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A - Regulamento Administrativo
“Normas jur dicas emanadas no exerc cio do poder administrativo por um rg o da
Administra o ou por outra entidade p blica ou privada para tal habilitada por lei.” São
normas gerais e abstratas, emanadas pelos órgãos competentes da AP, com fundamento
na lei.
De nição tripartida:
Lei habilitante
Objeto
- de organização / normas orgânicas ( versam sobre a organização da máquina
administrativa - distribuição das funções de uma pessoa coletiva pública, por exemplo)
- De funcionamento / Normas funcionais (são aqueles que procedem em particular, à
xação das regras de expediente, ou seja, são regulamentos procedimentais -
disciplinam a vida quotidiana dos serviços públicos. )
- De polícia / normas relacionais ( visam a imposição de limitações à liberdade
individual, com vista a evitar a produção de danos sociais - regulamentos de trânsito,
por exemplo)
Âmbito de aplicação
- Gerais (todo o território)
- Locais (áreas do território)
- Institucionais (aplicáveis apenas aos sujeitos sob jurisdição de uma dada
instituição)
Projeção da e cácia
- Internos* (efeitos restritos ao interior da entidade) - Não são considerados na
de nição do art.º 135 CPA; Não se lhes aplica o princípio da inderrogabilidade singular
dos regulamentos (impossibilidade de a AP derrogar um regulamento geral e abstrato
para um caso singular - os regulamentos não obrigam só os particulares, mas também
a própria Administração que os elaborou, de modo que nenhuma autoridade
administrativa pode deixar de o cumprir nos casos concretos, enquanto ele se
mantiver em vigor.)
- Externos (efeitos em relação a outras PCP ou a particulares)
Problema
Regulamentos internos/externos?
CRÍTICA: critério vago. Não existe uma clara distinção entre princípios e pormenores e
nada impede que haja pormenores numa lei e princípios num regulamento.
A lei determina
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O que distingue lei e regulamento são aspetos formais e orgânicos:
Lei - Todo o ato normativo emanado por um órgão com competência legislativa e tenha
forma de lei
2. Ilegalidade
• Uma lei pode validamente contrariar outra lei (ou coexistem ou uma revoga a outra)
• Um regulamento que contrarie uma lei é ilegal
3. Impugnação
• Uma lei só pode ser impugnada com fundamento em inconstitucionalidade
• Um regulamento ilegal pode ser impugnado administrativa e contenciosamente com
fundamento em ilegalidade
Regulamento
• Geral: de ne os destinatários através de categorias universais
• Abstrato: de ne as situações a que se aplica através de conceitos ou categorias
Ato administrativo
• Individual: dirige-se a uma pessoa ou a um conjunto especí co de pessoas
• Concreto: regula uma situação individualizada
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Situações duvidosas
Importância da distinção
- Interpretação e integração
- Vícios e formas de invalidade
- Impugnação contenciosa
Interpretação e integração
• O regulamento rege-se pelas mesmas regras relativas a vícios e invalidades que a lei
• O ato administrativo rege-se pelo paradigma de invalidade do negócio jurídico
(embora com signi cativos desvios e particularidades)
Impugnação contenciosa
2. Constituição
4. Lei
• O regulamento não pode contrariar o ato legislativo
• Princípio da reserva de lei: o poder regulamentar não se pode desenvolver em matérias
reservadas à lei (restrição de direitos fundamentais, tipi cação de crimes, penas
impostos)
• Princípio da precedência de lei (lei habilitante prévia)
• Interpositio legislatoris: entre a CRP e o regulamento estará sempre o legislador.
Em Portugal (tal como nos EUA e Espanha), o procedimento regulamentar é tratado na lei
no contexto de um regime geral do procedimento do regulamento e do ato administrativo
(art.º 69.º e 97.º CPA)
Artº 97 CPA
Relativamente à segunda
Relativamente à terceira
D. Publicação
G. Inderrogabilidade singular
Um regulamento pode ser modi cado desde que por via geral e abstrata.
Não podem ser derrogados em casos isolados, mantendo-se em vigor para os demais
casos: os regulamentos externos vinculam diretamente os particulares mas também as
entidades que os emitiram.
Caducidade: o regulamento cessa a sua vigência pela ocorrência de factos que ope legis
( por força da lei) produzem esse efeito – art.º 145 CPA
• Regulamento temporário
• Revogação da lei que o regulamento executa
2ºfase - A partir de 1799, a noção de ato administrativo começa a ser utilizada para
de nir as atuações da AP que deve estar submetidas ao controlo dos tribunais
administrativos, com vista a impor a sua eliminação jurídica (atos lesivos dos particulares
ou exorbitantes dos limites da lei) – GARANTIA DOS PARTICULARES
1810 - Data em que o conceito terá sido utilizado pela primeira vez pelo Autor MERLIN,
com o seguinte sentido aproximado: decisão de uma autoridade administrativa ou uma
ação ou facto da administração relacionado com as suas
funções.
