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Controle de constitucionalidade

Existe em nosso ordenamento jurídico mecanismos por meio dos quais se


controlam os atos normativos, verificando sua adequação aos preceitos previstos na
nossa Lei Maior, ou seja, CF.
No Brasil adotamos atualmente o sistema misto de controle, existindo a
combinação entre o controle concentrado e o controle difuso de constitucionalidade.
O controle difuso, é realizado por todos os Juízes e Tribunais, ou seja, todo
órgão judicial exerce dentro de sua competência, o controle difuso, nessa via, o Juiz deixa
de aplicar a Lei que no caso concreto que revela conteúdo incompatível com a CF.
O controle concentrado, como o próprio nome já diz, se concentra, mas se
concentra a quem?
Analisa-se nesse modelo a compatibilidade da Lei com a Constituição, porém,
esse controle é concentrado, não é espalhado para que todo mundo faça, ficando
concentrado nas mãos de um tribunal, no caso do Brasil de 02 tribunais, o Supremo
Tribunal Federal que é o guardião da Constituição Federal e o Tribunal de Justiça que é o
guardião da Constituição Estadual ou no caso do Distrito Federal, guardião da Lei
Orgânica do DF.
Ressalto, a inconstitucionalidade dentro do controle concentrado só pode
ser feita mediante 05 ferramentas: ADI, ADPF, ADC, ADO e ADI Interventiva.
NO PLANO FEDERAL A INCONSTITUCIONALIDADE NO CONTROLE
CONCENTRADO SÓ PODE SER FEITA PELOS LEGITIMADOS QUE ESTÃO
PREVISTOS NA CONSTITUIÇÃO FEDERAL, SE TRATANDO DE ROL TAXATIVO.
1 O PRESIDENTE DA REPÚBLICA;
2 A MESA DO SENADO FEDERAL;
3 A MESA DA CÂMARA DOS DEPUTADOS;
4 A MESA DA ASSEMBLEIA LEGISLATIVA OU A CÂMARA LEGISLATIVA;
5 O GOVERNADOR DE ESTADO OU DO DISTRITO FEDERAL;
6 O PROCURADOR-GERAL DA REPÚBLICA;
7 O CONSELHO FEDERAL DA ORDEM DOS ADVOGADOS DO BRASIL;
8 PARTIDO POLÍTICO COM REPRESENTAÇÃO NO CONGRESSO
NACIONAL;
9 CONFEDERAÇÃO SINDICAL OU ENTIDADE DE CLASSE DE ÂMBITO
NACIONAL.
Os legitimados de cor vermelha são chamamos de legitimados universais
e não pre1cisam demonstrar interesse de agir ou pertinência temática, tendo em
vista que do exercício de suas competências decorre a responsabilidade pela
preservação da Constituição, podem assim ajuizar em face de qualquer lei federal e
estadual e por qualquer circunstância.
Os legitimados especiais possuem uma atuação mais restrita e assim
precisam comprovar qual é o interesse com aquela declaração de
inconstitucionalidade para que tenham a ação conhecida.
Os legitimados que estão de cor azul precisam demonstrar a pertinência
temática, são chamamos de legitimados especiais, exigindo-se destes que
demonstrem o interesse de agir.
OU SEJA, SÓ PODERÃO SER AUTORES DESTAS AÇÕES SE
COMPROVAREM QUE A NORMA INTERFERE DE ALGUMA FORMA NOS
INTERESSES DA UNIDADE FEDERATIVA QUE PERTENCEM OU DO GRUPO QUE
REPRESENTAM. EX: PARA QUE O GOVERNADOR DO AMAZONAS POSSA SER
LEGITIMADO PARA PROPOR ADI CONTRA LEI EDITADA NO ESTADO DE RORAIMA,
DEVERÁ COMPROVAR A INFLUÊNCIA DA NORMA DO ESTADO DE RORAIMA
SOBRE OS INTERESSES AMAZONENSES, SOB PENA DA AÇÃO NÃO SER
CONHECIDA.
Os legitimados com destaque em verde para ajuizarem as ações devem estar
assistidos por advogado, os demais legitimados NÃO PRECISAM, exemplo PR, PGR
