteúdo da lei é praticamente idêntico ao de outras leis que foram editadas
em milhares de outros Municípios, o que lhe atribui inegável relevância.
Inconformado com a derrubada do veto, o Prefeito do Município M, partindo da
premissa de que a Lei Z possui diversas normas violadoras da ordem
constitucional federal, pretende que sua inconstitucionalidade seja submetida à
apreciação do Supremo Tribunal Federal. A partir das informações acima,
assinale a opção que se encontra em consonância com o sistema de controle
de constitucionalidade adotado no Brasil.
(A) O Prefeito do Município M, como agente legitimado pela Constituição
Federal, está habilitado a propor arguição de descumprimento de preceito
fundamental questionando a constitucionalidade dos dispositivos que entende
violadores da ordem constitucional federal.
(B) A temática pode ser objeto de ação direta de inconstitucionalidade ou de
arguição de descumprimento de preceito fundamental, se proposta por
qualquer um dos legitimados pelo Art. 103 da Constituição Federal.
(C) A Lei Z não poderá ser objeto de ação, pela via concentrada, perante o
Supremo Tribunal Federal, já que, de acordo com o sistema de controle de
constitucionalidade adotado no Brasil, atos normativos municipais só podem
ser objeto de controle, caso se utilize como paradigma de confronto a
Constituição Federal, pela via difusa.
(D) Os dispositivos normativos da Lei Z, sem desconsiderar a possibilidade de
ser realizado o controle incidental pela via difusa, podem ser objeto de controle
por via de arguição de descumprimento de preceito fundamental, se proposta
por qualquer um dos legitimados pelo Art. 103 da Constituição Federal.
22. Os Tribunais de Justiça poderão declarar a inconstitucionalidade de lei ou
ato normativo do Poder Público pelo voto:
(A) da totalidade de seus membros;
(B) dos integrantes do Conselho Superior da Magistratura;
(C) da maioria absoluta de seus membros ou do respectivo órgão especial;
(D) de dois terços de seus membros ou do respectivo órgão especial.

Diante de lei declarada inconstitucional por decisão definitiva do Supremo


Tribunal
Federal, compete ao Senado Federal:
(A) praticar ato vinculado, suspendendo a respectiva execução, na parte em
que concorde com a decisão proferida pelo Supremo Tribunal Federal;
(B) praticar ato discricionário, mas se concordar com a decisão do STF, deverá
declarar inconstitucional toda a lei;
(C) revogar, mediante Resolução, a respectiva execução;
(D) suspender, total ou parcialmente, mediante Resolução, a respectiva
execução;
(E) verificar se os requisitos para a declaração de inconstitucionalidade foram
observados, expedindo o Decreto Legislativo que suspenderá a execução da
lei.

23.Assinale a alternativa correta:


(A) As turmas dos Tribunais podem declarar a inconstitucionalidade de lei.
(B) No controle concentrado de constitucionalidade é vedado ao Supremo
Tribunal Federal conferir à norma impugnada interpretação conforme a
Constituição.
(C) As decisões definitivas de mérito, proferidas pelo Supremo Tribunal
Federal, nas ações declaratórias de constitucionalidade de lei ou ato normativo
federal, produzirão eficácia contra todos e efeito vinculante, relativamente aos
demais órgãos do Poder Judiciário e ao Poder Executivo.
(D) Nenhuma das alternativas anteriores.

24. Relativamente ao controle de constitucionalidade por via de ação, não é


correto afirmar que:
(A) proposta a ação direta de constitucionalidade, não se admitirá desistência;
(B) não se admitirá intervenção de terceiros no processo de ação direta de
inconstitucionalidade;
(C) a concessão da medida cautelar torna aplicável a legislação anterior acaso
existente, salvo expressa manifestação em sentido contrário;
(D) a medida cautelar, dotada de eficácia contra todos, será concedida com
efeito ex tunc, salvo se o Tribunal entender que deva conceder-lhe eficácia ex
nunc.