1. Ato jurídico
2. Ato unilateral
3. Ato praticado no exercício do poder administrativo
4. Ato de um órgão administrativo
5. Ato decisório
6. Ato que versa sobre uma situação individual e concreta
1. Ato juridico
Conduta voluntária produtora de efeitos jurídicos, o que signi ca que o conceito não se
aplica:
• Atividades juridicamente irrelevantes
• Factos involuntários juridicamente relevantes
• Operações materiais
2. Ato Unilateral
Ato jurídico que provém de um só autor, cuja declaração é perfeita (completa)
independentemente da intervenção da vontade de outros órgãos ou sujeitos de direito.
5. Ato Decisório
Atos em que a AP toma uma decisão aplicável por igual a várias pessoas
Não é difícil distinguir entre atos genéricos e atos administrativos. Porém, há casos em
que a distinção não é tão clara:
Atos plurais: a AP toma uma decisão aplicável por igual a várias pessoas diferentes (que
não formam um grupo ou órgão)
Ex: um despacho da Ministra da Saúde nomeia vinte trabalhadores em funções públicas
para vinte vagas numa Secretaria-Geral. Não é uma norma jurídica mas um feixe de AA
individuais e concretos.
Não devem ser confundidos com atos genéricos, estes verdadeiras normas jurídicas,
sujeitas ao regime do regulamento.
Ex: se o comando administrativo não permite a identi cação dos destinatários
individualizadamente ou in loco, como quando se refere a “trabalhadores”, “estudantes”,
“comerciantes”.
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A. Estrutura do ato Administrativo
Tal como qualquer outro ato jurídico, a estrutura do ato administrativo é composta por 4
elementos:
- Elementos subjetivos
- Elementos formais
- Elementos objetivos
- Elementos funcionais
Elementos subjetivos
O ato administrativo típico estabelece uma relação entre dois sujeitos de direito:
• Por regra: a AP e um particular
• Com menos frequência: duas pessoas coletivas públicas
Ex: autorização ou aprovação da tutela
• Raramente: duas pessoas coletivas privadas
Ex: concecionário de obras públicas rescinde, por motivos de interesse público,
contrato com particular que explora o restaurante de uma área de serviço da
autoestrada.
O ato administrativo típico estabelece uma relação entre dois sujeitos de direito:
• Exceção a esta regra: atos administrativos gerais direcionados para todos, capazes de
afetar múltiplos particulares
Elementos formais
Todo o ato administrativo tem uma forma: o modo pelo qual se exterioriza a decisão da
Administração.
Por regra:
• os AA dos órgãos singulares são escritos
• os AA dos órgãos colegiais são orais (reduzidos a escrito por meio de atas)
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Não confundir forma do ato administrativo com:
• Formalidades da decisão: trâmites que a lei manda observar para garantir a correta
formação da decisão administrativa;
As formalidades apesar de não fazerem parte do ato, se houver ilegalidade que resulte da
inobservância de a lei permite:
• A impugnabilidade autónoma dos atos procedimentais lesivos
• A impugnação do ato nal com fundamento em ilegalidade cometida ao longo do
procedimento
Elementos objetivos
Conteúdo
Principal Acessório
Facultativo
EXEMPLOS:
• Modo: concessão de autorização de exploração de uma indústria impondo ao
empresário a construção de uma estação de tratamento de resíduos;
• Condição (resolutiva): concessão de licença de transporte aéreo, a cessar caso o
requerente não subscreva, em certo prazo, um contrato de seguro;
• Condição (suspensiva): nomeação de um dirigente sob condição de ser aprovado em
Curso de Alta Direção da Adminsitração Pública;
• Termo: contratação de um trabalhador em funções públicas até uma determinada data
futura;
• Reserva de revogação: possibilidade de extinção do ato se a AP entender que ocorreu
uma alterção de circunstâncias ou do interesse público;
• Sem prejuízo de direitos de terceiros: o ato pronuncia-se apenas sobre certa questão,
não incidindo sobre direitos de outrem. Se houver colisão entre a decisão e esses
direitos, o alcance/e cácia do ato carão dependentes de decisão judicial.
Elementos funcionais
Motivos - Razões de agir que levam a AP a praticar um ato e com um certo conteúdo.
Exemplos:
• num ato administrativo de nomeação, o motivo é a classi cação em 1º lugar que o
trabalhador obteve no concurso público de provimento;
• num ato administrativo de expropriação, o motivo é a localização do imóvel por
referência ao traçado aprovado para a estrada a construir.
FUNDAMENTO
Elementos
Requisitos
Pressupostos
Exemplo:
• A existência de um vaga é pressuposto do ato administrativo de nomeação
• Um acidente de trabalho é pressuposto do ato de atribuição de uma pensão
• Uma alteração da ordem pública é pressuposto de um ato policial
No art.º 151º, o CPA enumera um conjunto de menções que o ato administrativo (escrito)
deve obrigatoriamente conter:
- Indicação do autor do ato
- Identi cação do destinatário
- Conteúdo da decisão
- Data da decisão
- Assinatura do autor ou representante
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Qual a nalidade deste conjunto de exigências?