podem assinar a ADI, mas PARTIDO POLÍTICO COM REPRESENTAÇÃO NO
CONGRESSO NACIONAL e CONFEDERAÇÃO SINDICAL OU ENTIDADE DE CLASSE
DE ÂMBITO NACIONAL DEVEM ser assistidos por advogados, devendo ter procuração
com PODERES ESPECIAIS, DEVENDO DEIXAR CLARO QUE É PARA QUESTIONAR A
LEI X PELO MOTIVO Y.
Relativo ao controle concentrado em âmbito estadual, a CF deixou a cargo dos
Estados a escolha de quem poderia se enquadrar na condição de legitimado, colocando,
porém, somente uma limitação: a proibição de somente um órgão ser legitimado. Art. 125.
SUPREMACIA DA CONSTITUIÇÃO FEDERAL.
TODAS AS NORMAS DO ORDENAMENTO DEVEM SER COMPATÍVEIS COM
A CF. Essa verificação de compatibilidade entre as normas e a CF se trata do controle de
constitucionalidade.
BLOCO DE CONSTITUCIONALIDADE
Para a verificação se uma norma é constitucional ou não temos que
pensar, confrontaremos a norma perante o que?
Dai entramos no conceito de bloco de constitucionalidade – O STF adota o
conceito restrito de bloco de constitucionalidade, SENDO PARÂMETRO DE CONTROLE
O TEXTO DA CONSTITUIÇÃO, TRATADOS INTERNACIONAIS DE DIREITOS
HUMANOS, NO RITO DE APROVAÇÃO DAS EMENDAS CONSTITUCIONAIS. 2T, 3/5,
CD CASA DO CN).
MARCO CONSTITUCIONAL para falarmos em controle de
constitucionalidade.
O MARCO TEMPORAL É A DATA 05/10/88, DIA DE PROMULGAÇÃO DA CF.
ESPÉCIES DE INCONSTITUCIONALIDADES
A inconstitucionalidade pode ser por ação ou por omissão.
POR AÇÃO: A inconstitucionalidade por ação se trata daquela norma, lei que
ofende, que não é compatível com o texto constitucional, assim a lei existe e a lei ofende
a CF.
Ocorre com a edição de uma lei ou resolução, por exemplo, que afrontem o
sistema constitucional.
POR OMISSÃO:
Foi por meio da CF de 88 que houve a criação das ações que visam combater
as omissões constitucionais.
Essa omissão se trata da síndrome da inefetividade das normas
constitucionais, se tratando daquelas normas que só existem no papel, pois o Legislativo
nada fez, permaneceu inerte e não editou uma regulamentação para que essa norma
fosse eficaz.
Por exemplo quando se deixa de regulamentar as normas constitucionais de
eficácia limitada, que são aquelas que dependem de uma regulamentação futura para que
possam produzir todos os efeitos que pretendem.
INCONSTITUCIONALIDADE POR VÍCIO MATERIAL E POR VÍCIO FORMAL
VÍCIO MATERIAL: O defeito se encontra no conteúdo da norma, que é
incompatível com a CF. Assim, pode ferir o conteúdo, princípios, direitos e garantias
assegurados pela Constituição Federal.
VÍCIO FORMAL: É o vício que se encontra no procedimento, você olha pro
conteúdo da Lei e você pensa, que lei massa, não vejo nada de errado, é constitucional,
no ENTANTO, quando vai se analisar os aspectos formais, do procedimento de
elaboração dessa norma, das regras necessárias para essa elaboração, percebe-se que
não houve o respeito.
VÍCIO DE DECORO PARLAMENTAR
Vício defendido pelo professor Pedro Lenza, vem então da doutrina, seria
o vício que é realizado pelo parlamentar por exemplo que aceita dinheiro em troca
de seu voto. Típico caso do mensalão, que se pagava pelo voto do parlamentar para
a aprovação da EC 41 de 2003, relativa a reforma da previdência.
ADI – AÇÃO DIRETA DE INCONSTITUCIONALIDADE: Art. 102, I, a –
REGULAMENTAÇÃO Lei n. 9.868/99.