25.A respeito do controle de constitucionalidade, assinale a opção correta.


(A) Em decisão de órgão fracionário de tribunal de justiça na qual, embora não
se declare expressamente a inconstitucionalidade de lei estadual questionada
perante a constituição estadual, seja afastada sua incidência no caso concreto,
prescinde-se da cláusula da reserva de plenário.
(B) A inconstitucionalidade formal de uma lei somente pode ser aferida de
acordo com as regras constitucionais vigentes no momento de sua elaboração,
e não em razão da mudança posterior do parâmetro constitucional.
(C) Assim como ocorre na ação declaratória de constitucionalidade e na ação
direta de inconstitucionalidade, as leis pré- constitucionais não podem ser
objeto de arguição de descumprimento de preceito fundamental.
(D) A sanção presidencial tem o condão de sanar vício de inconstitucionalidade
formal relativo à competência para iniciar o processo legislativo.
(E) Em se tratando de ajuizamento de ação direta de inconstitucionalidade,
aplica-se o princípio da congruência ou da adstrição ao pedido, não se
admitindo a declaração de inconstitucionalidade de uma norma que não tenha
sido objeto do pedido.

26.Determinado Tribunal de Justiça vem tendo dificuldades para harmonizar


os procedimentos de suas câmaras, órgãos fracionários, em relação à análise,
em caráter incidental, da inconstitucionalidade de certas normas como
pressuposto para o enfrentamento do mérito propriamente dito. A Presidência
do referido Tribunal manifestou preocupação com o fato de o procedimento
adotado por três dos órgãos
fracionários estar conflitando com aquele tido como correto pela ordem
constitucional brasileira. Apenas uma das câmaras adotou procedimento
referendado pelo sistema jurídico-constitucional brasileiro. Assinale a opção
que o apresenta.
(A) A 1ª Câmara, ao reformar a decisão de 1º grau em sede recursal,
reconheceu, incidentalmente, a inconstitucionalidade da norma que dava
suporte ao direito pleiteado, entendendo que, se o sistema jurídico reconhece
essa possibilidade ao juízo monocrático, por razões lógicas, deve estendê-la
aos órgãos recursais.
(B) A 2ª Câmara, ao analisar o recurso interposto, reconheceu,
incidentalmente, a inconstitucionalidade da norma que concedia suporte ao
direito pleiteado, fundamentando-se em cristalizada jurisprudência do Superior
Tribunal de Justiça sobre o tema.
(C) A 3ª Câmara, ao analisar o recurso interposto, reconheceu,
incidentalmente, a inconstitucionalidade da norma que concedia suporte ao
direito pleiteado, fundamentando-se em pronunciamentos anteriores do Órgão
Especial do próprio Tribunal.
(D) A 4ª Câmara, embora não tenha declarado a inconstitucionalidade da
norma que conferia suporte ao direito pleiteado, solucionou a questão de mérito
afastando a aplicação da referida norma, apesar de estarem presentes os seus
pressupostos de incidência.
28- Em atenção às recentes manifestações populares, fora noticiado na TV que
determinados deputados estaduais de dado Estado da Federação estavam
utilizando a verba do orçamento destinada à saúde para proveito próprio.
Marcos, cidadão brasileiro, insatisfeito com a notícia e de posse de
documentação que denota indícios de lesão ao patrimônio de seu Estado,
ajuíza Ação Popular no Juízo competente em face dos aludidos deputados e do
Estado.

Em atenção ao disciplinado na Lei n. 4.717/65, que trata da Ação Popular,


assinale a alternativa incorreta.
a) Marta, cidadã brasileira, residente e domiciliada no mesmo Estado, pode
habilitar-se como litisconsorte de Marcos.
b) Na mesma linha da ação de Mandado de Segurança, o direito de ajuizá-la
decai em 5 (cinco) anos.