• Permitir uma correta identi cação do ato administrativo
• Facilitar a interpretação do ato administrativo (a enunciação de todos os dados permite
extrair o sentido e alcance do ato)
• Proporcionar aos particulares os elementos necessários à sua defesa perante
ilegalidades do ato administrativo
Omissão
Irregularidade
Nulidade Anulabilidade
Irregularidade - O ato produz os seus efeitos típicos mas pode gerar outros efeitos (e.g.
responsabilidade civil ou disciplinar)
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A. Tipologia dos atos administrativos
Atos primários
Atos impositivos - são atos que "determinam a alguém que adote uma certa conduta ou
então que coloquem o seu destinatário numa situação de sujeição a um ou mais efeitos
jurídicos". Por outras palavras, são atos que implicam a sujeição de determinada pessoa
a uma certa conduta da qual resultam efeitos jurídicos.
- De comando - são atos que impõem ao particular uma conduta positiva ou negativa.
- Punitivos - impõem a certa pessoa, tanto coletiva como singular uma sanção.
- Ablativos - impõem uma extinção ou compreensão do conteúdo de um direito.
- Juízos - estão relacionados à quali cação, através de valores de justiça ou
critérios especí cos, pessoas, coisas ou atos submetidos à sua apreciação através de
um órgão da Administração.
Atos permissivos - "são atos que possibilitam a alguém a adoção de uma conduta ou a
omissão de um comportamento que de outro modo lhe estariam vedados", por outras
palavras, são actos que dependem de uma autorização ou de uma permissão para a sua
efectivação.
- Autorização - é um ato pela qual um órgão da Administração permite a um particular
a pratica de um direito ou de uma competência, ou seja, o particular é titular de um
direito contudo, o exercício desse direito está dependente de uma autorização
administrativa.
- Licença - o particular não é titular de um direito contudo, através da lei e em casos
excepcionais a Administração pode permitir o exercício desse direito que, à partida
seria proibido.
- Concessão - um órgão da Administração Pública passa para uma entidade privada o
exercício de uma actividade pública.
- Delegação - um órgão da Administração que tem competência para decidir sobre
determinada matéria, transfere esse poder para outro órgão, mediante a lei.
- Admissão - um ato pelo qual um órgão da Administração investe um particular numa
determinada categoria legal, da qual irão decorrer uma atribuição de direitos e deveres.
- Subvenção - ocorre quando um orgão da Administração concede a um particular um
determinado valor em dinheiro com o objetivo de cobrir os custos que advêm de uma
actividade privada, porém é vista como de interesse público.
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Atos secundários
- Atos itegrativos
- Aprovação - sem a qual um acto já praticado será ine caz;
- Visto - reconhecimento de determinado acto sem efectivação de juízos de valor
- Ato con rmativo - reiteração de determinado acto
- Rati cação-con rmativa - con rmação efectivada por determinado órgão
competente de um acto praticado por um órgão excepcionalmente competente
- Atos opinativos: atos pelos quais a Administração emite o seu ponto de vista
fundamentado sobre uma questão técnica ou jurídica
Simples declarações
- Participações
- Certidões
- Atestados
- Informações
Atos opinativos
- Informações burocráticas
- Recomendações
- Pareceres
- obrigatório ou facultativo
- vinculativos ou não vinculativo
Salvo disposição expressa em contrário, os pareceres legalmente previstos são
obrigatórios e não vinculativos em Portugal - art 91, nº2
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B. Classi cação dos atos administrativos
- Quanto ao autor
- Quanto aos destinatários
- Quanto ao conteúdo
- Quanto aos efeitos
- Quanto à localização no procedimento administrativo
- Quanto à suscetibilidade de execução administrativa
Quanto ao autor
Atos administrativos
Simples Complexos
Importância da distinção entre atos simples e complexos: a revogação deve ser feita pelo
autor (art. 169º, nº 2 CPA) e a impugnação deve ser proposta contra o autor do ato.
Exemplo: Ato de um ministro que a lei de ne que deve revestir a forma de Decreto. O
autor do ato é o Ministro mas o Decreto deve ser promulgado pelo PR (art. 134o, b) CRP)
e referendado pelo PM (art. 140º, nº 1 CRP). Estes são corresponsáveis pelo ato mas não
seus autores.
Quanto ao destinatário
Atos administrativos
- Singulares
- Coletivos
- Plurais
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- Gerais
Quanto ao conteúdo
De execução instantanea
- Ex: decisão de encerramento de um estabelecimento comercial
De execução continuada
- Ex. concessão de uso privativo de um bem do domínio público; licença para instalação
de indústria, autorização para o exercício de uma atividade
Atos administrativos
- Positivos
- negativos
- De nitivos -
- em sentido horizontal
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- Não de nitivo
- em sentido vertical
Atos Administrativos
- Não executórios