É a principal ação do controle concentrado de constitucionalidade e VISA


DEFENDER A SUPREMACIA DA CONSTITUIÇÃO.
Com esta ação se objetiva a declaração de inconstitucionalidade da lei ou
do ato normativo impugnado.
Se objetiva saber se a lei é inconstitucional ou não, manifestando-se o
Judiciário de forma específica sobre o aludido objeto, tendo por objeto a questão da
inconstitucionalidade.
O objeto da ADI é a lei ou ato normativo que se mostrarem incompatíveis com
o parâmetro ou paradigma de confronto.
Ressalve-se, não se admite ADI de meras preposições normativas, OU SEJA
NÃO ADMITE-SE ADI de projeto de lei ou projeto de ato normativo, a lei deve ser
existente para ser contestada por meio de ADI.

Inexistência de prazo prescricional ou decadencial para propor ADI:


Não corre porque o processo é objetivo e não há direito subjetivo, havendo um
interesse público acima de tudo, na a aferição da validade da lei perante a CF, por isso
uma ADI pode ser ajuizada por exemplo, após 30 anos de vigência de uma lei.
Proposta a ADI, não se admite desistência.

Existem apenas 02 tribunais que julgam o controle concentrado de ADI,


STF ou TJs.

A definição se encontra na CF, onde é estabelecido que compete ao STF


processar e julgar a ADI DE LEI OU ATO NORMATIVO FEDERAL OU ESTADUAL,
artigo 102, I.

E quando o TJ julga?

Julga de acordo com o que está estabelecido na CF.

O artigo 125, da CF afirma que os Estados organizarão sua Justiça,


observados os princípios estabelecidos nesta Constituição.

§2° Cabe aos Estados a instituição de representação de


inconstitucionalidade de leis ou atos normativos estaduais ou municipais em face
da CE, vedada a atribuição da legitimação para agir a um único órgão.

Assim, a ADI em face de lei ou ato normativo estadual ou municipal será


julgada pelo TJ, tendo como parâmetro a Constituição Estadual. Os legitimados em
cada Estado propõem a ação no TJ.

O que a petição na ADI deve indicar?


Conforme o artigo 3°, da Lei 9.868/99, a petição deve indicar:
1. o dispositivo da lei ou do ato normativo impugnado e os fundamentos
jurídicos do pedido em relação a cada uma das impugnações;
2. o pedido, com suas especificações.
A petição inicial quando inepta, não fundamentada e a manifestamente
improcedente serão liminarmente indeferidas pelo relator.
O relator será definido por sorteio e este Ministro relator é quem vai
conduzir o processo.
Para instruir a ação, em caso de ausência de pedido cautelar, a primeira
manifestação do relator será por meio de um despacho, por meio do qual de pedirá
informações aos órgãos ou entidades das quais emanou a lei ou o ato normativo
impugnado, os quais terão o prazo de 30 dias contados do recebimento do pedido
para prestarem as informações que forem requeridas pelo relator.
Ouvi-se sucessivamente o Advogado-Geral da União e o Procurador-Geral da
República, que deverão se manifestar, cada qual, no prazo de quinze dias.
Após, o relator lançará o relatório, com cópia aos demais Ministros e pedirá dia
para o julgamento, assim, quando o relator se encontra pronto para julgar, estando o
processo devidamente instruído pedirá dia para o julgamento, que será pautado pelo
Ministro Presidente da Corte.
Medida cautelar na ADI:
Se requer a inconstitucionalidade.
Para a concessão da cautelar será necessário o voto da maioria absoluta dos
membros do Tribunal, ou seja, no mínimo 06 Ministros devem votar a favor.
Mas, ao caso de pedido de medida cautelar no período de recesso a decisão
caberá ao Ministro Presidente.
Pede-se assim a suspensão da norma. Não se retira a norma do sistema, mas,
paralisa a norma que fica congelada sem produzir efeitos.
Do julgamento:
O quórum mínimo para instalação da sessão de julgamento é o de pelo menos
8 Ministros presentes (art. 22 da lei da ADI) e somente pelo VOTO DA MAIORIA
ABSOLUTA se declara a inconstitucionalidade (art. 97, CF).
Efeitos da decisão:
Em regra:
Erga Omnes: produz efeitos para todos.
Ex tunc: A lei inconstitucional é um ato nulo, quando declarada a
inconstitucionalidade da lei, se considera que a lei nasceu inconstitucional, assim o efeito
é retroativo, sendo nula desde o nascimento da lei.
Vinculante aos demais órgãos do Poder Judiciário, mas não vincula o
STF, que pode mudar seu entendimento.
Vinculante em relação ao Poder o Executivo, em sua integralidade.
ADO
A inconstitucionalidade pode ser por ação, que será combatida por meio da
ADI, em face de lei ou ato normativo existente podendo ser inconstitucional, por vício
material ou vício formal.
Mas, a inconstitucionalidade também pode vir diante da ausência da
edição da lei, onde o mandamento constitucional prevê o direito, mas por se tratar
de uma norma constitucional de eficácia limitada necessita de regulamentação para
produzir sua eficácia.
Se trata então da inatividade do Poder Público, que nada fez e não
regulamentou a norma, gerando assim a inconstitucionalidade.