Obs.: I. Lei n. 12.016/2009 que modificou a Lei 1533/1951

Art. 23.  O direito de requerer mandado de segurança extinguir-se-á


decorridos 120 (cento e vinte) dias, contados da ciência, pelo interessado, do
ato impugnado. 

c) O Estado, a juízo de seu representante legal, em se afigurando útil ao


interesse público, poderá atuar ao lado de Marcos na condução da ação.
d) Sendo julgada improcedente a ação movida por Marcos, poderá este
recorrer, além do Ministério Público e qualquer outro cidadão.
29. O presidente do STF delegou ao secretário de recursos humanos desse
tribunal a atribuição de dispor sobre a promoção na carreira de analista
judiciário dos servidores dessa Corte. Um servidor se sentiu preterido nos
critérios de direito utilizados na promoção e, em razão disso, contratou
advogado para promover as medidas judiciais cabíveis.
e) O advogado poderá impetrar mandado de segurança contra o presidente
do STF perante o próprio STF, porque a delegação não exclui a
responsabilização pela prática do ato.
f) O advogado poderá impetrar mandado de segurança contra ato do
secretário de recursos humanos perante o próprio STF.

g) O advogado deverá impetrar mandado de segurança contra o presidente


do STF e o secretário de recursos humanos, pois há litisconsórcio
necessário entre o delegante e o delegatário.
h) O advogado deverá impetrar mandado de segurança contra ato do
secretário de recursos humanos perante a justiça federal no DF.

A). NÃO. O/A presidente do STF tem prerrogativa de foro, todavia o ato
não foi editado por ele/ela. O ato editado pela autoridade máxima do STF
foi o ato de delegação de funções, permitida pelo R.I. Assim, o ato
delegado está sem vícios de legalidade ou de constitucionalidade.

na

Note-se que o secretário exerceu uma FUNÇÃO ADMINISTRATIVA, não


a função jurisdiciol, esta é exclusiva dos magistrados. Logo, o seu ato é
denominado de ATO ADMINISTRATIVO.

B) NÃO. O secretário não tem prerrogativa do foro, pois não consta do


rol das autoridades do art. 102 da Constituição.Portanto o MS não deve
ser julgado originariamente pelo STF

C. Não há litisconsórcio passivo. O ato é de responsabilidade


exclusiva do secretário.

Note-se que o secretário exerceu uma Função Administrativa, não a


função jurisdicional/judicial, esta é exclusiva dos magistrados. Logo o
seu ato é denominado de Ato Administrativo e, assim, em havendo
conflitos de interesse jurídico, o mesmo deve ser julgado pela Justiça
Federal por se tratar de autoridade federal. Caso a autoridade fosse dos
Estados ou dos Municípios, a Justiça competente seria a comum dos
Estados.

D.Observações sobre os artigos 109 e 114 da Constituição após a


Emenda nº45/2004, DE FATO PODE GERAR DÚVIDAS SOBRE A
AUTORIDADE COMPETENTE PARA JULGAR O MS: JUSTIÇA DO
TRABALHO OU JUSTIÇA FEDERAL? :

Buscamos o seguinte na lição de Celso Antonio Bandeira de Mello:

"[...] a Justiça do Trabalho não é competente para conhecer das


questões entre titulares de cargo e o Poder Público, ou suas entidades
auxiliares, concernentes a direitos oriundos de tal situação. A Justiça
Comum é que conhecerá de tais direitos.", nota 14, p.275, in Curso de
Direito Administrativo, 33ª edição, Malheiros, São Paulo, 2016.

Art. 109. Aos juízes federais compete processar e julgar:

I - as causas em que a União, entidade autárquica ou empresa pública


federal forem interessadas na condição de autoras, rés, assistentes ou
oponentes, exceto as de falência, as de acidentes de trabalho e as sujeitas
à Justiça Eleitoral e à Justiça do Trabalho; Art. 114. Compete à Justiça do
Trabalho processar e julgar:                                    (Redação dada pela
Emenda Constitucional nº 45, de 2004)

Artigo 114, I da Constituição:

Art. 114 Aos juízes do trabalho compete processar e julgar:

I as ações oriundas da relação de trabalho, abrangidos os entes de direito


público externo e da administração pública direta e indireta da União, dos
Estados, do Distrito Federal e dos Municípios;                               (Incluído pela
Emenda Constitucional nº 45, de 2004)

OBSERVE-SE QUE QUANTO AOS CELISTAS, OU SEJA, AOS


TRABALHADORES DA ADMINISTRAÇÃO PÚBLICA REGIDOS PELA CLT,
NÃO HÁ DÚVIDAS SOBRE A COMPETÊNCIA DA JUSTIÇA DO TRABALHO.
A POLÊMICA É QUANTO AOS TRABALHADORES ESTATUTÁRIOS, SENDO
QUE EM AMBOS OS CASOS(contratos regidos pela CLT ou os regidos
diretamente pelo Estatuto [não há contrato]) AS RELAÇÕES PARECEM SER
DE TRABALHO.Todavia, para efeitos do Direito Administrativo, os servidores
ESTATUTÁRIOS são titulares de CARGOS PÚBLICOS, enquanto os
celetistas tem EMPREGADOS PÚBLICOS.

30. Antônio, servidor público federal, após anos atuando em laboratório federal
direcionado ao desenvolvimento de vacinas contra doenças infectocontagiosas, requereu, à
autoridade competente, a concessão de aposentadoria especial por ter exercido sua atividade
em condições que prejudicam a saúde. O pedido de Antônio não foi sequer analisado, sendo
indeferido de plano. O argumento utilizado para embasar a decisão é o de que o art. 40, § 4º,
III, da Constituição Federal de 1988, exige que os requisitos e os critérios diferenciados para a
concessão desse tipo de aposentadoria devem ser definidos em lei complementar, que ainda
não foi editada, informação esta que é correta.

À luz da sistemática constitucional e da interpretação que lhe vem sendo


dispensada pelo Supremo Tribunal Federal, deve-se reconhecer que:

f) o entendimento da Administração Pública está correto, nada podendo


ser feito por Antônio;
g) apesar de o entendimento da Administração Pública estar correto,
Antônio pode ter o seu pedido analisado impetrando mandado de
injunção perante o Supremo Tribunal Federal;
h) apesar de o entendimento da Administração Pública estar correto,
Antônio pode ter o seu pedido analisado impetrando mandado de
segurança no Supremo Tribunal Federal;
i) o entendimento da Administração Pública está incorreto, de modo que
Antônio deve impetrar um habeas data perante o Supremo Tribunal
Federal;
j) o entendimento da Administração Pública está incorreto, de modo que
Antônio deve ajuizar uma reclamação constitucional perante o Supremo
Tribunal Federal.
Vide artigo 102,I, l da Constituição, tendo em vista que existe a Súmula
Vinculante 33, a qual vincula toda a administração pública e demais órgãos
do Poder Judiciário, conforme o artigo 103 A da Constituição.
Súmula Vinculante 33
Aplicam-se ao servidor público, no que couber, as regras do regime geral da
previdência social sobre aposentadoria especial de que trata o artigo 40, § 4º,
inciso III da Constituição Federal, até a edição de lei complementar específica.
Precedente Representativo
"Ementa: Mandado de injunção. Aposentadoria especial do servidor público.
Artigo 40, § 4º, da Constituição da República. Ausência de lei complementar
a disciplinar a matéria. Necessidade de integração legislativa. 1. Servidor
público. Investigador da polícia civil do Estado de São Paulo. Alegado
exercício de atividade sob condições de periculosidade e insalubridade. 2.
Reconhecida a omissão legislativa em razão da ausência de lei
complementar a definir as condições para o implemento da aposentadoria
especial. 3. Mandado de injunção conhecido e concedido para comunicar a
mora à autoridade competente e determinar a aplicação, no que couber, do
art. 57 da Lei n. 8.213/91." (MI 795, Relatora Ministra Cármen Lúcia,
Tribunal Pleno, julgamento em 15.4.2009, DJe de 22.5.2009)
Jurisprudência posterior ao enunciado
Proposta de revisão da Súmula Vinculante 33
"O Plenário iniciou julgamento de proposta de revisão do teor do Enunciado 33
da Súmula Vinculante: (...). No caso, o Procurador-Geral da República (PGR)
postula que a redação do enunciado também contemple a situação dos
servidores públicos com deficiência, que são impedidos de obter a
aposentadoria especial em razão da mora na regulamentação do inciso I do §
4º do art. 40 da CF. Sugere, portanto, a adoção da seguinte redação: 'Aplicam-
se ao servidor público, no que couber, as regras do regime geral da previdência
social sobre aposentadoria especial de que trata o artigo 40, § 4º, incisos I e III,
da Constituição Federal, até a edição de lei complementar específica'. O
Ministro Ricardo Lewandowski (Presidente) se manifestou pelo acolhimento da
proposta, no que foi acompanhado pelo Ministro Marco Aurélio. Afirmou que, à
época da aprovação do Enunciado 33, observara-se que, com relação ao inciso
I do § 4º do art. 40 da CF, pertinente aos portadores de deficiência, não haveria
ainda processos suficientes para reconhecer-se uma jurisprudência
consolidada. Agora, no entanto, existiria a possibilidade de incluir na redação
do verbete tal inciso I, porquanto a orientação jurisprudencial do STF teria se
firmado no sentido de que também aos servidores públicos com deficiência
deveriam ser aplicadas analogicamente as regras do regime geral da
previdência social. Em seguida, pediu vista dos autos o Ministro Roberto
Barroso."  (PSV 118, julgamento em 17.3.2016, Informativo 818)