O procedimento da ADO se encontra positivado também na lei 9.868/99, a


partir do artigo 12-A, sendo praticamente o mesmo procedimento da ADI, a
diferença é que se alegará na inicial a omissão do Poder Público, a ausência de
regulamentação da norma.

A ADO deve ser utilizada para apontar a omissão legislativa quanto a


determinada norma constitucional de eficácia limitada, que não foi editada apesar de
determinação constitucional, inviabilizando a concretização de direitos.

Podendo haver também uma omissão parcial, a lei até foi editada, mas é
ineficaz, não atinge a finalidade que CF fez previsão.

Efeitos da decisão
O efeito da decisão em ADO é dá ciência ao Poder competente para que
sejam adotadas as providências cabíveis para a regulamentação da norma
constitucional.
Em caso de omissão imputável a órgão administrativo, as providências deverão
ser adotadas no prazo de 30 (trinta) dias, ou em prazo razoável a ser estipulado
excepcionalmente pelo Tribunal, tendo em vista as circunstâncias específicas do caso e o
interesse público envolvido.
Órgão administrativo é uma repartição interna do Estado, criada a partir da desconcentração
administrativa, com a finalidade de desempenhar funções estatal.

Medida cautelar na ADO: 03 opções de cautelar:


01 – suspensão da norma, em caso de omissão parcial;
02 – suspender os processos, não há prazo;
03 – outra medida determinada pelo Tribunal;
Para a concessão da cautelar precisa do voto favorável da maioria absoluta, ou
seja, no mínimo 06 Ministros, ou o Presidente nas férias.
AÇÃO DECLARATÓRIA DE CONSTITUCIONALIDADE
O objetivo principal da ADC é confirmar definitivamente a constitucionalidade
de lei ou ato normativo sobre o qual surgiram divergências interpretativas. Ao se confirmar
ou não a validade da lei ou ato normativo perante a CF/88, também se está preservando a
supremacia constitucional. Assim, existindo dúvida acerca da constitucionalidade de lei ou
ato normativo, a decisão em sede de ADC oferece uma resposta vinculante acerca desta
controvérsia e afasta as incertezas geradas por decisões discrepantes acerca da
constitucionalidade de uma norma.
Ao final do procedimento, será ou não declarada a constitucionalidade de certa
lei ou ato normativo.
Diferença entre a ADIn e a ADC: Pedido (“Sinal trocado”)

- ADIn: pedido de declaração de inconstitucionalidade da norma.

- ADC: pedido de declaração de constitucionalidade da norma.

Semelhança entre a ADIn e a ADC:

Ambas das ações tem caráter dúplice “(facas de dois gumes”), podendo a
norma tanto ser declarada constitucional como inconstitucional, por meio do julgamento
de procedência ou improcedência do pedido.

O artigo 102, descreve que compete ao Supremo Tribunal Federal,


precipuamente, a guarda da Constituição, cabendo-lhe:

I - processar e julgar, originariamente:

a) a ação direta de inconstitucionalidade de lei ou ato normativo federal ou


estadual e a ação declaratória de constitucionalidade de lei ou ato normativo federal.

ASSIM, A CF DEFINE QUE SÓ CABERÁ ADC EM FACE DE LEI OU ATO


NORMATIVO FEDERAL.

A legitimidade ativa e a capacidade postulatória, seguem as mesmas


regras já analisadas no art. 103, CF.