31. Após ter sido negada a sua solicitação de financiamento para a aquisição
de imóvel residencial — seu nome estava negativado no serviço de proteção
ao crédito —, Pedro procurou a entidade responsável pelo banco de dados em
questão, mas lhe foi negado o fornecimento de informações acerca de seu
cadastro.

Nessa situação hipotética, para garantir o acesso aos dados, o remédio


constitucional cabível em sede judicial é o(a)

e) habeas data.
f) ação popular.
g) mandado de segurança.
h) mandado de injunção.
32.Sobre mandado de segurança, assinale a opção correta.
e) Não se admite impetração de mandado de segurança para resguardo de
interesse violado em feitos penais, pois, em qualquer situação, há a
violação da liberdade do investigado, cuja tutela jurisdicional ocorre por
impetração de habeas corpus.
f) Não se admite a aplicação da fungibilidade se o mandado de segurança
for impetrado em face de ilegalidade que deveria ser contestada por
meio da impetração de habeas corpus, extinguindo-se o feito sem
julgamento do mérito.
g) Será concedido mandado de segurança para tutela de direito líquido e
certo, comprovado de plano, não amparado por habeas corpus ou
habeas data, quando o responsável pela ilegalidade ou abuso de poder
for autoridade pública ou agente de pessoa jurídica no exercício de
atribuições do poder público.
h) Pode ser interposto, pela parte juridicamente interessada, recurso
ordinário à decisão proferida em mandado de segurança decidido em
única instância pelos tribunais regionais federais ou pelos tribunais dos
estados, do Distrito Federal e territórios, quando concessiva a decisão.
33.A ação constitucional que tem o cidadão como legitimado ativo e que
objetiva defender interesse difuso para anular ato lesivo ao patrimônio público,
à moralidade administrativa, ao meio ambiente e ao patrimônio histórico e
cultural denomina-se 
a) mandado de segurança
b) habeas data.
c) habeas corpus.
d) ação civil pública.
e) ação popular.

34.Considerando a Constituição da República Federativa do Brasil de 1988,


assinale a alternativa que NÃO representa um remédio constitucional.
f) Direito de petição.
g) Mandado de injunção.
h) Ação popular.
i) Princípio da dignidade da pessoa humana.
j) Direito à certidão.

I.O Mandado de Injunção e a Ação Popular são Ações Constitucionais,


ao lado do Habeas Corpus, Habeas Data, Mandado de Segurança
Individual e Coletivo, Ação Civil Pública.
Todavia, às ações constitucionais, também devem ser acrescentados os
direitos de petição, de certidão, juiz natural como sendo direitos
instrumentais ou direitos garantias dos direitos declarados. E, portanto,
"remédios constitucionais". Muito embora, o direito de petição, o direito
de certidão, o juiz natural também o sejam direitos declarados, pois no
mesmo instituto jurídico poderá haver as duas espécies de direitos.
II.Observa-se que o princípio da dignidade da pessoa humana é o
princípio dos princípios de todo o Ordenamento Jurídico do Brasil, o qual
está inserido no art. 1º, inciso III como um dos fundamentos do Estado
brasileiro. A dignidade é o núcleo exegético de todo o O.J., ou seja, é o
norte, a referência para a interpretação de todos os demais dispositivos
da Constituição e das normas infraconstitucionais. E, ainda, nenhum
processo legislativo e nenhuma decisão judicial ou administrativa poderá
violar o princípio da dignidade humana. Este princípio, também, deve ser
aplicado nos negócios jurídicos e nas relações jurídicas particulares.
Em síntese, o princípio da dignidade da pessoa humana faz parte dos
dispositivos que tratam dos DIREITOS CONSTITUCIONAIS
DECLARADOS e, portanto, não é considerado um instrumento de
garantia destes direitos, pois é um direito em si.
35.Sobre os direitos e garantias fundamentais, consagrados na Constituição
Federal de 1988, é correto afirmar que: 
f) conceder-se-á mandado de injunção para assegurar o conhecimento de
informações relativas à pessoa do impetrante, constantes de registros
ou banco de dados de entidades governamentais ou de caráter público.
Vide definição art. 5º, LXXI-MI e vide Art. 5º,LXXII, sobre Habeas Data.
g) todos são iguais perante a lei, sem distinção de qualquer natureza,
garantindo-se aos brasileiros e aos estrangeiros residentes no País a
inviolabilidade do direito à vida, à liberdade, à segurança e à
propriedade.
h) é assegurado, mediante pagamento de taxas, o direito de petição aos
Poderes Públicos em defesa de direitos ou contra ilegalidade ou abuso
de poder.
Vide art. 5º,XXXIV, alínea a da Constituição :
"são a todos assegurados, independentemente do pagamento de taxas:
de petição aos Poderes Públicos em defesa de direitos ou contra ilegalidade
o direito ou abuso de poder"
i) nenhuma pena passará da pessoa do condenado e a obrigação de
reparar o dano não pode ser estendida aos sucessores, tampouco
contra eles executada.
De fato a pena não passará da pessoa do condenado. Todavia, caso
houver bens, sim, poderá haver execuções para a reparação de danos até o
limite dos mesmos, conforme o art. 5º, inciso XLV, conforme a lei.
j) a lei não poderá restringir a publicidade dos atos processuais, ainda que
a defesa da intimidade ou o interesse social o exijam.
A regra é o da publicidade dos atos processuais, mas há exceções.Vide art.
5º, inciso LX da Constituição, pois há exceções de publicidade para a
preservação da intimidade e do interesse social.
36. A Constituição Federal, ao disciplinar direitos e garantias fundamentais,
assegura gratuidade às ações de
a) habeas data e mandado de injunção.
b) habeas corpus, habeas data, mandado de injunção, mandado de
segurança, e, na forma da lei, aos atos necessários ao exercício da
cidadania.
c) mandado de injunção e mandado de segurança.
d) habeas data, mandado de segurança, e, na forma da lei, aos atos
necessários ao exercício da cidadania
e) habeas corpus, habeas data e, na forma da lei, aos atos necessários ao
exercício da cidadania.
Vide o artigo 5º, incisos XXXIII, XXXIV a, b , direitos informação dos órgãos
públicos, de petição e de certidão, art. 5º, inciso LXXVI, registro civil de
nascimento e de óbito gratuito para os reconhecidos pobres, art. 5º, incisos
LXXVII determina a gratuidade para ações de habeas corpus e habeas
data.