CUIDADO COM O ARTIGO 13 DA LEI 9868/99, POIS o rol de legitimados ao


ajuizamento da ADC é mais restrito. Deve-se seguir o rol previsto no art. 103 da CF.

É NECESSÁRIO DEMONSTRAR A PERTINÊNCIA TEMÁTICA PELOS


LEGITIMADOS ESPECIAIS, ASSIM COMO NA ADI.
Requisitos Processuais:

Estão descritos no artigo 14 da lei 8.868 de 99, assim, a petição inicial indicará:

I - o dispositivo da lei ou do ato normativo questionado e os


fundamentos jurídicos do pedido;

II - o pedido, com suas especificações;

III - a existência de controvérsia judicial relevante sobre a


aplicação da disposição objeto da ação declaratória.

Existência de controvérsia judicial relevante significa a necessidade da


existência de relevante número de decisões conflitantes, um volume expressivo de
decisões conflitantes.

Assim como na ADI, a petição inicial inepta, não fundamentada e a


manifestamente improcedente serão liminarmente indeferidas pelo relator.

Também não cabe desistência da ação.

É possível pedido de medida cautelar, para que o Supremo Tribunal Federal


analise se os processos que discutem a norma questionada devem ser suspensos,
conforme previsão do art. 21 da Lei Federal nº 9.868/99.

O Supremo Tribunal Federal, por decisão da maioria absoluta de seus


membros, poderá deferir pedido de medida cautelar na ação declaratória de
constitucionalidade, consistente na determinação de que os juízes e os Tribunais
suspendam o julgamento dos processos que envolvam a aplicação da lei ou do ato
normativo objeto da ação até seu julgamento definitivo.
Conforme o artigo 21, essa suspensão é de 180 dias. Assim, com base na lei,
depois desse prazo, a suspensão perderia eficácia. Entretanto, o STF já decidiu que,
em casos excepcionais, que a suspensão pode ser prorrogada.

Decisão Definitiva

Quórum Mínimo de Deliberação: Para que ocorra o julgamento final da ADC, é


necessária a presença de ao menos 08 (oito) Ministros do STF, conforme art. 22 da lei. Se
não houver, quórum mínimo, suspende-se o julgamento até que se alcance esse quórum.
A lei ou o ato normativo impugnado só será declarado inconstitucional ou
constitucional com pelo menos 06 (seis) votos favoráveis.
Efeitos da decisão, são os mesmos já falados na ADI.
Sendo declarada a constitucionalidade ou a inconstitucionalidade da lei ou do
ato normativo, os efeitos são ex tunc (retroativos).

Amicus Curiae:
O relator diante da relevância da matéria e da representatividade dos
postulantes, poderá admitir a figura do amicus curiae, admitindo assim a
manifestação de outros órgãos ou entidades.
O amicus curiae seria então um órgão ou entidade que ingressa dos
autos da para contribuir com o julgamento, se tratando de terceiro estranho a
relação processual, pluralizando o debate, sendo muito importante nas questões
que envolvem temas sensíveis.
Por exemplo, a questão da união homoafetiva, a qual teve participação do
amicus curiae tanto a favor como contra esta pauta, e um lado a Igreja e de outro a
associação Brasileira de Lésbicas, Gays, Bissexuais, Travestis, Transexuais e Intersexos.
O amicus curiae pode marcar audiência com o Ministro relator, pode
apresentar parecer, pode inclusive fazer sustentação oral.
O STF estabeleceu que o prazo para esta admissão é até a data que o
relator libera o processo para pauta.
Modulação dos efeitos:
nos casos em que for declarada a inconstitucionalidade, com base na
segurança jurídica e no excepcional interesse social, é possível que o STF module os
efeitos da decisão, para que ela tenha efeitos ex nunc (prospectivos) (art. 27 da Lei
nº 9868/99).

Art. 27. Ao declarar a inconstitucionalidade de lei ou ato


normativo, e tendo em vista razões de segurança jurídica
ou de excepcional interesse social, poderá o Supremo
Tribunal Federal, por maioria de dois terços de seus
membros ( PELO MENOS 8 MINISTROS FAVORÁVEIS
PARA A MODULAÇÃO), restringir os efeitos daquela
declaração ou decidir que ela só tenha eficácia a partir de
seu trânsito em julgado ou de outro momento que venha a
ser fixado.

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