37. A respeito dos remédios constitucionais que visam garantir os direitos


individuais e coletivos, é correto afirmar:

f) o habeas data é cabível sempre que a falta de norma


regulamentadora torne inviável o exercício dos direitos e liberdades
constitucionais e das prerrogativas inerentes à nacionalidade, à
soberania e à cidadania. 
Mandado de Injunção, vide o art. 5º, incisos LXXI e LXXII
g) mandado de segurança coletivo pode ser impetrado: por partido
político com representação no Congresso Nacional; por organização
sindical; pelo Ministério Público e pela Defensoria Pública.

Vide art. 21, Lei n.12.016/2009, lei do Mandado de Segurança:

Art. 21.  O mandado de segurança coletivo pode ser impetrado por


partido político com representação no Congresso Nacional, na defesa de seus
interesses legítimos relativos a seus integrantes ou à finalidade partidária, ou
por organização sindical, entidade de classe ou associação legalmente
constituída e em funcionamento há, pelo menos, 1 (um) ano, em defesa de
direitos líquidos e certos da totalidade, ou de parte, dos seus membros ou
associados, na forma dos seus estatutos e desde que pertinentes às suas
finalidades, dispensada, para tanto, autorização especial. 

h) o cidadão, ao propor ação popular, ficará isento de custas judiciais e


do ônus da sucumbência como autor, quando a ação for
improcedente, salvo comprovada má-fé.

Vide art. 5º, inciso LXXIII.


i) conceder-se-á mandado de segurança sempre que alguém sofrer ou
se achar ameaçado de sofrer violência ou coação em sua liberdade
de locomoção, por ilegalidade ou abuso de poder.
Habes Corpus, vide arti 5º, LXVIII ( Habeas Corpus) e LXIX ( Mandado
de Segurança)
j) para assegurar o conhecimento de informações relativas à pessoa do
impetrante, constantes de registros ou bancos de dados de entidades
governamentais ou de caráter público, o cidadão deve se utilizar do
mandado de injunção.
Habeas data , art. LXXII , Mandado de Injunção, art. 5º LXXI

QUESTÕES DISSERTATIVAS: MÁXIMO 6/7 LINHAS.


38. Qual é a origem do controle difuso, indireto ou de defesa de
constitucionalidade dos atos normativos ? Este modelo de controle serve
apenas para a defesa ou também poderá ser de ação? Explicar.
39. Qual a origem do controle abstrato ou concentrado de constitucionalidade
dos atos normativos. De onde vem este modelo? Existem partes?
40. Explicar o conceito e a necessidade dos denominados Remédios
Constitucionais.
41. Discorrer sobreo conceito da ADPF.
42. As ações constitucionais poderão ser utilizadas como meio de controle de
constitucionalidade? Explicar.
43. Em qual situação é possível a apresentação de Recurso Extraordinário e
qual o órgão judicial competente para julgá-lo. Fundamentar.
44. Qual é o órgão judicial capacitado para julgar Reclamação para a
preservação da competência do STF? Fundamentar.
45. Definir prerrogativa de foro.É a mesma coisa que "foro privilegiado"?
Explicar.
46. No seu entendimento o STF deveria julgar procedente ou improcedente a
ADC-Ação Declaratória de Constitucionalidade relativa ao artigo 283 do CPP-
Código de Processo Penal, cujo paradigma é o artigo 5º, inciso LVII da
Constituição, tendo em vista a possibilidade de prisão ou não após o
julgamento em 2ª instância. Fundamentar apenas do ponto de vista jurídico.

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